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História Psicose - Capitulo único


Escrita por: baekhyhunnie

Notas do Autor


LAAAAAY SUA LINDAAAAAAAA \O/
PARABÉNS GATA MARAVILHOSA \O/
Sim pessoas essa é dedicada a Lay q está de aniversário hoje u.u
Finalmente o suspense dessa fic acabou, eu realmente espero q você goste e..e
E pra quem ler ela tbm, espero que goste, embora ela tenha ficado levemente doentia ewiuhfidshifuhsd

Capítulo 1 - Capitulo único


‘’Ele é alguém difícil de lidar, e acredite quando digo que ele conseguiu deixar até o Minseok enjoado, nunca havia visto alguém que tivesse conseguido deixá-lo daquele jeito’’ Chanyeol falava enquanto caminhávamos até a sala onde o prisioneiro estava.

‘’Nossa para o Minseok se sentir mal com alguém, ele deve ser horrível’’ comentei começando a abrir a pasta com os documentos do caso.

‘’Sim, ele falou para você ler o que  escreveu dos três primeiros dias que conversou com o preso, logo no final do terceiro dia Minseok disse que ele precisa ir para um hospital psiquiátrico’’.

‘’O Minseok nunca se assusta com esses presos, vou ler a ficha dele quando chegar em casa, assim tenho uma noção de tudo, mas você sabe que não gosto de ler os diagnósticos do Minseok, prefiro descobrir as coisas por mim mesmo.’’

Minseok é um dos policiais que cuida da parte de interrogatórios na prisão, mas quando são casos em que o preso apresenta indícios de alguma doença psiquiátrica sou eu quem chamam.

 Eu sou um dos psiquiatras da prisão, então consigo lidar com casos onde os presos dão mais trabalho nos interrogatórios.

 ‘’O que querem saber sobre ele?’’

‘’Já que quer assim tudo bem, e tudo que você conseguir já está bom, Minseok só conseguiu tirar dele informações meio inúteis como sobre como era bom ver o sangue de suas vítimas e esses tipos de coisa’’ paramos em frente a uma porta e Chanyeol a abriu me dando passagem primeiro, entrei na sala e lá havia dois guardas atrás de uma cadeira, e sentado nela um garoto que não deveria ser mais velho que eu, ele usava a vestimenta laranja comum dos presidiários e suas mãos estavam algemadas, assim que ele nos ouviu entrar ergueu um pouco a cabeça nos encarando, seu cabelo cortado em forma de tigela tapava um pouco seus olhos.

‘’Te espero aqui amanhã então, eles já vão levá-lo para a cela, até amanhã Jongin’’ Chanyeol falou e saiu da sala me deixando sozinho.

Voltei a encarar o homem à minha frente e este parecia me analisar, seus enormes olhos acabaram me deixando nervoso, era como se pudessem ver minha alma. Apertei os papéis em minhas mãos meio incomodado com o olhar do outro sobre mim, e meu desconforto ficou maior ainda quando ele sorriu, um sorriso que eu teria considerado lindo se não fosse pela maldade que ele transmitia.

‘’Podem levá-lo’’ falei para os guardas que na mesma hora se aproximaram do preso e o levantaram da cadeira.

‘’Até amanhã, Jongin’’ a voz do homem saiu rouca e fraca, arregalei os olhos quando o sorriso em seus lábios aumentou, mas antes que eu pudesse falar algo, os guardas já haviam o levado.

Passei as mãos pelos meus cabelos tentando controlar e nervosismo que se apossou de mim, respirei fundo antes de encarar os papéis em minhas mãos.

Nome: Do Kyungsoo
Data de nascimento: 12 de janeiro de 1988
Idade: 28 anos
Data da prisão: 13 de março de 2016
Motivo da prisão: Homicídio

 

Dia 1

 

Todas as manhãs é um sacrifício para mim ir trabalhar, eu amo meu trabalho, mas sou um  preguiçoso logo que acordo e quando chego no trabalho, naquela manhã não foi diferente.

Cheguei meio emburrado na delegacia e fui me arrastando até a minha sala, assim que me sentei na cadeira atrás de minha mesa já fui atrás dos papéis que eu resolvi evitar ontem.

Peguei o pequeno maço de relatórios sobre Kyungsoo e comecei a lê-los.

Do Kyungsoo preso por homicídio no dia 13 de março de 2016, foi preso após ter sido encontrado suas digitais no corpo de Lee Kwangsoo e confessar o crime após interrogatório.

Terminei de ler a última frase e fiquei por um tempo encarando os papéis, ele havia confessado o crime? Que tipo de pessoa faz isso?

E o que me deixou mais intrigado ainda, foi o fato dele ser dois anos mais velho que eu, ontem quando o vi poderia jurar que eu era uns bons dez anos mais velho do que ele.

Eu não queria continuar lendo aquela ficha, mas precisava pelo menos ter uma ideia do que ele havia feito, embora eu sempre prefira descobrir tudo da boca do próprio paciente sempre dou uma lida meio por cima nas fichas.

Voltei a ler os relatórios e ignorando as inutilidades contida nele, mas voltei a me focar quando falava sobre o assassinato.

Acusado de matar Lee Kwangsoo e mais onze vítimas, sendo essas não comprovadas, mas todas foram encontradas da mesma forma que Lee Kwangsoo, corpos desmembrados, e com claros sinais de tortura.

Aquele homem que eu vi ontem é mesmo capaz disso? Eu não poderia acreditar, acabei ficando bem curioso para saber mais sobre ele.

Notei que logo seria o horário da consulta com ele, então preparei tudo e fui até a sala de interrogatório, quando cheguei lá Kyungsoo ainda não havia sido levado, então aproveitei para arrumar tudo, coloquei um gravador no canto da mesa, que por sinal quase nunca uso, ajeitei os papéis que continham informações sobre Kyungsoo em seguida peguei meu caderno de anotações, quando terminei de me ajeitar na cadeira não demorou e Kyungsoo entrou na sala sendo acompanhado por dois policiais.

‘’Podem ir’’ falei para os dois, todos os policiais da prisão sabiam que eu odiava que ficassem comigo quando estava com algum preso, os dois guardas saíram e Kyungsoo se aproximou se sentando na cadeira a minha frente.

‘’Você é estranho Jongin, ficar sozinho com um paciente?’’ Kyungsoo me encarou sugestivo e eu franzi o cenho meio irritado, tanto pela ousadia dele falar assim comigo, quanto por ele usar essa intimidade para falar.

‘’Os pacientes se sentem mais confortáveis quando não tem ninguém na sala’’ falei tentando mostrar que o que ele havia falado não me afetou ‘’Vamos começar Kyungsoo, pelo que li na sua ficha você fez coisas bem erradas’’ falei começando a folhear os papéis. ‘’Assassinato, tortura, mutilação....’’ encarei seu rosto e Kyungsoo continuava com uma expressão séria ‘’Quer me falar sobre isso?’’ Kyungsoo apenas ficou me encarando por um tempo com sua expressão séria, até que do nada ele abaixou a cabeça e abriu um sorriso de lado me encarando apenas por cima com seus olhos.

