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História Tudo que eu precisava - Capítulo II


Escrita por: LeAnyBieber

Notas do Autor


Volto domingo...

Capítulo 3 - Capítulo II


Fanfic / Fanfiction Tudo que eu precisava - Capítulo II

Narrador Point Of View.

15 de Agosto de 2015 03:57 A.M

– Ela dormiu? — Nicolas perguntou assim que sua mulher cruzou a porta do quarto do casal.

– Dormiu — Os olhos da mulher marejaram, ao lembrar do medo pautado na face da filha. Sem aguentar mais segurar as lagrimas ela desabou. Sua armadura rachava a cada segundo em que seu olhar pairava em Amy. Angelina andou em passos curtos e arrastados até a cama, Nicolas a abraçou tentando passar conforto e segurança, mesmo estando tão quebrado quanto ela.

– Ela vai melhorar. Tudo vai ficar bem. — O homem disse, tentado convencer a si mesmo.

– Não, Nicolas. Eu estou perdendo as esperanças e fazem apenas três dias que ela recebeu alta do hospital. Nossa filha não chega perto de você, do próprio pai ela tem medo. Como consegue lidar com isso? Ela era a sua menina, era para você que ela corria quando se machucava, ou quando teve sua primeira desilusão amorosa. Sempre foi você Nicolas e agora nem no mesmo cômodo que você ela fica. — A loira desabafou. Ele tentava ser forte, mas aquilo o machucava tanto quanto a sua mulher.

– Nós vamos conseguir. Ela vai se recuperar. Vamos ligar para o psicólogo que a doutora nos indicou e marcar uma consulta.

– Como quer leva-la a um psicólogo, um homem, sendo que nem dos avôs, tios, primos ou qual quer pessoa do sexo masculino ela se aproxima? Como acha que ela iria reagir?

– Ele é um psicólogo, irá saber lidar com a situação. Agora descanse, você precisa dormir. — Ele depositou um selinho nos lábios da mulher e um beijo em sua testa, então abraçando o corpo quente de sua amada.

Justin Bieber Point Of View

15 de Agosto de 2015 07:50 A.M

Desde a minha discussão com Miranda, as coisas melhoraram, não muito, mas já é um começo. Nada que possa fazer um amor renascer ou que faça nosso casamento durar por longos anos. Não, não chega nem perto. Estamos mais para amigos de infância do que marido e mulher. Já que duas pessoas casadas, não andam por aí colocando chifres no parceiro e depois contam. Que é o que está acontecendo comigo e Miranda. Ela e Matthew estão se envolvendo, melhor dizendo, estão transando. Foi oque ela me disse. Assim como eu disse a ela que eu Callie também estamos transando. Só que diferente de Miranda, eu transo com outras mulheres além da minha secretaria. Ela só transa com Matthew. É como se voltássemos no tempo, para a época do colegial, onde eu e minha esposa éramos melhores amigos e contávamos tudo um para o outro.

Não me arrependo de ter me casado com Miranda, muito menos de ter a pedido namoro. Pois hoje vejo que, independente de tudo ainda seremos amigos e acho que seremos apenas isso.

– Justin! — Olhei para a mulher baixinha de cabelos escuros a minha frente. – Que cara de sonso é essa? Eu estou falando com você a trinta minutos.

– Tudo bem Dona Pattie, repita. Prestarei a atenção. — Minha mãe me olhou feio, ela odeia que eu a chame de dona Pattie.

– Eu ainda sou sua mãe, então me chame corretamente. — Ri.

– Pois bem, mãe. Pode falar.

– Eu cuidei de uma paciente semana passada, ela foi estuprada. A menina tem apenas dezessete anos Justin, imagina como deve ser para os pais da garota?

– Está bem, é trágico, infelizmente isso se tornou algo que acontece muito hoje em dia. Mas o que eu tenho a haver com isso?

– Não seja insensível. — Me repreendeu, levei minha xícara de café até a boca, segurando a vontade de revirar os olhos. Caso eu fizesse tal ato, capaz de minha mãe enfiar um lápis no meu globo ocular. – Eu dei seu número para os pais dela, caso Amy viesse a ter com algum tipo de trauma.

