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História P.s: Matei um cara. - Arquivo 1- parte 4


Escrita por: Celinn

Capítulo 5 - Arquivo 1- parte 4


Certo. Vou te dizer: Eu fiquei furioso.

Não apenas com Elliot, que além de ter me traído daquele jeito, ainda me arrastou de volta pra delegacia. E também não com Lindsay Wilson que não pode cumprir seu papel simples de apenas morrer na droga do galpão. Não. Eu estava furioso comigo mesmo e com o quanto eu consigo ser idiota de vez em quando.

Quer dizer, eu estava com um problema bem grande naquele momento. E não era o fato de ter uns dez policiais me encarando como se eu fosse o anticristo que estava me dizendo isso. Apenas aconteceu de eu estar com aquela sensação de que algo muito, muito ruim ia acontecer muito em breve. E eu nem precisei dormir e sonhar com algum tipo de massacre para chegar a essa conclusão.

— Muito bem, senhor Johnson. Vamos ver o que temos aqui. —Um agente, não Elliot ou careca bundão de antes, entrou bruscamente na sala de interrogatório. Ele puxou a cadeira a minha frente e se sentou com a minha ficha em mãos, folheando lentamente cada página. — Parece que você tem muitas ocorrências para tão pouca idade...

Bem, eu tive vários motivos para não ter gostado dele de cara. Primeiro que eu estava esperando que Elliot tivesse um mínimo de dignidade e viesse pessoalmente me explicar que droga ele estava pensando quando fez aquilo, e não simplesmente me mandar um agente qualquer. Segundo que ele estava arrogante demais para alguém que não parecia muito mais velho do que eu. Quer dizer, é claro que ele era. Só não aparentava. E terceiro que ele me chamou de “senhor Johnson”.

— Hey. — Eu disse, colocando as mãos sobre a mesa, sem esconder o mau humor. — Onde está Elliot?

O agente- seja-lá-qual-for-seu-nome levantou os olhos para mim com um sorrisinho. O sorrisinho, por falar nisso, foi o quarto motivo.

— Bennacci não pegou o seu caso dessa vez. — Ele comentou. — O que é bom. Já que você parece ter ficado muito acostumado em ser mimado por ele.

Revirei os olhos.

—Ah, certo. — Foi minha vez de sorrir e levantar os pulsos algemados. — Como pode ver, ele foi um amor de pessoa comigo.

Sem falar que Elliot fez questão de deixar bem claro que “não temos nenhuma relação”. É, certo. Eu podia viver com isso. Mesmo que, eu tenha sido meio iludido por um ou dois anos, pensando que tivéssemos um mínimo de coleguismo, eu podia viver muito bem com isso.

— De qualquer forma... — O agente continuou. — Estarei responsável por você de agora em diante.  Meu nome é Seth Cooper.

Eu achei muito engraçado aquilo. Digo, ele dizer “estarei responsável por você” e tudo mais.  Fez com que eu me sentisse um cachorrinho passando de dono em dono. Talvez tenha sido por isso que não fui cortês quando respondi:

— Prazer em conhecê-lo, agente Cooper. Agora, vamos pular a parte em que você tenta parecer legal e comece logo a perguntar. Estamos aqui pra isso, afinal.

O agente Cooper balançou a cabeça para mim e virou a ficha em minha direção. E eu precisava concordar. Estava muito longa pra alguém que nunca fez nada de errado. Pelo menos, não exatamente.

—Eu ouvi dizer que você daria muito trabalho... — Comentou com certa graça. — Bem, então vamos começar pelo básico: Por que sequestrou Lindsay Wilson?  —A pergunta soou em um tom de voz ríspido. Não mais bem humorado como antes.

E eu arqueei as sobrancelhas. Afinal, ele realmente estava me perguntando “por que” eu sequestrei Lindsay?  “Por que”?

Dessa vez eu precisei rir.

— Ok. — Eu disse a ele. — Você quer saber por que eu, um garoto que pesa menos de setenta quilos e tem menos de um e oitenta de altura, sequestraria uma garota mais alta, mais pesada, mais forte e com mais habilidade motora? Ah, bem, Você sabe. Motivos infinitos...

