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História Psicose - Preço


Escrita por: dorkyeoI

Notas do Autor


/sai da moita/ Rélou!
Olha só quem finalmente tomou vergonha na cara para postar...
Eu, HiCuppieChan, finalmente vim dar as caras nessa loucura em forma de fanfic.
Se a Chessie não me matou até agora, pode ter certeza que ela tava quase lá porque venhamos e convenhamos que eu já tava demorando demais.
Bom, perdoem qualquer erro porque eu tô nervouser.
Sérião.
Eu tô mesmo nervouser .-.
Tenham uma boa leitura!

Capítulo 2 - Preço


Minha visão estava embaçada pelas lágrimas de susto, de incredulidade, medo. Medo de mim mesma. Ainda não tinha assimilado que tinha matado alguém, que deixei dois cadáveres no parque, aonde qualquer pessoa pudesse achá-los.

Estaquei no último degrau, olhando o sangue pingar das minhas palmas para o cimento.

– Os policiais... – Sussurrei, me virando rapidamente, mas voltando a paralisar ao avistar uma mulher de olhos totalmente negros, o vestido e cabelos da mesma cor. Não haviam íris, pupila, ou qualquer coisa humana naquele ser de pele extremamente clara.

– Esqueceu de algo, Minyoon? – Sua voz não era nada compatível com sua aparência belamente mortal. Era profunda, arranhada, horrível. Um tom qual me deu calafrios.

– Já disse para ficar longe de mim. Por que você ainda fica por perto quando já a mandei embora?! – Minhas falas saíram fracas e entre soluços. Estava chorando de puro desespero.

– Não estou aqui por sua causa, princesa, mas sim pelos dois vagantes que abandonou agora a pouco. – Ela riu desdenhosa e me deu as costas, parando na curva entre a traseira e a lateral da igreja.

Fez um gesto com o dedo dando passos lentos em direção às árvores. Minhas vítimas saíram andando cambaleantes de confusão atrás dela, olhando os próprios corpos em busca de uma explicação.

Aos tropeços, desci os degraus correndo até virar a curva e ver os corpos estirados na grama. Grunhi, varrendo os olhos ao meu redor, com uma cascata de choro saindo de mim enquanto apertava as palmas das mãos nas têmporas em uma tentativa de parar o latejar em minha cabeça.

– Foi sua imaginação lidando com o choque. Eles estavam pecando. Você fez o certo. – Choraminguei, fechando os olhos em desespero, o sangue sujando meu rosto conforme eu aumentava a força nas mãos.

Respirei fundo e tomei coragem suficiente para decidir que tinha de dar um jeito naquela bagunça. Ao abrir os olhos de novo, minhas bochechas estavam secas das lágrimas e os sentidos se encontravam mais aguçados.

Andei firmemente até os cadáveres, olhando em volta para ver se poderia escondê-los em algum lugar. De noite, eu voltaria e terminaria tudo.

Coloquei a pedra suja no bolso da saia e olhei em volta. Iria pedir para o Padre Hakyeon se depois eu poderia limpar as paredes da igreja, sem ele desconfiar.

Minha atenção foi prendida em uma lembrança. No meio das árvores do parque, existia uma em especial com um buraco. Há uma história sobre o surgimento dele, mas ela não é relevante.

Me virei e decidi carregar o magrinho primeiro, seria mais rápido. Ignorando que eu mesma tinha aberto sua testa, segurei suas pernas, começando a descida do morro até o pequeno amontoado de árvores.

Bati na porta do escritório, torcendo para o padre estar sozinho. Se mais alguém soubesse dos meus atos, seria condenada sem poder dar explicações.

Um choque percorreu meu corpo.

“Eu pequei” arregalei os olhos, sentindo-me horrível.

– Desculpe, senhor, vou cuidar de tudo no final. – Sussurrei, meus dedos em tons rubros envolvendo a cruz pendendo em meu peito.

A porta se abriu, revelando o rosto assustado do padre.

– Senhor! Menina Minyoon! – Gritou ao segurar meus ombros com delicadeza, logo me puxando para dentro, fechando a porta. – O que houve? – Indagou preocupado, pedindo com gestos para eu me sentar.

– Eu caí, padre. Entrei no parque sem permissão pois queria ir nos balanços. Acabei me machucando quando balancei muito alto. Me desculpe por fazer isso, por favor, não conte aos meus pais. – Juntei ambas as mãos, faltando apenas me pôr de joelhos para implorar.

– Tudo bem, minha filha, mas poderia ter pedido a mim. Teria concedido sua entrada. – Padre Hakyeon sentou-se na cadeira do outro lado da mesa.

– Meus pais não permitiriam. Peço perdão novamente. – “Eu tenho de pedir perdão pelo resto da minha vida pelos pecados que cometi hoje”.

