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História Psycho Lunatic - 'Cause If I want you, then I want you, babe


Escrita por: juusynner

Notas do Autor


Aaaaaaaaaaaaaaaaa

Não, eu não morri
Sim, estou de volta

Pensei que ia ter tempo para atualizar a fic nesse inicio de ano, mas estava totalmente, completamente, 100% errada. Segurei esse capítulo o máximo que deu, pra conseguir fazer um "estoque" de coisas para postar e ESPERO não deixar vocês esperando mais, principalmente porque agora vai pegar fogo.

Enfim, espero que gostem desse <3

Capítulo 14 - 'Cause If I want you, then I want you, babe


“‘Cause if I want you, then I want you, babe”

Close - Nick Jonas ft. Tove Lo

(“Porque se eu te quero, eu te quero, amor.”) 

POV: Jenny 

Let Them In - Pvris

“You’ve had me going out of my mind.”

(“Você me fez ficar louca.”) 

 

Se eu precisasse descrever Milão em uma única palavra eu diria que a cidade se resumiria em uma: beleza. Tudo naquele lugar era lindo, seja a paisagem, os prédios e as pessoas. As mulheres bem vestidas, andando pela rua de salto alto e vestidas com casacos luxuosos e caríssimos, ao lado dos homens, vestindo um terno perfeitamente assentado no corpo, além da beleza natural de cada um deles. Demorou um tempo para que eu me acostumasse com os habitantes daquela cidade e parasse de me surpreender quando, literalmente, todos os homens eram atraentes, desde o executivo rico até o lixeiro. E as mulheres, até mesmo no metrô, andavam como se estivessem em uma passarela. Demorou mais tempo ainda para que eu, com minha calça jeans e os casacos que eu pegara emprestado da minha mãe, parasse de me sentir como a pessoa mais horrorosa e mal vestida do mundo. 

E ainda mais tempo foi necessário para que eu me recuperasse daquele encontro com Brian no aeroporto de Londres. Passei o dia todo visitando a cidade, mas com a cabeça em outro lugar, achando que os encontraria em todos os lugares que fosse. Eu me sentia uma idiota por estar na cidade que eu mais queria conhecer no mundo, com apenas algumas horas para fazer isso, mas só conseguindo pensar no modo como ele me olhou, no que conversamos e no que ele me deu a entender. Mas ele era o Brian, então era razoavelmente compreensível que eu ficasse abalada. 

Quando, por fim, cheguei em Milão, nada disso melhorou, apesar de não achar que fosse encontrar eles na cidade, já que o show seria dali algumas semanas, não conseguia parar de pensar naquela data que parecia tão distante.

Tudo ficou ainda pior em uma manhã. 

Acordei normalmente, pronta para ir para o curso logo cedo e ficar lá até o sol se pôr, quando eu olhei meu celular. Minhas amigas haviam me mandado mensagens à exaustão durante a madrugada, que no Brasil era noite por causa do fuso horário e eu, alarmada, fui ver o que acontecera. A conversa entre minhas três amigas terminara com uma discussão sobre o fuso horário e que eu deveria estar dormindo, a última frase dita por Sofia fora: “De manhã ela assiste o vídeo”. 

Subi a conversa, procurando o tal vídeo, até que achei e sem pensar muito apertei para que ele começasse. Paralisei quando, na tela, apareceu Brian com uma mulher morena. 

Uma sensação estranha invadiu o meu corpo. Era claro que eu não tinha qualquer relação com ele e não poderia, de maneira alguma, me sentir ofendida pelo que eu via, mas aquela imagem me incomodou muito mais do que eu pensava que incomodaria. Ainda rolando na tela, a imagem devastadora de Brian beijando uma mulher e levando-a para cama, me deixou completamente paralisada. Eu não conseguia pausar o vídeo, mas também não queria assistir, enquanto ele segurava na bunda da mulher. Eu tentei não prestar muita atenção nela, mas era impossível não perceber sua beleza. Quando seu rosto apareceu mais nitidamente na imagem, eu pausei o vídeo e arquejei. Era uma modelo francesa famosa. 

Considerei se assistiria mais, mas resolvi ler a conversa das minhas amigas antes. Eu não queria ver a conclusão daquilo. Descendo a página um pouco, comecei a ler as mensagens:

Sofia: PUTA QUE PARIU

Lya: Eu não to acreditando nisso. NÃO MESMO!