Ele estreitou os olhos.

— Isso é sarcasmo?

— Totalmente. — Sorri. — A sua pergunta foi sem sentido, caso não tenha percebido. Afinal, não se trata do por quê. E sim, do como eu faria isso. Ou você está achando que é fácil pra alguém como eu dopar uma garota, que como eu disse, é bem maior em vários sentidos?  Em uma escola, por falar nisso.  E ainda arrastá-la até o outro lado da cidade. Sem contar que eu sequer tenho um carro. Ou melhor, eu nem sei dirigir. E não tenho dinheiro pra pagar alguém pra fazer isso por mim. Ou amigos.

Cooper apertou os lábios e assentiu com a cabeça.

— Preciso concordar que você tem uma boa lábia. — Ele bateu as pontas dos dedos na mesa. — Você está fazendo o papel do seu próprio advogado? Ouvi dizer que você se recusou a chamar alguém pra te defender. Seu excesso de autoconfiança é admirável.  Mas nós ainda temos o depoimento da garota...

— É. Vocês têm. — Eu concordei. — Embora seja um pouco cedo para acreditar nas palavras de alguém que está psicologicamente perturbada. Uma garota assustada como ela, pode ter visto qualquer coisa naquela situação. Digo, se ela tivesse dito que viu o presidente, ao invés de mim, vocês teriam invadido a casa branca?

É. Eu sei. Era um blefe. Um dos mais cruéis que eu já soltei. Mas ainda era um argumento.

—Temos o testemunho de duas pessoas contra você. De dois casos diferentes, onde em todos eles você aparece envolvido de alguma forma. Temos fotos suas em mais de vinte cenas de crimes e a suas digitais foram encontradas em mais de dez cadáveres. Sem falar que falou na frente de uma equipe inteira de policiais que Lindsay “deveria” estar morta. — Agente Cooper se recostou na cadeira. — Espero que tenha uma explicação lógica pra isso também. Por que é nisso que eu estou curioso.

Eu o encarei e... É, ele realmente não parecia mais velho do que eu. Vinte e três ou vinte e quatro anos no máximo. Parecia satisfeito com aquele sorriso na cara e tudo mais. E ao contrário de Elliot, tinha os cabelos e os olhos claros. Não parecia ser do tipo que acreditava na verdade. Pelo menos, não na minha.

Suspirei.

— Me diga... — Falei com a voz baixa. — Se eu te contar que você irá morrer em menos de meia hora, por que alguém vai atirar na sua cabeça... Você acreditaria ou prestaria queixa contra mim?

Isso fez com ele voltasse a sua pose ereta inicial, e ainda soltasse um sorrisinho nervoso.

— O que?

— Eu não tenho problemas em falar a verdade, agente Cooper. Vocês é que estão tendo dificuldades em aceita-la. — As algemas fizeram um barulho engraçado quando as arrastei na mesa. — Fui eu quem deu o endereço de localização de Lindsay. Por que eu sonhei com ela noite passada. Morrendo. Por isso ela deveria estar morta.

A expressão incrédula dele vacilou por segundos. Se eu não estivesse encarando-o de forma tão firme nem teria percebido.

— Ah! — Ele disse por fim. — Você é o garoto que disse que podia prever o futuro ou algo assim? — Riu. — É, certo. Vamos aproveitar e acrescentar um exame toxicológico...

— Não precisa. — Eu o interrompi. — Já fiz isso mais de quarenta e cinco vezes nos últimos dois meses. Em todas as outras situações em que estive aqui, pra ser mais exato. Falando a mesma porcaria que eu acabei de te falar. Mais de quarenta e cinco vezes! É muito número para ser coincidência, não acha?

Agora ele estava me encarando seriamente.

A minha loucura geralmente deixa as pessoas desconfortáveis. Eu sei. Ninguém acredita facilmente nesse tipo de coisa. Mas é bem fácil desestruturar uma pessoa quando você diz a ela que ela irá morrer.

Ninguém quer morrer, afinal!

Embora eu estivesse apenas brincando quando disse aquilo a ele.