‘’Eu o matei’’ sua voz saiu da mesma forma que ele havia pronunciado meu nome no outro dia, rouca e fraca

‘’Você já confessou isso Kyungsoo, quero saber mais coisas, aqui só diz que você confessou o crime, mas você também foi acusado de mais onze homicídios, e estou aqui para avaliá-lo, preciso saber detalhes, é assim que vou definir se você continuará aqui ou vai para um hospital psiquiátrico’’

O silêncio que se fez a seguir pesou completamente o ambiente, Kyungsoo continuava a me encarar com seu sorriso e eu segurava meu caderno para escrever algo caso ele respondesse, quando desisti do silêncio escrevi a primeira impressão que tive dele, uma pessoa que tenta decifrar a outra pelo olhar, pessoas com tendências psicopatas são assim, lhe encaram como se pudessem despir sua alma.

‘’Ainda lembro da sensação’’ voltei a encará-lo quando ouvi sua voz ‘’O sangue em minhas mãos, os gritos, esses sim foram a melhor parte’’ Kyungsoo fechou os olhos parecendo se lembrar das sensações que sentiu ao matar outra, prazer em matar, escrevi com letras grandes na folha de caderno ‘’Já matou alguém doutor? A sensação é incrível, você quem decide o destino da pessoa, elas imploram para que você não as mate, mas é você quem decide, você se sente como um deus’’ seu sorriso aumentou de tamanho e ele ergue a cabeça abrindo os olhos, quando ele me encarou com seus olhos negros e frios entendi o  porquê de nem Minseok conseguir continuar interrogando-o.

‘’Matar alguém não deve se ver como um ato bom Kyungsoo, tirar a liberdade de viver da pessoa não é para se orgulhar’’ falei sério mas seu sorriso só aumentou ‘’Por que faz essas coisas?’’ perguntei mas ele se limitou a dar de ombros, eu sei que o primeiro dia sempre é difícil.

‘’Eu gostei de você Jongin, você é diferente do outro’’ seu sorriso aumentou de tamanho e eu me limitei a respirar fundo e me concentrar nele e não em sua provocação.

Voltei a lhe fazer perguntas, mas ele não respondeu mais nada, simplesmente continuou me encarando com seu sorriso maldoso e brincando com seus dedos.
Quando deu a hora do fim da sessão os guardas apareceram na sala para pegá-lo.

‘’Até amanhã, Jongin’’ ele falou usando o mesmo tom de quando se despediu de mim no dia anterior.

 

Saí da sala meio desconcertado, Chanyeol me esperava encostado na parede de braços cruzados.

‘’Como foi?’’ perguntou quando começamos a andar.

‘’Ele realmente tem problemas psiquiátricos Chanyeol, e agora entendo porque Minseok não quis continuar trabalhando com ele e disse que só eu daria conta, a forma que ele fala...’’ não precisei terminar a frase para Chanyeol entender ‘’Ele não falou nada de útil, apenas confirmou que foi realmente ele quem matou o homem’’

‘’Realmente isso não é muito útil, já sabíamos disso, tente descobrir porque ele fez isso, que ligações as vítimas tinham, essas coisas, conto com você Jongin!’’ paramos na porta de entrada da sala de Chanyeol, encarei meu chefe e assenti, ele sabia que eu iria conseguir ‘’Está dispensado por agora, volte só depois do almoço, quero que se foque somente nesse caso a partir de agora Jongin, você tem sete dias, os juízes querem ter certeza se mandam ou não ele para um hospital psiquiátrico’’

‘’Farei o meu melhor, prometo, mas posso adiantar que o diagnóstico provavelmente será positivo’’ me despedi de Chanyeol e saí da delegacia.

Resolvi ir até uma lanchonete que havia ali perto, me sentei em umas das mesas nos fundos do lugar, uma das garçonetes apareceu pedindo se eu desejava algo, pedi apenas um café, quando ela se afastou peguei meu caderno começando a fazer anotações sobre o caso do Kyungsoo, fiquei por um tempo anotando algumas coisas até que o sininho da porta soou me fazendo olhar para quem estava no lugar, era um homem com mais ou menos a minha idade, cabelos castanhos e usando uma camisa branca com alguns detalhes em azul, calça jeans rasgada e tênis preto.

Ele parou observando ver se encontrava alguma mesa vazia mas como estavam todas cheias suspirou derrotado, ele estava pronto para sair quando me encarou, ficamos um tempo em uma troca de olhares até ele sorrir e vir em minha direção.

‘’Com licença, posso me sentar com você?’’ o rapaz sorriu meio constrangido, acabei achando fofo sua reação.

‘’Claro, pode se sentar’’ ele sentou de frente para mim e fez sinal pedindo para a garçonete trazer o cardápio.

‘’Me chamo Luhan’’ ele falou assim que fez seu pedido.

‘’Jongin, você é novo por aqui?’’

‘’Sou sim, cheguei há uns dois anos na Coréia, sou chinês,tem uns três dias mudei para esse bairro, e você? Mora aqui há muito tempo?’’

‘’Sim, desde pequeno, eu trabalho na prisão aqui perto’’

Não demorou para que eu e o rapaz começássemos uma conversa animada, ele me contava sobre como é a China e eu lhe contava um pouco sobre a Coréia, ele veio por causa de um amigo que lhe convidou a morar com ele.

‘’Tenho que ir agora’’ falei pegando minhas coisas e me levantando.

‘’Certo, obrigado pela companhia Jongin, talvez possamos nos encontrar aqui amanhã de novo’’ Luhan deu mais um de seus belos sorriso e eu retribui assentindo.

‘’Amanhã no mesmo horário então’’

‘’Combinado’’

Saí da lanchonete e comecei a andar de volta para a prisão, no caminho parei em frente à floricultura que havia ali perto, sempre achei as flores lindas, então todos os dias quando passo por ela paro para observar as flores por um tempo.

‘’Bom dia senhor, deseja algo?’’ encarei o garoto que veio me atender, são dois que trabalham na loja, mas geralmente é Jongdae que vem conversar comigo, mas sempre via esse outro trabalhando no interior da loja.

‘’Não, estou apenas olhando as flores’’ sorri para ele que retribuiu.

‘’Você vem quase todos os dias aqui’’

‘’Sim, eu gosto de flores, observar elas me acalma, geralmente o Jongdae sempre vem me atender, onde ele está?’’ perguntei dando uma boa olhada no garoto que usava o uniforme verde da floricultura e tinha os cabelos em um tom branco.

‘’Ele está de férias, agora estou somente eu e o Minho, mas a função de atender os clientes é só minha e do Jongdae’’

‘’Entendo, as flores estão lindas hoje’’ sorri apontando para os buquês de flores que estavam em exposição na frente da loja.

‘’Estão mesmo lindas, o Minho e o Taemin colheram hoje cedo, a propósito me chamo Sehun’’ ele falou sorrindo simpático.

