1. Spirit Fanfics >
  2. P.S.: Eu te amo. (Camren) >
  3. XV.

História P.S.: Eu te amo. (Camren) - XV.


Escrita por: CamrenSeduce

Notas do Autor


Boa leitura ♥

Capítulo 17 - XV.


Fanfic / Fanfiction P.S.: Eu te amo. (Camren) - XV.

{Olivia}

-
Camila: Bom di... Que diabo é isso, gente? – Perguntou, vendo Louis apossado em sua mesa, sentado todo esparramado, com os pés em cima da mesa.


Pra resumir, Louis já se sentia em casa.


Lucy: Inevitável. – Descreveu, dando de ombros.

Louis: Pensei que não viria mais. Estava começando a me desesperar. – Disse, se levantando e indo até Camila. Ela recuou, rindo, e foi pra sua cadeira, largando a bolsa em cima da mesa.

Camila: Bela cara, Harry. – Disse, vendo as olheiras de Harry.

Harry: Não dormi nada. – Assumiu, passando a mão nos cabelos. – Ao contrário de alguém. A propósito, quem disse que você ia ficar na minha casa, Louis? – Perguntou, com uma careta.

Louis: Eu disse. Sou o irmão mais velho, eu digo as coisas. – Disse óbvio. Camila, Dinah e Lucy riram. – Porque demorou, minha flor latina? – Perguntou, se virando pra Camila de novo.

Camila: Digamos que eu estava ocupada. – Disse, franzindo o cenho.

Dinah: A mulher dela deve ter criado problemas. – Alfinetou.

Louis: Sim? – Perguntou atencioso.

Camila: Lauren me... Criou várias coisas hoje. Mas te garanto, nenhuma delas pode ser considerada um problema. – Retribuiu, com um toque de malicia na voz. Seu humor estava ótimo. Lucy riu. Até Harry, saindo de seu estado catatônico, não aguentou.

Harry: Ai, papai. – Zombou, rindo e segurando o estomago.

Dinah: Ah, não? – Seguiu cética.

Camila: Absolutamente. – Negou, mordendo a língua – Pra lhe ser sincera, teria passado o dia todo... Resolvendo meus problemas com ela. Mas estava começando a dar câimbras. – Ela piscou pra Dinah. A loira mostrou a língua. Lucy ainda ria. Louis assoviou.


Camila riu, baixando os olhos pros envelopes em sua mesa. Não conseguia fechar o sorriso do rosto. Lauren lhe causara mais dois orgasmos arrasadores após o café da manhã, um ainda no chão da sala e outro no banho. Ela estremecia só de lembrar. Era incrível como sexo com a morena sempre parecia novo, como se nunca fosse se desgastar. Logo, a teoria das câimbras era verdadeira. Ela adoraria ter ficado mais, como Lauren insistiu categoricamente, mas seu corpo protestava pelas várias doses de sexo, seguidas por uma noite no soalho desconfortável. Logo, ela veio trabalhar. Colocara uma calça jeans escura, saltos pretos, uma blusa de botões branca e um cachecol cinza. Precisava do cachecol porque seu pescoço exibia marcas que ela não estava disposta a exibir. Eram delas, nada mais. Mas parece que alguém mais queria ver...


Louis: Interessante. – Disse a voz surpreendentemente perto, e ela viu que ele puxara seu cachecol com uma caneta, desenrolando-o, revelando o pescoço marcado. A boca de Lauren estava espalhada em vários cantos da pele pálida. E a voz de Louis era desgostosa ao ver o quadro.

Camila: Louis! – Reprovou, jogando o cachecol no pescoço de novo. Harry literalmente se dobrava de rir, a cor voltando ao rosto cansado. Dinah apenas olhava, o olhar claramente reprovador. Lucy olhava, achando graça. – Ande, saia daí! – Disse, se levantando. Louis saiu, rindo.

Louis: Menina má, menina má. – Reprovou, balançando a cabeça.

Camila: Privacidade pra que, né? – Resmungou, voltando aos seus papéis. Ela abriu a bolsa, apanhando sua agenda. Nem viu Louis passar por detrás de sua cadeira.

Louis: P.S. – Começou, e Camila ergueu a cabeça – Ela ama você. – Disse, entregando o pequeno cartão a ela. Camila fechou a cara, enquanto Harry fazia graça – Caiu da sua agenda. – Justificou. Camila apanhou o cartão com carinho, mas querendo fincar as unhas em Louis por tê-lo lido em voz alta.

Camila: SAIA DE PERTO DA MINHA MESA! – Grasnou, e Louis correu, rindo. Mas ela sorriu, se sentando, vendo a caligrafia da amada no “P.S.: Eu te Amo.” do cartão. Era incrível como Lauren conseguia esconder o cartãozinho em lugares que ela nunca achava que ia encontrar.


Mas ela começava a acreditar nisso. Agora, mais do que nunca.

 

-

 

O problema é que Keana não apareceu. Sempre que Louis ia com Harry, Olivia estava sozinha. Uma vez chegaram a ver Keana sair, mas abordá-la no meio da rua não era o objetivo. O natal chegou. A reunião na casa de Harry continuava de pé.
As Cabello-Jauregui continuavam em um clima bom, era estável. Lauren vestia um vestido verde escuro, soltinho, e um sobretudo preto. Camila apareceu com uma camisa de lã azul marinho e uma calça clara, os cabelos soltos.


Lauren: Ressalta seus olhos. – Observou, sobre a blusa, quando ela se anunciou pronta. Mas eu posso ajudar. – Disse, tirando as mãos dos bolsos.

Camila: Está tão ruim que precisa de ajuda? – Perguntou, franzindo o cenho. Lauren riu.

Lauren: Não seja tola. – Ela abriu uma gaveta de uma mesinha da sala. Camila observou.


Lauren estendeu pra ela uma caixinha pequena, embrulhada em um papel prateado. Ela sorriu, abrindo o pacote. O veludo preto se revelou por baixo. Camila ia protestar pela joia desnecessária, mas não era uma joia. Eram três. Camila engoliu a voz, não achava de modo algum. Um par de brincos, uma gargantilha e uma pulseira. Safiras. Ela olhou o conjunto, meio abobalhada, como quem toma um tapa sem saber de onde veio. A voz dele se revelou surpreendentemente perto.


