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História Psycho Love (SaTzu) - Confrontos e ameaças


Escrita por: Satellar

Notas do Autor


Olá meus amores como vão?
Finalmente tive um tempo de postar e como eu avisei antes vocês vão ter que aguentar a demora T-T
Mas pra compensar vou me dedicar mais pros capítulos ficarem melhores e mais longos como esse por exemplo
Boa leitura :D

Capítulo 17 - Confrontos e ameaças


Seoul.

2:40 da manhã.

Em algum bar em Seoul...

O barman olhava feio para a moça debruçada no balcão, fazia algum tempo desde que ela estava lá naquela mesma posição, ele estava começando a se perguntar se deveria verificar se ela ainda estava viva. Não podia estar bêbada, servira apenas dois copos de tequila desde que chegara. De repente ouviu-se o barulho de um balançar de sinos, alguém havia acabado de chegar.

_O que a senhorita vai querer? - o barman, perguntou gentilmente à moça recém chegada que não tirava os olhos da outra inerte no balcão.

_Uma água por favor

Ela se sentou ao lado da mulher debruçada e tamborilou os dedos na bancada impacientemente, logo seu copo com água foi entregue e ela agradeceu silenciosamente  ao rapaz com um sorriso.

_Finalmente eu te encontrei - se dirigiu a mulher que o barman até então achava que estava desmaiada.

Por alguns instantes não obteve resposta, mas logo percebeu que ela espiava pela fresta entre seu braço e o balcão.

Ela levantou a cabeça lentamente e encarou a moça recém chegada, que apenas sorriu.

_Há quanto tempo não nos vemos, Nayeon, não vai nem me dar um oi?

Nayeon semi-cerrou os olhos e voltou a esconder o rosto entre os braços novamente.

_Certo, pelo visto não mudou nada

_O que faz aqui, Jisoo? - sua voz saiu abafada

_Fico encantada com os seus modos, mas antes de responder, como você está?

_Bem, obrigada

_Já vi que com você vou ter que ser direta

_Sim por favor - Nayeon praticamente implorou

_Então será que dá pra você ao menos olhar para mim?!

Nayeon levantou a cabeça lentamente e virou seu rosto para encarar Jisoo o que mantinha uma expressão neutra.

_Quero te fazer uma proposta

_Estou ouvindo

Nayeon chamou o barman com o dedo e pediu outra dose de tequila.

_Quero que você volte comigo para Busan

_Já imaginava - revirou os olhos

_Julgando por essa sua cara de desprezo já sei sua resposta, me diga então...o que de tão interessante você vê em Seoul?

_Nada, eu simplesmente não posso ir

O barman trouxe o copo de tequila deslizando-o pelo balcão até chegar as mãos de Nayeon que virou o líquido de uma vez sentindo uma grande queimação na garganta.

_Você e essa sua mania de nunca me contar as coisas, nem quando você foi embora teve a decência de me avisar, francamente, se não fosse pelos nossos colegas eu teria achado que você tinha sido sequestrada e morta

_E por acaso foram eles que te mandaram aqui?

_Eu vim por conta própria porque eu me importo com você! Olha só para você, frequentando um bar de quinta como esse e enchendo a cara como se fosse uma coitada

_Você por acaso é minha mãe pra ficar me dando sermão?

_Eu sou sua melhor amiga! - a voz de Jisoo se sobressaiu aos demais, atraindo toda a atenção do bar para ela. Logo abaixou a cabeça se arrependendo pelo tom de voz que usou. Nayeon apenas olhou para o copo em sua frente e suspirou.

_Você tem que entender que aqui é o meu lar agora

_Você tem certeza disso? Trabalhando como uma mera investigadora nessa cidade horrível  e ganhando migalhas enquanto lá você tinha tudo!

_Pelo visto você está bem informada sobre o que eu ando fazendo

_Isso não importa! Nós eramos parceiras, mas acho que você já esqueceu disso

_Claro que eu não esqueci!

