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História Psycho Love (SaTzu) - Confissões


Escrita por: Satellar

Notas do Autor


Aqui mais um capitulo recheado de satzu pra vocês, aproveitem!!!!!!

Capítulo 12 - Confissões


Sana levantou da cama desesperada ao perceber que estava atrasada para seu encontro com Tzuyu. Ela rapidamente fez sua higiene matinal e depois revirou o guarda-roupa inteiro à procura de uma roupa que se adequasse ao lugar e a ocasião. Tzuyu havia escolhido se encontrar com ela em um parque no centro da cidade, a princípio Sana estranhou a escolha, mas logo se acostumou com a ideia. Enquanto ela tentava arrumar seu cabelo, que por sinal estava um caos, percebeu pelo reflexo do espelho que Dahyun a observava do sofá como se tivesse se entretendo com o seu desespero.

_Ei! Você estava ai o tempo todo e não me acordou?

_O encontro é seu e eu que tenho que te acordar?

Sana olhou para a escova de cabelo em sua mão e pensou em atirar na amiga mas não queria perder mais tempo.

_Eu espero que você não esteja pensando em fazer alguma coisa comigo usando essa escova

_Agora eu não tenho tempo mas não pense que eu vou deixar de me vingar por causa disso

Dahyun deu de ombros e Sana terminou de colocar suas sapatilhas e passou um perfume suave. Ela usava uma regata branca e shorts jeans, não queria parecer arrumada demais para não causar uma impressão exagerada.

_Já são quase nove e meia, só estou dizendo, sem pressão - disse Dahyun enquanto olhava a tela do celular.

_Puta merda!

Sana desceu as escadas praticamente correndo até o andar de baixo se esbarrando nos móveis no caminho e quase tropeçando no tapete da sala. Dahyun a acompanhava por trás segurando o riso.

_Não sei que horas eu volto, já está avisada

_Ok, só tenta não voltar muito tarde e de preferência ainda hoje

_Querida isso não depende de mim sabia? Se a Tzuyu quiser passar a noite comigo outra vez não sou eu que vou reclamar

_Garota apaga esse fogo e vai logo ou eu vou ter que te empurrar até lá?

_Até mais tarde então

_Até mais Saninha

As duas se despediram e ela apressou o passo torcendo para que Tzuyu se atrasasse também, apesar de que ela não parecia o tipo de garota que se atrasava para os compromissos, ao contrário de Sana que eram raras as vezes em que chegava em algum lugar na hora certa.

Ao sair de casa ela pensou em chamar um táxi mas se lembrou de que não estava levando dinheiro algum, pensando melhor agora, ela deveria ter aceitado a carona que Tzuyu havia lhe oferecido mais cedo.

Depois de pegar alguns atalhos ela finalmente chegou ao parque. Olhou ao redor procurando por alguém com as caracteristicas físicas de Tzuyu mas não viu nada além de árvores e pessoas fazendo piquenique na grama. O clima estava bastante agradável mas como ela havia corrido uma maratona até chegar ali estava quase derretendo de calor. Sana sentiu  seu celular vibrar no bolso detrás de seu short. Era uma mensagem de Tzuyu.

TZ: Você vem?

SN: Já cheguei

TZ: Cadê você? Não to te vendo

SN: Me fala onde você tá que eu vou ai

TZ: Estou na ponte do lago

Sana olhou para a direção onde o lago ficava e viu a silhueta de alguém parado na ponte.

Ela guardou o celular e se apressou para ir até lá. Estava nervosa, e dessa vez não estava bêbada para conseguir encarar Tzuyu de frente, ainda mais depois das coisas que haviam feito da última vez. Sana estava um poço de insegurança, isso porque todas as pessoas com quem já saiu nunca fizeram questão de ter algo sério com ela. Resumindo, ela sempre foi tratada com algo descartável por quem já teve algum tipo de sentimento, a partir daí ela nunca mais quis se envolver com mais ninguém, e sempre que alguém por quem ela se intessava aparecia, a insegurança vinha antes de qualquer coisa. Estava cansada de ter seu coração despedaçado sempre da mesma forma.