‘’Jongin, é um prazer lhe conhecer Sehun, mas agora tenho que ir trabalhar’’ falei retribuindo o sorriso, Sehun se afastou um pouco de mim e o vi pegar uma rosa vermelha muito linda que estava em um dos buquês.

‘’O prazer foi todo meu Jongin, espero lhe ver amanhã de novo’’ ele me entregou a rosa e meu sorriso aumentou, me despedi dele com um aceno antes de voltar a seguir meu caminho.

 

Dia 2

Novamente me encontrava naquela sala de interrogatórios, e novamente Kyungsoo me encarava com seu olhar perverso.

‘’Kyungsoo, nós precisamos progredir em algo, você precisa me ajudar, caso não faça isso passará o resto da sua vida na cadeia, mas se pudermos comprovar que você tem problemas psiquiátricos até poderá ter sua pena diminuída’’ ele permaneceu me encarando com aquele sorriso maldoso, tenho que admitir que aquilo estava me irritando.

‘’Você é louco doutor?’’ ele perguntou e eu o encarei confuso, que diabos ele pensava que estava fazendo me perguntando isso.

‘’Sou eu quem faço as perguntas aqui Kyungsoo, não você’’ tentei soar o mais calmo possível ao falar com ele.

‘’Apenas quero lhe conhecer melhor doutor, e arrisco em responder essa pergunta por você, sim, você é louco, se duvidar tão louco quanto eu, afinal só uma pessoa fora de suas faculdades mentais para aceitar tratar alguém como eu’’

‘’Então você afirma que é louco?’’ perguntei começando a anotar as coisas em meu caderno.

‘’As pessoas dizem que eu sou louco, sei que você mesmo pensa isso, mas sabe, todos somos um pouco loucos, alguns apenas tem mais coragem que os outros e expressam sua loucura mais fácil, outros a oprimem dentro de si, eu apenas tenho coragem o suficiente para mostrar que sou louco, então refaço minha pergunta doutor, você deixa que sua loucura seja vista por outras pessoas?’’ continuei o encarando por alguns segundos, ele é estranhamente inteligente.

‘’As pessoas não são loucas Kyungsoo, elas desenvolvem a loucura por causa de algum motivo, e quero entender o seu’’ o sorriso no rosto de Kyungsoo apenas aumentou de tamanho.

‘’Discordo, apenas uma das coisas que me faz acreditar que todos são loucos é que ninguém em sã consciência aceitaria viver em um mundo como nosso, quem senão um louco para aguentar viver sabendo que terá que trabalhar durante toda sua vida, se esforçar como um condenado para no final ter que morrer, é por isso que mato as pessoas Jongin, apenas adianto o inevitável, as tiro de suas vidas monótonas as dando uma oportunidade para deixarem de ser loucas, pois só na morte que perdemos nossa loucura, só quando entramos em nosso descanso eterno’’

‘’Então você matou todas aquelas pessoas por isso? Para tirá-las de sua ‘vida louca’?’’

‘’Não, eu não as matei por isso, como disse, faço aquilo apenas para adiar o inadiável, mas também fiz pelo meu prazer próprio, aprenda a prestar atenção nas coisas que eu digo Jongin, lhe falei isso ontem’’ ele me encarou como se tivesse magoado e me amaldiçoei internamente por não ter lembrado do que ele me falou na conversa de ontem, mas eu realmente ficava nervoso com a forma que Kyungsoo me encarava, ele conseguia deixar meus pensamentos confusos.

‘’Certo, mas teve algum outro motivo além desses? Eles haviam lhe feito algo?’’ dessa vez Kyungsoo não me respondeu, fez como havia feito no dia anterior após falar um pouco comigo, ficou me encarando em silêncio com um sorriso de lado.

‘’Você é bonito Jongin, com essa pose elegante não diria que é um médico, se não fossem as circunstâncias eu realmente teria tido algo com você’’ seu sorriso aumentou e quando fui para lhe perguntar o que ele queria dizer os guardas entraram na sala.

‘’Iremos levá-lo senhor, já passou do tempo da consulta’’ um dos guardas falou me encarando sério, eu sabia que tinha um horário a cumprir e não podia passar dele, então apenas assenti fazendo sinal para que eles o levassem.

‘’Até amanhã, Jongin’’ ele disse antes de ser levado.

 

Xx

 

‘’Então você é psiquiatra, interessante, você não me parece alguém que trabalhe nisso, com essa elegância toda parece mais com um modelo’’ Luhan falou antes de bebericar seu chá, havia ido me encontrar com ele como havíamos combinado no dia anterior.

‘’Sabe, você não é a primeira pessoa que me diz isso hoje, quer dizer, é a primeira que diz com essas palavras’’ comentei e ele abaixou a xícara sorrindo para mim.

‘’Sinal que não sou só eu que lhe acho bonito’’ ele mordeu seu lábio inferior dando de ombros e sorri para agradecer o elogio, continuamos a comer em um silêncio confortável, Luhan sorria parecendo pensar em algo incrivelmente engraçado e eu apenas tentava tirar a conversa que tive com Kyungsoo hoje cedo.

‘’Luhan, posso te fazer uma pergunta?’’ ele ergueu seu olhar de sua torta e me encarou assentindo ‘’O que acha sobre a loucura?’’ ele pareceu parar um pouco para pensar.

‘’Não sei, li em um lugar uma vez que todos somos meio loucos as vezes, que cada um tem um pouco de loucura dentro de si, acho que faz sentido sabe? Quer dizer tem tanta coisa que fazemos por impulso que só sendo um pouco louco para fazer’’ me surpreendi um pouco com sua resposta ‘’Por que a pergunta doutor? Está me avaliando?’’ ele pediu provocativo e acabei rindo da cara que ele fez.

‘’Não, eu só lembrei de um paciente de hoje, ele é estranhamente inteligente, e falou sobre isso, não consegui tirar essa conversa da cabeça’’

‘’Entendo, mas sabe, as pessoas mais inteligentes são loucas, quem pensaria em construir uma máquina que voa? Santos Dumont não era alguém muito lúcido por ter essa ideia, e Van Gogh? É um dos artistas mais talentosos que já existiu e era um louco, então acho que realmente todos somos um pouco loucos, você trabalha com loucos, dizem que é preciso ser um louco para entender a mente de outro’’ fitei o seu rosto que ainda carregava um sorriso nos lábios.

‘’É, isso até que faz sentido’’ abaixei um pouco a cabeça encarando minha xícara meio intocada ainda em cima da mesa.

Depois disso resolvi ter uma conversa normal com Luhan, eu estava gostando de conhecê-lo, ele se mostrou alguém gentil e de fácil amizade.

Depois que terminei de comer me despedi do meu acompanhante, estava indo direto para a prisão mas travei no meio do caminho quando passei em frente a floricultura, Sehun estava ali na frente montando alguns buquês e os colocando dentro de vasos, lembrei da rosa que ele havia me dado e meu sorriso se alargou quando fui me aproximando dele.

‘’Você cuida muito bem dessas flores’’ ele olhou para trás e sorriu para mim.