Agente Cooper abaixou a cabeça e começou a escrever algo como um relatório. Eu não sabia dizer se ele ainda queria perguntar mais alguma coisa ou tinha finalmente aceitado o fato de que aquilo não nos levaria a nada.

Acredito que que tenha sido a segunda opção, já que ele perguntou em seguida:

— Devo entender então que você irá negar todas as acusações?  Sabe que se fizer isso teremos que levá-lo a julgamento, certo? E que a pena poderá ser muito maior?

Assenti e estava preste a concordar. Mas a porta da sala foi aberta.

Por Elliot.

E eu fiquei bem feliz em saber que ele ainda estava vivo.

E depois quis mata-lo por lembrar o fato de que ele ainda estava vivo.

— Isso vai ter que esperar, Cooper. — Ele falou vindo em minha direção. — O supervisor quer falar com ele.

O agente Cooper arrastou a cadeira ruidosamente para trás e se virou para ele com o cenho franzido.

— Pensei que você estivesse fora desse caso...

—E eu estou. — Elliot respondeu, fazendo gesto para que eu me levantasse. — Eu apenas vim busca-lo.

— Por quê?

Elliot o encarou com as sua magnifica cara feia.

— Você ouviu alguma coisa do que eu falei desde que entrei aqui? George Fox quer falar com ele. — Repetiu de forma lenta.

Cooper não parecia feliz. E eu estava feliz por ele não parecer feliz. A infelicidade dele podia significar futuras alegrias. Pra mim, lógico.

— Você acabou intervindo por ele, não é? — Ele chiou indignado. — Qual o é o seu problema com esse garoto, Bennacci?

Elliot suspirou não muito abalado.

— Eu não tenho um problema com ele. Ele é quem tem problemas comigo. — Oh, certo! Até porque fui eu quem mentiu e o algemou, não é?  — De qualquer forma, eu preciso leva-lo comigo. Agora.

Elliot empurrou minhas costas porta a fora sem se importar muito se o agente Cooper ia gostar ou não daquilo. Ele, aliás, não parecia estar se importando com muita coisa o dia todo. E também não estava falando comigo.  Mas tudo bem essa parte. Eu também estava irado de mais pra puxar assunto com ele; então apenas deixei que ele me guiasse em silêncio.

Ou ao menos era o que eu pensava, até Elliot me puxar pra um ponto cego da Delegacia e tampar minha boca com a mão, antes que eu sequer tivesse a chance de falar qualquer coisa.

— Inferno, Nicholas! Será que você realmente não consegue ficar um dia sem causar problemas para os outros? — Ele sussurrou de repente. Embora em meus ouvidos tenha parecido um berro. —Não era pra você ter ido atrás de Lindsay daquele jeito! Por que você nunca faz o que eu digo?

Precisei me debater por um tempo para poder tirar a mão dele de cima da minha boca.

— Eu também disse a você pra não dar uma de herói, droga. E você não ouviu. — Sussurrei de volta. — E eu não fui atrás de Lindsay. Fui atrás de você.

— E você acha que alguém aqui se importa? Isso não vai mudar o fato de ter complicado muito a sua situação. E a minha situação também, por falar nisso. Você tem ideia do que pode acontecer agora?

— Ah, francamente, Elliot! Quem complicou a sua situação foi você mesmo. E esse, inclusive, foi o motivo para eu ter ido atrás de você. E olha só — Levantei meus pulsos algemados para ele. — Muito obrigado por mostrar o quanto de consideração você tem por mim, mas se você queria tanto assim me ver algemado, bastava pedir, sabia?

Ele parecia chocado e absurdamente furioso. O que era bom. Porque ao menos Elliot não estava mais me tratando com descaso.

— Não seja infantil, Nicholas! — Dessa vez ele não conseguiu conter a voz. — Eu tenho o meu trabalho. E era isso que eu estava fazendo quando salvei aquela garota e coloquei essas algemas em você. Então eu posso aguentar o que for de cabeça erguida, porque ao contrário de você eu não estou com medo. — Lá vem ele com sua filosofia de vida barata. — Lindsay tem a sua idade. Ela tem sonhos também! Eu deveria simplesmente ficar parado vendo uma garota morrer na minha frente por causa do seu egoísmo?

