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História Psicose - Décimo terceiro


Escrita por: Tayh-chan

Capítulo 13 - Décimo terceiro


Fanfic / Fanfiction Psicose - Décimo terceiro

PSICOSE – 2ª Fase

Décimo terceiro

 

Aquele tipo de sensação, a sensação de perder algo bem na sua frente e não poder fazer nada, ele sabia que a sentiria outras vezes. Vê-lo desmaiar, vê-lo enfraquecer, ou talvez sangrar pelo nariz como da última vez. Esse tipo de dor era horrível, mas havia um tipo de dor que ele não conseguia nem mesmo imaginar.

Um dia, uma dessas recaídas seria a última.  Em um dia próximo, Baekhyun dormiria pra sempre.

— Ele vai ficar bem — Suho anunciou ao chegar ao corredor, sentando-se em um banco ao seu lado. — Vai ter alta amanhã de manhã. Eu preciso falar com o médico e então posso te levar pra casa.

— Eu posso ficar? — Chanyeol indagou com uma voz fraca. Seus olhos brilhavam.

O psiquiatra respirou fundo e pôs uma mão sobre o ombro de Chanyeol. Depois assentiu, e saiu para falar com o médico em busca de mais informações.

Agora Chanyeol estava sozinho, sem Suho, sem Baekhyun... Sem Sehun. Até a agitação no hospital era pouca naquela madrugada. Ali em silêncio, ele pegou o papel do seu bolso e desdobrou. Em uma caligrafia bonita estava escrito:

“Cuidado! Após ler os itens abaixo você pode ficar responsável pela maioria deles.”

Lista de desejos de Baekhyun, numerados de 1 a 13:

1. Quero ficar com você.

2. Quero abraçar você.

3. Quero beijar sua boca.

4. Quero lhe arrancar sorrisos.

5.  Quero ver seus olhos brilharem.

6. Quero ver o pôr e o nascer do sol com você, quero ver a lua e as estrelas também.

7. Quero que você fique parado enquanto eu pinto um retrato seu.

8. Quero ir mais vezes à praia e riscar palavras românticas na areia.

9. Quero que sussurre mais vezes no meu ouvido o quanto me ama.

10. Quero que encontre uma música para nós.

11. Quero ficar com você.

12. Ficar com você.

13. Ficar com você o máximo que eu puder.

Essa é minha nova lista, há poucos itens, mas podemos repetir todos diversas vezes. Eu fiquei no quarto pensando em silêncio, observando meus desenhos. Na minha primeira lista eu queria fazer tudo que ainda não fiz, queria experimentar tudo que o mundo tinha para me dar. Mas hoje eu vejo que não tenho muito tempo para arriscar e talvez não gostar, eu prefiro fazer coisas que já fiz e gostei. Eu prefiro repetir as sensações, descobrir novas. Eu prefiro ter um apoio para não cair. Eu prefiro você. Desculpe meu egoísmo, minha lista envolve apenas “você”, “você e eu”... espero que tenha tempo pra mim.

Eu te amo

Para sempre seu,

Baekhyun.

 

Chanyeol deu um sorriso de lado, dobrando o papel novamente e guardando no bolso.

Foi então que Suho apareceu, dizendo que Baekhyun estava acordado e queria vê-lo. Quando entrou no quarto, o viu deitado na cama abrindo os olhos e se inclinando para trocarem um olhar.

Ele parecia cansado, o rosto sem cor, os lábios secos. Baekhyun não parecia tão bonito assim, não tão doente.

— Venha aqui — chamou baixinho. — Senta perto de mim.

Chanyeol olhou para trás em busca de um banco, quando encontrou, trouxe o objeto para perto. Sentou-se ao lado da cama, ao lado de Baekhyun, e forçou um sorriso, enquanto esticava o braço para alcançar os fios macios.

Baekhyun fechou os olhos com o carinho.

— Você ficou muito preocupado? — Chanyeol apenas assentiu calado. — Isso pode acontecer mais vezes daqui pra frente.

— Tudo bem. Vamos estar muito ocupados realizando a sua lista de desejos, você não vai ter tempo para ficar desmaiando por aí.

Baekhyun riu.

— Eu tenho todo o tempo do mundo pra você — disse sussurrando. — Eu te amo.

Chanyeol se inclinou para beijá-lo nos lábios.

❦❦❦❦❦❦

Sua mãe questionava cada vez mais suas saídas frequentes. Chanyeol pensou sobre o que sua mãe disse na cozinha daquela vez. Ela queria participar, e não seria tão ruim ter um colo para chorar.