Lauren: Não são tão bonitas como seus olhos, mas vão ajudar. – Disse, a mão pegando os dois brincos na caixinha. Camila ergueu os olhos e viu-a erguer as mãos, por debaixo dos cabelos dela, e ela sentiu o ouro do brinco passar pelos furos da orelhas dela. – Ma Belle? – Perguntou, pegando a gargantilha. Haviam diversas safiras cravadas em uma armação de prata. Ela pôs a gargantilha, que ficou como uma coleira azulada no pescoço de Camila. Os olhos dela estavam cada vez mais destacados.

Camila: Você... É louca. –Disse, quando ela pegou sua mão delicadamente, pondo a pulseira. Lauren sorriu, prendendo o feche delicado.

Lauren: Por você. Ficou linda. – Disse, observando o rosto dela. Parecia iluminado.

Camila: Não vou te dar meu presente. – Disse meio rouca.

Lauren: Por...?

Camila: Não é justo. – Alegou, exasperada.

Lauren: No ultimo natal, eu estava sozinha. Sozinha, e sem perspectiva, rodeada por estranhos. – Disse, e Camila a olhou, quieta. Passara todos os natais depois dela sozinha, se afogando em vinho, muitas vezes chorando sua dor sufocada. Mas não diria isso. – Este ano, porém, eu estou aqui. – Ela pegou o rosto da menor entre as mãos – E nada poderia me fazer tão feliz, Ma Belle. – A morena encostou a testa na dela, aspirando o perfume de Camila. O coração dela dava guinadas altas dentro do peito a cada vez que Lauren se aproximava - Estar aqui, em casa, ao seu lado. É você, meu maior presente. – Disse, e selou os lábios com os dela.

Camila: Continua parecendo humilhante. – Disse, tirando um pequeno saquinho de veludo de veludo do bolso da calça.


Era uma pulseira de ouro puro. Delicada, nada grosso ou chamativo. Nada como um conjunto de safiras. Camila queria explicar que quando fora comprar um presente pra ela, pretendia algo melhor, mas se encantara com aquela pulseira. Mas mal conseguia falar.


Camila: Eu não... Não ia comprar isso. Mas quando eu vi pensei que isso você poderia usar sem ser percebido, o tempo todo. Seria algo... – Ela tentava encontrar as palavras, olhando a pulseira em sua mão – Algo que você ia poder levar consigo o tempo todo, e ia se lembrar de mim. Não que você seja obrigada a usar o tempo, é claro, só quando quiser, mas eu... – Lauren riu, calando-a.

Lauren: Amo você. – Disse, sorrindo da exasperação da menor. Ela se aproximou, beijando-a, e acalmando-a de sua exasperação. Camila se entregou nos braços da esposa de bom grado, retribuindo o beijo carinhoso. Isso sim parecia certo.


Quando Lauren dirigiu pra casa de Harry aquela noite, a pulseira de ouro brilhava fracamente em seu pulso. Ela tinha a cabeça longe. Aquilo era bem típico de Camila. Como se ela precisasse de algo a mais pra pensar na latina, uma vez que já pensava nela cada vez que seu coração batia. Lauren desceu na frente, pra se anunciar. Admirou-se por o porteiro pedir o nome dela e da esposa, pois Harry havia saído mas deixado uma lista dos que estavam autorizados a subir. O nome dela e de Camila estava lá, logo seu carro entrou no prédio. Chegaram à casa de Harry de mãos dadas, com os dedos enlaçados, em uma tentativa de aquecer a mão fria da mais nova. Ela usava um sobretudo preto, e Camila, um bege. Chegando lá estavam Louis, Robert, Dinah, Shawn e Ally. Camila apertou a mão de Lauren, controlando-a, mas ela parecia completamente calma.


Camila: Onde está Harry? – Perguntou, enquanto permitia que Lauren tirasse seu casaco.

Louis: Sumiu. Deixou um recado, disse que não demorava. – Disse, descontraído, se aproximando de Camila. Dinah e Shawn observaram a cena, divertidos – Está deslumbrante. – Elogiou sorridente.

Lauren: De acordo. – Disse a voz cortante, se revelando de trás da latina, dobrando o casaco dela em seu braço.

Louis: Você é...? – Tentou recordar o rosto, mas era desconhecido.

Lauren: Lauren Cabello-Jauregui. – Disse, sorrindo debochada, enquanto tirava seu sobretudo. Sua pele alva contrastando com o tom do vestido, e seus olhos verdes parecendo ainda mais intensos e ameaçadores.

Camila: Minha mulher. – Completou a apresentação, quase rosnando pra Louis se afastar. Mas este sorriu.

Louis: Igualmente estonteante – Observou, Camila e Lauren se entreolharam– Sou Louis, prazer. – Se apresentou tranquilo. – Devo dizer que se vê preciosa hoje, Camila. – Elogiou, na maior cara de pau.


Camila arregalou os olhos castanhos, e Lauren ergueu a sobrancelha, admirada com o descaramento. Louis parecia completamente à vontade. Lauren sorriu ironicamente, mas não houve oportunidade pra responder. Não houve, porque gritos vieram do corredor. Todos viraram o rosto, confusos, olhando pra porta. Os gritos se tornavam cada vez mais próximos. Ally, pequenininha, se abraçou a Shawn, apreensiva. Dinah apenas olhava, com o rosto confuso. A porta se abriu, e Harry apareceu, a fonte dos gritos se debatendo em seu ombro. Ele fechou a porta, e largou a menina no chão. Seu rosto estava afogueado, e ele ofegava raivoso. Olivia tampouco parecia se intimidar com a fúria do pai. Endireitou-se no chão, encarando-o de volta, tão furiosa quanto ele. Era claro o que havia acontecido ali; ele havia sequestrado a menina.


Louis: Eu não acredito que você fez isso. – Rosnou, a pele branca feito papel.


Ai foi que o caos reinou. Olivia partiu de tapas pra cima de Harry, que ia revidar só que Louis entrou no meio. Robert pegou um telefone, discando alguns números rapidamente. Shawn entrou no meio, pra segurar Olivia, e Allyson olhava, os olhos arregalados. Lucy e Austin, Camila e Lauren observavam a cena, incrédulos.


Shawn: AGORA CHEGA! – Rugiu, apanhando Olivia pelo casaco, erguendo-a do chão e afastando-a de Harry.

Louis: VOCÊ BEBEU? – Perguntou, empurrando Harry. O moreno estava furioso.

Harry: ELA ESTAVA SOZINHA! QUE TIPO DE MÃE DEIXA A FILHA DE 5 ANOS SOZINHA NA NOITE DE NATAL, LOUIS?!

