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História Psycho Love (SaTzu) - A Mente de um Psicopata


Escrita por: Satellar

Notas do Autor


Eai amores como vão? ( Espero que bem porque depois desse capítulo não quero ser responsabilizada pelos danos causados). Ok talvez eu tenha exagerado um pouco mas falando sério esse capítulo ta bem massa e vocês vão confirmar isso agora (eu espero)
Boa leitura!!!

Capítulo 20 - A Mente de um Psicopata


Sana quis gritar, mas a única coisa que saía de sua boca eram ruídos abafados pelo pedaço de pano encardido que cobria sua boca.

_Parece que agora você quer conversar, sinto muito querida o tempo já acabou - disse em um tom de sarcasmo.

Ele desapareceu por um tempo deixando Sana sozinha. Ela olhava para todos os cantos do quarto à procura de algo que pudesse usar para se libertar. Mas não viu nada além móveis encardidos, muita poeira, teias de aranha e insetos mortos no chão. Por um momento pensou em Tzuyu, que deveria estar morta de preocupação pelo jeito desesperado com que procurava saber do seu estado na ligação. Eram tantas perguntas sem resposta que rondavam sua cabeça e depois que ouviu a conversa dos dois no telefone sabia que a situação era muito pior do que imaginava.  Pensou também em Dahyun e Jihyo, que em seus pensamentos mais positivos deveriam ter chamado a polícia e estariam procurando por ela nesse exato momento. Queria acreditar que iria sair dessa logo, mas sempre havia aquela vozinha irritante no fundo da sua cabeça dizendo para acordar e que agora ela estava por si só, e que não havia Dahyun, Jihyo ou Tzuyu nenhuma para salvá-la.

Não tinha ideia do motivo pelo qual Mark escolheu justo ela como moeda de troca. Tentou vasculhar memórias daquele dia em que o viu pela primeira vez, e que Tzuyu a salvou das garras dele. Os dois deveriam ter uma ligação desde aquele dia. De repente uma velha conhecida voz ressurgiu em sua cabeça.

Elas não vão te procurar, você está sozinha”

Ela ouviu o som de alguém assobiando se tornar cada vez mais alto e deduziu que Mark estava voltando.

Se estivesse me escutado desde o começo isso não teria acontecido”

_Pare de falar comigo!! - era o que ela desejou ter dito, mas apenas grunhidos sem sentido saíram da sua boca.

_Está conversando sozinha? - indagou ele, passando pela porta puxando uma mesa enferrujada com rodinhas. 

Em cima dela estavam vários objetos desconhecidos por Sana, alguns cobertos com faixas velhas com sangue seco e outros pareciam estar mais inferrujados do que a própria mesa.

Mark Posicionou a mesa na frente de sana e se escorou nela cruzando os braços.

_Quer saber o que é isso? - perguntou ele após perceber o olhar questionador da garota.

Sana obviamente não respondeu, mas continuou olhando para a mesa tentando inutilmente identificar os objetos.

_Isso aqui são as ferramentas mais divertidas do mundo, roubei do meu chefe, ele já não usava há um bom tempo na verdade, então não acho que não vai fazer falta

Ele deu a volta contornando a mesa e pegou alguns objetos para mostrá-la de longe e depois os colocou de volta no lugar.

_Você sabe porque está aqui, certo?

Sana balançou a cabeça negativamente.

_Uma pena que a Tzuyu não tenha te contado, acho que eu vou fazer esse favorzinho pra você

Ele apoiou as duas mãos na mesa olhou fixamente em seus olhos.

_Sua namoradinha, é uma mafiosa perigosa, e quando digo perigosa, quero dizer que ela é literalmente a chefona da máfia

Sana arregalou tanto os olhos que as órbitas poderiam ter saido do lugar.

_Surpresa? Pois é, tenho certeza de que você deve ter desconfiado alguma vez, afinal não é facil esconder uma coisa dessas, mas enfim, a questão é que ela irritou muito o meu chefe, que por acaso fabrica e vende armas, mas isso não vem ao caso agora. Ela explodiu um depósito inteiro com todas as armas encomendadas por outra pessoa tão poderosa quanto a própria Tzuyu, dando um prejuízo de milhões pra ele

Sana piscava várias vezes tentando assimilar as informações.

