História Psychic love - Não estou querendo me afastar...

SARAH'S POV

No dia seguinte eu acordei na cama com Justin me olhando, tomei um susto e ele riu. 

- O que foi? - Perguntou rindo.

- Eu abro o olho e tá você aí me encarando. - Falei e me levantei, abri a cortina da varanda estando de sutiã e calcinha mesmo, nem ligava. - Até que o dia tá bonito. 

- Até que tá na hora de você colocar uma roupa. - Ele falou e me puxou pra dentro do quarto fechando a cortina. Me encostou na parede e me olhou nos olhos. - Ou ficar sem elas... - Ele sorriu malicioso.

- Hoje eu não estou afim. Quero dormir! - O empurrei e falei, deitei na cama e me espreguicei.

- Por que? Hoje não temos nada pra fazer, não temos compromissos, podemos ficar juntos o dia todo. 

- Podemos ficar juntos... Mas não quero transar hoje... 

- De novo isso Sarah? Estava indo tudo tão bem, finalmente nos acertamos e você faz isso. Ontem mesmo você queria mas do nada resolve ficar longe de mim! - Ele falou ficando estressado. Justin tinha motivos para ficar mau, eu não dava carinho a ele a bastante tempo mas não era necessário estarmos transando sempre. 

- Justin, não estou querendo me afastar. Quero ficar junto e agarradinha com você mas não estou no clima pra transar, não sei, apenas estou meio broxa hoje... - Falei até de uma forma engraçada e ele riu. Eu também não entendi o por quê  de estar assim, eu sempre estava bem ativa, era sempre eu que provocava e queria sexo de qualquer jeito mas não sei, acho que as palavras de Vincent pesaram muito, será que no fundo Justin tenha ódio de mim, nem que seja um pouco mas que tenha... Eu poderia estar indo pra cama com o homem que exterminaria minha família sem dó nem piedade, fiquei pensando sobre isso.

- Você está bem? Tá tão pensativa... - Justin perguntou.

- N-Não... Eu só estou pensando em algumas besteiras... 

- Sarah, eu te conheço e você não está bem... O que houve?

- Vou ser bem direta Justin. Eu estou indo pra cama com um cara que tem ódio de mim e só quer sexo? - Falei tudo de uma vez o encarando. Estava com medo, triste, com raiva, eram vários sentimentos misturados.

- O quê? De onde tirou isso? Você enlouqueceu? Eu te amo sua idiota! Eu te amo muito e nunca iria fazer alguma ruindade com você nem que minha vida dependesse disso! - Ele falou e eu abaixei a cabeça, percebi que estava certo e que ele realmente era louco por mim. Eu o olhei meio sem jeito e ele me abraçou forte, eu retribuí o abraço.

Do nada senti um arrepio, uma tremedeira meio agoniante e sabia bem o que era... 

- Não fala nada, apenas segue o ritmo! - Beijei ele que ficou confuso e segurou na minha cintura com força. 

- Sarah... - Ele tentava falar mas eu ocupava a boca dele beijando-o feroz. 

- Cala a boca e continua! - Exclamei deitando por cima dele. 

- SARAH! PARA E SE CONTROLA! - Ele gritou e segurou minhas mãos me afastando dele. - Você não pode se render a uma dessas sua crises loucas!

- Você não pode deixar de ser bipolar por um segundo!? Agorinha estava com uma vontade enorme de ir pra cama comigo e agora tá assim! Me poupe Bieber... - Odiava quando ele sentia que podia me controlar. 

Me soltei dele e me levantei, ele bufou e eu fui pro banheiro tomar banho. Troquei minha roupa e vesti um short jeans com um cinto, uma camiseta preta, óculos escuros e prendi meu cabelo em coque. Estava bem arrumada e perfumada, peguei dinheiro e coloquei o celular no bolso guardando o dinheiro junto. Quando eu peguei a chave do carro e já estava na porta eu ouvi meu nome, me virei e lá estava Justin sentado na poltrona me olhando.

