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História Psycho Lunatic - Perhaps it's just imagination


Escrita por: juusynner

Notas do Autor


Voltei genteeeee,
Feliz Ano Novoooo!!! Desejo um ótimo ano pra todo mundo, com muitas boas leituras, muitos favs e comentários e inspiração (pra quem também escreve).

Pois é, eu disse que iria voltar em 2016 ainda, mas não consegui. Decidi arrumar algumas coisas desse capítulo e me atrasei um pouco. MAS TO AQUI!

Espero que gostem desse <3

Capítulo 12 - Perhaps it's just imagination


“Perhaps it’s just imagination”

Overkill - Men At Work

(Talvez seja só imaginação)

POV: Brian

 

Jenny was a friend of mine - The Killers 

“We had a fight on the promenade out in the rain

She said she loved me, but she had somewhere to go.”

(Nós tivemos uma briga no baile lá fora na chuva

Ela disse que me amava, mas ela tinha que ir a algum lugar) 

 

Michelle e eu andávamos no aeroporto de mãos dadas. Nossas malas já nos esperavam em uma vã que nos levaria até o hotel, assim como os caras e toda a equipe. Eu mancava, usando aquela bota desconfortável e desejando tirá-la o mais rápido possível. Minha esposa não estava falando comigo e, durante todo o trajeto no avião até lá, ela apenas dirigiu a palavra a mim quando tivera a intenção de me provocar em relação à bebida. Tanto Matt quanto Zacky me questionaram sobre a atitude dela, mas eu não contei nada. Não tinha a menor intenção de lembrar da tortura que estava minha casa depois do dia que eu machuquei o pé. 

Depois que Michelle descobriu as garrafas escondidas no armário, não fiz qualquer esforço para esconder novamente, assim como ela não fez qualquer esforço para permanecer em casa. Minha esposa saia todos os dias antes que eu acordasse e voltava apenas quando eu adormecia no sofá. Ela também nunca me chamava para dormir na cama e eu acordei diversas vezes com o corpo dolorido. O único pensamento ocupando minha mente naquela semana, com a proximidade da turnê e que eu não repelia mais, era se veria Jenny novamente.

Eu passava o dia lendo e relendo aquele bilhete, escrito em sua linda letra. “Estarei em Milão na mesma época da sua turnê, acho que nos encontraremos de novo. Se você quiser… ou puder.”. Eu podia ouvir sua voz dizendo aquela frase em inglês, em seu leve sotaque. Quando eu fechava os olhos, eu podia vê-la em minha frente novamente e tudo o que eu queria era chegar naquela cidade o mais rápido possível, mas tudo iria por água abaixo se Michelle estivesse comigo. E, depois de machucar o pé e descobrir que eu ainda estava bebendo, minha esposa fora inflexível em sua decisão: me acompanharia na turnê.

Certo dia, enquanto eu emborcava uma garrafa de whisky direto do gargalo, sem me importar que Michelle via, fiz uma pergunta despretensiosa, aproveitando o raro momento que ela estava em casa: 

— Tem certeza que você vai nessa turnê? 

— Alguém precisa evitar que você se mate. — Ela respondeu, sem nem menos me dirigir o olhar.

Fiquei alguns segundos em silêncio, pensando em como responderia a provocação, mas resolvi questionar novamente:

— Mas esse é o papel de Valary… Por que você também quer ir? Ela não consegue garantir isso sozinha?

— Brian, eu sei que você quer ficar sozinho, porque em turnê é quando você aproveita pra colocar esse seu pau em todos os buracos que encontra, mas dessa vez eu estarei com você. Então aceita. 

— Eu só queria colocar meu pau em um buraco. Você sabe disso. — Provoquei, usando os mesmos termos que ela e jogando com a mesma moeda.

— Vou sair. — Foi tudo o que ela respondeu.

Voltei para a realidade, já no aeroporto, quando Michelle se dirigiu a mim, como se lesse meus pensamentos:

— Valary pediu para que eu voltasse com ela depois que passarmos pelo Reino Unido. Ela não quer voltar sozinha com os meninos. 

— Você não vai nos acompanhar na Alemanha, Itália e França?

— Não. Já comprei a passagem.

Olhei para ela de relance e concordei com um resmungo, apesar de estar comemorando por dentro. Eu ouvira uma conversa sobre aquele assunto, mas não me atrevi a perguntar, apesar de estar torcendo para que ela voltasse antes que a turnê acabasse, para que eu pudesse ficar sozinho em Milão. Depois daquela briga, não toquei mais no assunto e aceitei que ela estaria por perto, então minhas chances com Jenny estariam totalmente frustradas, por isso aquela notícia me pegou de surpresa.

— Assim o Matt fica tranquilo. — Comentei, para encorajá-la. 

— E você fica livre de mim. E pode comer quem quiser. — Ela murmurou, baixo o bastante para que eu não ouvisse e assim eu fingi.

Minha garganta começou a arder, assim que eu pensei na garrafa que eu tomaria, assim que chegasse no hotel.