_Então ele fugiu porque a Tzuyu descobriu que além dela, ele lucrava mais ainda com a sua principal inimiga. Então me mandou espioná-la enquanto estava fora da cidade, e bom, descobri várias coisinhas sobre ela, sobre vocês duas, eu vi vocês nos amassos na frente do seu apartamento, e quer saber? Aquilo doeu no fundo do meu coração! - ele socou a mesa com força, alguns objetos caíram no chão - De qualquer forma, passei algumas das informações sobre a Tzuyu para o Jackson, que sendo um cara muito esperto, as vendeu para a cliente dele que está deixando a pobre Tzuyu de cabelos brancos há tempos. 

A cabeça de Sana estava um turbilhão de emoções, nas ultimas horas acabara de descobrir que além de ter um homem seguindo-a por todos os lugares, Mark ainda as espionava, principalmente Tzuyu que por acaso era uma criminosa e comandava uma máfia e agora estava nas mãos de um psicopata porque o chefe dele estava irritado por uma coisa que ela nem ao menos tinha feito.

_Meu objetivo é apenas um - continuou ele, atraindo de volta a atenção de Sana - vou arrancar o máximo de dinheiro da Tzuyu e depois matá-la, e graças a você isso está sendo possível já que ela está disposta a tudo para salvar sua vida 

Matar Tzuyu. As palavras ecoavam em sua cabeça

Sana já tinha perdido as duas pessoas que mais amava na vida, e agora se recusava a perder mais uma. Tzuyu lhe deu uma nova vida, a fez sentir coisas que há tempos não sentia, a fez sentir amor outra vez.

Sentiu um arrepio na espinha ao imaginar o corpo de Tzuyu sem vida.

Você pode salvá-la

"Como?"

“Mate-o e tudo ficará bem”

Tzuyu podia mentir, enganá-la, esconder coisas dela, mas Sana nunca deixaria alguém fazer mal a ela.

"Não posso fazer isso, não posso matá-lo"

“Você pode, você deve, eu te ajudo a fazer isso”

"Não sei como fazer isso"

Você só precisa me aceitar, apenas isso e tudo vai melhorar, sem remorso, sem culpa apenas deixe-me entrar"

Ela fechou os olhos e respirou fundo,  refletindo sobre o que deveria fazer. Ódio era um sentimento leve comparado ao que sentia por Mark, ela era o responsável, não Tzuyu, ela só queria protegê-la dele o tempo todo e agora finalmente tinha entendido isso. Quando os abriu novamente enxergava Mark de uma forma diferente.

Como seu alvo

Lembrava perfeitamente de ter sentido isso na noite em que matou Marroni, aquela voz em sua cabeça tinha a capacidade de despertar em si um lado que nunca pensou que teria. Uma personalidade diferente, de uma caçadora sedenta pelo sangue de sua vítima.

Isso mesmo Sana, deixe seu verdadeiro eu sair” murmurou a voz incentivando-a mais ainda

_O que é isso que eu estou vendo? - ele sorriu com os olhos arregalados ao ver a expressão de Sana - Ei, eu conheço esse olhar, parece até eu

De repente Mark viu seu eu mais jovem em sua cabeça. Ele se olhava no espelho, estava nu com o corpo repleto de cortes ensanguentados, olhava fixamente para o reflexo dos seus olhos no espelho. Os mesmos olhos que via em Sana agora.

_Você é...como eu

Sana grunhiu outra vez como se quisesse dizer que ele estava louco

Ele tirou a mordaça da boca dela e segurou seu rosto com as duas mãos.

_Me diga Sana, você também ouuve as vozes?

Mesmo com a boca livre novamente Sana não disse nada. Como Mark poderia saber daquelas vozes? Não era algo só dela? Queria dizer que se as ouvisse também ela era igual a ele?

_Ah você ouve! - disse ele por fim, animado - Você ouve! - ele saiu saltitando pelo quarto

_O que quer dizer com isso? Não sou louca como você!

_Ah não? - ele virou-se para ela - Vai me dizer que nunca quis ferir ninguém?

Sana ficou calada outra vez, os flashbacks daquela noite passaram pela sua cabeça.

_Ou até já fez mais do que isso...- deduziu por si próprio e depois a olhou - já fez, Sana?

_Isso não é da sua conta, cala a boca!