Olivia: Mamãe teve problemas pra resolver. – Defendeu a mãe, ainda sendo segurada por Shawn. Era incrível como se parecia com Harry, até na cor vermelha da raiva era igual.

Lauren: Imagino o tipo de problema. – Disse pra si mesma, observando. Camila a beliscou e ela riu, beijando o rosto da esposa.

Louis: Por isso você a joga nas costas, e rouba ela de casa? Não passa pela sua cabeça que Keana vai vir atrás dela? – Rosnou.

Harry: Deixe-me te dizer o que ela estava fazendo quando eu entrei na casa, Louis. – Disse, tirando os cabelos do rosto – Estava preparando um peru. Debruçada, dentro do forno ligado. – Disse, e sua voz era um silvo – Se desequilibrou sozinha. Se eu não a alcançasse... – Ele não terminou, afastando a ideia de sua cabeça. Olivia se abraçou, querendo ocultar as marcas que as grades do forno deixaram em seu casaco, antes de Harry aparecer do nada e agarrá-la. Em seguida, sem dizer nada, apenas xingando, ele a jogou nas costas e saiu – Deixe que Keana venha. – Disse como se ansiasse por esse momento.

Olivia: Pois é, minha mãe vai fazer PICADINHO DE VOCÊ, E EU VOU ACHAR GRAÇA! – Gritou, querendo partir pra cima de Harry de novo, sendo impedida por Robert.

Harry: NÃO GRITA COMIGO, QUE EU SOU SEU PAI! – Rugiu, mirando a menina de novo. Louis entrou no meio.

Olivia: NÃO É NÃO! MINHA MÃE DISSE QUE MEU PAI MORREU! – Gritou, a vozinha fina quase histérica de raiva.

Harry: POIS ME DEIXA TE CONTAR UMA NOVIDADE: SUA MÃE É UMA GRANDE MENTIROSA! – Rugiu raivoso.

Olivia: NÃO CHAMA MINHA MÃE DE MENTIROSA! – Gritou, e a voz fina estava começando a fazer eco na cabeça de Robert, que começava a se irritar, enquanto tentava falar ao telefone. Ela se lançava, querendo bater no pai de qualquer forma, sendo segurada com facilidade por Shawn.

Louis: CHEGA, OS DOIS! – Gritou, apartando – Harry, quieto! – Ordenou, empurrando Harry, o homem recuou, os olhos claros raivosos. – Olivia. – Disse, se abaixando. A menina ofegava presa pelo casaco, mas não gritou com o tio. – Não grite assim com ele. Ele é mesmo seu pai. – Disse a voz tão na defensiva quanto era possível.

Olivia: Mas minha mãe disse que meu pai tinha morrido. – Disse de cara fechada. Não queria que Harry fosse seu pai.

Louis: Sua mãe... Enganou-se. – Disse ameno – Ele é seu pai. E ele não é assim o tempo todo, ele só está nervoso. – Justificou. Olivia olhou pra Harry de cara fechada.

Ally: Er... Olivia, certo? – Olivia assentiu – Porque você não vem comigo e com elas, - Apontou pra Dinah, Lucy e Camila e Lauren – Se aprontar pra ceia, e deixa os rapazes conversarem sozinhos um pouco? – Olivia assentiu, caminhando pra Allyson.


Ally olhou pro marido, insegura, mas ele sorriu torto e piscou pra ela, em aprovação. Logo as mulheres haviam saído da sala. Só que o silêncio continuou; ninguém fazia idéia do que fazer.

 

-

 

As meninas levaram Olivia pro quarto de Harry. Era enorme, e absolutamente masculino. Uma enorme cama de casal, televisão de plasma, DVD, um freezer, closet, duas penteadeiras e dois criados mudos. Tudo em tons escuros, nada muito chamativo. A colcha da cama era cinza grafite. Camila se sentou com Olivia no colo, enquanto Lucy, Dinah e Ally conversavam sobre o que fazer, Lauren havia ficado na sala de estar.


Olivia: É bonito. – Disse, acanhada, tocando a pulseira de Camila. As safiras reluziam, imponentes, ali. Camila, que estivera acariciando o cabelo da pequena, a olhou.

Camila: Você gosta? – Perguntou. Olivia assentiu. Sentia-se bem com Camila. – Minha esposa que me deu. – Contou. Olivia agora, mais tranquila pela amiga nova, observava as safiras brilhando na grossa pulseira.

Olivia: Sua esposa? – Perguntou, distraída, o dedinho passando por cima de uma safira – Ela te deu essas também? – Perguntou, tocando o pescoço de Camila. Camila gostava da inocência de Olivia.

Camila: Minha esposa, sim. Deu-me todas elas. – Ela tirou a cortina de cabelos, mostrando as safiras presas aos brincos – De presente de natal.

Olivia: Mas porque você tem uma esposa? – Perguntou confusa, pegando o pulso de Camila de novo, brincando com o feche delicado da pulseira.

Camila: Porque eu a amo, e ela me ama. Quando isso acontece, as pessoas se casam. – Explicou calma.

Olivia: Mamãe disse que casar é ruim. – Comentou. A confusão na cabeça da menina era mais que evidente, era óbvia. Keana a ensinara tudo errado, e agora ela estava perdida – Você gosta de ter esposa?

Camila: Gosto. – Respondeu sincera.

Olivia: Mas por quê? – Perguntou confusa.

Camila: Quando você tem alguém que ama, sua vida passa a ser a dela. Se ela está feliz, você está feliz também. A dor dela é a sua dor. Os problemas dela são seus problemas. É como ter sua vida compartida de um modo bom, você se sente protegida, amada. – Explicou, sorrindo.

Olivia: Se ela toma injeção eu tenho que tomar também? – Perguntou temerosa, e as mãozinhas seguraram os braços. Camila riu.

Camila: Não, isso não. A regra não se aplica a tudo. Mas você é muito nova pra entender. – Disse, acariciando os dedos da menina. – Se casar, ter alguém é bom. Você nunca se sente só, e sempre tem alguém pra te abraçar quando você tem medo. Eu tenho esposa, Robert tem uma esposa, Lucy vai se casar. Um dia você vai casar também. – Disse, sorrindo.

Olivia: Deve ser bom, não ficar sozinha. – Refletiu, e Camila sentiu pena – Mas não sei não. – Resmungou. Durou alguns segundos até ela falar de novo – Por que o meu pai não gosta de mim? – Perguntou, com a vozinha baixa.