- Onde você pensa que vai? - Ele falou sério.

- Eu não penso, eu vou! - Quando eu ia sair pela porta ele me puxou de volta. - O que você pensa que está fazendo?

- Eu não vou te deixar sair assim, você tá arrumada demais, não me diz pra onde vai além de que com certeza vai receber muitas cantadas... Não vou deixar.

- Primeiramente que não lhe devo satisfação e eu não sou obrigada a ficar o dia todo aqui além de que eu sinto falta da minha cidade, quero passear e SOZINHA. Entendeu? - Deixei bem claro pra ele que queria sair e ficar bem longe dele. Eu já sabia que ele estava pensando que eu ia atrás de algum macho ou atrás de Vincent porque estava brava com ele. Mas já estava ficando insuportável ficar no mesmo lugar com ele. 

- O que deu em você Sarah? Se quiser sair vá mas se eu souber que fez alguma besteira, eu paro de falar com você. - Ele falou e eu nem respondi, apenas saí e fui direto pro carro logo saindo do hotel.

Precisava passear e relaxar um pouco porque realmente estava muito puta da vida até que olhei pelo retrovisor e percebi um carro preto me seguindo, acelerei e o carro fez o mesmo, comecei a correr na pista e saí quase atropelando várias pessoas até que finalmente despistei o carro. Entrei num beco e rapidamente vesti uma roupa preta que se encontrava ali e armei meu arco, saí do carro e fiquei ali esperando o engraçadinho que me  perseguia aparecer. 

Finalmente ouvi um barulho vindo de um canto escuro, assim que um cara apareceu eu atirei a flecha que não o atingiu, o que estranhei porque sou muito boa com flechas mas assim que ia atirar outra eu recebi uma flechada na barriga, deixei o arco cair e tirei uma arma da cintura e atirei no cara várias vezes mas ele desapareceu, rapidamente entrei no carro e arranquei a flecha, peguei uma flanela que tinha ali e tentei estancar o sangue enquanto ligava o carro e dirigia rapidamente de volta pro hotel. Quando cheguei fui direto pro quarto e por muita sorte Justin não estava lá, entrei no banheiro e tirei um kit de primeiro socorros dali. 

JUSTIN'S POV

Cheguei no quarto depois de um tempinho jogando sinuca com os caras e percebi que Sarah havia chegado, sua blusa estava largada num canto do quarto e as chaves do carro estavam ali. Ela era um pouco despojada as vezes, peguei sua blusa e percebi que estava manchada, era sangue. Quando olhei o chão estava sujo de sangue, pingos que levavam até o banheiro. 

- Sarah? Você tá aí? - Tentei abrir a porta mas tava trancada. - Sarah, eu sei que está aí dentro, abra pra eu cuidar de você. - Falei preocupado.

- Vá embora Justin, eu tô bem... - Sua voz estava falha dava pra perceber que estava mau. - Não precisa se preocupar já vou sair. 

Eu sabia que tinha acontecido alguma coisa e já estava prestes a arrombar a porta quando Sarah saiu do banheiro com um curativo na barriga com uma mancha de sangue. Ela foi andando tentava parecer que estava bem mas foi quase se arrastando pra cama, deitou lá e se encolheu um pouco sem nem falar comigo ou olhar na minha cara direito.

- Sarah o que foi isso? - Perguntei meio puto da vida porque sabia que ela tinha se metido em encrenca e provavelmente com o irmão ou algum capanga dele. Ela não respondeu e estava com os olhos quase fechados, marejados, não estava bem mesmo! - Sarah me responda agora! O que foi isso? 

- Nada Justin, me machuquei sem querer, bati na quina pontuda de uma mesa de vidro. - Ela mentia muito mau. - Mas já tô bem, já cuidei disso.