_Olha só o que temos aqui! - ele voltou a ficar perto dela e se ajoelhou, ficando na mesma altura que ela - sentiu uma sensação incrivel não foi? Como se vivesse apenas para aquilo, como se tivesse vontade de fazer mais e mais

Sana fechou os olhos não querendo mais ouvir cada palavra, odiava se identificar com aquilo tudo, odiava imaginar que no fundo ela sabia que era um monstro controlada por aquela voz estúpida.

_Finalmente eu encontrei alguém como eu

_Não ouse me comparar a você!

_Tem razão, eu estou um nível acima, isso é bom demais pra ser verdade

Ele voltou para mesa e retirou o único objeto que Sana pode reconhecer. Era um par de fios que estavam conectados em um aparelho muito sujo e decrépito.

_Tem um segredo para acabar de vez com aquelas vozes, você quer saber qual é?

_Eu não quero nada vindo de você!

_Pois você vai me ouvir, o Jackson me ajudou e agora eu vou te ajudar porque eu gosto de você - ele colou as pontas dos fios com um durex nos dois braços e nas duas laterais da testa de Sana. Depois apertou um botão e uma luzinha fraca e vermelhada se acendeu.

_O que você vai fazer comigo?!

_Vou acabar com a sua angústia, eu já senti isso, sei como é, e vai ser muito fácil

Ele se certificou de que os fios estav bem encaixados e esfregou as mãos uma na outra sem se preocupar em esconder a ansiedade.

_O segredo é a dor, é ela quem te transforma, é ela que te faz ir do céu ao inferno, é ela que move tudo

_V-você é doente

_Não se preocupe, a dor é que vai te libertar e sou eu quem vai proporcioná-la a você

A determinação de Sana morreu quando ela percebeu o que estava prestes a acontecer.

Ele apertou o botão. O aparelho gerou uma descarga elétrica passando pelos fios até atingir todo seu corpo. Ela tremeu violentamente na cadeira e seus olhos se reviraram nas órbitas. Poucos segundos depois Mark apertou o botão e ela abaixou a cabeça respirando rapidamente. Sentiu seu coração acelerado e algumas partes do seu corpo tremiam involuntariamenente. A dor era quase que insuportável, e ao ver o estado em que Sana ficou, Mark se deu por satisfeito.

_Ah, não se canse ainda, isso é só o começo

                           * * *

_Descobri onde eles estão! - Chaeyoung gritou de animação, quase deixando Tzuyu surda

_Onde?!

_ Não muito longe de Seoul, estão em um antigo casarão que era usado como pensão anos atrás

_Como você descobriu?!

_Um cara que carrega uma garota nos ombros no meio da rua não passaria despercebido não acha? Um dos meus subordinados avistou os dois entrando em um carro e os seguiu até lá, não foi difícil

_Eu estou indo para lá agora, já depositou o dinheiro?

_Sim, seus cofres estão quase zerados - sua animação parecia ter se esvaziado no mesmo instante

Tzuyu fechou o punho com força, ouvir aquilo foi como uma facada nas costas. Seu pai havia confiado nela para continuar os negócios da família e agora estava quase falida. Se ele estivesse vivo, com certeza teria vergonha dela.

_Era a única opção de salvá-la, você não podia fazer mais nada 

_Eu sei disso, agora já foi não tem como voltar atrás

_O que você vai fazer agora?

_Estou indo para lá, qualquer coisa me ligue de novo

_Pode deixar, eu sei que você já deve estar cansada de ouvir isso mas toma cuidado

Tzuyu desligou o telefone e se abaixou tirando os saltos altos dos pés e indo para a saída. Ao passar pela porta, viu um grande saco preto no chão. Sehun e outros dois homens estavam lá, um deles abria o porta malas. Ela deduziu que aquele saco preto era o corpo do entregador.

_Ainda não limparam isso? 

_Me desculpe mas é que o resto de nós está evitando deixar alguém se aproximar demais e ver o que não deve, então só somos só nós três aqui por isso demoramos mais - ele acenou com a cabeça para o saco no chão e um deles pegou o corpo no ombro com dificuldade - se não fosse pelos nossos carros não tampando a entrada estaríamos ferrados

Tzuyu percebeu que todos os quatro carros pretos estavam enfileirados um ao lado do outro formando uma espécie de barreira tampando a visão da frente do local. Uma formação inteligente da parte deles.