‘’Obrigado, gosto de flores, elas parecem tão delicadas e inofensivas, além de que podem expressar muitas coisas’’ ele falou voltando ao seu trabalho de arrumar a frente da loja.

‘’Elas são realmente lindas, gosto delas também’’ sorri para ele e levei minha mão até as rosas vermelhas que haviam ali, lembrei que a flor que ele havia me dado era uma daquelas e sorri ainda mais.

 ‘’Obrigado pela flor ontem’’

‘’Bom, parece que ela serviu de muita ajuda, você voltou hoje, mesmo sem ser o Jongdae aqui’’ ele me encarou sugestivo.

‘’Sim, talvez agora eu tenha outro motivo para passar aqui além de Jongdae’’ usei o mesmo tom que ele havia usado comigo antes e ele olhou dessa vez com um sorriso de lado.

‘’Fico feliz eu tenha outros motivos então’’ ele se aproximou de mim parando bem próximo, Sehun é alguém lindo, feições até que inocentes mas olhos felinos que praticamente me devoravam.

‘’Bom, eu passei aqui, agora tenho que ir trabalhar’’ falei retribuindo o sorriso que ele me dava, Sehun esticou um braço e o vi pegar uma flor vermelha ali, não era uma rosa, era uma flor de apenas seis pétalas e bem aberta e com vários filetes saindo dela de um vermelho bem mais escuro, ele me entregou a flor e quando a peguei nossos dedos roçaram de leve.

‘’É uma amarílis, acho que ela combina com você’’ ele falou sorrindo para mim.

‘’Obrigado, agora tenho de que ir’’ me afastei um pouco dele dando alguns passos para trás.

 ‘’Tenha um bom trabalho Jongin, até amanhã’’ ele acenou para mim e eu acenei de volta antes de dar as costas para ele.

 

Dia 3

‘’Vamos lá Kyungsoo, eu preciso que você colabore comigo’’ falei pela milésima vez em meia hora, a consulta já havia começado há um tempo e até agora Kyungsoo não havia aberto a boca, apenas me encarava com seu sorriso psicopata ‘’Eu só preciso que você me responda algumas perguntas Kyungsoo, por favor’’ supliquei e ele desmanchou seu sorriso.

‘’Tudo bem, faça sua pergunta’’ Kyungsoo falou agora sério.

‘’Eu passei a noite analisando sua ficha Kyungsoo, e cheguei a uma conclusão que você não deve ter cometido todos seus crimes sozinho, você tinha alguém que lhe ajudava?’’ ele permaneceu em silêncio me analisando, eu odeio quando ele faz isso, me sinto nu a sua frente, como se ele fosse descobrir todos os meus segredos apenas pelo olhar.

‘’Pode ser que eu tivesse um parceiro, pode ser que não, eu gosto de trabalhar sozinho, é ruim trabalhar com alguém, a pessoa pode não ser tão discreta quando eu, por outro lado eu poderia sim ter um parceiro, um tão habilidoso quanto eu, que minhas vítimas sequer conheciam, que chegaria aos poucos até elas as conquistaria para no fim eu poder dar o bote, mas como disse, não é fácil achar alguém bom como eu trabalhar sozinho é bom’’

‘’Então você afirma que tinha um cúmplice?’’

‘’Talvez sim, talvez não, me diga você Jongin, o que acha? Eu tinha um cúmplice?’’ ele deu um de seus sorrisos de canto enquanto apoiava os cotovelos na mesa.

‘’Eu acho que sim, você tinha um parceiro, não consigo imaginar você trabalhando sozinho’’

‘’Um parceiro para mim? Pode ter certeza que meu parceiro seria alguém muito inteligente, mais do que eu próprio, bonito, sedutor, e acima de tudo a única pessoa capaz de controlar minha loucura, mas será que minha loucura tem controle?’’

Esses joguinhos de perguntas dele já estava me irritando.

‘’Toda loucura tem controle se a pessoa quiser, ou tiver alguém para incentivar, me diga, como isso tudo começou? Quando percebeu que matar lhe dava prazer?’’ perguntei.

‘’Você até que é inteligente, matar realmente me dá prazer, muito prazer na verdade, e isso começou quando eu tinha oito anos, eu matei o gato que vivia pulando para o meu quintal, depois vieram muito outros animaizinhos, o cachorro da vizinha, os passarinhos que pousavam na árvore lá de casa, muitos, mas logo só isso não me satisfazia, eu precisava de mais, precisava de algo grande, e quem melhor que um ser humano? Matar eles é melhor do que matar qualquer coisa’’ ele alargou seu sorriso e eu respirei fundo controlando o enjoo que se apossou de meu corpo.

‘’Podem vir levá-lo’’ gritei para os guardas que eu sabia que estariam do lado de fora, na mesma hora eles entraram e começaram a levar Kyungsoo.

‘’Até amanhã, Jongin’’ só quando ouvi sua frase diária foi que recolhi minhas coisas e saí de lá.

Passei a manhã inteira em minha sala pesquisando sobre Kyungsoo, eu estava certo que ele precisaria ir para o hospital psiquiátrico, mas ainda precisava analisá-lo melhor, eram as normas afinal.

Quando o horário do almoço chegou fui há mesma lanchonete de sempre, dessa vez estava sozinho, Luhan não havia aparecido lá, até porque não havíamos combinado nada no dia anterior.

Quando estava começando a comer a comida que havia pedido senti o celular vibrar em meu bolso.

“Olá, aqui é o Luhan, desculpe não ir hoje, eu tive um compromisso urgente”

“Tudo bem, mas como conseguiu meu número?”

“Eu tenho meus contatos”

Acabei rindo de sua resposta e enquanto almoçava fiquei trocando mensagens com Luhan, ele é alguém bom de conversa, bem inteligente e tem vários assuntos em comum comigo.

Andava calmamente pela rua respondendo as mensagens de Luhan, e quando dei por mim já estava em frente a floricultura.

‘’Você demorou hoje’’ Sehun falou saindo da loja e vindo ao meu encontro

‘’Pois é, sai um pouco mais tarde hoje do trabalho, mas não podia deixar de passar aqui de novo’’ falei guardando meu celular no bolso.

‘’Será que hoje posso lhe convidar para entrar?’’ ele perguntou de forma formal apontando para a porta da loja.

‘’Claro, tenho um tempinho até precisar voltar’’ retribui o sorriso que ele me dava e entrei com ele na floricultura, era a primeira vez que entrava na loja, e é um lugar grande com flores de todos os tipos postas em prateleiras e algumas até penduradas no teto ‘’São lindas’’ comentei admirado.

‘’É, lindo’’ encarei Sehun e percebi que ele não olhava para as flores e sim para mim, sorri meio envergonhado abaixando a cabeça

‘’Todas as flores tem um significado sabia?’’ ele falou enquanto pegava uma flor branca com as folhas largas e meio amassadinhas nas laterais ‘’Essa é uma azaléia branca, elas tem várias cores e cada uma tem um significado específico, essa que estou lhe dando simboliza o romance’’ ele sorriu passando a flor em meu rosto, ela era branca e cheirava muito bem.