Ela se aproximou cuidadosamente de Tzuyu que até então não havia percebido sua presença por estar distraída demais olhando para o lago. Não muito diferente do que tinha visto antes, ela usava saltos altos e uma blusa gola polo com as mangas levantadas até o cotovelo, e calça jeans clara. Não importava a ocasião ela sempre parecia elegante.

Ela cutucou Tzuyu que pareceu ter tomado um susto levando as mãos ao peito e fechando os olhos.

_Meu Deus que susto

_Desculpe

Tzuyu abriu os olhos e se encantou com a visão que teve. Sana parecia estar mais linda do que se lembrava, se é que era possível. A menina olhava para baixo esboçando uma timidez que até então achava que não era uma de suas caracteríscas, levando em conta os acontecimentos da noite anterior. 

_Que bom te ver de novo - Tzuyu coçou a nuca completamente sem jeito

_Posso dizer o mesmo, fiquei surpresa com o seu convite

_Porque?

_Você não parece o tipo de garota que liga no dia seguinte

_Pelo visto se enganou

_Bom, você não me deu o seu número então...

_Eu juro que iria te dar mas você apagou antes se lembra?

_É mesmo, me desculpa por ter te dado tanto trabalho eu fui uma idiota

_Qual é, não precisa se desculpar, apesar de tudo foi divertido

_Digamos que valeu a pena - ela deu um sorriso malicioso fazendo a garota rir - mas então, por qual motivo quis se encontrar comigo assim tão de repente?

_Querer te ver já é um bom motivo não acha?

_A-acho que sim...- Sana ficou totalmente sem palvras, ela nunca sabia como reagir perto de Tzuyu ainda mais quando ela resolvia ser tão gentil assim - de qualquer forma é bom saber que eu não arruinei tudo ontem

_Quem nunca ficou bêbada e começou a fazer coisas estranhas no meio das pessoas não é mesmo?

_Espero que a dose de vergonha que eu passei seja menor do que eu estou imaginando

_Eu diria que pode até ser um pouquinho maior

_Será que você poderia me contar pelo menos alguma dessas coisas que eu fiz?

_Claro, agora não sei se você vai gostar de saber de algumas...

Elas foram caminhando enquanto conversavam sobre a noite anterior, a cada coisa que Tzuyu contava que Sana havia feito era uma reação de espanto diferente. As duas sentaram na grama e ficaram jogando conversa fora por um bom tempo.

_Eu ainda não acredito que você deixou que eu dançasse bêbada em cima de uma mesa de sinuca

_Os caras de lá ficaram bem putos mas até que acharam engraçado inclusive eu - Tzuyu começou a rir e Sana deu um tapinha no braço dela - mas espera ainda não acabou, já te falei que você só não fez um striptease no meio do bar porque eu não deixei?

_Você tá de brincadeira né?

_Não mesmo, eu quase tive um infarto vendo você tirar aquele roupão

_Meu Deus...- ela tampou o rosto morrendo de vergonha e começou a se praguejar por ter pagado tanto mico na frente dela.

_Aliás posso te perguntar porque você estava em um bar daqueles usando só um roupão no meio da madrugada?

_Eu não lembro - mentiu

_Foi uma noite estranha

_Com certeza

Elas se encararam outra vez e começaram a rir, pareciam duas crianças se divertindo na companhia uma da outra.

Mas Tzuyu foi obrigada a acabar com aquele momento tão agradável, ela se lembrou do verdadeiro motivo de ter chamado Sana ali, e se não tivesse essa conversa com ela agora, não saberia se teria outra oportunidade.

- Sabe, tem uma coisa que eu queria falar com você, na verdade isso não sai da minha cabeça desde ontem.

Sana começou a suar frio antes mesmo de Tzuyu dizer sobre o que se tratava, se aquela conversa fosse sobre o beijo que tiveram ela não saberia o que falar e nem como reagir, ainda estava fresco em sua memória mas nunca fora boa em descrever seus sentimentos.

_Sana, quero que antes de tudo confie em mim certo?

_T-tudo bem - ela começou a ficar nervosa dando abertura para mil pensamentos perambularem por sua mente.