_Eu vou sair agora, não quero que ninguém me siga, a partir de agora a Chaeyoung está no comando, qualquer problema resolva com ela

_S-Sozinha? Tem certeza disso?

_Absoluta, e não saiam daqui até eu voltar, é uma ordem

Tzuyu passou por entre as frestas dos carros e seguiu até o seu, estacionado um pouco mais longe. Quando entrou no veículo, ouviu seu celular apitar e desbloqueou a tela imediatamente. Era uma mensagem de Chaeyoung, ela havia eviado uma foto do mapa de Seoul com um ponto marcado a caneta em suas extremidades. O lugar ficava muito longe dali, então Tzuyu se apressou dirigindo em alta velocidade ignorando vários semáforos e faixas de pedestre. A partir de agora ela estava por conta própria.

Do outro lado da cidade, no escritório de Tzuyu, Chaeyoung carregava uma pistola e enfiava no bolso, saiu do cômodo com pressa. Se dirigia para a garagem do lado de fora da mansão  procura de um veículo.

Estava ouvindo o rádio da polícia e acabara de ouvir alguém mencionar sobre a suspeita de um barulho de explosão em uma cafeteria no centro da cidade.

                         * * *

_Sabe, estes aparelhos aqui tem uma história - continuou Mark tranquilamente diminuindo um pouco a potência do aparelho

Sana continuava a fitar o nada, parecia que a sua alma tinha sido esvaziada do corpo. Sentia pequenos tremiliques de vez em quando.

_Eles pertecem ao Jackson, quer dizer a familia dele por gerações, por isso são tão velhos, ele adorava usá-los em mim...está afim de ouvir uma história?

Ele olhou para Sana cuja mente permanecia longe, deu de ombros e continuou:

_Já que não disse nada eu vou contar... Era uma vez um menino muito pobre que fazia programas para sobreviver, certo dia um homem bonito, elegante e bem vestido o tirou das ruas com o desejo de que aquele pobre menino fosse serví-lo em troca de uma casa e uma boa vida. Obviamente ele aceitou, faria qualquer coisa para sair daquela vida miserável. Só que não era apenas isso, aquele homem que parecia ser bom era na verdade uma maldito sádico que torturava aquele menino para se satisfazer todas as noites.  O menino pensou que finalmente estaria livre daqueles hábitos sujos mas na verdade era totalmente o contrário. A questão era que, a gratidão que ele sentia pelo homem era tão grande que não havia espaço para reclamações, fazia tudo que era mandado sem objeção alguma. Ele foi treinado para se tornar um assassino e uma espécie de escravo sexual por anos.

Mark suspirou e depois continuou:

_Só que aquilo estava piorando, ao passar dos anos o homem ficava cada vez mais cruel e deixava marcas cada vez mais profundas. O menino não aguentava mais, até que um dia reclamou - Mark deu outra pausa e fitou suas mãos fechadas - o homem o acorrentou por dias sem comida ou água, apenas o alimentava uma vez por noite para que não morresse ou perdesse sua energia, o suficiente para que continuasse sendo usado sem problemas. Tudo aquilo estava começando a ficar insuportável, seu psicológico estava ficando fodido, o menino tremia só de ver o rosto dele, até que um dia o homem finalmente parou. O menino ouviu da sua própria boca que ele tinha enjoado,  e iria descartá-lo por isso. Então o pobre garoto ficou com medo de ser jogado de volta na rua, apesar de toda a tortura e abuso, ele levava uma vida melhor lá e recebia muito mais do que antes, então buscou provar para ele que era útil, e assim o fez - Mark retirou uma faca do seu bolso e posicionou a lâmina prateada contra a luz - ele conseguiu uma lista com os nomes de todos os inimigos do seu mestre em apenas uma noite matou todos eles junto com suas famílias.

Sana elevou seus olhos lentamente para olhar Mark. Não conseguiu assimilar muita coisa do que ele havia acabado de dizer mas só conseguia sentir nojo.

_Mais de 60 pessoas Sana, todas elas passaram por essa lâmina, adultos, mulheres, crianças, idosos

Sana grunhiu aleatoriamente.

