História P.S.: Just You Can Save Me - One

- Você vai ficar bem, né? - Minha vó me encarou com os seus olhos cor de chocolate cheios de lágrimas.

- Vou sim, vó. - Encarei ela com um sorriso no rosto. A verdade era que eu só sorria para ela pra ela achar que eu já estava bem. Se ela visse um pingo de lágrimas nos meus olhos eu não poderia mais ir para a Coreia do Sul.

- Prometa para mim que vai comer bem! - Minha vó agarrou as minhas mãos e seus olhos puxados demonstravam preocupação.

- Realaxa vó. Eu prometo que vou me cuidar. - Mentira - Vou ficar longe de coisas que cortam - Mentira - Vou arranjar alguém pra desabafar o mais rápido possível. - Mais uma mentira.

Minha vó suspirou aliviada.

- Vou sentir sua falta, querida.

- Também vou sentir sua falta vó. - Dei um beijo em sua bochecha e a abracei rapidamente.

Então me afastei em direção ao avião.

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Eu nunca tinha visto tantas pessoas com traços asiáticos juntas. Tipo, em toda a minha vida, no mei círculo de pessoas conhecidas eu só tinha conhecido minha mãe e minha vó com esse traços. Sorri, meio impressionada. As pessoas ao meu redor se encontravam e se abraçavam. Me afastei daquele lugar e pedi para o taxista me levar para o endereço da minha nova casa.

Entrei no carro.

O taxista me levou para a minha casa. Pageui ele e saí do carro. Entrei no prédio pequeno e falei com o proteiro. Falei para ele que eu era a nova moradora.

A propietária do apartamento 707.

Cheguei no meu apartamento pequeno e aconchegante.

O apartamento não tinha sofá. Não tinha nenhum móvel na verdade. Mas eu encontrei um colchão meio velho a acabado lá. No colchão tinha um bilhete.

" Esse colchão é pra você não dormir no chão enquanto não compra os móveis. Se alimente direito

Vóvó"

Suspirei e deitei no colchão. Eu teria que arranjar um emprego. E logo.

Fiquei pensando nas possibilidades de emprego e sem perceber cai no sono.

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Acordei com o meu celular tocando. Olhei para o visor e percebi que era a minha vó.

- Alô- Falei com uma voz sonolenta.

- S/N! Liguei pra ver se você estava bem. Já devem se 7 da manhã aí, para de dormir e vai procurar emprego! - E desligou sem nem falar mais nada.

Levantei da cama e tomei um banho. Coloquei uma calça jeans rasagada, uma blusa preta grande e larga (ela chegava nas minhas coxas), uma jaqueta de couro também preta e um boné branco da Adidas.

Sai do apartamento e o tranquei.

Por enquanto eu teria que arranjar só um bico para conseguir me sustentar.

Passei o dia inteiro procurando por um emprego e quando estava quase desistindo eu passei na frente de um café e vi um anúncio na entrada falando que estavam a procura de funcionários. Entrei na loja e fui para o caixa.

- Posso falar com o gerente?

A menina era loira e seus olhos castanhos. Sua pele era clara e suas bochechas rosadas. Ela sorriu oara mim.

- A gerente.

- Como?

- A gerente é do sexo feminino.

Encarei ela.

- Então posso falar com ela?

- Depende... - Ela olhou para mim. - Se for para fazer alguma reclamação nós temos uma caixinha bem ali. - Ela apontou para um caixinha rosa com um buraço para depositar as reclamações.

- Não é isso. - Suspirei.

- Então o que é? - Ela me encarou com medo. - Você vai avisar para ela que vai nos processar???

Ri fracamente.

- Também não. Tudo o que eu quero é um emprego. Me mudei para cá ontem e preciso de um emprego para conseguir me sustentar. E também enquanto eu não encontro algo que dê mais dinheiro.

Ela sorriu.

- Ah! Que bom que você veio pra cá. Essa é uma cafetaria nova. Por isso precisamos de funcionários.

- Então pode me levar para a gerente?

- Claro! - Ela abriu um sorriso enorme. - Venha! Me siga. Ela saiu de trás do balcão e entro em uma salinha que provavelmente era o local de descanso dos funcionários. Lá havia um sofá grande, um poltrona, uma tv, um mesinha com um computador e uma outra mesinha com frutas.