 

“Tell me what you want to know

Oh come on, oh come on, oh come on.”

(Me diga o que você quer saber

Oh vamos lá, oh vamos lá, oh vamos lá) 

 

Naquele momento, fomos interrompidos por um fã, um garoto com não mais de quinze anos, que queria tirar uma foto comigo. Michelle nos fotografou usando o celular dele, eu autografei a camiseta que ele usava e continuamos em direção à saída. Antes de irmos, Michelle comentou que precisava passar no banheiro, então nos encaminhamos naquela direção.

Assim que chegamos ao lado do banheiro, a porta de abriu de repente e uma mulher veio em minha direção. Soltei a mão de minha esposa e me protegi, segurando a desastrada, também evitando que caísse. Um livro pesado que ela carregava, caiu no chão com um estrondo e eu já me abaixava para pegar, quando a mulher o fez com maior velocidade. 

— Me desculpa, desculpa… Eu não vi vocês. Me desculpa. — Ela disse, enquanto recolhia o calhamaço. 

— Não tem problema. Você se machucou? — Perguntei em vão, pois parecia que ela não ouvia nada do que eu falava.

— Me desculpa, me desculpa…  — disse ela, arrumando os cabelos com mechas cinzas. 

Pensei ter reconhecido aquela voz, e a cor do cabelo seria muita coincidência, mas me censurei, por estar imaginando coisas. Ela se levantou com calma, se apoiando na mala que carregava e olhou em minha direção, pronta para dizer algo. Meus olhos se arregalaram e as palavras que ela iria dizer travaram em sua garganta. Eu encarei Jenny, me perguntando se aquilo não era minha imaginação. 

— Está tudo bem? — Perguntou Michelle, a voz dela parecia abafada, como se falasse dentro de um pote.

Olhei no fundo dos olhos de Jenny e me perguntei se minha esposa via a mesma pessoa que eu. Será que aquilo era um sonho? Ela me olhava de volta e parecia se perguntar a mesma coisa.

 

“She couldn’t scream while I held her close

I swore I’d never let her go”

(Ela não pôde gritar enquanto eu a segurava 

Eu jurei que nunca a deixaria ir) 

 

— Puta que pariu… — ela murmurou algo em português que eu não entendi, apesar de parecer um palavrão, então ela explicou em inglês: — Desculpa, sou uma grande fã do Avenged Sevenfold, que coincidência enorme te encontrar aqui! Eu… eu nem sei o que dizer. O resto da banda também está aqui?

Ela deu uma risada nervosa e trocou um olhar comigo novamente, seus olhos se arregalaram por um instante, como se estivesse apreensiva. Percebi que ela estava mentindo, fingindo que não nos conhecíamos e resolvi seguir com a farsa.

— Ah, é? Bacana que você gosta! Eles já foram na frente, mas se quiser uma foto comigo, acho que tenho alguns segundos de folga. 

Jenny sorriu e concordou. Naquela troca de olhares, lembrei de todos os sonhos, do quanto eu desejava encontrá-la novamente e me perguntei mais uma vez se aquilo não era tudo fruto da minha imaginação. Lembrei do beijo, do macio toque dos seus lábios nos meus, das suas mãos delicadas encostando em meu peito enquanto eu a pressionava contra o meu corpo. A vontade de tomar um gole que fosse de álcool desapareceu e a única coisa que eu desejava era me perder naqueles lábios, me saciar com aquele corpo. 

— Você quer que eu tire? — Perguntou Michelle, me tirando do devaneio. Notei que ela me olhava de maneira estranha e torci para que não tivesse percebido o clima que pairava entre eu e a garota de cabelos cinzas, a mesma que eu beijara em um quarto de hotel um mês antes.

— Eu não quero atrapalhar vocês… — disse Jenny. 

— Não vai. — Eu disse por fim.

 

“Jenny was a friend of mine”

(Jenny era uma amiga minha)

 

POV: Jenny

 

The Love Letter - Blaqk Audio

“What could you see?

What could you find?”

(O que você poderia ver?

O que você poderia encontrar?)

 

Michelle segurou meu celular, já com a câmera aberta para que tirasse uma foto. Antes que eu pudesse me aproximar de Brian, ele me puxou pela cintura, assim como fizera naquele dia nos bastidores. Pude ver o olhar de Michelle relancear para a mão do marido, mas se ela se incomodou com o gesto, não demonstrou. Ergueu o celular na altura dos olhos e tirou a foto enquanto eu sorria. 

— Você já nos viu ao vivo? — Perguntou Brian, enquanto eu olhava o resultado da foto, depois de agradecer a esposa dele. 

— Já! E-em São Paulo. — Respondi, sentido minha voz falhar levemente. 

— Ah, então você é brasileira? — Ele perguntou, seguindo com a farsa.

— Sou. — Respondi, levantando o olhar para o casal. Percebi que Michelle nem ao menos me olhava e não sorria. Me senti desconfortável ao lembrar que, enquanto ela estava sozinha em um hospital, o marido dela me beijava, segurando minha bunda e… — Bom, não quero ocupar mais o tempo de vocês… — eu disse, para tentar afastar meus pensamentos.

