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História Psicose - Terceiro


Escrita por: Tayh-chan

Capítulo 3 - Terceiro


PSICOSE - 1ª Fase

Terceiro

Por causa da chegada do inverno, a manhã estava cinzenta naquela quarta-feira. Todos os alunos vestiam casacos pesados para ir à escola. As árvores agora estavam secas, sem uma única folha, e logo estariam cobertas de neve.

Chanyeol estava no pátio, ao seu lado estava Sehun, dizendo que já se sentia melhor, ao contrário de ontem.

— Olha só. O louco arranjou um amiguinho. — Chanyeol ouviu um garoto comentar para outro garoto, enquanto olhavam para si.

Chanyeol sorriu de lado, sem se importar. Às vezes os alunos cochichavam pelas suas costas, mas já estava acostumado.

— Por que eles estão falando isso? — Sehun indagou inocente.

— Talvez porque eu seja realmente louco.

Ambos se olharam por um momento depois riram juntos, ninguém entenderia.

— Louco sou eu por andar com você — comentou Sehun, mordendo sua barra de chocolate.

Eles sorriram novamente um para o outro e ficaram sentados no pátio até o intervalo acabar. Chanyeol mordeu a ponta da caneta o tempo todo durante a aula, riu quando se lembrou de um fato curioso que havia lido: “As pessoas que mastigam as extremidades de suas canetas são mais criativas e menos propensas a doenças mentais.”

Bem, não era o seu caso.

Saiu correndo assim que o sino bateu, queria ver Baekhyun, queria falar com ele sobre o seu dia, sobre sua semana e sobre tudo que não disse nesses dias em que se manteve afastado.

Foi interrompido ao bater em alguém no meio do corredor. Quase saiu para trás, xingando baixinho.

— Aonde vai com tanta pressa? — Sehun indagou.

— Ah, eu preciso ir a um lugar.

— Posso ir junto?

Chanyeol moveu a cabeça em uma negativa, pensando numa resposta sincera, da qual não disse: “Olha, eu só vou visitar um amigo imaginário, não vou passar muito tempo, e como você não vai conseguir vê-lo, é melhor que fique”.

— É algo particular.

Sehun pareceu ficar realmente triste.

— Eu te perdoo se você me pagar um cachorro-quente — sugeriu. – Hoje à noite.

Dito isso Sehun virou-se.

— Ei, espera! Onde?

— Me espera aqui na frente, às 20 horas.

Então ele partiu.

❦❦❦❦❦❦

Chanyeol estava em pé, observando o quarto de madeira, que estava sendo preenchido com desenhos e quadros na parede. Todo de autoria de Baekhyun.

— Eu vou cobrir todas as paredes, até não sobrar nenhum espaço. – Baekhyun comentou.

— Por que fazer isso?

— Vai ficar bonito, confie em mim.

Chanyeol riu, riu por mais de dez segundos e sentou-se no chão.

— Sabe, você é a maior prova de toda a minha loucura.

Baekhyun se ajeitou, sentando-se numa almofada, estava na extremidade oposta do quarto, de frente para Chanyeol.

— E você gosta?

— De estar louco? De não saber mais o que é real e o que não é? Ninguém gosta disso, garoto.

— O que você acha que pode ser pior? Sabe, pense nisso, sempre existe algo pior.

— Não importa se há algo pior ou não, a própria ferida é sempre a mais dolorida.

— Eu concordo.

Chanyeol ficou um tempo observando o outro não fazer nada, e foi a única coisa que fez. Só ficou calado, observando Baekhyun trabalhar naquele projeto de preencher as paredes.

E logo a tarde se passou. Chanyeol foi embora. Ele não deu tchau, sabia que iria voltar, sabia que o outro estaria ali.

E naquela noite ele saiu com Sehun, com alguém de verdade, de carne e osso.

❦❦❦❦❦❦

Só que no outro dia Baekhyun não estava ali, e nem no outro, e nem durante a semana toda. O quarto estava ali, do mesmo jeito, com as mesmas coisas e todos os desenhos, mas Baekhyun havia sumido.