_Quando nós...você sabe, nos beijamos, e aconteceu aquele acidente com a minha perna - a essa altura Tzuyu não conseguia mais olhar nos olhos de Sana e fitava o chão - enquanto você estava dentro do carro eu abri o porta-malas e tinha um homem morto lá dentro

Nesse momento um flashback passou pela cabeça de Sana, ela havia matado outra pessoa na noite anterior além de Marroni e tinha se esquecido completamente disso.

"Sua imbecil como pôde ser tão descuidada, você arruinou tudo" a voz ecoou em sua cabeça aumentando ainda mais o desespero crescente nela.

_E-eu não... - ela arregalou os olhos, se levantou e começou a recuar quase tropeçando em seus próprios pés. Tzuyu percebeu o nervosismo da menina e rapidamente a segurou pelos braços impedindo-a de dar mais um passo e a olhou nos olhos enxergando o medo transbordando neles.

_Eu não vou fazer nada que te prejudique eu só quero saber a verdade, foi você quem o matou?

_E-eu não sei

_Não precisa ficar nervosa, mas por favor não minta para mim, eu sei que aquele carro não era seu.

Sana fechou os olhos pensando em um motivo aplausível para ter matado o homem daquela forma que não fosse para salvar sua própria pele mas não conseguiu, ela apenas o fez sem qualquer tipo de hesitação. Estava com vergonha de si mesma por ter deixado ser controlada por aquela voz que sempre a atormentava. Suas emoções nunca estiveram tão bagunçadas em toda a sua vida, as vezes tinha medo de si mesma e do que era capaz de fazer fora de seu estado normal. Se seus pais vissem o monstro que ela havia se tornado em apenas uma noite com certeza a renegariam como filha. Tzuyu a observava com preocupação. O olhar de Sana estava vazio, sem vida. Era como se estivesse em uma luta interna com si mesma e se esquecesse de tudo ao seu redor. Ela já havia visto aquele olhar antes, mais precisamente no dia em que a havia encontrado pela primeira vez, e preferia nunca ter que vê-lo novamente levando em conta que da última vez ela assistiu de perto a dor de quem havia acabado de perder os pais.

E Tzuyu sabia mais do que ninguém de como era esse sentimento.

_Sim, fui eu quem o matou - confessou com a voz um pouco falha surpreendendo Tzuyu - e não me pergunte porque fiz aquilo, depois que meus pais morreram minha vida virou de cabeça para baixo, não sei mais quem eu sou - sua voz dava indícios de que estava prestes a chorar

_Não precisa explicar se não quiser

_Tudo bem, eu já passei por tanta dor e sofrimento que isso não vai fazer diferença alguma pra mim 

Seu coração apertou ao ver Sana se desmanchando na sua frente, então ela fez a única coisa que passou pela sua cabeça naquele momento. Ela a abraçou, era o que queria ter feito muito antes, queria poder se desculpar por tudo o que tinha feito mas não podia. A única coisa que poderia oferecer a ela nesse momento era o conforto de um abraço. Aproveitou a diferença de altura e apoiou seu queixo na cabeça dela e fechou os olhos sentindo a menina relaxar um pouco em seus braços. Aquele assunto delicado a atingiu em cheio, mas se Tzuyu não soubesse a verdade não teria como ajudá-la. Ela sabia de alguma forma que Sana estava longe de ter um emocional como o das outras pessoas. Notou isso ao perceber suas mudanças drásticas de humor e comportamento na noite anterior que preferiu não mencionar na conversa e se pudesse faria de tudo para ajudá-la a lidar com isso.

Sana foi se acalmando aos poucos, o cheiro do perfume de Tzuyu inexplicavelmente a acalmava, e de alguma forma era familiar para ela . Era como se já tivessem passado por uma situação parecida antes, mas afastou esses pensamentos pois achava que não passava de coisa da sua cabeça.

Tzuyu segurou o rosto de Sana e lhe deu um sorriso garantindo que estava tudo bem. Ela se surpreendeu com a atitude dela já havia acabado de confessar um assassinato e ganhou em troca um abraço e um sorriso reconfortante.