‘’Romance? Como assim?’’ perguntei após ele passar a flor pelos meus lábios.

‘’Não preciso explicar muito não é? Tenho certeza que você entendeu’’ ele se aproximou de mim deixando seu corpo colado ao meu ‘’Você é tão bonito Jongin, sempre tive inveja do Jongdae por sempre conversar com você’’ ele aproximou seus lábios de minha bochecha e depositou um beijo ali

Sorri antes de segurar sua cintura e puxar seu corpo no meu lhe dando um beijo nos lábios, senti Sehun sorrir contra meus lábios antes de entreabri-los me dando passagem para aprofundar o beijo, a boca de Sehun era tão macia e quentinha, sua língua brincava com a minha de forma lenta e eu sentia seu corpo amolecer em meus braços.

Quando nos separamos meio ofegantes Sehun colocou a flor entre nossos rostos e sorriu quando eu a segurei.
Voltei a lhe dar outro beijo o fazendo andar para trás até que ele estivesse encostado no balcão.
No final sai da floricultura com uma flor e lábios inchados.

 

Dia 4

‘’Você me contou como começou a matar, mas gostaria de saber o porque disso, você simplesmente começou e pronto? Teve algum motivo?’’ perguntei começando mais uma de minhas perguntas que tinha para Kyungsoo.

‘’E temos motivo para fazer as coisas? Você me disse que eu sou louco, pessoas loucas não tem motivo para fazer as coisas’’ ele sorriu debochado e eu revirei os olhos fazendo sinal para que ele respondesse a pergunta direito ‘’Tudo bem, meu pai abandonou minha mãe antes mesmo de eu nascer, e ela não era uma pessoa muito boa, não me dava atenção nem nada, eu não tive com quem aprender o certo e o errado, ela apenas me deixava sozinho então tive que suprir minha carência de alguma forma’’ seu sorriso mudou para um sorriso meio triste e eu fiquei até com certa pena dele.

Depois que terminou de falar Kyungsoo apenas ficou em silêncio encarando um ponto fixo e com aquele mesmo sorriso, não respondeu mais minhas perguntas e nem deu indícios de que responderia, ele só voltou a falar quando os guardas apareceram para levá-lo.

‘’Até amanhã, Jongin’’ ele disse ainda com aquele sorriso triste e saiu da sala.

Fui para minha sala e deixei todas as minhas coisas lá, avisei Chanyeol que já havia conversado com Kyungsoo e que só voltaria mais tarde, ele deixou que eu fosse e sai de lá indo direto para a floricultura, havia alguns clientes lá, então esperei que eles saíssem para ficar sozinho com Sehun, e assim que a loja ficou vazia ele se aproximou de mim me dando um selinho rápido.

‘’Você parece nervoso’’ ele falou me puxando pela mão me levando para trás do balcão, Sehun me colocou sentado em uma cadeira ali e sentou em meu colo

 ‘’O que aconteceu?’’

‘’Eu trabalho como psiquiatra na prisão aqui perto’’ falei abraçando sua cintura e constatei que seu cheiro seria meu novo vício ‘’Eu tenho um paciente que estou tendo que interrogá-lo para saber se ele vai ou não para um hospital psiquiátrico, e até agora eu pensava que ele só era um psicopata lunático, mas pelo que ele me contou hoje ele é apenas alguém que encontrou no assassinato uma forma de suprir sua carência, até senti pena dele hoje’’

‘’Não sinta pena dele Jongin, a pior coisa que você pode sentir de alguém é pena’’ Sehun falou ‘’Bom, se ele é alguém assim acha que ele tem chances de se curar?’’

‘’A loucura não tem cura, ela apenas pode ser controlada, mas sim, acho que com tratamento certo ele possa melhorar um pouco’’

‘’Vamos mudar de assunto, vamos te fazer esquecer um pouco dos seus problemas’’ Sehun puxou meu rosto fazendo com que eu o encarasse, ele sorriu passando seus dedos de leve primeiro pelas minhas bochechas até chegar em meus lábios, ele tirou seus dedos apenas para dar lugar aos seus lábios, e o beijo de Sehun havia virado meu novo vício.

‘’Volte amanhã no fim do seu expediente’’ Sehun falou quando avisei que deveria voltar para o trabalho.

‘’Eu saio mais ou menos uma sete’’

‘’Venha a esse horário então, estarei lhe esperando’’ ele falou e selou nossos lábios de novo, já estávamos na porta da floricultura mas ele parecia não se importar, pois continuava me beijando.

 ‘’Aqui, se chama amor perfeito’’ ele falou me entregando três flores roxinhas juntas, sorri e lhe agradeci com outro beijo.

Saí da floricultura e voltei para meu trabalho, quando cheguei da prisão fui direto para minha sala, mas não conseguia me concentrar, então apenas enviei uma mensagem para o Luhan.

“Você está ocupado?”

“Não estou não, já resolvi meus assuntos, porque? Quer se encontrar comigo no restaurante?”

“Não, só preciso conversar com alguém.”

E sobre o que quer falar?”

“Não sei, qualquer coisa que não seja meu trabalho.”

“Então me fale alguma coisa, algo sobre você.”

“Eu conheci alguém a uns dias atrás, o nome dele é Sehun, ele trabalha na floricultura perto daquela lanchonete que nos encontramos, eu gosto dele.”

“Sehun? Ele é bonito?”

“Sim, ele é gentil também, acho que gostei dele, fazia tempo que não gostava de alguém”

“Isso é bom, gostar de alguém, eu digo”

“Sim é, e o Sehun é alguém que parece valer a pena”

 

Naquele dia não trabalhei, apenas passei a tarde trocando mensagens com Luhan.

 

Dia 5

‘’Você é alguém bem inteligente para um louco Kyungsoo, chegou a estudar em alguma escola? Conviveu com muitas pessoas?’’ meu dia se iniciava com outra pergunta para Kyungsoo, isso já estava ficando monótono demais, eu não via a hora de sair dali para encontrar com Sehun, embora hoje fosse demorar, pois só iria encontrá-lo a noite.

‘’Sim eu cheguei a estudar, completei meus estudos, mas não fiz faculdade, eu não tinha muitos amigos na escola, era considerado o esquisitão’’ falou deixando um riso amargurado escapar ‘’E você Jongin? Como era na escola?’’

‘’Já disse que quem faz as perguntas para você sou eu’’

‘’Eu tenho uma teoria de como você era’’ iria mandá-lo ficar quieto mas a curiosidade falou mais alto ‘’Você deveria ser um aluno mediano com suas notas, muitos amigos, e sempre conquistava quem queria, afinal com essa beleza toda deveria conseguir conquistar quem quisesse mesmo, até eu teria caído em seu charme’’ ele sorriu malicioso e eu não pude deixar de ficar impressionado por ele saber exatamente como eu era na escola, talvez os inúmeros minutos que ele passava me encarando tivesse servido para alguma coisa.