— Já vamos andando, então. — Brian disse, sorrindo para mim e fazendo minhas pernas tremerem. — Você vai nos ver em algum show?

— Estarei em Milão. — Respondi, ao mesmo tempo que ele olhava diretamente em meus olhos. Percebi um relance em seu olhar, um brilho sugestivo que poderia muito bem ser uma impressão, mas eu queria acreditar que não era. Naquele momento, eu desejei poder voltar no tempo e nunca expulsá-lo daquele quarto, desejei ficar ao seu lado pra sempre, desejei ser aquela pessoa que ele amava, com quem ele era casado. Também percebi, em um instante, que Michelle estava com ele e meu cérebro processou aquela informação: se ela estava com ele, eu não teria chances em Milão. Em resumo, eu tinha terminado meu relacionamento com Felipe porque não queria ser infiel e tudo fora em vão.

— Então nos vemos lá! — Ele respondeu, dando a mão para a esposa, que se virara para mim e sorria. 

— Muito bom te conhecer…? — Disse Michelle, em um tom questionador.

— Jenny. — Respondi, vendo o sorriso de Brian se abrir mais. — Meu nome é Jenny.

 

“If we meet please avert your eyes

What I’d never show, what you’ll never find 

Is explosive so hide your eyes”

(Se nos encontrarmos, por favor evite seus olhos

O que eu nunca irei mostrar, o que você nunca vai achar

É explosivo, então esconda seus olhos) 

 

— Na verdade… — disse Michelle, parando depois de dar alguns passos e soltando a mão de Brian — Viemos até aqui porque eu queria ir ao banheiro. Me esqueci completamente!

Ela apontou para a porta de onde eu saíra, depois se encaminhou até lá, deixando Brian para trás. Ele andou novamente para perto de mim e parou ao meu lado, olhando a saindo do banheiro, como se estivesse esperando a esposa.

— Está tudo bem com você, Jenny?

Olhei para ele, estranhando a pergunta e ele me olhou de volta. Nos encaramos por alguns instantes, até que um sorriso radiante se abriu em seus lábios e eu desviei o olhar.

— Sim, estou bem. — Respondi, olhando para nossos pés lado a lado.

— Engraçado… Eu não estava bem, até alguns minutos atrás.

Franzi as sobrancelhas e voltei a encará-lo, me sobressaltando quando percebi que ele também me observava. 

— Eu lembro de você, Jenny. — Brian continuou — Lembro até demais. Acho que nenhuma mulher fez o que você fez comigo…

— Te expulsei do meu quarto? — Perguntei, fazendo com que ele risse baixo. 

— Não. Roubasse meus pensamentos do jeito que você fez. 

— Brian… — eu disse, calmamente, sentindo que a qualquer momento Michelle sairia por aquela porta e nosso tempo acabaria — Eu me arrependi no instante que você pisou do lado de fora do quarto, mas o motivo pelo qual eu não consegui seguir em frente está naquele banheiro. 

Ouvi minha própria voz proferindo aquelas palavras e quase não acreditei no que eu dizia. Eu falava como uma mulher madura e decidida, mas eu me sentia como uma adolescente em frente ao garoto mais bonito da escola e com uma vontade inconsolável de agarrá-lo e não soltar nunca mais. 

— Michelle não estará em Milão. — Ele disse próximo ao meu ouvido, disfarçando o ato, como se estivesse olhando por cima do ombro. — E ela está em perfeita saúde… 

— Ela não vai para Milão? — Perguntei aturdida, sentindo meu corpo todo arrepiar, com sua proximidade e deixando a máscara de “mulher madura e decidida”cair. 

— Não. — Ele respondeu, mordendo o lábio inferior, enquanto sorria, como uma criança.

— Então nós… — eu disse.

— Se você quiser. — Brian completou, exatamente quando Michelle saiu do banheiro. 

 

“What should mean nothing to you 

Has left a poison running straight from your lips

And into the poison I’m becoming

Walk right through me, I’m not really here.”

(O que não deve significar nada para você

Deixou um veneno correndo em linha reta nos seus lábios

E no veneno estou me tornando

Ande através de mim, não estou realmente aqui)


Notas Finais


E ai gostaram???

Esse capítulo foi mais curto, porque como eu disse, resolvi mudar algumas coisas nele. O capítulo na verdade era esse e o próximo juntos, mas eu achei que ficaria muito grande E não terminei de escrever tudo. Então dividi para conseguir postar hoje para vocês.

Outro aviso rápido: Eu vou viajar amanha e vou ficar duas semanas fora. Estou levando computador para tentar escrever e postar se eu tiver tempo, mas nunca se sabe, então não prometo nada. Tentei deixar tudo pronto para viajar, mas esse fim de ano foi muito corrido e eu não consegui. Então de qualquer modo, até o próximo capítulo, espero conseguir postar antes! <3

Beijoos,
Juu


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