Sofia: Essa mulher não é aquela modelo francesa?

Carina: É ELA MESMO! 

Sofia: A Jenny precisa ver isso.

Carina: PQP, EU NÃO ACREDITO. COMO ESSA MULHER FOI FILMAR ISSO? 

Lya: Acho que a Jenny deixou alguém apaixonado. 

Sofia: CADÊ ELA?? A JENNY PRECISA VER ISSO AGORA. AMIGA, POR FAVOR, SE VOCÊ LER ISSO, ASSISTA O VÍDEO ATÉ O FINAL. 

Parei de ler as mensagens quando a conversa se tornou um debate sobre que horas seriam na Itália e voltei para o início. Li novamente todas as mensagens, me concentrando em um trecho específico: “Acho que a Jenny deixou alguém apaixonado”. Li e reli a frase, sem entender sobre o que Lya dizia. Apesar de ela ser a mais desligada do grupo, ela não era tanto assim, a ponto de dizer algo sem sentido. Resolvi deixar para lá e obedecer Sofia, que praticamente implorara para que eu assistisse ao vídeo até o fim. 

Quando apertei o “play” novamente, engoli em seco ao ver Brian tirar o vestido da modelo com uma destreza impressionante, pegar a mulher no colo e levá-la para a cama. Eu não conseguia ver seu rosto e nem tinha certeza se queria, mas consegui ver quando ele pegou os seios fartos da mulher, por cima do sutiã e os segurou com ambas as mãos. A modelo esticou o braço para abrir a calça de Brian e, lentamente, soltou o botão. 

Pausei o vídeo, largando o celular em cima da mesa e passando as mãos pelo meu rosto. Eu não queria ver aquilo. Respirei fundo algumas vezes, lembrando do pedido de Sofia e, depois de alguns segundos, voltei a assistir. De repente, tudo mudou. Brian se levantou rapidamente, procurando a camiseta pelo quarto. A vestiu e, fechando o botão da calça disse: 

— Desculpa, não posso fazer isso. Sou casado. Jenny…

 

— Jenny?! — Eu gritei meu nome em voz alta, voltando o vídeo alguns segundos para ouvir novamente. Escutei ele falar meu nome um milhão de vezes, sempre que o vídeo acabava eu voltava para aquele trecho apenas para ter certeza de que o que eu ouvira não era apenas fruto da minha imaginação. 

— Ele falou meu nome. Ele falou meu nome! Ele falou meu nome? — Eu dizia incansavelmente, andando pelo quarto do hotel. 

Depois de um tempo consegui entender a mensagem de Lya e entrei em um parafuso de pensamentos confusos. Primeiro, Brian dissera que era casado, obviamente se referindo à Michelle, mas então, como um chute em minha nuca, dissera meu nome. Como se ele tivesse algum compromisso comigo, como se tivéssemos estabelecido exclusividade, sem nem menos estabelecer qualquer coisa entre nós. Aquilo seria um jogo dele? Uma brincadeira? Qual era a chance de ele conhecer outra pessoa chamada Jenny?

 

“I wanna feel something 

That’s not the touch of your breath on my neck”

(“Eu quero sentir algo

Que não seja o toque da sua respiração no meu pescoço”) 

 

O dia do show chegou mais rápido do que eu pensei que chegaria. Em meio às aulas do curso e aos imensos trabalhos que os professores passavam, sobrava pouco tempo para que eu ficasse ansiosa, ou até mesmo que pensasse naquele vídeo. Apenas quando faltava uma semana, que eu me sobressaltei ao perceber que já era 14 de fevereiro e, logo, eu os veria ao vivo novamente e sabe-se lá o que mais iria acontecer. 

Cheguei na casa de shows cedo naquele dia, logo depois do fim da minha aula. Passei em casa para me arrumar, colocando um vestido preto curto e solto, já que não fazia tanto frio. Combinei com uma bota de cano alto, para não precisar colocar uma meia calça e, assim sai com o coração aos pulos. Peguei o metrô, parando em uma estação que dava em frente ao local em que seria o show. Um fila não muito grande já se formava na rua e eu me juntei aos fãs, ainda mais ansiosa. 

