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História Psicopata - Como num espelho


Escrita por: Alebee34

Notas do Autor


...Ele era como uma parte melhor de mim e isso me irritava...

Capítulo 10 - Como num espelho


Fanfic / Fanfiction Psicopata - Como num espelho

Estava sozinha naquela casa imensa e morrendo de tédio, meu mais novo "parceiro" tinha saído buscar suprimentos básicos: Manteiga, leite, munição, explosivos... Quando perguntei sobre o último item ele se limitou a dizer que era pro nosso próximo serviço, depois que eu passei no seu teste básico ele não teve outra opção senão me aceitar...

 Ou fingir que aceita, por que de ingênua eu não tenho nada e sei que ele trama alguma coisa contra mim, deixa estar.

Então, sobre o tédio que me consome, eu arranjei um jeito de me distrair, depois de improvisar uma chave mestra, pois não há no mundo fechadura que me impeça de entrar desde os 10 anos de idade, eu consegui entrar no seu quarto, aquele cuja porta anda sempre trancada!

 Confesso que me decepcionei um pouco, visto que lá não tinha nada de interessante pra se ver, até vasculhei as gavetas da cômoda e quando eu me preparava pra sair tive minha paciência recompensada: Um compartimento secreto ao lado da pia do banheiro, sim o meu querido parceiro tem uma suíte, o qual só notei pelo barulho da torneira pingando, escondia o que para mim era similar a um tesouro perdido, fotos de infância!

Logo no primeiro álbum minha surpresa foi imensa pois haviam duas crianças idênticas, suas roupas eram iguais, como acontece sempre com gêmeos mas mesmo nas fotos a diferença era nítida, um possuía o brilho no olhar impossível de ser disfarçado, enquanto no outro nada se via, era como um poço profundo; lembro de notar o mesmo fenômeno em minhas próprias fotos, acho que eu e meu "sócio" temos mais em comum do que realmente estamos dispostos a admitir.

Estava tudo ali: Fotos de festa de aniversário, apresentações escolares, passeios, nelas se notava nitidamente a diferença entre duas pessoas iguais na aparência mas com almas completamente diversas; o sorriso, sincero num deles e congelado no outro, como se estivesse de saco cheio; só alguém como eu, versada na arte da interpretação pra perceber a escuridão tomando conta de alguém, mesmo nas fotos não há como disfarçar totalmente!

Me distraí mergulhada nas reminiscências que nem notei a porta se abrindo, nem emiti som algum quando uma mão apertando forte como um torno agarrou meu braço, isso iria deixar marcas mas àquela altura do campeonato a dor não me importava, como disse, tenho um tolerância bem alta nesse quesito.

-O que pensa que está fazendo no meu quarto, vadia maldita?

-Estava me distraindo um pouco, nem sinal de internet tem aqui nesse fim de mundo! Respondi com a cara mais lavada do mundo, esse era outro dos meus atributos.

-A porta não estava trancada à toa, você não tinha esse direito, NÃO TINHA! Ele gritou me atirando na cama.

-Não seja tão dramático, qual o problema de eu saber que você tinha um irmão gêmeo?

-Por que eu o odeio! Ele respondeu sem exitar.

-Por que, o quê ele te fez? Perguntei curiosa.

-Ele não se contentou em nascer igual a mim, tinha que dar uma de perfeitinho! "Por que não é como seu irmão, Felipe, ele é tão educado." Era o que a nossa mãe dizia; como se não bastasse isso, insistia em me vestir igual a ele,  tinha vontade de arrancar as roupas de maricas que ela comprava!

-Se você se sentia assim por que nunca falou pra ela?

-Entenderia se conhecesse minha mãe, ela fazia drama com tudo, sempre dizendo como eu era um ingrato, que muitas crianças dariam tudo pra estar no meu lugar, todo aquele mi-mi-mi materno que você deve conhecer.

-E como! Logo depois minha mãezinha bebia até cair, deveria ser pra esquecer a decepção de eu ter sobrevivido, descobri mais tarde que ela tentou me tirar, trágico.

-A minha nunca colocou uma gota de álcool na boca, dizia que bebida era coisa do diabo!

-Desculpa perguntar mas qual o nome dele?

-Seu nome é Lucas, era pra ser Fernando mas uma prima chegada deu o nome pro filho e ela quis mudar pra não ficar igual, deu no mesmo já que o bebê morreu dois meses depois...

-Nossa, deve ser difícil ter alguém virtualmente perfeito ao seu lado, ainda mais sendo igual!

-Esse é o problema, ele não era "virtualmente" perfeito, o desgraçado é perfeito em tudo! O melhor amigo, melhor namorado, o filho que toda mãe gostaria de ter, perdi várias namoradas pra ele, não que ele as roubasse de mim, elas sempre o escolhiam, era tudo por ele, tudo pra ele, amor, carinho, atenção, e o pior de tudo é que é totalmente espontâneo, ele nem se esforça!

-Então você cresceu sendo comparado com uma pessoa perfeita, que bad!

-Era como olhar prum espelho e perceber que eu nada mais era do que uma versão defeituosa, a parte que não deu certo, entende?

-Eu fugiria de casa se vivesse assim!

-Foi o que eu fiz, entrei no primeiro ônibus que eu vi e nunca mais voltei, quanto mais longe eu estiver menos pessoas vão me conhecer e comparar com meu irmão perfeito...

-Você nunca mais o viu?

-Vi uma foto dele numa revista, parece que ele escreveu um livro, não parei pra ler, só sei de uma coisa, essa nossa semelhança pode me causar problemas de novo...

-Pinta o cabelo, oras...

-Isso é coisa de mulherzinha!

-Éntão usa isso ao seu favor, tipo, usa a identidade dele. Falei como se fosse óbvio.

-Não vai rolar...

-Porque não?

-Ele mora num lugar onde todos o conhecem, tipo uma comunidade, ele faz parte de uma religião maluca, "Verdade presencial", ou sei lá o quê...

-Então nós vamos ter que pensar em outra coisa, não é?

-Como assim "nós"?

-Não somos uma dupla agora? Vamos pensar em algo.

-Espero que sim. Ele concordou enfim, homens são tão teimosos!


Notas Finais


Oi amores, tudo bem? Desculpem de novo por demorar tanto, em minha defesa devo dizer que estava ansiosa de mais por conhecer meu ídolo, o Pe Lanza é ainda mais lindo pessoalmente! Acho que bati o recorde nesse capítulo, o maior que eu já escrevi na vida. Beijinhos extasiados pra vocês. ❤


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