- O chão tá manchado de sangue, você mau consegue ficar em pé, e tem um curativo gigante na sua barriga que tá sangrando! - Falei, estava óbvio que ela não tava bem mas não queria assumir porque é orgulhosa.

- Justin, eu me machuquei mas agora tô bem okay? Essa sua preocupação é desnecessária...

- Veste uma camiseta, você vai pro hospital! - Peguei ela e a sentei num canto da cama. 

- Você está louco? Se eu for pro hospital obviamente o cara que fez isso vai me encontrar e vai ser o meu fim! A máfia italiana controla tudo aqui. - Ela falou e estava certa, não sabia o que fazer, não podia leva-la pro hospital e não sabia como cuidar do machucado. Ela puxou o telefone no bolso e ia ligar pra alguém.

- Pra quem está ligando? 

- A única pessoa que pode fazer alguma coisa, por mais incrível que pareça eu sei que não foi ele o mandante dessa tentativa de homicídio... - Vincent... Eu não acreditava que ela estava ligando para aquele imbecil mas não podia fazer nada, sempre que eu contrariava Sarah, dava em merda então tinha que deixar ela fazer do jeito dela, ela sempre sabia o que fazer. 

- Vai ligar pro Vincent não é? Tudo bem, não vou te contrariar, ele é teu irmão e não posso impedir sua relação com ele. 

- Obrigada por entender. - Ela sorriu fraco, já estava ficando trêmula, perdendo as forças. Finalmente Vincent atendeu - Alô? Sou eu Sarah! 

- Por que sua voz tá estranha? Aconteceu alguma coisa? Aquele filho da puta fez alguma coisa com você? - Escutei ele falando do outro lado da linha e bufei. 

- Não, de jeito nenhum. Vince, eu saí pra dar um passeio e respirar um ar sozinha, alguém me perseguiu e levei uma flechada, não posso ir pro hospital e não sei o que fazer, preciso de ajuda, não vou aguentar muito tempo! - Ela falava desesperada. 

- Sarah, calma! Respira, onde você tá? Eu vou te buscar, eu vou cuidar de você mas preciso que me diga onde está e você vai ter que confiar em mim, vou te trazer pra cá e vou cuidar de você! - Eu escutei e respirei fundo, não confiava nele e não gostava de Sarah longe de mim. 

- Eu tô naquele hotel do centro, Justin tá comigo, vem logo pelo amor de Deus! - Ela falou e ele logo se despediu, chegaria em mais ou menos 10 minutos. - Justin, por favor eu tenho que ir, não se preocupe que eu vou voltar quando melhorar, só preciso de uma mala e que você me leve lá pra baixo. - Ela pediu e eu assenti com a cabeça, realmente estava me incomodando a ideia de deixa-la ir mas não podia fazer nada, era isso ou Sarah não aguentar e acabar batendo as botas. 

Em 5 minutos descemos e rapidamente o carro de Vincent chegou, ela já estava meio grog, a peguei no colo e levei para o carro, Vincent a esperava lá dentro, coloquei ela no banco da frente. 

- Não vai correndo, não quero que ocorra nenhum acidente. Lembre-se ela está machucada, qualquer coisa que acontecer com ela eu mato você. - Falei praticamente rosnando. 

- Ao contrário de você eu sou prudente e vou cuidar o máximo possível da minha irmã. - Odiava quando ele se referia a ela assim. 

- Parem, eu só quero acabar logo com essa dor. - Sarah falou com os olhos marejados. - Vamos embora logo. - Falou. 

- Tchau meu amor. Volta logo e bem. - Puxei seu rosto delicadamente e a beijei, ela retribuiu e eu a olhei. - Tchau, volta logo... - Falei baixo e dei um selinho longo. 

- Meu Deus, será que dá pra parar com essa pegação no meu carro? - Vincent falou. Ele era irritante, me afastei dela e fechei a porta. O carro deu partida e foi se distanciando até não ser mais visto, mau ela havia partido e eu já sentia falta da minha princesa.