Com sorte, consegui ficar bem perto do palco com apenas duas fileiras de pessoas na minha frente, apesar de querer mesmo era ficar no espaço para os ingressos VIP, na lateral do palco. O problema era que, tendo que pagar a passagem, a hospedagem, o curso e a minha alimentação, não sobrou nenhum dinheiro.

Uma banda que eu não conhecia abriu o show e, enquanto a música animada tocava, percebi algo estranho. Como eu estava do lado direito do palco, próximo do local onde Brian tocava, eu conseguia ver uma movimentação estranha na entrada para os bastidores. Duas pessoas da equipe, que eu não conhecia, pareciam procurar alguém na multidão e, à todo momento, voltavam para dentro dos bastidores para falar com alguém que estava lá. Big T, que estava parado bem na minha frente, apenas algumas pessoas de distância, se afastou um pouco, provavelmente para investigar o que acontecia. Ele conversou rapidamente com algumas pessoas e, para minha surpresa, começou à olhar em minha direção. 

Me surpreendendo mais ainda, ele se aproximou e perguntou em inglês, apontando para mim:

— Qual é o seu nome?

— Jenny. — Respondi.

— Jenny, você pode me acompanhar um segundo?

Eu concordei, ao mesmo tempo que as pessoas se afastavam, me deixando passar. Algumas me lançaram olhares desconfiados, provavelmente porque tinham visto o vídeo e sabiam o nome que Brian dissera. Big T, com toda a sua força, não teve qualquer dificuldade em me levantar por cima da grade e me ajudar a cair no chão em segurança. 

Com o coração palpitando, fui levada para a entrada dos bastidores, até que alguém da equipe disse, com um sorriso no rosto:

— Synyster Gates pediu para que eu te entregasse isso.

Ele esticou a mão, me entregando uma pulseira e um pedaço de papel. Percebi que era um bilhete e li, sentindo o meu estômago sair pela boca e, realmente, temendo que eu vomitaria. 

“Jenny, achei que iria querer ficar mais perto de mim. Essa pulseira é para o espaço VIP, bem ao meu lado. Syn”

Eu reli o bilhete, enquanto alguém colocava a pulseira de papel em mim e me indicava o caminho para o espaço. Eu andei até lá com as pernas bambas, me perguntando se ele teria pensado naquilo, ou se teria me visto e decidido me presentear. Pela sua letra corrida, em um pedaço de guardanapo amassado, eu imaginei que seria a segunda opção, mesmo porque eu poderia estar em qualquer lugar da plateia. 

Eu praticamente não prestei atenção ao show de abertura. As pessoas que também estava comigo no espaço VIP estavam muito animadas e eu também não deixava de pular, mas não conseguia parar de achar que em qualquer momento cairia dura no chão. Mentalizei que aquilo não poderia acontecer de maneira alguma, porque eu não poderia perder aquela oportunidade desmaiando ou passando mal.

De repente, tudo se tornou muito real. A introdução da música The Stage começou a tocar, eu vi uma sombra, que com certeza era Brian, passando por nós, tão perto que, se eu esticasse o braço poderia tocá-lo. A luz acendeu e o guitarrista, já na borda do palco, soltou os dedos na corda da guitarra, assim como Brooks em sua bateria. 

Não demorou muito para que todo o nervosismo passasse e eu curtisse a música. As luzes piscaram e explodiram energia para toda a plateia. A música estourava em meus ouvidos tornando aquele momento ainda mais surreal. O show em São Paulo não fora nada comparado com aquele: a proximidade do palco era impressionante, eu me sentia como se fosse um deles, como se a qualquer momento alguém me jogaria um instrumento e eu teria que tocar.

Quando a primeira música chegou ao fim, Brian caminhou calmamente até o buraco onde estávamos e olhou para baixo. Antes mesmo de seu olhar encontrar o meu, eu tinha certeza de que ele sabia que eu estava lá. Eu podia perceber isso pelo modo como ele caminhou até nós e pela expressão em seu rosto: ele estava me provocando. 

Eu o encarei como se aquilo fosse a ultima coisa que eu faria na vida. Senti um sorriso se abrir em meu rosto quando Gates ergueu uma sobrancelha e apontou para mim, um sorriso debochado nos lábios. 