 Cuspi todo o liquido na xicara novamente.

– O que?! Mãe! A senhora sabe que não lido com essas situações. Por que é fez isso?

– Que nojo Justin, joga isso fora. — Se referiu ao café, despejei o liquido na pia. – Por que eles estão passando por uma situação financeira complicada.

– Ainda não entendi.

– Eu passei seu contato, pois você não vai cobrar caro deles. Amy parece ser uma boa garota e quando eu conversei com ela, mesmo perdida nas lembranças ela foi simpática. Essa garota ainda tem muito pela frente Justin, não quero que ela carregue esse trauma nas costas. — Eu não podia simplesmente recusar. Mas eu nunca lidei com algo desse gênero.

– Tudo bem. Se eles ligarem, eu vou tentar. Mas não posso prometer que vou conseguir. — Mina mãe abriu um sorriso enorme.

– Obrigada filho. Agora preciso ir para o hospital, não posso me atrasar. — Dona Pattie ficou na ponta dos pés, e beijou minha testa, pegou suas coisas e saiu da minha casa.

Cuidar de uma pessoa que foi estuprada, não é uma tarefa fácil, eu sei disso pois aprendi na faculdade. Mas nunca cuidei realmente de uma pessoas que passou por isso. Essa Amy será a primeira. Noventa e oito por cento das mulheres que sofreram de violência sexual, desenvolve algum tipo de trauma, que pode se agravar se não for tratado de forma correta. Isso quando não desenvolvem três ou mais. A depressão é uma das piores. Essa para mim e fácil de lidar, já que metade dos meus pacientes sofre desse transtorno.

Obviamente a depressão causada por um estupro é totalmente diferente, ainda mais em uma adolescente. Céus, é inacreditável que existem seres humanos que são capazes de fazer tamanha crueldade, ainda mais com uma adolescente. Não que com uma adulta seja admissível. Mais uma adolescente, uma pessoa frágil que não tem como se defender, que tem um futuro pela frente. Só de pensar que isso poderia acontecer com Jazmyn, meu coração aperta.

– Justin! Acorda. Seu celular está tocando. — Miranda me entregou o aparelho.

– Obrigado. — Ela apenas acenou com a cabeça enquanto colocava duas uvas na boca. Ri e me afastei da cozinha.

Alo?!

– Oi. Bom dia, Hã, eu gostaria de falar com o psicólogo Bieber. — A voz era feminina.

 Sou eu. — A linha ficou muda por alguns segundos.

– A Dra. Mallette Indicou-me seu contato, para caso minha filha viesse a ter algum trauma, após o... abuso que ela sofreu.

 Ah sim, ela me avisou. Qual seu nome? — Eu não sei ao certo como fazer isso, minha mãe passou meu número pessoal, não o do consultório, quem atende às ligações e marca as consultas é Callie.

– Meu nome é Angelina. Então, eu gostaria de marcar um consulta para minha filha o quanto antes.

– Só um momento que vou ver um horário livre. — A mulher murmurou um “tudo bem”, coloquei a ligação em espera, e pelo celular acessei minha agenda. – Eu tenho um horário para amanhã, às três da tarde. Pode ser?

– Pode, está ótimo.

 Certo, eu vou precisar do nome da sua filha, o seu, ambos com sobrenome e um número para contato. — Peguei um papel e uma caneta anotando os dados.

Paciente: Amy Mitchell | Responsável: Angelina Mitchell e o número de celular.

– Aguardarei vocês. — Angelina murmurou um “estaremos lá” e um “obrigada” antes de desligar.

Voltei para a cozinha, preparando outro café, só que dessa vez em um copo térmico. Me despedi de Miranda com um beijo em sua a testa, peguei as chaves e meu blazer.

Meus olhos estavam presos na estrada, mas meus pensamentos estavam longe. Amanhã eu cuidaria de uma garota de dezessete anos vítima de estupro. É como se a ficha não caísse. Não vou mentir, estou apavorado.