Camila: Ele ama você. Ele só está assustado, porque você ia cair no forno. Ele tinha medo de que você se machucasse, ou coisa assim. Porque ele te ama. – Explicou.

Olivia: Mas ele tava bravo. Chamou a minha mãe de mentirosa.

Camila: Ele estava nervoso, porque ela deixou você sozinha. Ele não quer que você fique só. Quando ele se acalmar, você vai ver que pai maravilhoso ele vai ser. Ele vai te dar o mundo, pequena. E nunca, nunca mais você vai sentir medo, porque ele vai sempre te proteger. – Disse convicta. Sabia que quando o choque passasse Harry assumiria seu papel de pai. Ele seria bom nisso.

Olivia: Mamãe sai muito. Eu vi em um filme que passou na TV que no natal Jesus nasceu. Eu tinha que fazer alguma coisa pra comemorar. Você entende? – Perguntou temerosa.

Camila: É claro que eu entendo. Mas tenha um pouco de paciência com o seu pai. Isso é tão novo pra ele quanto pra você. – Pediu, e Olivia assentiu – Ele fez uma festa enorme, pro aniversário de Jesus. Vamos lá fora, com eles?


Pra surpresa de Camila, Olivia se agarrou a ela. Parecia envergonhada. Camila a tranquilizou com as mãos, ninando-a, até que ela falou.


Olivia: Não posso. – Murmurou vermelhinha.

Camila: Por quê? – Perguntou, olhando-a.


Olivia pegou a blusa usada, com os braços sujos pelo forno em que caíra, toda maltrapilha, os cabelos agitados por ter sido arrastada por Harry. Então olhou Camila, linda, reluzindo em safiras, os cabelos caindo em cachos perfeitos, e fez uma careta de auto desprezo.


Camila: Entendo. – Murmurou, olhando a roupinha de Olivia.

Olivia: Entende? – Perguntou confusa. Geralmente ela precisava falar muito pra que Keana entendesse o que ela realmente queria.

Camila: Claro que sim. – Disse carinhosa. – CheeChee. – Chamou, erguendo o rosto.

Dinah: Sim? – Perguntou, olhando a amiga.

Camila: Olivia precisa de roupas novas. – Comentou.

Allyson: E sapatos. – Acrescentou.

Lucy: E de um bom banho, com direito a shampoo, e uma boa escova pra desfazer os nós que o Harry fez.

Camila: Vocês entenderam. – Disse, revirando os olhos, enquanto abraçava a menina, envergonhada.

Lucy: É noite de natal. Não há lojas abertas. – Ressaltou. Isso era um problema.

Dinah: Eu sei de uma. – Todas a olharam. Dinah suspirou – Eu tenho um amigo, que tem um amigo, que conhece um cara que me deve um favor. Acho que eu consigo uma boa loja. – Garantiu.

Camila: Compre o máximo que puder. – Avisou.

Ally: Eu vou junto. Tenho experiência com compras, sei do que ela vai precisar, e exatamente como ela vai precisar. – Disse, olhando as unhas. Todas a olharam – O que, acham que eu fiz 5 anos de moda pra só guardar um diploma? – Perguntou, revirando os olhos.

Camila: Então Dinah vai atrás do cara que deve o favor, e Ally providencia tudo. Amanhã podemos comprar mais. Lucy me ajuda com o banho. – Lucy assentiu. Todas ficaram paradas. Camila suspirou – Ladies, let’s go. – Disse monótona.


Ally saiu em disparada com Dinah, após pegar a medida das roupas de Olivia. Descobriram que Robert saíra as pressas, e disse que não voltaria. Lucy carregou Olivia pro chuveiro. O banheiro de Harry não ajudou.


Lucy: Só tem produtos pra homem aqui! – Gemeu, exasperada.

Olivia: É gostoso. – Comentou contente, cheirando um pote de shampoo. Camila e Lucy fizeram uma careta. Não queriam pensar em que produtos Olivia teria usado antes.


Olivia terminou risonha, em uma banheira cheia de espuma. Lucy tirara a blusa, evitando molhá-la, e se sentou na borda da banheira, com um sutiã branco, esfregando os cabelos de Olivia, que soprava espuma pra frente. Camila sorriu, saindo do banheiro. Lauren estava parada em um canto, vendo uns catálogos com modelos aéreos que Harry tinha. Camila a abraçou pelas costas, beijando seu pescoço. Esta sorriu deliciosamente, inclinando a cabeça pra trás e enlaçou a cintura da menor com um braço, enchendo seu rosto de beijos.


Lauren: Você demorou. – Disse em meia voz, beijando o pescoço dela.

Camila: E ainda não terminamos. Mas vai resultar bem. Eu acho. – Disse manhosa nos braços dela.

Lauren: Se você está tentando, não tenho duvidas que resultará bem. – Disse, mordendo a orelha dela – Quero ir logo pra casa. – Disse, com a voz travessa, mordiscando atrás da orelha dela. Camila riu, e selou os lábios demoradamente com os da esposa.

Camila: Quer? – Perguntou sapeca, sentindo as mordidas dela em seus lábios.

Lauren: Quero. – Confirmou, entrando no jogo dela.

Camila: Por quê? – Perguntou, derretida dentro dos braços dela.

Lauren: Estava imaginando como você vai ficar, despida das roupas, apenas com as safiras. – Ela viu a pele da latina se arrepiar – Ah, sim, eu imaginei. E desfrutei muito da imaginação. – Confessou.

Camila: Eu vou terminar meu trabalho, antes que você me agarre aqui. – Disse se separando dos braços dela. O comentário lhe dera ganas.

Lauren: Não me parece uma má ideia. – Brincou, e Camilariu – Eu te amo. – Lembrou, e ela sorriu, beijando-a uma ultima vez, e se afastando. Lauren a viu caminhar tranquilamente, os cabelos dançando as costas. Depois voltou sua atenção ao catálogo que olhava.


Camila ia voltar pro banheiro, mas viu Harry em um canto afastado, com um cigarro na boca, pensando. Louis conversava com Shawn em um sofá afastado na sala. Ela se aproximou dele.


Camila: Está bem? – Perguntou, e ele sorriu de canto, soprando a fumaça pra cima.

Harry: Confuso. Um cego, plantado no meio de um tiroteio. – Disse, mas Camila viu que estava mais calmo.