Eu estava completamente errada de pensar que aquilo seria a única interação que ele faria comigo. Era como se eu fosse a única pessoa o assistindo, porque ele parecia não ver mais ninguém. Com o seu jeito engraçado, ele dançou, apontou em minha direção, fez movimentos obscenos com o corpo, bateu com a mão em sua coxa, me dirigindo um olhar sugestivo e muitas outras coisas que me fizeram querer subir no palco e bater nele. Como ele ousava me provocar daquela maneira?

Em algum momento, ele sentou no chão, com a guitarra ao alcance da minha mão e indicou para que eu tocasse. Quando eu estiquei o braço, com a ponta dos dedos a alguns centímetros do instrumento, Brian puxou a guitarra no último momento, fazendo com que minha mão quase encostasse no volume no centro de suas pernas. Por sorte, eu consegui parar o movimento.

Aquilo causou risadas de todos que estavam na área VIP comigo e um grito estridente de uma menina ao meu lado. Eu também ri, mas ao mesmo tempo, lancei um olhar furioso em sua direção. Brian percebeu a minha raiva, com que eu tentava disfarçar o desejo inconsolável de agarrá-lo ali mesmo, e deu uma piscadela. O olhar divertido em seu rosto indicava que ele conseguira o efeito desejado em mim.

Quando eu achei que seus truques tinham chegado ao fim, Brian me surpreendeu mais uma vez. A banda tinha acabado de tocar Bat Country e se preparava para começar a outra música. Matt bebia água em sua garrafa e os outros aproveitavam para dar um ou dois goles em suas cervejas. Porém, Brian não bebeu. Ao invés disso, parou em frente ao espaço VIP, esticou a guitarra para que eu a segurasse e assim eu fiz. Ele sorriu quando eu puxei a guitarra em minha direção e todos se aproximaram para ver o instrumento de perto. Surpreendendo a todos novamente, Brian puxou a camiseta pelo pescoço, tirando a peça de roupa. 

Fiquei paralisada ao ver seu torso nu. Aquela não era a primeira vez que eu o via sem camisa, inclusive o meu corpo já encostara no seu daquela maneira, mas vê-lo novamente fez com que eu paralisasse no chão, sem poder tirar os olhos do seu abdômen e peitoral definidos. Antes que eu pudesse reagir, Brian se aproximou e colocou sua camiseta em minha mão. Então pegou uma garrafa de água que alguém da produção o entregara e jogou sobre a cabeça. Depois, pegou a guitarra novamente, deixando a camiseta em minha mão. Então se virou e começou a tocar a próxima música, com a mistura de água e suor fazendo com que sua pele brilhasse e minha calcinha fosse parar no chão. 

Saindo do transe, olhei a camiseta e, sem pensar duas vezes, a vesti por cima do vestido, com medo de perdê-la. Quando passei a gola por meu rosto, senti o cheiro masculino invadir minhas narinas. Suspirei, desejando sentir aquele aroma para sempre. Amarrei a parte de baixo da camiseta em minha cintura, o que criou a impressão de que eu usava uma blusa curta e uma saia de cintura alta.

Voltei o olhar para Brian que, sem camiseta, soltava os dedos em seu instrumento. Aquela visão, do homem mais maravilhoso do mundo, suado, segurando a guitarra e tocando como se sua vida dependesse daquilo, era um sonho. O show acabou rápido demais, principalmente com Brian me distraindo daquela maneira e sem uma peça de roupa. Antes de sair do palco, ele passou por nós, piscando para mim ao ver que eu vestira sua camiseta e disse para todos que estavam na área VIP: 

— Já vou voltar para falar com todos vocês. 

Fomos levados por um segurança para uma área mais aberta dos bastidores. Logo, todos entraram no ambiente. Matt e Brian, com uma camiseta limpa, foram automaticamente cercados de fãs, enquanto os outros três ficaram mais livres. Caminhei na direção de Zacky e pedi uma foto. Conversamos por algum tempo, em um diálogo rápido, porém cheio de significado. Ele lembrava de mim da festa de São Paulo, ficara um pouco tenso quando eu mencionara meu nome e parecera me analisar de cima a baixo. Por um momento, me perguntei se Brian dissera algo a ele. Afinal, eles eram melhores amigos. 