Estacionei no prédio comercial que ficava meu consultório. Dentro do elevador eu batia o pé no chão de metal. Odeio elevadores, eu ate poderia ir de escadas, mas são onze andares, não tenho mais disposição para isso. 

Ao passar por Callie avisei que o horário das três para o dia de amanhã já havia sido preenchido. Cinco minutos depois, a primeira paciente já estava sentada no divã falando sobre seus problemas ou melhor, sobre seu amor pelo seu marido e pelo seu amante.

Amy Mitchell Point Of View

15 de Agosto de 2015 13:35 P.M

Filme. Um filme. Era isso que se passava adiante aos meus olhos. Mas não havia uma televisão, um Notebook, ou um celular. Meu consciente repetia as cenas do estupro. Eu me via prensada em uma parede, com uma homem tampando minha boca enquanto se movimenta a dentro de mim. O único som a ser ouvido era meus chorões e soluço, misturado aos gemido daquele homens desconhecido.

Culpa. Era isso que eu sentia. Eu era a culpada, fui eu quem sai de casa com um vestido curto, e batom vermelho. Fui eu que em sai na rua as três da manhã. Fui eu quem usou roupas provocativas, por esse motivo, eu sou a culpada.

Nojo. Horas em baixo do chuveiro não fazia eu me sentir limpa. Não era suor, pó, ou qual quer outra coisa que estivesse impregnado em meu corpo. Era a minha alma. Ela estava suja. Imunda.

Eu me sentia morta. Um corpo sem vida que vagava pelos cantos da casa.

– Filha!? — A voz de mamãe soou pelo quarto. – Está acordada meu amor?

– Uhun — Murmurei sem me virar em direção a porta.

Os olhares de pena e compaixão da minha mãe, tias, primas, de qualquer um, me irritava. Me irritava por que todas as vezes que ela me viam elas diziam “A culpa não é sua, tudo vai ficar bem”. É irritante ver que todos te olham diferente.

– Não comeu seu almoço, porquê? Você precisa se alimentar filha. — Angelina sentou aos pés da cama. Olhei aquela bandeja a qual continha um prato com arroz, frango xadrez e salada, um copo de suco de maracujá natural e por fim um potinho com gelatina para sobremesa. Não toquei em nada.

– Não estou com fome.

– Mas querida, você não jantou ontem e hoje pela manhã tomou metade de uma xícara de chá. Você precisa se alimentar.

– Não estou com fome. — Mamãe respirou fundo, mas nada disse. Apenas pegou a bandeja e se retirou do quarto.

Me encolhi ainda mas na cama. Encarei as cortinas grossas que impedia a claridade dos raios solares. Meus olhos pesavam. Sono. Eu não tive nenhuma noite tranquila. E essa noite nem fechar os olhos eu consegui. A porta novamente foi aberta.

– Eu marquei uma consulta para você. — Novamente dona Angelina estava sentada nos pés da cama.

– Eu estou bem, não preciso ir ao hospital.

– Não vamos ao hospital. Vou te levar ao psicólogo Amy. — Psicólogo? No sentido masculino?

– Não vou. — Fechei os olhos quando as lagrimas começaram a se acumular.

– Eu ficarei com você meu amor. Nada e ninguém irá te machucar. Eu vou te proteger. — Sua mão segurou a minha.

– Promete? — Abri os olhos permitindo que as lagrimas saíssem em quanto olhava para mamãe. Sua aparência estava mais cansada, do que quando ela havia ficado doente. E isso também era culpa minha.

– Eu prometo. Prometo que vou te proteger de corpo e alma. — Mamãe olhou para atrás, e sorriu sem desgrudar os lábios. Eu sabia que era meu pai ali.

– Você vai ficar comigo lá dentro? — Sua atenção voltou para mim novamente.

– Vou, filha. Não vou te deixar sozinha até você se sentir confortável.

– Tudo bem, eu vou. — Angelina depositou um beijo em minha testa e sorriu. – Você poderia sair? Eu queria ficar sozinha. — Ela assentiu e logo se retirou do quarto.

Fechei os olhos e me entreguei a inconsciência.