_E então eu consegui, sou a pessoa que o Jackson mais confia e assim será, hoje irei matar Chou Tzuyu e não há ninguém que irá me impedir

"Chou Tzuyu" a voz gritante na cabeça de Sana repetia várias vezes

_Eu sei que ela não irá cumprir a parte do nosso acordo e vai vir aqui para tentar resgatá-la, não sou idiota - ele pegou uma mascara de médico e colocou no rosto, pegou um bisturi na mesa e apontou para ela - por outro lado, eu também não irei cumprir a minha

                            * * *

Uma viatura parou em frente a cafeteria. Nayeon saiu de lá acompanhada por outra policial. Tinham recebido uma denúncia anônima, de acordo com a informação que recebeu, havia uma suspeita de que alguém teria soltado uma bomba por ali. Inicialmente ela estranhou a quantidade de carros alinhados em frente ao lugar e mais ainda não ter nenhum vestigio de fumaça ou cheiro de queimado que a levasse a deduzir que houvera realmente uma explosão ali. Ela seguiu em frente esbanjando confiança com a pistola em mãos, passou por entre os carros e abriu a porta com brutalidade apontando a arma para dentro do lugar.

Lá estava Sehun e mais outros seis homens jogando pôquer em uma das mesas. Estavam tão entretidos no jogo que nem ao menos tinham notado sua presença.

_Aqui é a polícia, todo mundo com as mãos onde eu possa ver!

Todos eles levaram um susto e se levantaram rapidamente espalhando as cartas pelo chão.

Ao ver a situção em que estavam Sehun começou a tremer e seus companheiros se entreolharam.

_Recebemos uma queixa de que houve uma explosão aqui! - começou a parceira de Nayeon que também estava com a arma empunhada. - vocês são suspeitos, o que estão fazendo aqui?

Nayeon começou a analisar os perfis de cada um, alguma coisa ali não cheirava bem.

_Nós..hum...estávamos...é...jogando? - Sehun sorriu amarelo e Nayeon pôde perceber a culpa saltando pelos seus olhos.

_Você, qual é o seu nome? - abordou ela seriamente

_O meu? É Yoon senhorita - mentiu ele, sem olhar em seus olhos

_Quero ver os documentos de cada um de vocês

Sehun abriu a carteira e entregou seu documento contra a vontade e Nayeon se certificou pela identidade que o nome do mesmo estava escrito como Yoon. Depois de olharem todos os documentos elas começaram a observar o local a sua volta.

_O que aconteceu aqui? Porque está tudo revirado desse jeito? E até...- ela apertou os olhos e viu um objeto quebrado no chão - um celular estraçalhado?

_Oh, aquilo? Foi o Jhonny aqui - ele apontou com as mãos trêmulas para um de seus colegas - acabei fazendo ele perder a aposta no baralho e ele atirou meu celular na parede

_É mesmo? Isso é muito estranho

_O que é estranho?

_Todos vocês, reunidos aqui, vestindo roupas formais com essas caras assustadas, isso me cheira a culpa

_Ah você quer dizer isso? - ele apontou para o terno preto que usava - somos cavalheiros elegantes que mal tem isso?

_Que mal tem isso?- repetiu Nayeon ameaçadoramente, se aproximando e olhando-o nos olhos - Engraçado que eu já vi vários grupos de "cavalheiros elegantes" como vocês antes, e sabe o que eram na verdade?

Sehun engoliu em seco e fez que não.

_Gangues, mafiosos, quadrilhas criminosas, no fim dá sempre no mesmo

_E-está nos acusando sem provas?

_Claro que não, longe de mim - ela se afastou sorrindo colocando a arma de volta no coldre - vou revistá-los para consegui-las

Sehun tremeu mais ainda, teve sorte dela não ter percebido que as identidades eram falsas mas todos naquele lugar sem exceções estavam armados. Começou a suar frio e pensar em meios de escapar por mais que parecesse impossivel. Só conseguiu pensar em um, e a solução estava dentro do seu paletó, a Glock calibre 38 aguardava para ser utilizada como útimo recurso e que agora parecia sua única opção. Ele aproveitou que Nayeon conversava brevemente com a sua parceira e levou sua mão lentamente até o paletó. Sentiu a textura metálica do objeto e estava pronto para tirá-la quando uma mão pousou em seu ombro por trás e a apertou.

Ele tirou a mão de dentro do paletó rapidamente e olhou assustado para trás.

Chaeyoung estava lá com uma expressão nada convencional no rosto.

Ela o empurrou para trás quase o derrubando no chão.

_Com licença oficial, algum problema aqui?