O mesmo aconteceu com Johnny e Brooks. Ambos lembravam de mim como “a garota engraçada do Brasil”, mas fizeram expressões curiosas quando eu disse meu nome. Apesar de gostar do apelido, fiquei ainda mais curiosa para saber o que eles sabiam ou o que eles achavam que sabiam. Quando Matt ficou mais livre, pedi uma foto e também fui reconhecida. 

Apenas depois de vários minutos que estávamos lá, que eu consegui me aproximar de Brian. Pedi uma foto como se fosse uma fã qualquer. Ele sorriu ao me ver e me puxou para um abraço, segurando minha cintura com firmeza. Eu quase desmaiei quando senti sua boca se aproximando da minha orelha. O toque quente do seu hálito me arrepiou quando ele disse: 

— Pensei que nunca viria falar comigo. Ansiosa para hoje a noite?

Eu me afastei alguns centímetros, o suficiente para ver seu rosto, e lhe dirigi um olhar indagador. Aqueles poucos segundos em que nos encaramos pararam o tempo, de repente não existia mais ninguém ao nosso redor. Só eu e ele. Então, a lembrança daquele vídeo me dominou, aquele homem maravilhoso na minha frente dizendo que não poderia continuar o que estava fazendo com uma das modelos mais bonitas do mundo e se justificando ao dizer meu nome. Tentei disfarçar uma expressão desesperada, demonstrando curiosidade acerca do que ele me perguntara. 

— Ah, você ainda não sabe… — ele continuou, com um sorriso angelical no rosto, ao ver minha expressão — Fica aqui perto de mim que eu vou te contar.

Brian não disse mais nada o tempo todo, quase me matando de curiosidade. Me manteve por perto, ocasionalmente colocando o braço em volta da minha cintura, enquanto tirava foto com outros fãs e eu tentava não pensar naquele vídeo. O seu toque deixava minha pele completamente arrepiada, mas eu continuei firme ao seu lado. Quando os fãs dispersaram, conversando com outros membros da banda, Brian, ainda sem dizer uma palavra, segurou minha mão e começou a me puxar.

Não resisti, eu poderia ir até o inferno se fosse aquele homem quem me levasse.

 

“It doesn’t feel right

To feel the weight of your world, the weight of your world in my spine”

(“Não parece certo

Sentir o peso do seu mundo, o peso do seu mundo na minha espinha”) 

 

POV: Brian

Tonight You Are Mine - The Technicolors

“In a sense,

I’m such a mess watching you.”

(“Em certo sentido,

Eu sou uma bagunça observando você”) 

 

O vazamento daquele vídeo foi mais um tormento que eu tive que carregar. Meus amigos me perguntaram tantas vezes quem era Jenny que eu já estava a ponto de revelar toda a verdade. Por diversas vezes, eu entrava no ambiente em que eles estavam e os flagrava aos cochichos, que paravam assim que eles me viam. Ignorei toda aquela agitação, sabendo que eles se perguntavam quem era a mulher que ocupava meus pensamentos e, principalmente, em respeito à Michelle. 

Depois daquela ligação enfurecida, eu não ouvira sequer uma palavra de minha esposa, se é que eu ainda poderia chamá-la assim. Sabia, por meio de Matt, que ela estava dormindo na casa da irmã e que estava viva, mas era o máximo de detalhes que eu recebia. Todos sabiam que nosso relacionamento estava conturbado e não comentavam nada comigo, fingindo que tudo estava normal, talvez para manter o bom animo na turnê. Sem falar com Michelle, eu não sabia se ela assistira o vídeo até o fim, mas eu imaginava que sim e que aquele era um dos principais motivos para que ela não tivesse falado comigo ainda.

Fomos para Milão na noite anterior ao show. Saímos para beber naquela noite e eu tentei me distrair, ignorando o nó que se formava em meu estômago. Mesmo com o organismo cheio de álcool, eu não conseguia tirar uma única questão da minha cabeça: Será que eu veria Jenny?

Durante todo o teste de som, eu estava nervoso. Não conseguia ficar parado no mesmo lugar por mais de dois segundos e bebendo algumas garrafas de cerveja para acalmar meus nervos. 