*

“Sua mão apertou mais ainda meu rosto, quando tentei gritar ao sentir seu dedo invadir minha intimidade. Ele tirava e coloca seus dedos em mim, minha vagina ardia, implorava contra sua mão para que ele parasse. O velho retirou deus dedos de dentro de mim, achei que aquilo tinha acabado, se não fosse pelo barulho do tecido de meu vestido sendo rasgado. Os trapos caíram no chão, e então tudo aconteceu em câmera lenta. Ele abaixou sua calça junto a cueca, e sem me dar tempo para gritar ou correr, ele penetrou seu membro em minha intimidade de forma bruta. Ele gemia, e apertava meus seios, enquanto aumentava a velocidade de seu quadril.”

 

– NÃO, POR FAVOR, NÃO. — Sentei-me assustada na cama. Mamãe entrou no quarto trajada em pijama, com um roupão por cima, seu rosto inchado e amassado demonstrava que ela estava dormindo.

– Eu estou aqui, eu estou. Ninguém vai te machucar meu amor, foi apenas um pesadelo. — Angelina deitou-se ao meu lado, me aconchegando em seus braços.

– Dorme aqui comigo? Por favor.

– Durmo. Descanse, estarei aqui a hora que você acordar. — Beijou minha testa e me apertou mais em seus braços.

Alguém mexia em meu cabelo calmamente, abri os olhos vagarosamente, mamãe sorriu ao me ver acordada, abracei seu corpo.

– Temos que levantar meu amor, dormimos demais, sua a consulta é daqui duas horas.

Concordei com a cabeça.

Justin Bieber Point Of View.

16 de Agosto de 2015 10:27 A.M.

– Justin acorda! Você está atrasado. — Meu travesseiro foi puxado com força, me acordado quando minha cabeça caiu no colchão. Miranda estava ao lado da cama segurando o mesmo. – São dez e vinte e oito, você está atrasado. — Arregalei os olhos, levantando da cama em um sobressalto correndo até o closet.

Em quinze minutos estava pronto, sai de casa sem ao mesmo tomar café da manhã resultando um estômago roncando. Era para mim estar no consultório a horas. Já que a primeira paciente chegaria as oito e meia e a próxima as dez. Estacionei meu Jaguar XF de qualquer jeito, depois eu arrumo. Corri até o elevador, o qual demorou dois anos para chegar no andar desejado. As portas de metal se abriram, me permitindo ver a sala de espera, e o balcão da recepcionista/secretaria.

– Sua sorte que Carolina Bettencourt remarcou a consulta. Mesmo assim está atrasado. — Callie me repreendeu.

Disse a ela que em cinco minutos poderia deixar a paciente das dez — que esperava sentada na sala de espera — entrar. Também pedi para que ela preparasse um café para mim.

Cinco minutos depois Callie entrou em meu consultório com uma xícara de café nas mãos e logo atrás dela vinha uma paciente nova. Bela impressão estou passando a ela, atrasado.

No horário de almoço, fui almoçar com Chaz e Ryan, após isso, atendi um casal e logo depois uma mulher. O relógio na parede marcava duas e cinquenta e cinco. E quando o ponteiro marcou três horas, a voz de Callie preencheu o consultório.

A paciente Mitchell chegou, posso deixa-la entrar? — Respirei fundo antes de responder um “sim”. Alguns segundos depois três batidas na porta foram ouvidas, logo em seguida a mesma foi aberta.         

   Duas loiras entraram em meu consultório. Amy e Angelina Mitchell. Com um movimento de cabeça indiquei o sofá para que ambas se sentassem e eu me sentei na poltrona a frente. A mais nova segurava o braço da mãe, aparentemente com medo, enquanto me encarava com olhos levemente arregalados. Mesmo com a expressão facial clara em medo, pavor e com olheiras a baixo dos olhos, eu pude analisar seus traços. Ela é uma menina linda.


Notas Finais


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Confesso que fiquei com receio de postar esse capítulo. E ele foi bem complicado, o reescrevi três vezes.
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Espero que tenham gostado... volto domingo!

Kisses, Bye ♡

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