_Então se você tem o mínimo de consideração por mim, volte comigo para Busan e reassuma seu cargo de delegada, vamos voltar a ser uma equipe

Nayeon e Jisoo se olharam por um tempo até que Nayeon abaixou a cabeça e sussurrou:

_Eu já disse que não posso

Jisoo se levantou e fez menção em sair mas Nayeon a agarrou pelo braço.

_Se eu já não tivesse me estabelecido aqui eu até pensaria na ideia, mas acabei de ser aceita pelo departamento de polícia de Seoul não posso jogar tudo fora assim

Jisoo negou com a cabeça e desviou o olhar para a estante de bebidas a sua frente.

_Sabe que não pode fugir pra sempre, uma hora vai ter que se perdoar pelo que aconteceu

_Você está exigindo demais de mim

_É a última vez que eu vou falar, não adianta fugir do seu passado, mais cedo ou mais tarde você vai ter que enfrentá-lo

Jisoo tirou um cartão amassado do bolso da calça e jogou no balcão

_Caso mude de ideia, sabe onde me encontrar

Ela saiu do estabelecimento batendo a porta com força. Nayeon recolheu o papel e guardou em seu bolso. O barman apareceu e recolheu o copo com água que até então estava intacto.

_Quem é que vai pagar por isso?

_Eu pago, agora por favor me deixe sozinha

Nayeon tirou o celular do bolso e resolveu fazer uma última tentativa, escreveu uma mensagem para o destinatário de nome Minatozaki Sana. Precisava terminar as coisas antes de tentar começar uma nova vida, e agora que finalmente tinha conseguido engressar na polícia, cuja carta de aceitação recebera nesta manhã, seu foco deveria estar totalmente em sua futura carreira.

Olá Sana, faz tempo que não nos falamos, e já faz quase um mês que estou tentando entrar em contato com você mas sem sucesso. Creio eu que você deve ter perdido o interesse em descobrir a identidade do verdadeiro autor do assassinato dos seus pais ( o que eu sinceramente não entendo o porquê, já que estávamos tão perto) de qualquer forma aviso desde já que não trabalho mais como investigadora, caso que se algum dia quiser me procurar novamente não poderei mais fazer serviços particulares. Quanto ao pagamento não se preocupe, não vou cobrar nada, não me sinto bem cobrando por um trabalho que eu fiz totalmente pensando em te ajudar. Tenho um dossiê de provas contra Marroni, caso tiver interesse em obtê-lo entre em contato comigo que lhe entregarei com o maior prazer

Espero poder te encontrar novamente um dia desses.

Nayeon.

Ela apertou a tecla de enviar e largou o celular em cima do balcão.

Sana recebera a mensagem, mas nem ao menos se deu o trabalho de lê-la. Quanto menos tivesse contato com Nayeon, melhor. Ela não podia correr o risco de ser descoberta na investigação que ela mesma tinha mandado executar. Agora só precisava esquecer de tudo isso e fingir que aqueles dias nunca existiram, inclusive Nayeon.

Mas ao contrário do que Sana pensava, agora sendo uma policial, Nayeon decidiu que quando pudesse, reabriria o caso da chacina do restaurante e tentaria achar o culpado. Agora tendo mais recursos e uma equipe de profissionais com ela  suas chances de pegar o culpado eram altíssimas. Esse caso havia lhe chamado muita atenção principalmente por ter sido abandonado sem motivo algum, e ela com certeza não iria deixar as coisas ficarem assim.

                         * * * 

Um mês depois....

Tzuyu recuperara o controle da cidade outra vez, graças ao mapa que encontrou, conseguiu destruir cada esconderijo, acabar com cada negócio de contrabando, matar cada inimigo ao seu alcance, houve praticamente uma limpa na cidade. E como havia explodido o depósito de armamento do inimigo sua vantagem era enorme então não houvera qualquer sinal de resistência. Agora seu principal objetivo era manter a segurança de Sana e impedir que seu controle fosse ameaçado novamente, por isso nunca abaixava sua guarda e sempre desconfiava de tudo e de todos.

Tzuyu estava em seu quarto após voltar de uma reunião exaustiva em que acabara de fechar um contrato com um novo fornecedor de armamento. Terminava de tirar o seu Blazer em frente ao espelho quando Chaeyoung entrou subitamente no cômodo.