‘’Sim Kyungsoo, eu era exatamente esse tipo de aluno, mas como disse estamos falando sobre você e não sobre mim, então me conte mais sobre como era seu relacionamento com seus colegas’’

‘’Você é um chato Jongin, mas se quer tanto saber eu era bem isolado, tinha um único amigo, e é a única pessoa que nunca senti vontade de matar, era alguém doce, gentil, que sempre fazia de tudo para me ver sorrir, um pouco manipulador mas gostava disso nele, ele me entendia, entendia minha loucura, pois no fundo era tão louco quanto eu’’

‘’E esse seu amigo é o seu parceiro hoje em dia?’’

‘’Talvez, você acha que eu tenho um parceiro?’’ ele sorriu provocador e eu acabei me irritando.

‘’Olha Kyungsoo você tem me deixado extremamente irritado com esse maldito jogo de perguntas, então só responda as minhas de forma correta’’ eu falei meio alterado batendo as mãos na mesa, na mesma hora os guardas do lado de fora entraram.

‘’Chega por hoje Jongin, vamos levá-lo’’ o guarda falou começando a puxar Kyungsoo.

‘’Até amanhã, Jongin’’ o outro guarda teve que me segurar para que eu não voasse em Kyungsoo, aquela sua maldita frase acompanhada de um sorriso irônico me deixava completamente irritado.

Saí da sala irritado e fui direto para a minha, passei o dia enfurnado lá, escrevendo sobre Kyungsoo e tentando entender aquele desgraçado que só sabia fazer minha mente ficar confusa, só fui me dar conta da hora que era quando Chanyeol apareceu me mandando ir almoçar.

Peguei o lanche que havia trago e comecei a comer, passei meu almoço e boa parte da minha tarde lendo sobre Kyungsoo e conversando com Luhan por mensagem, quando finalmente deu a hora de sair praticamente voei para fora daquela delegacia indo até a floricultura.
Estava tudo trancada mas assim que fiz menção de abrir a porta ela se abriu e Sehun me encarou com um sorriso enorme.

‘’Você veio’’ ele falou me puxando para dentro e me dando um beijo.

‘’Eu prometi não é mesmo?’’ falei quando nos afastamos e ele apenas voltou a me beijar ‘’Olha, se você não tivesse essa carinha inocente poderia jurar que me pediu para vir aqui para abusar de mim’’ brinquei quando ele começou a me puxar até estarmos em um quartinho nos fundos da loja.

‘’Talvez tenha trago mesmo’’ ele sorriu despudorado e tirou o terno que eu usava, notei que havia um colchão no chão e acabei rindo quando ele me fez deitar ali.

‘’Você mora aqui?’’ perguntei enquanto dava espaço para que ele tirasse minha camisa branca e minha gravata.

‘’Não, apenas quando estou com preguiça de ir pra casa durmo aqui, o que acontece quase todo dia, minha casa é vazia demais, meu amigo que mora comigo está fora por um tempo’’ ele sorriu vitorioso por ter conseguido arrancar minha camisa.

Sehun não deu tempo para que eu o respondesse, atacou meus lábios e sentou em meu colo, ele parecia desesperado para ter aquilo.

‘’Sehun, nós nos conhecemos a tão poucos dias’’ falei já meio ofegante por ter ele beijando meu pescoço.

‘’Eu sei, mas eu quero isso, não aguento mais ter que ficar apenas o olhando, por favor, esperei isso por tanto tempo, me faça seu’’ ele sussurrou contra meu lábios antes de voltar a me beijar.

As palavras de Sehun soavam como música em meus ouvidos, foi impossível desacatar seu pedido, naquela noite eu tomei seu corpo para mim, com seus toques Sehun conseguiu fazer com que eu me esquecesse de todos os meus problemas, ele era perfeito, tão perfeito quanto eu imaginava, e eu sabia que ele seria meu porto seguro, afinal a segurança que ele transmitia para mim era incrível.

‘’Esqueci do seu presente de hoje’’ Sehun falou ofegante, nós havíamos acabado de chegar ao nosso ápice juntos, ele estava por cima de mim com meu membro ainda dentro de si, mas parecia não se importar com isso, ele me deu um beijo antes de afastar seus lábios minimamente dos meus, ele esticou o braço e me entregou uma flor, mais uma, eu amava essa atenção que ele dava para mim, todos os dias me dando uma flor, na minha casa já havia uma mesinha com um vasinho contendo todas as que ele já havia me dado, dessa vez ele me entregou uma branca com várias pétalas arredondadas, mas finas ‘’É uma tuberosa’’ falou antes de selar nossos lábios de leve.

‘’E o que significa?’’ perguntei curioso, só fiquei mais curioso ainda pelo sorriso que ele me deu.

‘’Prazer’’ sussurrou de forma rouca antes de voltar a atacar meus lábios, aquela seria uma longa noite, e eu tenho certeza que amaria cada segundo dela.

 

Dia 6

‘’Sabe eu fiquei me perguntando como você pode sentir tanto prazer em matar, matar não é bom, é cruel’’ falei para Kyungsoo, hoje ele parecia estar bem mais aberto do que nos outros dias.

‘’Cada um sente prazer do seu modo Jongin, alguns sentem prazer bebendo, fumando, se drogando, fazendo sexo’’ ele sorriu sugestivo para mim fazendo com que eu estranhasse ‘’Eu sinto matando, sinto prazer ao sentir o sangue escorrer pelos meus dedos, ao ouvir os gritos das pessoas, é tudo tão bom, melhor do que sexo’’

‘’Não tem como algo ser melhor do que sexo, é um dos melhores prazeres da vida’’ falei o óbvio e Kyungsoo riu negando

‘’Diz isso por que fez recentemente?’’ ele perguntou com um sorriso enorme e minha expressão se fechou.

‘’Como sabe disso?’’ perguntei.

‘’Como sei que você transou com o seu amiguinho da floricultura? Eu sei de tudo Jongin, sei que você mora sozinho em um apartamento há vinte minutos daqui, sei que trabalha como psiquiatra a cinco anos, seus pais moram no interior da Coreia, teve poucos relacionamentos sérios embora faça amizade fácil’’ eu arregalei ainda mais os olhos, como ele poderia saber essas coisas de mim? ‘’Surpreso Jongin? Eu sei tudo sobre você, sei que é uma pessoa sozinha e que agora tem tantas esperanças de que finalmente tenha encontrado alguém certo, mas saiba Jongin que você é sozinho na vida, e vai continuar sozinho o resto dela’’ não dei tempo para que Kyungsoo terminasse de falar, apenas peguei tudo que era meu e saí da sala.

 ‘’Até amanhã, Jongin’’ ele gritou e quase voltei lá para socar sua cara, mas me limitei a sair correndo e ignorei até mesmo Chanyeol indo para fora da prisão.

Chovia um pouco mas nem me importei, apenas comecei a correr o mais rápido possível, até estar em frente a floricultura, não pensei duas vezes antes de entrar.