– Não há problemas, não precisa pedir perdão por isto, jovem. Precisa limpar-se desse sangue todo, ver se não é algo sério demais. – O mais velho mantinha-se com o cenho franzido, me analisando minuciosamente.

– Tenho certeza de que foi apenas um raspão, padre, não tem com o que se preocupar, mas ainda estou muito chateada comigo mesma. Poderia fazer algo para recompensar? Estava pensando em lavar as paredes da igreja e plantar flores brancas na traseira. – Mordi o lábio inferior com a espera da resposta, torcendo para ele não desconfiar do meu pedido repentino, porém não demorou a concordar com um aceno de cabeça.

– Pode, minha filha, pode sim. A escolha da flor fica por sua conta. Não acho que seja necessário, mas se isso vai aliviar seu peito, lhe dou liberdade.

– Muito obrigada, padre. – Agradeci novamente, unindo ambas as mãos em frente ao corpo ao reverenciá-lo, já me pondo em pé.

– Não há de quê, Miyoon. – Seu tom calmo foi de encontro aos meus ouvidos, trazendo uma breve sensação de paz ao meu órgão sentimental que se encontrava tão conturbado naquele momento.

Logo me retirei dos seus aposentos, tendo mais do que certeza que meu plano estava indo como deveria.

No final da tarde, voltei à casa do Senhor. Confesso que acabei chegando mais cedo do que o planejado, já que eu temia que eu acabasse me perdendo em meio a floresta na calada da noite.

Assim que adentrei o patrimônio, mal cogitei meus pensamentos antes de migrando até a dispensa, que se encontrava do outro lado da igreja, em busca dos utensílios de limpeza. Eu precisava limpar aquela bagunça o mais rápido possível, já que não era necessário que alheios descobrissem meus delitos e ficassem de burburinhos às minhas costas, comentando sobre o quão Choi Minyoon era estranha: as sombras já faziam isso por eles, porém suas palavras eram sussurradas ao pé do ouvido, fazendo com os efeitos colaterais da mais pura verdade dessem as caras mais rápido do que o esperado.

– Preciso limpar isso antes que algo de mal aconteça. – “Quem sabe, até mesmo pior do que o acontecimento anterior.” pensei ao me direcionar à traseira da catedral já com os utensílios de limpeza em mãos.

Prontamente me pus a trabalhar para acabar com todos vestígios possíveis, e por mais que meus joelhos implorassem por piedade ao serem pressionados contra os cascalhos do jardim, causando alguns ferimentos ao perfurarem minha pele, a dor era menor do que o temor, tanto que perdi a conta de quantas vezes pausei minha ação para olhar aqui e ali em busca de alguma testemunha, mas os únicos seres vivos que encontrei foram as roseiras que quase tomavam conta do local.

Por sorte, acabei limpando minha sujeira junto às paredes pouco antes do sol se pôr.

– Está feito. – Murmurei assim que me restabeleci em pé, puxando o ar entre os dentes ao sentir minhas pernas latejarem por manter na mesma posição por tanto tempo, sem contar meus joelhos, que ardiam por culpa dos machucados recém feitos.

Por mais que meu estado não fosse um dos melhores, eu ainda precisava ir à floresta para esconder seus corpos.

Talvez, atirá-los no lago não fosse uma má ideia. Sem demora, dei meu máximo para ignorar o fato de que minhas pernas doíam tanto quanto minha cabeça enquanto rumava em direção ao amontoado de árvores afim de encontrar os corpos, logo me deparando com ambos dispostos próximos a um grande pinheiro.

Precisava jogá-los na água o mais rápido possível, mas insisti em encará-los ali, sentados como humanos se fossem meros bonecos de pano. Ao voltar minha atenção ao corte na testa do jovem, voltei a me questionar se meus atos poderiam ser considerados corretos, mas eles estavam pecando e eu apenas... Estava livrando o mundo de pessoas como eles.

– Eles mereceram o final que tiveram. – Afirmei, ainda a encará-los, permanecendo inexpressiva em todos os aspectos possíveis.

– Você tem certeza disso? – Sua voz se fez presente novamente, fazendo com que eu finalmente notasse sua existência. – Você os matou no momento errado. Esses jovens tinham muito que viver pela frente.

– Pecadores não merecem viver. – Retruquei, tentando não parecer amedrontada com sua presença, voltando a ouvir sua gargalhada descarada.

– Então, suponho que você também não devesse estar entre nós, não é mesmo, Choi Minyoon? – comentou a assombração, dando ênfase ao pronunciar meu nome junto por um último sorriso antes de me dar as costas, desaparecendo entre os troncos.