_Ah, finalmente te encontrei

_Olá Chae, obrigada por bater

_Eu te procurei em cada canto dessa mansão onde estava?

Tzuyu abriu a boca para falar mas foi interrompida.

_Com aquela maluca da Sana, nem precisa dizer

_Não, eu não estava com ela e será que você poderia ter um pouco mais de respeito por ela?

_Me desculpe, psicopata seria o termo certo?

_Você nunca a conheceu como pode julgá-la assim?

_Deixe-me ver, segundo você, ela matou um cara e escondeu o corpo no porta-malas e agiu como se nada tivesse acontecido, e além disso anda se entupindo de remédios e agindo estranhamente, você não está nem um pouquinho preocupada?

_Isso já faz tempo, ela mesma me garantiu que está perfeitamente normal agora

_E você acredita?

_Da última vez que eu insisti nós quase brigamos, desde então não perguntei mais

_Isso não está me cheirando bem

_Está tudo sob controle, na verdade nunca esteve melhor

_E ela por acaso sabe que você...?

_Claro que não!

_Relaxa, eu não estou falando de ter matado dezenas de pessoas incluindo os pais dela - Tzuyu apertou os punhos ao captar a ironia - quero dizer se ela sabe no que você "trabalha" - ela fez aspas com os dedos

_Não, e se depender de mim nunca vai saber, não quero ela envolvida nisso

_Quero ver como você vai conseguir esconder isso, ainda mais com o Tuan solto por aí

_Isso não vai interferir em nada, não vai demorar muito até eu por minhas mãos nele...

_Como pode ter tanta certeza? Nunca mais o vimos, e nem o desgraçado do Jackson, eles devem estar muito bem escondidos

_Eles sabem que se eu conseguir achá-los, estarão mortos, mas uma hora ou outra vão aparecer

_Se eu fosse você ficaria em alerta, ninguém sabe do que aqueles dois são capazes

_Eu sei disso, já reforcei a segurança na mansão e principalmente no meu cofre, inclusive coloquei alguém para vigiar a Sana, enquanto eu não tiver a cabeça desses dois pendurados na minha parede não irei sossegar

_Tzuyu...Tzuyu, a corda no seu pescoço vai apertando cada dia mais

_Eu sei o que eu estou fazendo, e agora com o meu caminho praticamente limpo, eu vou acabar com isso de uma vez por todas

_Limpo? Eu jurava que você não desansaria  até matar aquela mulher cujo-nome-não-sabemos-ainda com as suas próprias mãos

_Tenho outras prioridades agora, isso vai ter que esperar

_Onde eu posso encontrar a Sana? Quero perguntar onde foi que ela escondeu a verdadeira Tzuyu e colocou essa molenga no lugar

_Você tirou o dia hoje pra me irritar ou é só impressão minha? Eu sei o que eu estou fazendo

De repente o celular de Chaeyoung tocou, ela rapidamente pediu licença para atendê-lo. Tzuyu observava o semblante da amiga durante a ligação que se alternava entre surpresa e raiva. Ela apenas balançava a cabeça a medida com que a ligação transcorria, depois desligou fechando os punhos com força.

_Eu sabia...

_O que foi?

_É a polícia, acabou de prender mais de 20 dos nossos

_O quê?!

_Briga de gangues, aqueles idiotas não conseguem se segurar quando estão em grupos

_Isso eu já imaginava, quero dizer como eles ousaram prendê-los? Eu encho os bolsos daqueles corruptos todos os meses justamente para não fazerem isso

_Não acho que a culpa seja deles, já ficou sabendo que Seoul tem um novo prefeito?

_Deixa eu adivinhar, é aquele que o Marroni ficou encarregado de matar mas que no final foi ele quem acabou sendo morto

_Esse mesmo, só foi ele assumir o cargo que as coisas sairam fora de controle, eu vim aqui justamente para te avisar sobre isso

Tzuyu olhou com raiva seu próprio reflexo e só não socou o espelho porque Chaeyoung a impediu ao segurar sua mão.

_Nem pense em fazer isso, esquentadinha

_Porque será que sempre aparece alguém para encher o meu saco?! Quando eu acho que as coisas estão voltando ao normal me aparece todo tipo de escória para me atrapalhar!