Sehun estava atrás do balcão recebendo o dinheiro de uma senhora que havia comprado flores, ele me encarou com uma ace surpresa mas logo retomou sua postura agradecendo a mulher que havia comprado as flores.

‘’O que aconteceu Jongin?’’ ele pediu se aproximando, eu me joguei nos braços dele, ele me acolheu em seus braços enquanto dava alguns beijos no topo de minha cabeça ‘’Respire fundo, se acalme’’ ele esticou o braço mas eu apenas o abracei com mais força ainda ‘’Aqui, seu presente antecipado, é uma acónito, agora se acalme meu amor’’ eu não o respondi, só encarei a flor roxa em minha mão direita e com a mão livre apertei a camiseta de Sehun, eu precisava ficar daquele jeito em seus braços, precisava do meu novo porto seguro.

 

Dia 7

‘’Você sabia que as flores tem muitos significados?’’ foi a primeira coisa que Kyungsoo disse quando entrei na sala naquela manhã, eu havia me atrasado de propósito nesse dia, afinal nossas conversas estavam me desgastando psicologicamente.

‘’Não Kyungsoo, eu não sabia’’ respondi ainda sem olhá-lo enquanto retirava o gravador e meu caderno da bolsa e já pegando a caneta para começar a fazer anotações do que ele dizia.

‘’Elas tem sim, e são significados incríveis, as rosas vermelhas querem dizer atração, o desejo que você sente por alguém, existe uma flor chamada amarílis, ela é realmente bonita, é tão formosa, e é isso seu significado, você dá ela a alguém que acha elegante, o amor-perfeito é uma flor tão pequena e delicada mas tem um significado tão forte, é uma flor para recordar lembranças do passado’’ me sentei a sua frente e ele me encarava com um sorriso sincero, ele nunca havia sorrido assim, não para mim ‘’A cor das flores também influenciam em seu significado, por exemplo a azaléia branca é especificamente sobre, o interesse romântico por alguém, a tuberosa talvez seja uma que você nunca tenha ouvido falar, ou se ouviu nem deve ter dado muita importância, é uma flor com um nome tão forte quanto seu significado, podemos associar ela com prazeres, mas prazeres um tanto quanto perigosos’’ ele sorriu sugestivo e eu revirei os olhos o deixando falar ‘’A acónito é uma flor tão desconhecida quanto a tuberosa, mas talvez uma das mais belas, embora um pouco estranha pelo seu formato, é uma bela flor para se dar quando fala palavras rudes a alguém, quando se está com ódio de alguém, já que significa exatamente isso, e tem uma flor, considero ela como a minha preferida, o lírio-aranha, ela tem muitos significados, mas é associada com a morta sabia?’’

‘’E você está me falando disso porque exatamente?’’ perguntei meio entediado por todas suas explicações.

‘’Jongin, você e sua mania de não prestar atenção no que eu falo’’ ele riu e eu respirei fundo me ajeitando na cadeira.

 ‘’Você me pediu porque eu mato alguém, como faço isso, como escolho a pessoa, resolvi lhe contar’’ dessa vez me interessei um pouco mais e passei a prestar atenção em suas palavras ‘’Lembra quando falei sobre o olhar? Que os olhos das pessoas dizem muito sobre elas? É assim que escolhia minhas vítimas, um olhar já bastava, se seus olhos me atraíssem eu ia atrás delas, a partir do momento que as conhecia passava sete dias até eu matá-las, algumas eu me aproximava tendo algumas conversas, outras eu apenas observava de longe, mas para todas elas a cada dia eu dava uma flor, cada dia elas recebiam uma dessas flores que eu falei, e quando eu lhes dava o lírio-aranha elas podiam ter certeza que não viveriam por muitas horas depois de receberem, mas eu só as matava mesmo no oitavo dia, pois ficava um dia inteiro as torturando, ouvindo seus gritos, sentindo seu sangue em minhas mãos e...’’

‘’CHEGA’’ gritei para Kyungsoo, o sorriso antes simpático que ele tinha no rosto mudou para seu típico sorriso maldoso.

‘’Você não queria tanto saber Jongin? Então pronto, eu lhe contei, contei como fazia’’

‘’Você é louco, e está me deixando assim também’’ chamei os guardas e mandei que eles levassem Kyungsoo.

‘’Ate amanhã, Jongin’’ quando ele disse aquela frase tive que me segurar novamente para não voar em seu pescoço, juntei todas as minhas coisas e fui o mais rápido possível para a sala de Chanyeol.

‘’Hoje foi o último dia Chanyeol, já tenho meu diagnóstico’’ falei entrando na sala e ele ergueu o olhar dos papéis que tinha em mãos, fez sinal para que eu me sentasse, mas neguei ‘’Kyungsoo está fora de suas faculdades mentais, ele deve ir para um hospital psiquiátrico o mais rápido possível’’

Chanyeol me encarou por um tempo sério até tirar seus óculos os colocando em cima da sua mesa ‘’Tem certeza disso?’’

‘’Sim, eu tenho, alguma vez já errei?’’ ele negou ‘’Eu vou fazer o relatório sobre ele ainda hoje e com meu diagnóstico final, te envio mais tarde, mas Chanyeol, será que posso ir pra casa hoje? Prometo fazer isso lá, é só que eu preciso de um tempo para pôr os pensamentos em ordem, apenas algumas horas’’

‘’Ele te cansou bastante não é?’’

‘’Você não faz ideia do quanto’’ admiti derrotado.

‘’Tudo bem, pode ir, e tire o dia de folga amanhã também, mas espero o relatório do Kyungsoo ainda hoje’’ eu assenti e agradeci saindo de sua sala.

Peguei meu carro e antes de ir para casa parei na floricultura, o dia estava nublado e todo cinza, mas a floricultura estava colorida como sempre, aquelas cores tão vivas, tão lindas.

Entrei e sorri ao encontrar Sehun ali debruçado sobre o balcão mexendo em seu celular.

‘’Chegou cedo moreno’’ ele falou erguendo seu olhar da tela do celular.

‘’Ganhei o dia de folga’’ falei me aproximando dele e o puxando para selar nossos lábios.

‘’Que inveja, queria poder ficar hoje com você, mas estou sozinho na loja’’ ele fez uma expressão magoada e eu sorri lhe dando outro beijo ‘’Você parece esgotado, mais do que ontem’’ ele falou passando uma das mãos pelos meus cabelos.

‘’É, eu estou um pouco, aquele paciente que lhe falei, hoje foi meu último dia com ele, e ele me cansou bastante, sinto que estou ficando louco’’

‘’Então o que está esperando? Vá logo para casa descansar’’ ele falou saindo de trás do balcão e começando a me empurrar para fora da loja, quando estávamos quase chegando na porta parei no lugar o puxando para meu braços para lhe beijar de verdade.

‘’Amanhã terei o dia de folga, o que acha de passar comigo?’’ perguntei acariciando seu rosto.