Chanyeol sentiu uma dor horrível no peito.

Era como se tivesse perdido parte de si mesmo.

❦❦❦❦❦❦

Era sábado, Chanyeol odiava sábados. Eles eram solitários.

— Filho, seus remédios — sua mãe chamou, batendo na porta.

A mesma entrou e deixou o comprimido sobre sua escrivaninha, junto com um copo d’água e em seguida saiu. Chanyeol ainda estava no banheiro.

O garoto deixava a água cair sobre sua cabeça como se pudesse esquecer assim seu amigo imaginário. Fechou os olhos com força e tentou vê-lo. O viu, mas eram apenas lembranças. Chanyeol socou a parede com raiva em seguida.

Odiava tudo aquilo.

E naquele dia — assim como no dia anterior — Chanyeol não tomou os remédios.

Baekhyun tinha que aparecer.

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Chanyeol acordou com pedras batendo em sua janela. Levantou-se, cobriu-se com o cobertor e foi até a janela com medo do que poderia ver. Ele sabia que não tomar os remédios lhe fazia muito mal.

— Baek... — murmurou ao ver uma silhueta magra. Não tardou em abrir a janela e se decepcionar quando não viu quem imaginava que fosse.

Era Sehun.

— Desça aí — gritou.

— Já é tarde — Chanyeol sussurrou o mais alto que pôde, achando sua voz extremamente estranha.

— Eu só preciso te falar algo que eu esqueci — gritou.

— Tá, mas fala mais baixo, meus pais devem estar dormindo.

Chanyeol fechou a janela com cuidado, saindo do quarto e descendo as escadas lentamente. Tudo estava escuro, exceto pela luz do luar que entrava na casa por causa das janelas e portas de vidro.

Abriu a porta da frente e foi até o lado da casa, encontrando Sehun sentado apoiando as costas na parede.

Ele se levantou assim que viu o maior chegar, e sorriu tímido para ele.

— Desculpe... Eu sei que é tarde, mas eu preciso muito fazer algo. Eu não aguento mais. Pensei que tivesse coragem depois da sessão de cinema que fomos hoje, mas eu não consegui.

Chanyeol juntou as sobrancelhas, confuso. Não perguntou ao que Sehun estava se referindo, a resposta veio antes que ele pudesse simular qualquer pergunta.

Sehun se aproximou, levantou minimamente a cabeça e encostou os lábios nos de Chanyeol.

O maior apenas ficou ali imóvel, sentindo os lábios macios sobre os seus, ignorando essa coisa de ambos serem homens, e isso ser muito gay e estranho. Sentiu os lábios se afastaram de sua boca, mas não muito, apenas para descer os beijos para o seu pescoço.

Chanyeol pegou no antebraço do outro, com força, o que fez Sehun levantar a cabeça e lhe olhar. Seu olhar era doce, era doce demais para que qualquer um o parasse. Chanyeol não o parou.

Sentiu todos os beijos enquanto seu corpo permanecia imóvel, até mesmo quando Sehun se ajoelhou e abriu seu zíper. Ele só desejava que acabasse logo, mas que fosse até onde fosse.

— Ahh... — deixou escapar um gemido quando sentiu Sehun tocar sua intimidade.

E não demorou muito e tudo estava terminado, Sehun agora já estava de pé. Ele tinha um sorriso fino nos lábios, satisfeito, mesmo sem ter recebido nada em troca.

Ele não queria nada em troca.

Não ainda.

— Por que fez isso?

— A gente termina outro dia — avisou, e deu as costas, pronto para ir embora, mas foi impedido por uma mão grande que segurou forte seu braço.

— Perguntei “por que”.

Sehun suspirou e puxou seu braço, conseguindo se livrar com êxito.

— Por que eu gosto de você.

Dessa vez Chanyeol não o impediu de ir embora.

CONTINUA...

 



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