Nayeon se virou surpresa encarando Chaeyoung que parecia estranhamente tranquila.

_Quem é você?

_Gayoung Shoona como pode ver nos meus documentos - ela os entregou com boa vontade sem ao menos esperar pela ordem e Nayeon os conferiu, concluindo que ela realmente estava falando a verdade.

_Caso queira saber, estes rapazes aqui e eu estavamos a caminho do casamento da minha prima de segundo grau e paramos para tomar um cafezinho - ela sorriu e Nayeon franziu a testa

_Estamos investigando, recebemos uma queixa de barulho e...

_Ah, aquilo - ela riu brevemente e bateu na própria cabeça - foi só o escape do meu carro, ele já é bem velho então faz uns barulhos estranhos, se quiser pode conferir

Nayeon levantou uma sobrancelha e olhou atentamente para todos eles.

_Você acha que eu sou idiota? Não acho que um barulho de escape de carro levaria alguém a ligar para a polícia

_Qual é? Você acha que somos algum tipo de gangue? Olha só pra esse cara - ela agarrou Sehun pela gola e apertou as duas bochechas dele fazendo-o grunhir - ele parece ser capaz de fazer mal a alguém? Hein?

Ela segurou o queixo dele e lhe deu um beijo estalado na bochecha. Ele ficou corado.

_Vou revistá-los

_Ah, mas não pode! Estamos super atrasados, esses idiotas aqui demoraram demais fazendo bagunça vamos perder a entrada da noiva, sabe como é

_E onde está o dono do estabelecimento? - perguntou a colega de Nayeon, alheia a conversa

_Não sei, estava aqui quando cheguei, onde ele está Yoon? - Perguntou Chaeyoung se virando para Sehun e ficando de costas para Nayeon. Ela mexeu a boca e sehun conseguiu fazer uma leitura labial identificando as palavras: "arrume uma desculpa, rápido"

_Ele, ah, ele foi, no banheiro! Isso! Ele está no banheiro e olha, a coisa lá tá feia

_Sem problemas vamos esperar - decidiu Nayeon por fim

_Que ótimo! Está tudo resolvido, agora se não se importa temos que ir - Chaeyoung agarrou Sehun pela gola novamente, mas Nayeon segurou seu braço.

_Nada disso, eu preciso de vocês aqui para confirmar a história e não adianta falar de casamento que eu não dou a mínima 

Chaeyoung soltou Sehun e se virou para Nayeon.

_Ah que pena, queria chegar a tempo de cortarem o bolo - ela sacudiu os ombros e encarou Nayeon.

_Vire de costas e afaste as mãos do corpo, vou revistar você

Chaeyoung se virou e obedeceu. Sehun observou ela fechar os olhos e respirar fundo.

Nayeon apalpou a cintura da garota até perceber algo duro. Ela retirou de lá uma pequena pistola semi-automática.

_Casamento né? - sorriu se sentindo vitoriosa balançando a arma na frente dela

_Sabe como é - ela se virou de volta para Nayeon sorrindo - hoje em dia está muito perigoso andar por aí, se você não souber se defender, vai acabar morta

Nesse instante ela rodopiou e acertou um chute no rosto de Nayeon, que foi pega de surpresa. Ela caiu descordada no chão com o impacto da pancada.

_Fiquem parados! Vocês todos estão presos! - berrou a companheira dela com as mãos trêmulas sem saber para quem apontar a pistola.

_E quem é que vai nos prender?

De repente todos os homens retiraram de suas vestimentas suas respectivas armas e apontaram para a mulher.

Chaeyoung andou até ela e tirou a arma de sua mão e lhe deu uma coronhada na cabeça. Agora as duas estavam desacordadas no chão. Ela suspirou aliviada.

_Podemos matá-las? - Sehun apareceu ao seu lado assustando-a e recebeu em troca um soco no nariz

_Da próxima vez tente não falar tanta besteira seu incompetente, não sei como a Tzuyu teve a coragem de te nomear como guarda costas, pensar em atirar numa policial no meio de uma abordagem, sério?

Sehun segurava o nariz que agora estava começando a sangrar.

_Deixem elas aí, são tiras, não podemos fazer nada com elas sem a Tzuyu saber - informou Chaeyoung passando as mãos pelos cabelos

_Então diga a ela!