_Mas não é só isso, ele fez questão de fazer uma reforma em tudo, nomeou novos acessores, criou novas exigências e o pior de tudo, não sei como, mas ele deu um jeito de chutar o chefe de polícia que estava comendo na nossa mão e colocou outro no lugar

_Já estou vendo que serei obrigada a trocar umas palavrinhas com ele pessoalmente - ela andou de um lado para o outro e parou em frente a janela contemplando a vista para o seu jardim - onde já se viu, ele chegou agora na minha cidade e já quer fazer o que bem entende

_Ele precisa conhecer as regras do jogo e não tem ninguém melhor para ensiná-las do que você

Eu não posso deixar as coisas assim - ela colocou seu blazer novamente e andou até a porta - Vou ter que desmarcar todos os meus compromissos de hoje só para dar as boas vindas para ele se é que me entende

_Boa sorte, e se quer um conselho meu, por favor tente não matar o homem

                          * * *

Mate-o

Não...

Mate-o

Não

Mate-o agora

Não!

Sana que até então estava com as duas mãos apertando o pescoço do seu oponente aplicou um golpe de judô que o imobilizou no mesmo instante, ele rapidamente bateu a mão várias vezes no tatame se rendendo. Logo um apito soou e Sana foi declarada vencedora da luta.

Houve aplausos e assobios dos seus colegas que estavam assistindo a luta. Seu professor sorria orgulhoso indo até ela para parabenizá-la.

_Essa garota é maluca! - o garoto se levantou do chão com as mãos em volta do pescoço - ela quase me matou!

_Sem exagero rapaz, aceite a derrota - o professor o lançou um olhar de repreensão mas sua expressão logo mudou ao olhar novamente para Sana - como se sente agora que se tornou faixa preta?

_Bem... Na verdade eu não achei que conseguiria

_Porque? - o professor parecia chocado

_Bem, eu cheguei atrasada e quase perdi a prova...

Na noite passada Sana havia descoberto uma caixa cheia de fitas de gravações antigas, e nelas haviam momentos importantes como sua primeira festa de aniversário, viagens dela com os pais, seus primeiros passos quando era bebê, a festa de casamento deles em que ela foi levar as alianças.

Memórias perdidas que nunca iriam voltar.

Apesar daquilo ter sido uma verdadeira tortura, ficou quase a noite inteira revendo as imagens na televisão, sentia uma falta imensa deles e não passava um dia se quer sem imaginar como seria sua vida se eles ainda estivessem lá. Queria mais do que nunca sentir aquele amor que apenas seus pais eram capazes de dar, mas infelizmente eles agora só existiam em sua memória.

Por causa disso ela foi dormir com o dia quase amanhecendo e como consequêcia acabou se atrasando para o seu exame final na academia.

_Você sempre foi a primeira da turma,  e sempre vai ter uma exceção para você - ele se aproximou dela e cochichou em seu ouvido - não conte isso para os outros ok?

_Tudo bem, temos um segredo

Ele foi até um armário e retirou de lá um saco plástico com a faixa preta entregando-a

_Agora quem quiser mexer com você vai pensar duas vezes quando te ver com essa faixa

_Você diz como se eu fosse virar algum tipo de Jackie chan, na realidade não tenho coragem de ferir uma mosca

_E está certíssima, Judô é um esporte de respeito, não praticamos selvageria como o prof. Kai e seus alunos delinquentes - ele tampou a própria boca e cochichou para Sana novamente - acho que deveriamos manter isso em segredo também certo?

Sana fez um sinal de positivo com o dedo e se segurou para não rir. Não tinha nada mais divertido do que ver os professores de Judô e Boxe praticamente se matando com os olhares sempre que se encontravam.

Sana olhou para o lado de fora da Sala e avistou Mina parada na porta acenando para ela.

_Então, será que agora eu posso ir?

_Fique à vontade

_Obrigada mais uma vez

Sana arrumou suas coisas e encontrou Mina do lado de fora.

_Uau! Foi incrível! Me deu até vontade de largar o balé para aprender Judô

_Você assistiu a luta até o final?