— É! Você deveria. — Devolvi. — Porque agora, os sonhos de Lindsay foram para o ralo de qualquer forma e tudo que restou é uma garota traumatizada. E agora, advinha quem está na linha de frente pra morrer também? E acredite, eu não quero ter que acordar um dia sabendo que a pessoa do sonho era você. E mais, Elliot, o que você chama de medo, eu chamo de bom senso. Não é só você que vai pagar pelo que fez. Não ache que a vida é justa e tudo é olho por olho. Verdadeiras pessoas inocentes, que não mereciam, serão envolvidas nisso por causa do seu egoísmo, não do meu!

Isso pareceu ter desconcentrado Elliot da bronca que ele supostamente ainda queria me dar. Na verdade, eu diria que ele paralisou. E ficou assim, até eu me dar conta de que o que o rosto dele me mostrava não era raiva ou algo do tipo.

Era decepção.

— Você é uma pessoa realmente inacreditável. Eu realmente não sei porque eu ainda tento. —Foi o que ele falou antes de agarrar novamente o meu braço— Meu supervisor que falar com você. E, se você já estiver satisfeito, tente não causa mais uma cena por hoje.

—Vai me jogar no covil dos leões duas vezes no mesmo dia?

— Sim, eu vou. — Ele respondeu ríspido. —Se isso for o único jeito, é exatamente o que farei. Alguém tem que tirar você dessa bagunça.

— E é você quem vai fazer isso? — Não que eu estivesse desdenhando de Elliot. Claro que não. Mas cá entre nós, ele não é o tipo de pessoa que coloca a mão no fogo por alguém. Muito menos se esse alguém for eu.

Ele me parou pela segunda vez.

— Escuta — Falou entredentes. — Nesse momento eu sou a única pessoa que ainda está disposta a estar do seu lado e te ajudar. Então gostando ou não, eu sou a única pessoa que você tem. Agora, se você realmente não quer acabar indo a julgamento, cale a boca e me deixa trabalhar. Certo?

Aquilo foi o sinal de que eu havia levado Elliot a seu limite máximo de paciência. E que eu também não teria outra opção a não ser concordar. O que é claro, foi o que eu fiz. Deixei que Elliot me guiasse o resto do caminho sem dizer mais uma palavra.

A sala para qual fui arrastado, por falar nisso, não era muito diferente de qualquer outra sala que eu já não estivesse estado antes naquela delegacia. O que basicamente quer dizer que era pequena e amontoada de papel.

A diferença foi que o babaca careca de antes estava me esperando dessa vez.

— Olá, Nicholas. Eu sou o tenente George Fox, nos encontramos hoje cedo, não foi? — Ele falou de forma resignada. — Espero que ainda tenha energia para mais uma conversa.

— Ah, claro! — Eu disse. — Conversar com a polícia é a coisa que eu mais gosto de fazer. Na verdade, é bastante terapêutico.

Se ele percebeu o sarcasmo, não falou nada. Mas pelo canto do olho pude ver o olhar de censura de Elliot sobre mim.

— Você é uma pessoa bastante...Peculiar, não é mesmo? — O careca apontou para mim. — Eu estive observando você pelas últimas horas. — Ele virou a tela do computador, onde eu pude ver pelas imagens de uma câmera de segurança a sala de interrogatório em que eu tive uma conversa afável com o agente Cooper. — Você se saiu realmente muito bem. Eu quase acreditei que você realmente não tinha nada a ver com tudo isso...

— Isso é porque eu realmente não tenho. — Falei francamente.

Ele balançou a cabeça para mim e sorriu.

— Eu diria que isso é uma questão de perspectiva. — A voz saiu firme. — Alguém que realmente não tem nada a ver com isso não teria ido àquele armazém. Considerando que, supostamente, ninguém sabia sobre o paradeiro de Lindsay. — Ele me encarou novamente. — Então como você poderia saber?

— Deus... — Suspirei. — Você não quer que eu repita a mesma coisa que eu disse ao agente Cooper. Quer?