Então a menina entrou pela portinha do lado contrário da que eu entrei. Segui ela e vi que eu entrei em um escritório. Com alguns quadros nas paredes, uma mesa no meio com um computador e um monte de papéis espalhados. Uma mulher trabalhava lá. Seus cabelos negros presos em um coque bagunçado, sua pele branca bem tratada, seus olhos verdes, ela usava uma blusa azul.

- Unnie, essa moça disse que se interessou pelo trabalho.

A mulher levantou os olhos do seu trabalho e olhou para mim.

- Você tem currículo?

- Sim. - Procurei o currículo na minha bolsa e entreguei pra ela.

Ela pegou o currículo e leu. Então ela olhou para mim. Você não é exatamente a pessoa mais confiável por vir de um outro país. Mas como eu gosto muito dos brasileiros, eu vou fazer um teste com você.

- Que tipo de teste?

- Bem, esteja aqui amanhã às 7:00 da manhã. Vou avaliar como você trata os clientes. Por enquanto você será apenas garçonete e estará sendo observada por uma semana. Se eu não notar nada suspeito eu deixo você trabalhar aqui. E então eu te explico tudo o que tem que ser explicado quando você receber seu uniforme.

Fiz um reverência como eu via que faziam nos doramas coreanos.

- Muito obrigada... - E então percebi que não sabia o nome dela. - Hãnnn... Qual é o seu...

- Me chame de Sook. - Ela abriu um sorriso para mim. - E esta é a Sun Hee. - Ela apontou para a menina que me atendeu.

- Prazer Sun Hee, meu nome é S/N.

Ela sorriu.

- O prazer é todo meu. - Ela me abracou. - Agora eu tenho uma colega de trabalho!!

Sook riu.

- Assim você vai assustar ela, Sun!

- Desculpa S/N! Desculpa unnie! - Ela se afastou e eu ri um pouco.

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Cheguei em casa cansada e deitei na cama. Fechei os olhos um pouco. Mas eu não tava conseguindo dormir.

Levantei e fui para a cozinha ver se tinha algo para comer. E então lembre que tudo que tinha na minha casa era meu colchão velho.

Sai de casa e fui para o mercadinho perto do prédio. Comprei um macarrão pronto apimentado e quando ia pagar no caixa vi que tinha lâminas.

Não faça isso de novo.

Hesitei um pouco mas peguei as lâminas. O moço do caixa me olhou como se tivesse medo que eu começasse a chorar ali mesmo.

Paguei tudo e fui pra casa. Cheguei lá e esquentei uma água no microondas minúsculo que eu não tinha percebido estar lá. Coloquei a água no macarrão pronto e esperei ele ficar pronto.

Enquanto esperava ele ficar pronto eu fui ver as fotos do meu celular. Me arrependi de fazer isso.

Fotos com a minha mãe eram uma lembrança dolorosa de que eu não tinha mais ela na minha vida. Olhei para as lâminas com receio.

Então olhei pro macarrão e pensei que comprar ele foi um desperdício. Eu não estava mais com fome. Deixei o macarrão na bancada da cozinha e peguei uma lâmina no pacotinho.

Fui para o banheiro e entrei na banheira. Liguei a água e sentei.

Encarei a parede branca à minha frente e comecei a chorar. Tudo que estava preso dentro de mim saiu em lágrimas. Todas as dores que eu sentia.

Olhei para meu ante-braço maracado de cicatrizes. Peguei a lâmina e encostei no ante-braço.

Pov. Taehyung

Eu estava no meio de uma reunião com os meninos quando senti aquela dor de novo ante-braço.

Há quatro anos atrás eu comecei a sentir essas dores todas as manhãs. Eu estava aliviado que ulitmamente eu não sentia mais isso, mas então começou de novo.

- Ahhh! - Gritei e agarrei o meu pulso.

Todos olharam para mim, preocupados.

- Argh! - Apertei o pulso no intuito de fazer a dor desaparecer.

- Você tá bem? - Seokjin perguntou com preocupação.

- Aquela dor de novo? - Jimin se aproximou um pouco mais de mim e me abraçou como se quisesse fazer a dor desaparecer.

Concordei com a cabeça.

- Como é essa dor? - Jungkook também estava preocupado.

- Como se... - Apertei mais o pulso. - Como se uma lâmina estivesse resgando a minha pele.- Como se... - Apertei mais o pulso. - Como se uma lâmina estivesse resgando a minha pele.