_Claro que sim! Você me surpreendeu garota, não sabia que era tão boa

_Você também fez teste final?

_Sim, mas não sei se eu passei - disse com um pouco de tristeza em sua voz - acabei esquecendo alguns passos, e olha que eu treinei muito para isso

_Acontece, não se preocupe você é uma ótima bailarina

Mina agarrou Sana e lhe deu um beijo estalado na bochecha.

_Obrigada Saninha!

_Bom, então eu já vou indo 

_Você vai embora como?

_ Andando, porquê?

_Que tal irmos juntas?

_Onde está a Momo?

_Ela disse que viria um pouco mais tarde porque está ocupada com o trabalho mas não to afim de esperar

Seu rosto se iluminou de repente, Sana conhecia aquela expressão, Mina acabara de ter uma ideia.

_ Que tal você ir para a minha casa?

_O-O quê?

_Você nunca nos visitou! E eu ficaria muito triste você recusasse - ela fez um bico fofo e Sana fechou os olhos para não ceder a tentação.

_Não sei não...

_Ah vem, por favor...você vai adorar - Mina puxou a mão de Sana e saiu praticamente arrastando a garota pela rua.

Sana não teve muito o que fazer, apenas deixou ser guiada por ela.

Durante o trajeto, elas viraram tantas esquinas, passaram por tantas ruas que Sana nunca tinha visto que depois de alguns minutos ela não sabia mais em que parte da cidade estava.

De repente ela começou a sentir aquela sensação estranha de estar sendo perseguida outra vez. Olhava para todos os lados a cada passo que dava, Mina parecia não ter percebido nada mas Sana estava ficando extremamente desconfortável.

Elas pararam de andar quando ouviram um barulho engraçado de sinos.

_O que foi?

_Carrinho de sorvete, eu posso sentir - Mina virou a cabeça para todos os lados da rua até encontrar a fonte do barulho.

_Ali! - apontou para um carrinho colorido parado no fim da rua rodeado de crianças. Eu vou comprar um, você quer?

_Não, obrigada

Mina foi até o vendedor deixando Sana para trás. Ela aproveitou que Mina estava distraída e se abaixou atrás de um carro estacionado na rua.

Ela iria dar um jeito de descobrir se alguém estava realmente a seguindo ou era apenas coisa da sua cabeça. O que era mais provável que fosse.

Então ela voltou até o começo da rua se escondendo atrás dos carros estacionados perto da calçada. Ela se levantou e refez o caminho novamente se certificando de que não estava deixando de notar nada suspeito.

Até que, de repente, ela avistou um homem abaixado atrás de uma enorme caçamba de lixo ao lado de um beco alternando o olhar entre Mina e o lugar em que Sana havia acabado de se esconder. Parecia estar procurando por alguém.

Não precisava ser um gênio para saber que ela estava realmente sendo seguida e sentiu um alívio ao saber que aquilo não era mais uma de suas paranóias.

Ela iria tirar isso a limpo de uma vez por todas.

Ela se aproximou do homem por trás e o agarrou pela jaqueta e o atirou contra parede com toda força que tinha. O rapaz, ao ver que ela estava ali na sua frente, fez uma cara de pavor e tentou se desvencilhar dela. Ele possuía mais força, mas Sana era mais habilidosa. Ela realizou a técnica de imobilização que havia acabado de utilizar na academia para derrotar seu oponente não dando chance alguma do homem escapar. Ela estava agora em cima dele impedindo-o de fazer qualquer movimento.

_M-Me solta!

_Quem é você e porque estava me seguindo?!

_Não é nada pessoal eu juro! - Sana pressionou mais o pescoço dele com as mãos

_Qualquer coisa que eu fizer com você também não será nada pessoal, eu juro - ela sorriu deixando o homem mais apavorado ainda. - Responde!

_Eu estou dizendo a verdade! Eu só estou cumprindo ordens

_Ordens de quem?

_E-eu não...- ele já estava perdendo as forças e ela resolveu afrouxar o aperto para facilitar as coisas.