"Pelo menos ela não chamou a polícia" pensou

 Eu sei bem como é perder os pais, acredite em mim eu também já sofri tanto quanto você - confessou Tzuyu

Sana ficou surpresa com a confissão da garota, ela nunca imaginaria que Tzuyu fosse orfã. Ela andava sempre bem vestida e parecia ser possuidora de uma grande fortuna sem falar na aparência jovial. A princípio achava que ela era filha de algum magnata da cidade já que sempre a viu acompanhada de homens que pareciam ser seguranças.

_Os meus foram assassinados no dia do aniversário de casamento deles, e eu nem tive a chance de me despedir a não ser no dia do enterro

Tzuyu havia transformado a vida da garota mais fascinante que já conheceu em um inferno. Se pudesse voltar atrás ela teria poupado os pais dela, mas infelizmente não podia reverter essa situação e era tarde demais para cair fora. Ela estava envolvida demais com Sana para deixá-la ir mesmo que isso significasse salvar seu próprio pescoço.

_Ei vocês duas! - um garoto que aparentava ter mais ou menos 10 anos estava parado na frente delas segurando uma bola de futebol e as encarava fixamente com espectativa - vocês vão se beijar ou algo do tipo?

Foi aí que ambas perceberam que ainda permaneciam abraçadas e próximas até demais. Então rapidamente se afastaram fazendo cara de paisagem.

_Que chatas - o menino cruzou os braços

_Ei, qual é o seu nome? - Tzuyu se aproximou do menino e se agachou na frente dele enquanto Sana os observava.

_É Joongkae mas pode me chamar de Kae

_Certo Kae, bem, como eu deveria dizer isso? - ela encarou o menino e colocou as duas mãos nos ombros dele - Se abrir a boca mais uma vez eu enfio essa bola em um lugar do seu corpo onde o sol não bate tá me entendendo?

O menino arregalou os olhos e saiu correndo assustado. A risada alta de Sana foi ouvida dando um alívio interno a Tzuyu ao constatar que ela já estava bem.

_Você não deveria ter feito isso

_Porque não? O garoto é um saco

_Se os guardas do parque vierem aqui eu digo que foi você quem o ameaçou

_Você me entregaria desse jeito? Pelo visto você não seria uma boa comparsa - brincou

_ Comparsa de quê? Da organização criminosa de assustar criancinhas indefesas?

_Assim você acaba com a minha moral - fez um bico arrancando outra risada de Sana

O celular de Tzuyu tocou, interrompendo a brincadeira das duas. Ela pensou em ignorar mas viu o nome de Chaeyoung no visor e sabia que deveria se tratar de algo muito importante.

_Desculpe mas vou ter que atender - Sana apenas assentiu e Tzuyu tocou no botão verde na tela - estou ouvindo

_Estamos prontos

_Já chegaram?

_Sim, já está tudo aqui, precisamos de você

_Mas agora?

_Tzuyu...

_Tudo bem, chego em um instante - ela desligou o celular e se virou para Sana que fitava o chão - desculpe eu queria poder ficar mas eu tenho que ir

_Tudo bem...vamos nos ver novamente?

_Claro que sim, só que pode levar um tempo, tenho umas coisas importantes para resolver no meu trabalho e terei que ficar um tempo fora

_Tudo bem - disse em um tom de desanimação

_Mas não pense que vai se livrar de mim, vou fazer questão de te ligar todos os dias

Aquilo fez Sana sorrir, saber que Tzuyu se importava com ela era uma das melhores sensações que podia sentir.

_É bom mesmo

_Você quer que eu te leve em casa?

_Não, pode deixar, vou passar em um lugar antes

_Tem certeza? Eu tenho Whisky no meu carro

_Não por favor! Quero distância de álcool

_Tudo bem então - Tzuyu se aproximou dela e lhe deu um beijo no canto da boca. - até qualquer dia

Sana sorriu vendo Tzuyu se afastar e a acompanhou com os olhos até ela entrar em um carro. Ficou curiosa em saber sobre o trabalho dela já que aparentava ser algo muito importante.

Ela tocou o canto da própria boca e sorriu mais ainda

"Sana, Sana você ainda vai ficar louca por causa dessa garota"


Notas Finais


Tentei fazer com que o capítulo ficasse um pouco mais longo espero que tenha dado certo rsrs
Até o próximo capítulo!!!!


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