Os ventos gélidos sinalizaram o final de tarde, assim como o pôr do sol ao lago, que tingia as águas em tons alaranjados, acompanhado por breves contrastes amarelos. Me parecia um belo final de tarde para atirar alguém no lago. Não demorei para retirar meus sapatos junto as meias, fazendo com que a dor marcasse presença assim que flexionei os olhos ao retirar meu calçado, logo agarrando o pé do mais magro, o arrastando em direção às margens com certa dificuldade.

Tentei por algumas pedras em meio as suas roupas na tentativa de fazer com que ele afundasse mais rápido, mas não obtive sucesso em minha missão, já que seu corpo sempre acabava por boiar sobre a água doce.

Não tive outra opção sem ser enterrá-los próximos as margens do local. Cavar não me parecia uma boa opção, já que eu não tinha nenhum instrumento adequado para o trabalho, porém minhas mãos acabaram por serem minhas únicas ferramentas para cavar um buraco na qual eu pudesse enterrá-los. Por mais que minhas pernas estivessem latejando e meus braços estivessem doloridos por repetir tais movimentos incontáveis vezes, permaneci a cavocar a terra, sujando ainda mais minhas unhas e acabando de vez com o ar em meus pulmões.

Confesso que sentia que estava a ponto de desmaiar, já que não estava aguentando o peso do meu próprio corpo, sem contar a dor que predominava meus membros superiores e inferiores, mas por fim, consegui acomodá-los na mesma cova, lutando contra minha própria fraqueza para terminar meu compromisso enquanto o grande astro não estava mais entre nós. Os sons da floresta já marcavam presença no ambiente quando eu finalmente cumpri meus deveres, tentando retomar o ar em meu órgão respiratório ao manter os olhos cravados onde estavam seus mais novos túmulos.

– Suas vidas foram o preço a pagar para fazer do mundo um lugar melhor. – declarei aos mortos ao mesmo tempo em que encarava o chão negro em contato com meus pés descalços.

Logo tratei de botar novamente minhas meias e calçar meus sapatos, me retirando ali a passos rápidos, não negando rápidas olhadas uma vez ou outra para trás e para os lados em busca de algum ser vivo, de preferência humano, já que eles insistiam que deveríamos compartilhar o mesmo metro quadrado.

Por fim, lutei com todas as minhas forças para não me perder entre as almas e consegui sair em uma rua que não ficava muito longe da igreja. O ambiente na qual me encontrava estaria completamente coberto pelo breu se não fossem pelas luzes dos postes que traziam um leve toque de esperança às trevas.

Em poucos instantes, pude ouvir passos lentos contra o asfalto enquanto meu corpo se alertava com os sons, correndo os olhos pelo local na expectativa de encontrar o culpado de meus temores noturnos, o encontrando sem muito dificuldade.

Lá estava ele, Kim Mingyu, andando pelas ruas silenciosas da cidade com as mãos nos bolsos da jaqueta, parecendo não se importar com o fato de já ter escurecido.

– Por que ele está perambulando por aí a essa hora? – Me auto questionei aos cochichos, ainda parada na calçada ao encarar o jovem, até sentir que fazia parte do seu campo de visão, provavelmente o assustando a ponto de parar seus próprios passos ao fazer com que eu me retardasse.

– Você está bem? – O garoto de voz rouca se pronunciou, se locomovendo aos poucos enquanto eu permanecia atordoada em meus conflitos mentais. – Não deveria estar andando por aí a essa hora da noite. – “Digo o mesmo a você.” comentei em pensamentos ao repetir meu ato anterior, insistindo em manter contato visual com o mais alto, que parecia calmo perante minha apreensão. – Não quer que eu a leve para casa? – neguei seu pedido ao abraçar meus próprios braços com o objetivo de me aquecer, já que o ar gélido noturno contribuía para que os pelos do meu corpo se eriçassem com tamanha facilidade.

Não haviam mais motivos para ficar ali, então se quer pensei duas vezes antes de lhe dar as costas, voltando para a floresta em busca de outro caminho que me levasse para casa e, mesmo que seus gritos pedissem para que eu voltasse, eles insistiam que eu deveria deixá-lo para trás. Eles fariam com que eu me arrependesse caso os contrariasse e eu não ousava executar tal ato por culpa do mais puro medo.

Confesso, eu já estava acostumada com sua presença, seja ao meu redor ou até mesmo em minha mente, contudo o temor era inevitável. Por mais que eu os visse desde pequena, eles permaneciam a ser como completos desconhecidos. Não havia dúvidas de que o desconhecido nos leva a aversão. Era algo típico dos seres vivos enquanto os mortos obtinham um argumento diferente em reação a isso: o desconhecido era apenas mais um vazio que buscávamos preencher nessa vida. Não havia como negar que eu sabia as verdades da vida por causa deles e, infelizmente, esse era o preço a se pagar por ter a visão mais aguçada do que deveria.


Notas Finais


Atualizei Psicose e saí correndo.
BYE, NEGADA!


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