Camila: Ela é adorável, Harry. Tente ser receptivo com ela, e verá. Ela já o ama. – Harry a olhou, confuso.

Harry: Ama-me? – Perguntou, antes de tragar o cigarro novamente.

Camila: Você oferece a ela toda uma vida que Keana a negou. Uma vida normal, feliz. Conforto, segurança, amor, atenção. A vida de uma criança normal. Com amiguinhos, uma escola, um pai que a ame, que se importe com ela. Você pode lidar com isso, Harry. Vai amá-la, assim que tentar ver a preciosidade que ela é.

Harry: Mila, há algum tempo atrás eu era Harry Styles, bem sucedido, buscado pelas mulheres, independente, livre. Agora eu sou Harry Styles, bem sucedido, e pai. – Ele tragou o cigarro, e Camila viu os dedos dele tremularem com o cigarro – É muito pra mim. Eu não sei se sou capaz.

Camila: Eu vou ajudar você em tudo o que for necessário, e você vai dar a ela a vida que ela merece. Apenas dê a ela a oportunidade de se aproximar, Harry. Vai amá-la, eu te garanto.

Harry: Não me deixe sozinho nisso. Eu não sei como agir. – Admitiu.

Camila: Não vou deixar. Eu vou assumir o papel feminino, até você conseguir segurar as rédeas sozinho. Não é tão difícil como crês. Eu prometo, eu vou estar presente, sempre. – Disse, apanhando a mão dele. Estava fria como gelo. – Quando ela vier pra jantar, seja mais atencioso com ela. Ela está receosa, insegura. Tente se aproximar. – Harry assentiu, agradecido – Sem o cigarro, se der. – Disse, sorrindo. Harry riu.

Harry: Obrigado. – Agradeceu sincero.

Camila: Um dia eu vou cobrar de volta. – Brincou.


Nessa hora Ally e Dinah voltaram, e eram só sacolas. Dinah cambaleou pela porta, rindo, e todos olharam. Shawn sorriu torto vendo Ally rir gostosamente, se equilibrando com tudo.


Harry: O que é isso?

Camila: Ela não tinha roupas, não tinha nada. – Lembrou, olhando o furacão de sacolas tentar entrar no apartamento. Era típico de Ally. – Não se preocupe. Amanhã chega bem mais. – Brincou indo ajudar com as sacolas, e Harry riu.


Por enquanto estava bem. Agora falta saber se isso ia dar certo.

 

-

 

Logo Olivia ficou pronta. Todas ajudaram, e a menina ficou uma bonequinha. Falando em bonequinha, Harry sumira nesse meio tempo e voltara alguns minutos depois, com uma embalagem que não tinha tamanho, embalada em papel de uma loja 24 horas. Uma boneca, enorme. Ninguém teve coragem de falar nada, mas Louis riu alto. Camila entrou na sala saltitando, e se abraçou a Lauren, manhosa. Ela largou o catálogo como estava e a aninhou nos braços firmes.


Camila: Tchan-tchan-ran-ran... – Murmurou, quando a menina entrou na sala de mãos dadas com Ally. Shawn olhava a mulher com fascínio nos olhos. Queria ter filhos, mas Ally achava cedo. Isso não evitava o quanto ela ficava linda ali, entrando com a menina como quem mostra um trabalho pronto.


Olivia estava irreconhecível. Usava um vestidinho branco com flores rosas, uma sapatilha rosa, os cabelos lisos com uma matiz castanha, em um penteadozinho com presilhas. Harry a observou, quieto. A menina parecia tão à vontade com ele.


Louis: Ok, gente. – Disse, rompendo o silêncio.


O jantar correu normalmente. Sobrou comida, e muita. Harry realmente havia encomendado um porco. Mas não olhava a refeição direito, ou prestava atenção a conversa; prestava atenção a filha. Olivia sabia comer, educadamente, com os talheres. Harry se perguntou a que circunstância isso fora aprendido; logo saberia que a custo de vários cortes de faca, vendo filmes na televisão e tentando imitá-los. Após o jantar um vinho foi aberto e servido. Olivia ficou com refrigerante. Lauren manteve sua mão por cima da de Camila a noite toda, acariciando brevemente enquanto conversava com ela, ou fuzilava Louis com os olhos.

Não gostava do modo com que ele olhava sua esposa.


Lauren: Algum problema? – Perguntou a certo ponto, e todos o olharam. Olivia ergueu os olhos do seu copo de refrigerante, curiosa.

Louis: Absolutamente, e você? – Perguntou calmo.

Lauren: Só se você estiver procurando por um. – Sorriu ameaçadora. Dinah revirou os olhos. Shawn riu, e Ally o beliscou. O homem sorriu em desculpas e beijou o rosto dela delicadamente, selando seus lábios.,

Austin: Olhem a criança. – Disse, achando graça, e coçando a nuca distraidamente. Olivia parecia animada. Harry observava as reações dela, quieto, com um sorriso de canto no rosto. Lucy sorriu e beijou a região do ouvido dele.


E a discussão terminou ali. Quando ficou tarde, as mulheres cuidaram de Olivia, livrando seus cabelinhos das presilhas, vestindo-a com um pijama rosa bebê. Despediram-se, e foram. Olivia ficou sentada nos pés da grande cama de Harry. Havia dezenas de sacolas em um canto do quarto, e ela estava curiosa pra olhar o que havia ganhado das “tias”. Mas não sabia como agir, então ficou sentadinha, quieta. Logo Harry entrou no quarto, com a caixa enorme nas mãos. Olivia esperou, na defensiva. Ele se sentou ao lado dela, e pôs a caixa na frente dela.


Harry: É... – Ele coçou o cabelo, e apontou pra caixa – Seu presente. Feliz natal. – Disse, sem jeito.

Olivia: Meu? – Perguntou surpresa. A caixa era enorme. Harry assentiu – Obrigada. – Agradeceu.


Olivia precisou descer da cama. Ela tentou, desajeitada, com o papel cinza da loja, e Harry esperou. A menina se assustou quando a mão do pai foi ajudá-la. Harry reduziu seu passo, na defensiva, e ela esperou. Logo a menina ficou aparvalhada. Uma boneca de pano, enorme, com cabelos de lã amarela, se revelou. Era linda (a mais cara que Harry havia achado). Olivia nunca havia tido uma boneca. Muito menos uma daquelas. Harry abriu a caixa e soltou a boneca das amarras, entregando-a a menina.