_Ela está bem ocupada agora e não vou incomodá-la com besteiras, vamos logo embora daqui antes que elas acordem ou que outra viatura chegue aqui

Todos eles concordaram com suas instruções e sairam do lugar junto com ela. Sehun usou a própria gravata para estancar o sangramento e olhava feio para a garota. Os carros saíram um de cada vez para não chamar muita atenção. Chaeyoung optou por seguir o caminho oposto com a ferrari de Tzuyu em direção a sua casa quando seu celular de repente vibrou.

Era uma mensagem de Tzuyu:

Acabei de chegar, vou entrar e resgatar a Sana e só vou sair quando Mark Tuan estiver morto

                           * * *

_Eu estou adorando isso!!

Mark apertava o botão várias vezes dando choques seguidos em Sana tomando cuidado para não exagerar e matá-la por acidente. A pele onde os fios estavam conectados estava levemente queimada. Sana gemia levemente, as repetidas ondas de choque deram uma espécie de curto circuito em seu cérebro. Não sentia mais nada que pudesse chamar de dor.

_Porque você não está mais gritando? Estava tão divertido antes - ele parecia desapontado - Já sei! Você deve ter cansado né? Vamos tentar outra coisa.

Ele retirou os fios dela e jogou o equipamento em um canto. Olhou pensativo para a mesa sobre qual equipamento deveria escolher.

Ele pegou novamente o bisturi e se aproximou dela.

_Terra para Sana - ele balançou as mãos na frente dela, seus olhos continuavam fixos no chão de madeira encardido. - Eita, parece que deu ruim, bom isso não importa, agora eu preciso deixar claro a qualquer um que você é só minha, então eu vou deixar uma marca que quando alguém bater o olho vai pensar "uau ela tem dono"

Ele esticou a perna dela e subiu sua saia de modo que uma parte da sua calcinha ficasse visível. Então, com uma das mãos começou a fazer um corte superficial em sua perna em forma de uma carinha feliz e depois fez um "M" embaixo. O local começou a sangrar um pouco e ele lambeu limpando os vestígios de sangue da pele recém cortada.

_Prontinho! Que horas são agora?

Ele olhou no relógio e levantou as sobrancelhas.

_Vamos ver se a Tzuyu já fez o que eu mandei

Ele ligou o celular e verificou sua conta bancária que mostrava um saldo de mais de 50 milhões. Seu sorriso se alargou mais ainda e começou a dar pulinhos de alegria

_O Jackson vai ficar tão contente, mal posso acreditar, agora só falta a Tzuyu aparecer aqui que meu plano vai sair melhor do que o planejado

Sana grunhiu involuntariamente.

_Ao nome da Tzuyu você reage né sua vadia?! Mas a mim você ignora!

Ele se ajoelhou perto dela e roçou os lábios em seu ouvido.

_Tzuyu, Tzuyu, Tzuyu, quando ela chegar vou matá-la e cortá-la em tantos pedacinhos que você nem vai poder contar, vai apenas ouvir cada grito de desespero que ela vai dar enquanto eu corto sua pele por inteiro - cantarolou em uma melodia medonha

Sana grunhiu outra vez e Mark encostou sua orelha perto dela.

_Desculpa não entendi, disse alguma coisa?

Sana virou a cabeça de uma vez e abocanhou a orelha de mark. Ele gritou como uma garotinha quando sentiu sua orelha ser mordida. Ele se afastou rapidamente com as mãos no ouvido quando percebeu que algo estava faltando.

Na boca ensanguentada de Sana se encontrava sua orelha, ela a deixou cair em seu colo e deu um sorriso com todos os dentes agora avermelhados por causa do sangue.

Mark arregalou os olhos e gritou o mais alto que pode e em seguida apertou o pescoço de Sana tentando enforcá-la

Do lado de fora Tzuyu tentava abrir a porta da velha pensão usando um pedaço de madeira velho. Tinha acabado de ouvir um grito agudo e seu maior medo era de que quando chegasse lá pudesse ser tarde demais.


Notas Finais


Aviso rápido: provavelmente irei postar o próximo capítulo SÁBADO que vem, não é maldade nem nada é só porque não terei tempo mesmo por causa das provas e blá blá blá. Se der pra postar antes, ótimo, se não, já estão avisados!
Até o próximo capítulo!!! ( E não se esqueçam de comentar ;))


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