História Psicótico - O Terror Romântico - A notícia surpresa

- Nathaniel, o que você está fazendo?!  - Lynn quase gritou, tentando empurrar Nathaniel de cima de Alexy. O último se afastou confuso e assustado.

O loiro alto também pareceu confuso depois de olhar para Alexy, para Lynn e para Alexy de novo.

- Vocês se conhecem? – Ele perguntou, com as sobrancelhas franzidas.

- Sim! – Lynn exclamou, sem entender nada do que estava acontecendo.

A expressão de Nathaniel se suavizou imediatamente e ele ergueu as sobrancelhas, como quem pede desculpas, para Alexy.

- Sinto muito, achei que você a estivesse atacando.

Alexy se aproximou um pouco de Lynn enquanto tentava arrumar o cabelo na testa, ainda desconfiado.

- Sem problemas...

Nathaniel balançou a cabeça.

- Já está escuro, eu estava passando aqui a pé, então eu vi Lynn e a primeira coisa que eu pensei foi...

- Entendemos, entendemos – Lynn cortou. Não sabia se ficava grata por ter sido “protegida” (se fosse um caso em que precisasse de proteção) ou se ficava com raiva por seu vizinho se char no direito de se intrometer em coisas sem ter certeza de nada.

Alexy pigarreou.

- Então, Lynn... Eu... Eu já vou indo, meu turno começa daqui a pouco – ele deu m sorriso amarelo. Alexy estava tão sem graça que Lynn sentiu pena dele.

- Tem certeza que está bem? – Ela perguntou.

O rapaz assentiu, colocou os fones de ouvido e se afastou bem rápido dos dois, para não estender o constrangimento desse acidente. Lynn cruzou os braços e encarou Nathaniel.

- O que foi? – Ele perguntou.

- Você acabou de atacar meu amigo.

Nathaniel hesitou.

- Desculpe...?

Lynn acabou sorrindo sem querer com ele.

- Por que isso pareceu tão antinatural? – Ela riu.

O homem se empertigou.

- Eu confesso que não falo isso frequentemente.

Lynn descruzou os braços e colocou as mãos nos bolsos da calça.

- Ok, eu te desculpo. Você está a pé, quer uma carona?

- Seria ótimo.

. . .

Os dois conversaram pouco durante o trajeto. Seu vizinho loiro não parecia arrependido do que fez, achando realmente que havia agido certo. No elevador, Lynn acabou contando do incidente que tivera com Lysandre há poucos dias.

- Eu só consigo imaginar quão assustada você deve ter ficado – disse Nathaniel. – Então eu tinha razão de ter ficado preocupado.

- Não exatamente – Lynn retrucou. – Foi só um mal-entendido, não passei perigo nenhum de verdade.

Nathaniel a encarou.

- E você conhece bem Lysandre para dizer isso?

Lynn abriu a boca para responder, fechou-a e ficou sem saber o que dizer. A porta do elevador se abriu e ela só se lembrou de sair depois que Nathaniel fez isso primeiro.

- Ah, Lynn, você chegou! – Os dois escutaram alguém dizer quando pisaram no corredor.

- Armin? – Lynn perguntou quando viu o homem de cabelos negros se aproximar dos dois.

- Eu não sabia que horas você chegaria e eu também não tinha seu número...

Lynn estava muito confusa.

- Espera, o quê? – Ela olhou para Nathaniel, mas seu vizinho já havia entrado no seu apartamento e fechava a porta sem olhar para os outros dois.

Armin ergueu uma bolsa grande que carregava em mãos, sem parecer se importar com a educação (ou a falta dela) de Nathaniel.

- O material que você pediu – Armin sorriu. – Você tinha me pedido depois que eu disse que meu pai era arquiteto... Não se lembra?

Não, ela não se lembrava e ela estava muito envergonhada com ela mesma por causa disso. Eles deviam ter conversado sobre isso na casa do Kentin, certo? Mas suas lembranças eram ainda muito nebulosas, por sorte conseguira se lembrar do nome do vizinho.

- Claro! – Ela disse, torcendo para que ele não percebesse que estava mentindo. Ela se aproximou do seu apartamento e colocou a chave na fechadura. – Venha, vamos entrar.

Lynn fechou a porta depois que seu vizinho de olhos azuis entrou.

- Tem poucos enfeites... – Ele disse, observando a sala e o apartamento em geral.

- Ah, não deu tempo ainda de personaliza-lo ao meu gosto – Lynn deixou a bolsa no sofá e pegou aquela que Armin segurava. – Quer beber algo?

- Uma água, se não for problema – ele sorriu.

Lynn assentiu e abriu a geladeira para servir o convidado enquanto ele se sentava no balcão da cozinha.

- Posso ser sincera? – Ela perguntou depois de entrega-lo o corpo. – Eu não me lembro muita coisa do dia que nos conhecemos... Kentin me disse que eu acabei bebendo demais – Lynn deu uma risada sem graça.

- Oh, então você realmente não se lembra de ter me pedido o material?

Ela negou com a cabeça e Armin riu.

- Que situação... De qualquer forma – ele continuou – espero que seja útil.

- Vai ser, muito obrigada!

Ele se levantou, ajeitou a gravata e entregou o copo para Lynn, preparando-se para se despedir.

- Ah, já ia me esquecendo! Eu vi hoje no noticiário algo sobre um crime ter ocorrido aqui na área. Lembrei-me do que aconteceu com você e com aquele vizinho nosso. Pode ter sido um mal entendido, claro, mas todo cuidado daqui para frente é pouco, pelo menos até a polícia encontrar o canalha.

- Talvez seja por isso que Nathaniel... – Lynn murmurou, em voz alta.

- Quem é Nathaniel? O que tem ele?

- Nosso vizinho – ela respondeu. – Eu fui dar carona para um amigo meu hoje e quando ele foi tirar um bicho de mim, Nathaniel apareceu e quase foi pra cima dele.

Armin pareceu espantado.

- Ele deve ter visto o noticiário então. Provavelmente não te falou para não te preocupar. Que tolo, se fosse uma situação real e o homem estivesse armado, Nathaniel só teria piorado tudo!

Lynn ergueu as mãos.

- Mas está tudo bem, foi só um mal entendido.

- Esses mal-entendidos adoram te rodear, hein? – Armin riu. – De qualquer forma, vou indo. Preciso acabar umas papeladas da empresa. Espero que faça proveito do material que eu te trouxe.

- Vou sim, muito obrigada de novo!

Lynn o levou até a porta e os dois se despediram. Ela se trancou e checou duas vezes o que tinha feito para ter certeza. Havia se esquecido de perguntar o que ocorrera. Lynn tirou os sapatos e se encolheu no sofá, navegando entre os canais até encontrar um de notícias

- ... polícia ainda não tem nenhum dado extra sobre a tentativa de homicídio da jovem. A família não quis ser entrevistada, contudo o pai lançou uma nota à impressa dizendo que todos aguardem a melhora de Kim, que se encontra em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva. Os médicos disseram que houve uma grande perda de sangue devido a uma pancada na cabeça, mas que ainda há chance de recuperação. – A repórter se virou para seu colega e pediu opiniões a respeito do caso, mas Lynn não se preocupou em ouvir o resto por causa da foto da vítima que apareceu em sua frente.

Indubitavelmente, era a mesma mulher que ela vira com Castiel no dia anterior.