Olivia: É minha? – Perguntou, abraçando a boneca se sentando de novo. Harry a viu passar a mãozinha nos cabelos da boneca, com cuidado.

Harry: Toda sua. – Disse, satisfeito por ela ter gostado. Olivia havia deitado a boneca em seu colo e a segurava, como quem segura um bebê.

Olivia: Obrigada. – Disse meio que ninando a boneca. Então se lembrou de algo – Eu não tenho nada pra te dar. – Confessou, e seu rosto ficou vermelhinho.

Harry: Não precisa. Você está aqui. – Disse, tocando os cabelos dela. Tinha o mesmo tom que o dele, observou. – Você vai dormir comigo, aqui, até eu providenciar um quarto pra você. Você se importa?

Olivia: Um quarto pra mim? – Perguntou como se tivesse duvida que ele estava falando sério.

Harry: É... É natal, eu não tive tempo de... – Ele coçou o cabelo, e suspirou – Mas logo vou dar um jeito.

Olivia: E minha mãe? – Perguntou quietinha. A menção do nome de Keana acendeu uma fúria que estava amortecida em Harry, mas ele se aquietou. Tinha de se controlar perante a ela.

Harry: Eu deixei um bilhete pra sua mãe, você viu. – Olivia assentiu. Enquanto gritava horrores no ombro de Harry, viu ele rabiscar uma folha de um bloco, deixando-a presa na porta da geladeira – Ela vai saber onde te encontrar. – Garantiu. Harry ansiava por esse momento. Novamente, se controlou. – É tarde, agora. Não está com sono? – Perguntou. Crianças, no normal, sentiam sono cedo.

Olivia: Um pouco. Mas eu estou acostumada. Às vezes mamãe chega tarde, eu tenho que cuidar dela. – Disse natural, olhando o pai. Harry contava Mississipis a essa altura.

Harry: Ok, vamos dormir? – Convidou. Olivia assentiu. Harry a viu deitar a caixa da boneca do lado da cama, como um berço, e deitou a boneca com cuidado. Ele sorriu. – Venha. – Chamou, oferecendo os braços.


Olivia hesitou, mas aceitou os braços do pai, que a carregou. Harry se prometeu, naquele instante, que Olivia teria uma vida normal, como uma criança normal, com colégio, brinquedos, proteção e hora de dormir. Ela se sentiu estranhamente confortável nos braços de Harry, do mesmo modo como ele se sentiu bem ao aconchegá-la nos braços – era o apelo do sangue. Harry puxou os lençóis da cama, deitando-se com ela e cobrindo os dois, protegendo-os do frio. Teria de rever todos os seus conceitos, mas faria de sua filha uma criança feliz. Ele acariciou o cabelo dela ternamente, repetidamente, enquanto a ninava. Olivia se abraçou ao pai. Estava confusa. Não era acostumada a receber atenção, nem muito menos carinho. Mas lá estava aquele estranho, lhe prometendo uma vida diferente da que tinha, uma vida que ela já havia invejado das outras crianças. Ele acariciava ela de modo calmo, realmente ninando-a. Ela nunca tivera isso.


Olivia: Obrigada, papai. – Murmurou sonolenta, e Harry não sabia o tamanho do agradecimento dela. Não era apenas pela primeira ceia de natal, pela primeira boneca, pelo primeiro carinho. Era pela vida que ele estava prometendo a ela. Harry não disse nada, apenas beijou a testa dela. Logo Olivia dormiu. Ele prosseguiu ninando-a, e descobriu que gostava disso. Então que assim ficasse.·.


Enquanto isso, na mansão das Cabello-Jauregui...


Camila: Qual seu problema com Louis? – Perguntou, por perguntar, enquanto tirava os sapatos, dentro do seu closet.

Lauren: É preciso responder? – Perguntou debochada, enquanto retirava o relógio. A pulseira que ela lhe dera permaneceu lá. – Foi um milagre eu não ter lhe furado os olhos, por ter olhado você daquele modo. – Disse, e sorriu ao ouvir o riso dela.

Camila: Não leve Louis a sério. – Disse, voltando pro quarto. Ela usava um hobbie de seda azul marinho. Lauren a observou passar, quieta. – Ele não se leva a sério. – Comentou, passando uma escova pelos cachos do cabelo. Ela foi até os pés da cama e pegou o casaco da morena. Lauren tinha mania de largar peças de roupa na cama, era incrível. Ela já estava acostumada, então apenas apanhou o casaco, ainda penteando os cabelos. Nessa parte reparou que Lauren a olhava – O que houve? – Perguntou, parando a escova no meio dos cabelos.


Lauren se aproximou quieta. Era impressionante como a latina era alheia, quando queria. Camila esperou, vendo ela se aproximar, olhando-a. Lauren usava uma calça abrigo cinza e uma camisa preta de alguma banda.


Lauren: Se vê preciosa, Ma Belle. – Disse, apanhando o rosto dela entre as mãos. Camila sentiu o corpo todo amolecer – Tão linda, tão perfeita em cada detalhe. Queria que pudesse ver como está agora. – Disse a voz sedutoramente baixa – Como é apelativo pra mim. – Ela tocou o pescoço da mulher, coberto pelas safiras.

Camila: Você sempre fala que eu sou apelativa pra você. – Brincou, sorrindo. Lauren sorriu, selando os lábios dela.

Lauren: E você é, a cada segundo. – Disse, deixando a mão abraçá-la, descendo pelas costas, parando em sua cintura, apertando-a pra si. – Mas a cada momento é diferente. – Justificou. Ela apertou a cintura fina de Camila, e sorriu, sentindo a falta de resistência por debaixo do hobbie – Nada? – Perguntou, sorrindo, detectando a falta de roupa dela.

Camila: Eu vou tomar banho. – Justificou, mas sua voz não era tão convicta.

Lauren: É claro que você vai. – Zombou, a voz maliciosa, e Camila sentiu a boca dela empurrar seu hobbie pro lado, expondo o ombro bronzeado. Ao invés de se encolher, ela inclinou o rosto, oferecendo a pele, e Lauren sorriu. – Preciso ver algo, antes de qualquer coisa. – Disse, afastando a boca da pele dela. Camila abriu os olhos, mas ela não a encarava. Desfazia o laço do hobbie. Ela se lembrou da brincadeira dela na casa de Harry, e riu.