_Eu não falei com ele pessoalmente, foi apenas uma troca de favores mas eu não ia te fazer nada de mal!

Com uma das mãos Sana começou a explorar alguns lugares do corpo dele à procura de alguma pista. Até que ela retirou do seu bolso um pequeno canivete.

_Não ia me fazer nada de mal né? - agora ela se sentou em cima dele e pressionou o joelho com mais força contra a garganta do sujeito, depois sacou o canivete e aproximou o objeto do rosto dele  - imagina se eu fizesse um belo corte nesse seu rostinho feio, o que acha? Nada pessoal é claro

_Sana! - o som distante da voz de Mina pôde ser ouvida

A mão de Sana começou a tremer violentamente, estava em um conflito interno sobre o que deveria fazer a seguir, podia ouvir claramente as palavras ecoando em sua cabeça.

"Mate-o"

Demorou alguns segundos para se decidir até que ela atirou longe o canivete e saiu de cima do homem que rapidamente se levantou tossindo e saiu de perto dela quase tropeçando em uma lata de lixo no caminho, depois começou a correr pela rua todo desengonçado.

Era a segunda vez naquele dia que ela ignorava aquela voz que insistia em lhe dizer para fazer coisas terríveis.

Isso era um bom sinal.

Sana ajeitou suas vestes e saiu do beco encontrando Mina andando para lá e para cá com um sorvete na mão à procura dela.

_Ah, aí está você! - disse ela sorrindo quando avistou Sana chegando sorrateiramente - Onde estava?

_Achei ter visto uma conhecida...- ela olhava para o chão, sua cabeça estava explodindo de dúvidas sobre o que acabara de acontecer - você se importa se eu voltasse para casa? Não estou me sentindo muito bem

_C-Claro, ai meu Deus, é um daqueles seus ataques? É tudo culpa minha, não devia ter te arrastado pra cá

_Não Mina, não é nada disso, é apenas uma dor de cabeça, além disso não sinto mais essas coisas

_Oh sim, não se preocupe, acontece

_Te vejo amanhã então

_Até mais Saninha

Sana se afastou de Mina e começou a descer a rua até que parou ao lembrar de uma coisa:

Ela não conhecia essa parte da cidade, não fazia ideia de como voltar.

Ela rapidamente voltou e alcançou Mina antes dela sumir de vista.

_Ei Mina!

A garota se virou para ela que se aproximava ofegante depois de uma pequena corrida. 

_Como é que eu volto?

_O quê?

_Como é que eu volto para casa? Eu não conheço o caminho de volta

Mina cruzou os braços e apoiou a mão em seu queixo, pensativa. Depois olhou para Sana e sorriu.

_Eu não faço a mínima ideia

_O quê?! Como assim não faz ideia? Era você quem estava nos levando para sua casa

_Sim

_E não sabe mesmo como voltar?

_Não

Sana levantou as duas sobrancelhas espantada com o nível de sonsura da amiga.

_Ok, então vamos para sua casa e quando chegarmos lá a Momo me leva de volta...para que lado é?

Mina assentiu, deu três passos para frente e depois parou no lugar e assim permaneceu.

Sana passou por ela e sacudiu seus ombros.

_Posso te fazer uma pergunta?

_Sim - respondeu Mina, dando uma lambida no sorvete de baunilha

_Quantas vezes você já foi andando para a sua casa?

_Hum...nenhuma vez, a Momo sempre me levou de carro para os lugares

_Então como diabos você sabe o caminho que vai nos levar até lá?!

_Eu não sei

Sana arregalou os olhos e Mina continuou lambendo seu sorvete como se as duas não estivessem totalmente perdidas no meio da cidade sem saber o que fazer.

                          * * *

Tzuyu chegou na sede da prefeitura acompanhada por dois dos seus homens no qual os deixou esperando do lado de fora logo depois que entrou. Ela foi diretamente até a recepção onde encontrou uma moça usando óculos de grau e vestida formalmente falando ao telefone com o objeto apoiado no ombro enquanto anotava algo em um caderno.

_Com licença, você poderia me informar onde o prefeito Sang- Hun se encontra?

A mulher pareceu não ter ouvido absolutamente nada e continuou concentrada em sua tarefa.