Então chegou uma noite que ele contou, e chorou quando sua mãe lhe abraçou.

E o inverno foi embora e deu lugar a primavera.

Chanyeol e Baekhyun estavam tendo momentos incríveis, foram à praia mais vezes, escreveram na areia. Até tomaram banho na água gelada. Ficaram acordados para ver a lua e em seguida o Astro Rei. Cozinharam, assistiram a filmes e séries.

Beijaram, se abraçaram.

Um dia Chanyeol tirou a roupa, ficando apenas com um tecido vermelho comprido sobre sua intimidade. E daquele jeito Baekhyun passou a tarde lhe pintando, sempre reclamando quando Chanyeol ousava se mover.

“Você precisa ficar parado” — ele dizia, e Chanyeol se desculpava, voltando para a posição anterior.

Eles fizeram várias outras coisas durante a primavera, sempre superando as repentinas recaídas de Baekhyun. Elas eram sempre rápidas, devido a falta de tratamento, mas pelo menos não era privado de nada agora. Poderia fazer tudo o que quisesse.

Chanyeol ignorou sempre que Sehun aparecia, querendo atenção.

❦❦❦❦❦❦

Chanyeol estava sentado no sofá, vestia sua melhor roupa, enquanto esperava Baekhyun chegar. Ele penteou o cabelo para trás, e passou um pouco de spray. As mãos suavam por causa do nervosismo, enquanto a mãe estava na cozinha terminando de fazer o jantar.

Quando a campainha tocou, ele pulou do sofá, antes de alcançar a porta ele parou em frente a um espelho. Ele nunca tinha se preocupado tanto com a própria aparência antes. Se apaixonar mudava mesmo as pessoas.

Baekhyun estava maravilhoso em roupas claras de inverno. A pele parecia ter sido coberta por uma maquiagem leve, apenas para dar cor as suas bochechas e lábios.

Olharam-se com carinho, e se abraçaram. Nada de beijos naquela noite, não enquanto sua mãe estivesse por perto. Decidiram que Baekhyun seria apenas um amigo para sua mãe.

— Meu pai está viajando — avisou Chanyeol. — Minha mãe está na cozinha, vamos...

A mãe de Chanyeol era muito carinhosa, atendeu bem Baekhyun, dizendo que o filho melhorou muito desde que o conheceu.

Eles sentaram-se à mesa de jantar, que estava recheada de pratos deliciosos preparados pela anfitriã.

— Você estuda? — a senhorita Park perguntou a Baekhyun, sempre com um sorriso gentil nos lábios.

— Atualmente não.

Chanyeol enrolava o macarrão no garfo, concentrado na comida.

— Nossa! Você já terminou? Pensei que tivesse a idade do meu filho. Se bem que o Chanyeol repetiu um ano — começou a falar, fazendo Baekhyun sorrir com sua disposição.

— Na verdade eu parei de ir à escola há dois anos — resolveu ser sincero.

— Ah, mas por quê?

— Problemas de saúde.

— Eu sinto muito. Mas você está melhor agora?

A mãe de Chanyeol parecia realmente preocupada. Baekhyun não teve coragem de prosseguir sendo sincero.

— Eu ficarei muito bem em algum tempo — respondeu, olhando para Chanyeol que lhe olhou de volta. Baekhyun não estava mentindo de toda forma, se existisse realmente um paraíso, ele descansaria lá.

— Ah, que bom, fico realmente feliz. Você mora com os seus pais?

— Mãe! — Chanyeol advertiu, irritado com o interrogatório.

— Tsc, tsc. É a primeira vez que você trás um amigo aqui para casa, e eu não posso fazer perguntas?

Chanyeol bufou, e Baekhyun riu.

— Vá buscar a sobremesa pra nós. Eu fiz pudim.

Ele não contestou a mãe dessa vez, amava pudim. Marchou até a cozinha, seguindo em direção à geladeira. Abriu-a e sorriu ao encontrar o que procurava. Estava com uma cara deliciosa! Ele tirou a sobremesa de lá, empurrando a porta da geladeira com o pé.

Sehun apareceu em sua frente naquele momento.

— Quase me matou de susto! — exclamou, segurando o prato com força.

— Nossa, que trágico — comentou irônico. Saiu da frente do outro e sentou-se em cima do balcão, onde ficou balançando as pernas no ar. — Vejo que trouxe seu “amiguinho” para sua mãe conhecer. Por que já não apresenta como o seu namorado que vai morrer dentro de pouco tempo?

— Cale a boca — pediu entredentes.

— Por que eu deveria? Vocês dramatizam demais as coisas. Ele vai morrer, e dai? Pelo menos ele está vivo agora.