Camila levou as mãos aos ombros, afastando a seda azul ela mesma, deixando que escorregasse por seu corpo, caindo no chão junto com sua escova e o casaco dela, revelando sua nudez. Só levava as safiras, agora. Lauren a olhou, literalmente, dos pés a cabeça, lentamente em cada parte, memorizando cada detalhe, até encontrar seus olhos. Camila sorria de canto, esperando ansiosamente. Deus, ela não tinha noção de quão linda estava? Não era consciente de que nenhuma mulher no mundo poderia igualar beleza tão única, tão perfeita em cada detalhe?


Camila: Melhor? – Perguntou, vendo o olhar dela sob seu corpo.

Lauren: Maravilhosamente. – Murmurou, avançando pra ela. Logo havia tomado sua boca em um beijo sôfrego, e ela havia lhe abraçado firmemente pela cintura, enquanto as duas cambaleavam em direção à cama.


E tudo havia começado novamente.

Camila terminou dormindo com as safiras. Quando Lauren, por fim, lhe deu paz, ela, mesmo aos risos do jeito bobo dela, estava tão cansada que se aninhou em seu braço, logo adormecendo. Lauren a observou por instantes, e, Deus,  quão preciosa era. Só em pensar perdê-la outra vez se formava um bolo sufocante em sua garganta. Mas ela afastou os pensamentos. Camila estava ali, em seus braços, e era o que importava. Logo dormiu também.

-

Harry e Olivia acordaram cedo na manhã seguinte, tinham muito que comprar; problema foi acordar Louis. Eles bem tentaram, mas o moreno estava afundado em seu travesseiro. Até que Harry pediu pra Olivia gentilmente se virar. A menina riu, travessa, e se virou, tapando os olhinhos. Isso não impediu que ela ouvisse o tabefe que Harry deu na orelha de Louis, que partiu pra porrada com o irmão. Olivia espiou, rindo, enquanto Harry puxava Louis pela bermuda da cama, fazendo-o cair no chão. Logo os três saíram. Foram comprar tudo pra decoração do quarto de Olivia. A casa de Harry tinha três quartos: O dele, o de Louis (que não era na intenção pra ser de Louis, mas acabou sendo), e o de hospedes, que seria o de Olivia.


Louis: E se aparecer algum hospede? – Perguntou, ainda bocejando.

Harry: Nesse caso eu ponho você pra fora. – Sorriu debochado. Louis riu gostosamente com isso.


Olivia estava quietinha. Levou sua boneca consigo. Foram ela e Harry no carro dele, e Louis em sua picape preta, Hilux, 4x4.


Harry: Você realmente gostou. – Disse, satisfeito, vendo pelo retrovisor Olivia prender a boneca com o cinto de segurança, sentada ao seu lado.

Olivia: É linda. – Admitiu, e deu um beijinho na boneca. Harry sorriu, voltando sua atenção ao trânsito.

Harry: Você nunca teve...? – Ele gesticulou, não falava só de bonecas, mas como de brinquedos, ou jogos que crianças em geral tinham. Olivia entendeu.

Olivia: Não. – Respondeu sincera, ajeitando a franjinha da boneca – Eu e mamãe viajamos muito, e ela disse que não podíamos juntar peso pras bagagens, então eu nunca ganhei uma. – Deu de ombros.


Depois dessa Harry não perguntou mais nada. Mas sua mão se apertou radicalmente no volante. Ele queria que naquele momento, o pescoço de Keana fosse o volante. Logo pararam em uma loja de móveis. Harry disse a Olivia que escolhesse o que ela quisesse, mas a menina prosseguiu quietinha. Tinha medo de pedir demais. Não queria que o pai se irritasse com ela.


Harry:... Então eu achei que vocês podiam ajudar digo com decoração, isso de cortinas, forros de cama... – Disse, no celular – Ela dá a opinião dela, e vocês escolhem, eu não sei bem do que é preciso. – Ele coçou o cabelo, olhando a rua, pela vitrine da loja. O atendente conversava com Louis, e Olivia olhava tudo, quietinha. Dinah assentiu no celular. – Então faz assim...


Harry marcou um lugar pra se encontrar com Dinah e comprar o enxoval de Olivia. Então Louis se aproximou.


Louis: Harry. – Harry o olhou, enquanto guardava o celular. Louis se aproximou o suficiente pra que a conversa passasse imperceptível por Olivia – Eu estou achando ótimo esse seu entusiasmo em montar o quarto dela, em fazer tudo direito, mas você não acha um pouco precipitado? – Perguntou, com as mãos nos bolsos.

Harry: Precipitado? – Perguntou confuso. Olivia tinha 5 anos de atraso em toda e qualquer experiência normal da infância. Harry não encontrava a palavra precipitado em nada.

Louis: Sabe que não é assim. A guarda dela é de Keana, e mais cedo ou mais tarde ela vai aparecer. – Lembrou. O olhar de Harry endureceu.

Harry: Keana é problema meu. Eu vou cuidar dela. – Prometeu, e era uma ameaça – Além do mais... Eu quero a menina.

Louis: Essa pra mim é novidade. – Disse, achando graça – Não era você que não queria filhos?

Harry: Eu não queria. E se fosse pra minha escolha, eu não teria, muito menos agora. Mas não foi me dada opção. Ela é minha filha. Vai ter tudo o que tiver direito de ter, e vai ter debaixo dos meus olhos. – Ele respirou fundo – Nem que eu tenha que mover céus e terra em um processo, nem que pra isso eu vá preso, ela não volta pra mão de Keana. – Concluiu. Louis assentiu, vendo a seriedade do irmão – Porque ela não se move, não escolhe nada? – Perguntou, agora olhando Olivia, parada perto de uma cama, abraçada a sua boneca.

Louis: Na verdade, - Começou, sorrindo – Ela tem bastante estômago. – Harry ergueu uma sobrancelha – Ela está acostumada a não ter nada e você lhe oferece tudo. – Explicou – Se fosse eu, já teria saído correndo e gritando. – Admitiu, satisfeito. Harry coçou o cabelo de novo.

Harry: Olha ela pra mim um instante. – Disse, e saiu. Louis rosnou, por ficar sem direito a resposta, mas ficou lá.


Logo Harry voltou. Trazia um urso de pelúcia gigante nos braços, grande até pra ele. Era cor de caramelo, e tinha um laço no pescoço. Ele parou atrás de Olivia, e se ajoelhou, se ocultando atrás do urso.


Harry: Bu! – Disse, e a menina se virou, se deparando com o urso.