Tzuyu pigarreou alto finalmente atraindo a atenção da moça.

_Oh, só um minuto por favor

Tzuyu amarrou a cara e ficou observando impacientemente ela escrever no mínimo umas dez palavras por segundo.

_Olha moça, eu não estou com paciência e muito menos tempo, me diz onde raios é a sala desse homem

_Sinto muito senhorita, mas o senhor prefeito é um homem muito ocupado, você deveria ter marcado um horário e...

Tzuyu bateu na mesa com tanta força que o barulho fez um eco pela sala e os objetos que estavam na mesa tremeram. Ela puxou a mulher pela gola da camiseta até seus rostos ficarem suficientemente próximos.

_Você vai me dizer onde fica a sala dele agora ou prefere que eu descubra de um outro jeito? E eu te garanto que você não vai gostar dos meus métodos

A mulher balançou a cabeça tão rápido que seus óculos cairam do rosto, tremia como uma vara-verde.

_F-Fica no ultimo andar, c-corredor 3-D, p-por favor não me machuque

Tzuyu a soltou no mesmo instante e sorriu.

_Muito obrigada querida

A secretária acompanhou Tzuyu com o olhar enquanto ela andava calmamente até o elevador.

Ela rapidamente pegou o óculos que tinha deixado cair e começou a discar para o serviço de segurança do prédio, mas uma mão pesada pousou sobre a dela impedindo-a de terminar de apertar as teclas. Ela olhou para frente e viu um homem enorme usando terno e óculos escuros acompanhado de mais outro do mesmo porte.

_Eu não faria isso se fosse você - ele retirou a mão dela e arrancou o telefone pelo fio e entregou ao parceiro. Ela arregalou os olhos e começou a rir de puro nervosismo.

                          * * *

_Alô, alô?

O prefeito tentava inutilmente conseguir uma resposta da ligação que fazia com a sua secretária, mas aparentemente a linha fora cortada. 

Ele colocou o telefone de volta no gancho, completamente irritado. Sentou-se na enorme cadeira de couro de frente à sua mesa e pegou um charuto do bolso do paletó e um isqueiro.

De repente ouviu três batidas na porta.

Ele acendeu o charuto, tragou uma única vez e liberou a fumaça no ar, depois se levantou preguiçosamente para atender a porta.

Quando abriu se deparou com uma mulher alta vestindo um blazer escuro e um sobretudo combinando com a calça e saltos altos.

_Olá - cumprimentou Tzuyu estendendo a mão

_Ah, olá - disse o prefeito, simpático, apertando a mão dela - estranho, não tinha nenhuma visita marcada para hoje

_Pois agora tem

_E quem é você?

_Meu nome é Chou Tzuyu

Ao ouvir aquele nome os olhos do prefeito se arregalaram e seu charuto quase caiu da boca.

Tzuyu entrou com violência na sala quase derrubando o prefeito no caminho e se sentou em uma das poltronas sem ao menos esperar um convite.

_Porque essa cara de espanto meu querido? Pelo visto já sabe quem eu sou

_Já ouvi falar muito a respeito da senhora

_Senhorita, por favor - corrigiu, olhando-o com uma cara de desprezo

Ele fechou a porta e ajeitou o paletó com as mãos tremendo de nervosismo e se sentou em sua poltrona de frente para ela.

_Confesso que já estava esperando pela sua visita

Tzuyu arqueou as sobrancelhas em surpresa.

_Então se já sabe quem eu sou então sabe porque estou aqui

_Tenho uma ideia, mas gostaria que dissesse com suas próprias palavras

_Certo, primeiramente eu quero que você mande libertar os meus homens da cadeia

_Senhorita Tzuyu - disse com um tom de voz carregado de sarcasmo - acho que procurou a pessoa errada, esse tipo de favor você resolve com o chefe de polícia, não posso fazer nada por aqueles marginais

_Primeiramente eu não peço favores, eu mando e além disso foi o senhor quem botou ele lá e um tempo depois pela primeira vez meu pessoal vai preso, coincidência não? - ela se levantou e apoiou as duas mãos na mesa dele - será que dá para jogarmos limpo aqui? Nada de máscaras apenas eu e você hein? Eu sei muito bem qual foi o seu propósito em fazer todas essas mudanças

_Sem máscaras, certo - ele coçou o bigode e jogou as cinzas do charuto em um pequeno vaso de planta na mesa - então você quer que eu mande libertar seus capangas criminosos e te deixe fazer o que quiser na minha cidade?