“Pelo menos ele está vivo agora” — a frase ressoou na cabeça de Chanyeol. Sim, Baekhyun estava vivo. Qual o significado de Sehun dizer algo tão óbvio?

— Não menospreze a dor dele, nem a minha — pediu baixo, ameaçador. — Nunca mais faça isso!

— Por que não? Você vai me matar? Vai chamar a polícia? Eu nem existo e não há nada que você possa fazer quanto a isso, nada que possa fazer contra mim! Nada que possa fazer... comigo. — Sehun se levantou a começou a chorar, empurrando Chanyeol com raiva. — Por que o sofrimento de vocês é maior que o meu?

Chanyeol respirou fundo, olhando para o teto e tentando se concentrar em algo que não fosse a voz acusadora de Sehun.

— Você me ignora! Você dá toda a sua atenção pra ele e me ignora completamente! Foi por isso que eu me matei! Agora eu sou um fantasma e a culpa é sua.

— Cala a boca... isso não é verdade. Você nunca existiu. Suma – pediu num murmuro. — Você é uma mentira, Sehun. Você não vai me enganar.

— E já fui real, Chanyeol! Mas você não foi capaz de me salvar, você deixou que eu atirasse contra mim mesmo. Você me destratou em vida e me destrata agora que eu estou preso nesse mundo.

Chanyeol encontrou seus olhos marejados com os olhos também marejados de Sehun, e sentiu seu coração apertar. E se fosse realmente verdade? E se o que estivesse vendo fosse mesmo um fantasma? Sehun era inexplicável.

Não, não era verdade. Sua mãe confirmou.

De repente Sehun começou a rir, a atitude fez sua farsa ruir.

— Seu dissimulado, como ousa...

— Filho, esta tudo bem ai? — a voz veio da sala.

Equilibrou o prato com o pudim numa mão, e usou a outra para enxugar as lágrimas.

— Se você quiser se matar novamente, o faça! Mas não volte mais — disse antes de rumar de volta para sala.

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— Você é realmente magro e come pouco. Meu filho é magro também, acho que é por causa da sua altura, porque ele vive comendo doce, parece uma formiga.

Baekhyun riu com o comentário, enquanto ajudava a recolher os pratos e colocá-los na pia. Ele insistiu para ajudar a limpar a bagunça, porém a senhorita Park negou diversas vezes, alegando ser sua primeira visita.

— Na próxima vez eu deixo você ajudar.

Baekhyun sorriu, observando o quanto ela se parecia com Chanyeol. Os olhos grandes, as orelhas amplas, o cabelo liso e macio. Ela ficava bonita vestindo aquele avental de babados, o cabelo preso em um coque.

Baekhyun agradeceu e virou-se para acompanhar Chanyeol. Quando já estava subindo as escadas, ele parou por alguns segundos e voltou correndo para a cozinha. Deixando Chanyeol sem entender nada.

Ele parou na entrada, observando-a lavar a louça, até que sua presença foi notada.

— O que houve? Quer mais alguma coisa?

Baekhyun negou com a cabeça, um pouco envergonhado, mas corrigiu-se em seguida.

— Na verdade... Eu quero te abraçar.

— Oh... Que coisa mais linda. Venha aqui.

Baekhyun correu até ela e envolveu seu corpo pequeno com os braços. Quando foi retribuído, se sentiu abençoado. Era realmente como um abraço de mãe.

❦❦❦❦❦❦

Baekhyun ficou observando as paredes, as fotos, e os pequenos brinquedos que Chanyeol ainda tinha espalhados pelo quarto. Sua visão focou um pequeno caderno, e um sorriso se formou em seus lábios.

— Então, você tem um diário? — indagou se aproximando e pegando o objeto nas mãos.

Chanyeol foi rápido em recuperar o caderno e esconde-lo em uma das gavetas. Baekhyun riu da reação.

— Uau, eu devo me preocupar com o tanto de segredos que você esconde de mim?

—  Faz algum tempo que eu não escrevo — comentou, sentando-se na cama.

— Hum... — resmungou, girando sobre o assoalho.  – Então... —  Baekhyun deu alguns passos tímidos em sua direção, os olhos brilhando e a pele corada. — O que você acha...

Baekhyun pôs a mão na barra da camiseta e em seguida a tirou do seu corpo, revelando seu abdômen magro. Chanyeol não pôde deixar de observar a pele branca e macia, o quão magro ele era, e também a cicatriz do cateter perto de suas axilas.

— O que...

Não conseguiu dizer nada.

— Eu quero você, Chanyeol. Você me quer?

CONTINUA...



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