— Ah, não. Eu já imagino que você começará com aquele assunto de vidência de novo. — Ele dispensou. — O que estou dizendo é que na sua atual situação eu posso apenas te dar duas opções. Ou melhor, nós só chegamos a duas conclusões.

— Que são...?

O tenente Fox suspirou, como se algo grande estivesse para vir.

— Bem... — Ele disse. — Ou você é, de fato, o principal suspeito, como eu acho e quase todo mundo aqui concorda... — Ele levantou o olhar em direção a Elliot. — Ou você é apenas a nossa mais importante testemunha. Como o senhor Bennacci insiste em dizer.  

Acho que ele ficou esperando uma grande comoção da minha parte ou algo assim, visto que ele fez uma pausa e me encarou por alguns segundos. Até perceber que eu ainda não havia visto sentindo naquilo.

— A verdade é que devido os atuais fatos, nós ainda lhe devemos o benefício da dúvida. — Ele explicou. — E levando em conta que eu ainda não entendi se você é ridiculamente esperto ou absurdamente burro, resolvi que daria uma chance...

Ele deixou a frase no ar. Mesmo assim eu entendi.

Deixei que uma risada escapasse, mesmo que nada ali fosse consideravelmente engraçado.

— Você precisa que eu ajude. — Concluí. — Quer saber o que eu sei, mas não como eu sei. Sabe, esse é o problema de vocês. Todos vocês. Sempre querem alguém para fazer o trabalho sujo.

— Não é uma “ ajuda” — Ele soou quase ofendido. — Estou falando para você colaborar, por que caso não tenha ficado claro, você ainda é um suspeito. E você não tem muita opção.

Revirei os olhos.  

— Eu nunca disse que não ia ajudar. Apenas comentei o fato do orgulho de vocês ser uma droga. — Esclareci. — Mas o que exatamente você quer? Um perfil?

— Nós já fizemos um perfil, Nicholas. Ele nos levou a você. — Oh, nem tinha notado... — Eu preciso de provas realmente concretas a seu favor. Então eu resolvi considerar o fato de que Bennacci foi uma das pessoas presentes noite passada e aceitei o fato dele...

Eu parei de ouvir o tenente Fox depois disso.

Mas não porque o que ele estava falando fosse muito desinteressante ou algo assim. Quer dizer, até era. Mas não foi isso. Muito pelo contrário.  Porque de repente ele me fez lembrar que eu estava deixando algo passar. Algo muito importante. E que mudava completamente toda a situação.

— Hey, Elliot! — Eu cortei o tenente Fox no meio do discurso. Peguei não apenas ele, como Elliot, de surpresa. — Ontem à noite... Tinha mais pessoas com você naquele armazém?

Acho que nenhum dos dois homens na sala estava esperando aquilo de repente. Mas eu não tinha tempo para deixar o careca Fox terminar o que ele falava ou esperar Elliot elaborar uma resposta.

— Mas é claro! — Ele respondeu como se eu fosse estupido, o que de fato, era como eu estava me sentindo. — Eu chamei reforço. Minha equipe estava comigo.

Senti meu coração bombeando muito rápido dentro do peito. O meu nível de adrenalina estava subindo e isso não era nada bom.

Meu Deus, como eu pude ser tão burro? Como deixei algo tão obvio passar? 

Meus olhos estavam fixos em Elliot. Inertes e provavelmente exalando panico. 

— Não foi você, não é? — Eu falei a ele. — Que salvou Lindsay. Não diretamente. Você mandou seus homens entrarem primeiro, não foi?

Elliot franziu a testa. Ele ainda não tinha entendido o meu ponto.

— Que diferença isso faz? — Ele me pareceu tão ingênuo naquele momento que eu senti pena.

 Mas eu não respondi a ele. Na verdade, voltei a encarar o tenente Fox que me olhava emburrado pela repentina intromissão, sem nem ao menos ter ideia da tempestade que estava por vir. Então achei que o minimo que eu podia fazer era dizer a eles.

E foi o que eu fiz.

Tomei fôlego e contei minha conclusão final a eles:

— Eu espero que você não esteja muito ocupado, tenente. — Falei exausto. — Porque eu acho que teremos uma equipe inteira de policiais mortos ainda hoje...



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