_Não é uma grande exigência já que você pode receber muito bem por isso, quanto custa para você fechar os olhos hein prefeito? Dinheiro? Privilégios? Segurança? Deve ter algo que você queira

_Não perca seu tempo, garota tola - ele se levantou bruscamente - acha que eu irei fazer algum tipo de acordo com alguém que tentou me matar?!

_Por essa eu não esperava - Tzuyu levou a mão ao peito fingindo estar surpresa - mas você não pode reclamar já que ainda continua vivo, infelizmente

_Você não passa de uma...

_Ei, ei, ei! Pra quê a agressividade? Você só precisa aceitar meus termos e me deixar controlar os negócios por debaixo dos panos enquanto leva a glória, nenhum de nós perde 

_Eu preferia morrer a ver você controlando essa cidade

_Se esse é seu desejo eu posso dar um jeito nisso agora

__Você acha que é esperta mas eu tenho um aviso para você, eu sugiro que fique na sua, caso contrário eu acabo com você 

Tzuyu jogou a cabeça para trás e gargalhou alto fazendo o prefeito ficar vermelho de raiva.

_Isso era para ser uma ameaça? - ela contornou a mesa e se aproximou dele - vai acabar comigo prefeito? Sério? Você e mais quantos?

_Você me subestima Chou Tzuyu, saiba que eu não estou sozinho nessa, eu tenho aliados poderosos

_É mesmo? Quem? Você e a sua burrice? Realmente concordo

_Nem preciso dizer minha cara, você os conhece melhor do que eu, afinal, com quem foi que você andou ocupada nesses ultimos tempos? - seu sorriso se alargou e o de Tzuyu desapareceu.

_Você não pode estar falando dela

_Exatamente, eu não queria chegar a esse ponto mas você me obrigou

_Eu chutei essa vagabunda do meu território não seja idiota

_Mais uma prova de que está cega pelo próprio ego

Tzuyu agarrou o homem pela gola e o prensou na parede com violência derrubando alguns quadros.

_Com quem você pensa que está mexendo?

_Eu te faço a mesma pergunta minha querida, sabemos mais de você do que você de nós

_Como...?

_Ora você sabe, ela te conhece tão bem que poderia tirar o seu bem mais precioso num piscar de olhos, é só uma questão de tempo

Bem mais precioso

A mente de Tzuyu só consguiu pensar em uma coisa.

Sana.

Ela o soltou e tirou a magnum do coldre de dentro do sobretudo e apontou para ele.

_Você não seria burra de me matar Chou Tzuyu, minha superior tem você na palma da mão, mais uma pisada fora da linha e você já era, e bom, me matar só adiantaria as coisas

_Está blefando

_Experimente tentar fazer algo comigo e veja com os seus próprios olhos tudo o que seu pai construiu desmoronar sob seus olhos

A mão de Tzuyu tremeu no gatilho e por fim ela guardou a arma. Antes de se afastar ela deu um forte tapa no rosto do homem deixando a marca de todos os seus dedos na bochecha dele.

_Nunca mais ouse mencionar o meu pai nessa sua boca imunda

Ela saiu da sala batendo a porta derrubando o ultimo quadro que permanecia na parede.

O prefeito afrouxou a gravata e suspirou esfregando sua mão na bochecha tentando aliviar a dor.

Logo depois o telefone tocou. Ele atendeu na mesma hora.

_Alô? Sim, sim senhora ela veio aqui como disse, sim ,sim, pode deixar, agora podemos dar início ao seu plano de destruir Chou Tzuyu de uma vez por todas

                           


Notas Finais


Queria agradecer aos 150 favoritos!!! Muito obrigada mesmo szsz
Espero vocês no próximo capítulo hein???
Beijos meus amores até a próxima!


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