Olivia: Ca-ram-ba. – Murmurou, os olhinhos azuis arregalados.

Harry: Presente. – Disse, a cabeça aparecendo do lado do urso.

Olivia: É meu? – Perguntou, um sorriso alegre nascendo no rosto – Obrigada! – Agradeceu e pulou em cima do urso, abraçando-o e consequentemente abraçando Harry. O moreno riu, cambaleando e segurando ela e o urso.

Harry: Que tal agora escolher seu quarto? – Perguntou, tirando o urso do caminho e arrumando o cabelo dela. Olivia assentiu, e ele se levantou, pegando o urso em um braço e a mão dela em outro. Então ela falou.

Olivia: Porque você me dá presentes? – Perguntou, acanhada. Harry a olhou, e sorriu.

Harry: Porque eu sou seu pai. Porque eu gosto de você. – Disse simples. Um sorriso lindo iluminou o rosto da menina. Então ele fez uma careta – Só não me peça um cachorro. – Pediu, franzindo o cenho. Olivia riu.


Então eles foram. Compraram tudo: Cama, colchão, um enorme guarda-roupa, uma poltrona, prateleiras de madeira, dois criados mudos e uma escrivaninha. Logo se encontraram com Camila, Lucy, Dinah e Ally, que compraram mais roupas pra Olivia, fora dois tapetes de pelúcia, um branco e um rosa (Ally respondeu que era pra variar, quando enjoasse da cor de um. Harry revirou os olhos com isso.), montes de jogos de cama, travesseiros, cortinas, abajur, fora produtos de higiene. Por fim, nem a traseira da pick-up de Louis aguentou a metade das caixas. Revezaram entre os carros. Olivia estava corada de tanta alegria, todos conversavam com ela, perguntavam como ela queria tudo, como ela preferia. Chegando em casa foram trocentas mil subidas e descidas de elevador, conseguiram por tudo dentro de casa. A sala de Harry virou um pandemônio. Só que houve uma surpresa; quando chegaram, Robert já estava lá.


Robert: Tome. – Disse, entregando uma pasta a Harry. Louis parou no caminho, com o colchão na cabeça.

Harry: Isso é...? – Perguntou, abrindo a pasta.

Robert: É o que vai impedir a sua prisão por rapto de menor quando a mãe dela aparecer. Foi por isso que eu sai ontem, mas não há muitos juízes disponíveis na noite de natal. – Sorriu debochado – Esse documento te cobre, pelo menos pela parte da lei, quando acontecer. – Se resumiu.

Harry: Não tinha pensado nisso. – Disse, lendo a primeira folha da pasta – Obrigado. – Robert deu de ombros.

Robert: Alguém tem que ver o lado jurídico da coisa. Eu não estudei anos de advocacia só pra ter um diploma. – Disse simples.

Louis: Mas ele é um gênio, não é? – Perguntou, se virando pra ir à direção de Robert, rindo. O colchão quase derrubou Ally, salva pelo marido que a carregou e puxou do alvo. Mas bateu na cabeça de Harry.

Harry: Sai daqui. – Rosnou. Olivia ria. – 3, 2, 1...


Mas Louis já havia ido. Logo era uma força tarefa. Os homens montavam os móveis, as mulheres cuidavam do resto. Louis cantava a plenos pulmões. A casa de Harry nunca esteve tão movimentada.


Lauren: Um, dois, três. – No três ela forçou o tampo da escrivaninha. Louis ajudava do outro lado. O tampo se encaixou no lugar. Lauren pegou a furadeira no chão, junto com uns parafusos. Vinha conversando com Louis há um tempo, desde que este parara de cantar. Harry e Robert cuidavam do guarda-roupa, e Shawn montava um dos criados mudos.

Louis: Sabe, você é legal. – Disse, tirando a tela de proteção lateral da escrivaninha. – Sem contar que estupidamente bonita.

Lauren: Você também é. – Falou, ignorando o cortejo – Fora o modo desagradável como insiste em olhar minha mulher. – Disse, e apertou o botão, ligando a furadeira, e sorrindo ameaçadoramente. Louis riu.

Louis: Nada pessoal. – Garantiu – Só fui informado que daqui a meses ela vai estar livre de você. Achei melhor colocar meu nome na lista de espera, porque já deve ter uma.

Lauren: Não há lista. – Rosnou, pondo um parafuso no lugar – Vejo que conheceu Dinah Jane. – Disse desgostosa.


Então as mulheres entraram no quarto. Camila foi até Lauren, se abaixando pra abraçá-la pelo peito, beijando seu rosto. Lauren sorriu, deliciada, e Louis riu.


Camila: Almoço, senhorita construtora. – Disse no ouvido dela, beijando-o em seguida.

Lauren: Vou só terminar aqui. – Disse, mostrando os parafusos. Camila assentiu, e selou os lábios com os dela, saindo. Lauren observou, satisfeita – Acha mesmo que eu vou embora? – Perguntou, sorrindo. Louis riu.


Todos foram almoçar. Harry almoçava com Olivia no colo, todos espalhados pelos cantos da casa, em meio de caixotes de papelão. Assim que terminaram de comer, a louça foi retirada, resolveram descansar um pouquinho antes de voltar ao trabalho. Lauren se abraçou a Camila, perto da janela. Shawn sentou com Ally perto de Lucy e Austin. Dinah fora lavar a louça. Harry encostou-se a um sofá, com Olivia no colo. Louis sobrou de pé. O interfone chamou, e o moreno atendeu. Murmurou algo breve e desligou. Quando se virou pros outros, seu rosto estava impassível.


Louis: Keana está subindo. – Anunciou, e era só.

-


Notas Finais


OOOOOI MORES, VOLTEY
Não sei vocês, mas esse cap sempre me deixa emocionada, fico com muita peninha da Olivia e ao mesmo tempo feliz pelo Harry querendo dar uma vida de verdade à ela.
E ahh, eu tive o cuidado de procurar e colocar uma imagem condizente com o conteúdo do cap em cada um deles, e fiquei satisfeita com o resultado. Se puderem deem uma olhadinha, alguns ficaram maravilhooosos.
Também vou usar agora números romanos para os títulos dos caps, acho que fica mais esteticamente bonito assim.
Por hoje é só, comentem muuuuito.
Beijos ♥
(Qualquer dúvida ou se quiserem só bater um papo, me procurem no Twitter: @CamrenSeduce)


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...