‘’Eu iria adorar, vou pedir para o Minho ficar no meu lugar amanhã já que eu estou cuidando de tudo sozinho hoje’’ ele sorriu malicioso antes de me dar outro beijo ‘’Agora vá, amanhã teremos muito tempo para brincar’’ ele falou me dando outro beijo, depois mais outro, e não resisti e tive que puxar para outro, os lábios de Sehun são viciantes, podia passar o dia os beijando ‘’Antes de você ir tenho que lhe dar algo’’ ele sorriu se afastando um pouco, foi até uma das prateleiras e puxou de lá uma flor vermelha muito bonita, suas pétalas pequenas e retorcidas e o diferente dela é que seus filetes eram todos para fora e bem longos ‘’É um lírio-aranha, gosto muito dessa flor, é uma das minhas flores preferidas’’ ele sorriu meio corado me entregando a flor.

‘’Obrigado, é realmente linda’’ lhe dei outro beijo antes de me despedir dele.

‘’Até amanhã, Jongin’’ ele falou e eu sai da floricultura.

Entrei no meu carro e fui direto para casa, cheguei lá e a primeira coisa que fiz foi colocar a flor no vasinho junto com as outras que Sehun havia me dado, em seguida fui me jogar no sofá completamente esgotado, eu precisava tanto desse descanso, tentei ao máximo não pensar nos dias que passei com Kyungsoo, e pareceu funcionar, pois não demorou e eu já estava dormindo.

Quando acordei já era um pouco tarde, acordei com muita fome então fui preparar algo para mim comer, quando terminei fiquei um tempo parado olhando para o nada, suspirei derrotado enfim decidindo ir logo fazer a porcaria do relatório que eu deveria já ter feito.

Comecei a escrever sobre o primeiro dia que consultei com Kyungsoo em que ele havia mostrado seu lado psicopata logo no primeiro olhar que trocamos, depois passei pelo segundo dia em que percebi que apesar de louco Kyungsoo é alguém muito inteligente.

Do terceiro e o quarto dia, apenas resumi  os dois e falei meio por cima o que ele havia me contado, e apenas coloquei esses dois dias porque era uma regra escrever sobre os sete dias de consulta.

Também não escrevi muito sobre o sexto dia, e ocultei principalmente a parte em que ele falou de mim, o sétimo dia sequer sabia o que escrever nele, acabei terminando por escrever sobre a forma que ele havia matado suas vítimas e que ele lhe dava flores.

Terminei de escrever e revisei tudo antes de enviar para Chanyeol, quando vi que horas eram arregalei meus olhos, não parecia ter passado tanto tempo assim, eu deveria ir descansar, Sehun havia ficado de vir aqui mas seria só daqui algumas horas, daqui tempo de eu descansar até lá, talvez dormir um pouco, o único problema é que eu estava sem sono algum.

Encarei o computador a minha frente onde ainda estava aberto o documento com a ficha de Kyungsoo, estava aberto na parte em que falei como ele cometia os crimes, sobre as flores que ele entregava para as vítimas, peguei meu caderno que continha as anotações sobre ele, eu anotei o nome das flores que ele havia dito, então meio curioso fui pesquisar sobre elas, e eram realmente flores lindas, e seus significados realmente batiam com os quais ele havia me contado, continuei pesquisando sobre elas até chegar na última, e quando abri a imagem arregalei meus olhos reconhecendo aquela flor.

Encarei o vasinho que havia na mesinha da minha sala com todas as flores que eu havia ganhado, sete flores, sete dias, todas iguais as que o Kyungsoo havia falado.

Como um filme as conversas que tive com ele vieram em minha cabeça, assim como a semana que passei com Sehun.
Kyungsoo havia deixado subentendido em um dos dias que poderia ter alguém que lhe ajudasse, mas como sempre eu não prestei atenção no que ele havia me falado e me foquei no que ele disse depois sobre trabalhar sozinho.

Como fui idiota!

Antes que eu pudesse fazer qualquer coisa meu celular tocou fazendo com que eu me assustasse.

‘’Alô?’’ falei meio trêmulo pois ainda estava processando o que havia percebido.

‘’Jongin? Porra Jongin preciso de você aqui, isso está uma correria’’ Chanyeol praticamente berrou do outro lado da linha.

‘’O que aconteceu Chanyeol?’’ perguntei ao identificar ser a voz do meu chefe.

‘’O Kyungsoo, o merda do Kyungsoo conseguiu fugir’’ meus olhos se arregalaram na mesma hora.

‘’Como aconteceu?’’ perguntei me levantando do sofá.

‘’Não faço ideia, mas acho que alguém o ajudou’’ na mesma hora me veio Sehun na cabeça.

‘’Chanyeol eu deixei isso passar desculpe, eu percebi só agora eu descobri que o Kyungsoo tinha um cúmplice e e...’’ antes que eu pudesse terminar de falar senti meu celular ser puxado de meu ouvido, em seguida braços fortes me agarraram.

‘’Que feio Jongin, não deveria entregar seu amante assim’’ a voz rouca de Sehun soou em meus ouvidos e senti um arrepio subir pelo meu corpo, tentei me soltar de seus braços mas ele só me segurou mais forte ainda.

‘’Você demorou tanto para perceber Jongin, achei que seria mais inteligente, mas você só ouvia o que queria ouvir, e nunca prestava atenção no que eu dizia’’ a voz de Kyungsoo preencheu o ambiente e arregalei meus olhos o encarando, ele estava bem a minha frente com o uniforme laranja de presidiário, mas sem as algemas, ainda segurava em uma de suas mãos meu celular, o qual já estava com a ligação de Chanyeol encerrada.

‘’Me soltem, o Chanyeol vai vir atrás de mim, ele vai vir ver porque desliguei a ligação tão de repente’’ tentei me desvencilhar novamente de Sehun mas só pude ouvir sua risada enquanto o mesmo passava seus lábios pelo meu pescoço.

‘’Até eles chegarem aqui, nós já estaremos bem longe’’ ele deu um daqueles seus sorrisos que odiei desde o primeiro dia que vi e se aproximou de mim tocando meu rosto ‘’Agora vamos Jongin, está na hora de você ver na prática o que eu fazia com as minhas vítimas’’ quando ouvi sua frase, a última coisa que senti foi um pano ser pressionado contra meu rosto.
 


Notas Finais


MUITOOOO BEMMMM E.E
Lay realmente espero q vc tenha gostado e.e
Ela deu certo trabalhinho mas valeu a pena, acho q tem erros, acho não tenho certeza pq tá tarde e eu to com o zoio bugado como vc e todos do grupo que lerem isso sabem, então me avisem please u.u
Paola obrigada por fazer essa capa maravilhosa pra fic *u*
Para quem ler espero que tenham gostado, e gente isso é FICÇÃO, é só uma coisa que tirei da minha cabeça louca, nada daqui é real, nada do que o Kyungsoo, Jongin, Luhan ou Sehun flaram, quer dizer, algumas coisas até são como sobre as flores, mas 95% dela é ficção então sem mimimi u.u
Enfim, beijinhos povo, e espero que tenham gostado \o\o


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