Finalmente, quando o show de abertura começou e a multidão se reuniu na frente do palco, ao invés de ir para os bastidores com os meus amigos e esperar a nossa hora lá, conversando e comendo, eu fiquei na lateral do palco, olhando as pessoas de vez em quando. Procurei por toda a plateia que era iluminada pela luz do palco. Encarei cada rosto, tentando achar Jenny e não foi até quase o final do show que a localizei. Consegui falar com alguns voluntários do evento para que chamassem Big T, que me viu e perguntou o que estava acontecendo. Tomei cuidado para que Jenny não me visse e disse:

— Pergunta para aquela menina se o nome dela é Jenny. — Eu apontei na direção dela, ao mesmo tempo que pegava um papel amassado em meu bolso. — Aquela de cabelos cinzas… E se for, chama ela aqui. 

Entreguei um papel todo amassado para uma das voluntárias e uma pulseira VIP e dei as instruções para que ela entregasse aquilo para Jenny. 

Big T foi na direção da garota e sorriu para mim quando ela respondeu seu nome. Senti que todos enrijeceram ao meu redor e pensei que era óbvio: todos tinham visto o vídeo. Resolvi me afastar e esperar nos bastidores com o resto da banda. Não queria que ela me visse antes da hora.

 

“The air is cold, so hard to breathe

But still your breath is all I see.”

(“O ar é frio, tão difícil de respirar

Mas ainda assim, sua respiração é tudo o que vejo”) 

 

Depois de todo o show e de todas as provocações que fiz para Jenny, finalmente o momento de conhecer os fãs do espaço VIP chegou. Nos encontramos com eles em um salão aberto, depois de eu procurar uma camiseta nova. Desde o primeiro instante, encontrei Jenny em meio as pessoas. Não sei se foi intencional ou não, mas ela não olhou em minha direção em nenhum momento e falou com todos os outros membros da banda antes de vir em minha direção. 

Depois que ela veio falar comigo, tiramos uma foto. Eu dei risada quando vi que ela ainda vestia a minha camiseta, imaginei ela dormindo com a peça e nunca mais lavando. Tentei manter minha mão em volta de sua cintura, não só porque aquilo me causava arrepios deliciosos, mas também porque eu tinha medo que ela fosse embora. Eu precisava mantê-la perto, porque ela fazia com que eu me sentisse bem, ela me fazia vivo e me deixava livre da necessidade de beber uma gota de bebida sequer.

 

Depois do que foram os minutos mais longos da minha vida e depois de atender todos os fãs, dei um jeito de puxá-la para um canto e sair discretamente do lugar. Eu sentia a mão quente de Jenny segurando a minha, causando um formigamento delicioso. Assim como eu desejara fazer no aeroporto, a puxei de qualquer maneira por entre equipamentos e a equipe técnica. Nenhum deles comentou qualquer coisa sobre o fato de que eu arrastava uma garota pelos bastidores, mesmo porque eles já estavam acostumados com aquele tipo de situação.

Parei em frente à uma porta fechada e olhei ao redor para verificar se ninguém estava por perto. Como não vi qualquer bisbilhoteiro, a puxei para mais perto do meu corpo e observei seus olhos escuros e redondos. 

— Brian, o que você está… Você não ia me contar alguma coisa?

— Vou fazer algo que devia ter feito naquele aeroporto. — Eu disse, abrindo a porta e entrando no ambiente escuro, trazendo-a comigo. — E ai você vai entender o que vai acontecer esta noite. 

Não me incomodei em acender a luz, puxando o rosto de Jenny para um beijo, ao mesmo tempo que fechava a porta e virava a tranca. Espalhados pelo chão, estavam alguns equipamentos usados para a montagem do palco, então desviei nossos corpos deles enquanto íamos em direção à uma grande mesa de madeira encostada em uma das paredes. 

Usei meus braços para levantá-la e a ajudei a se sentar na mesa. Jenny passou as pernas em volta do meu quadril e os braços por meu pescoço, enquanto eu a puxava para mais um beijo. Nossos lábios se encostaram e eu não pude conter um gemido rouco, que pareceu surgir do fundo do meu ser. Jenny estreitou o espaço entre nós, apertando as pernas ao meu redor. Senti seu corpo quente de encontro ao meu, ao mesmo tempo que um arrepio percorria a minha espinha. Eu sentia a urgência de tê-la ali, naquele momento, explodir por meu corpo e me contaminar, como um veneno. 

— Sabe… — murmurei entre um beijo e outro — Quando eu encontrei você naquele aeroporto, quase não acreditei. Tive vontade de fazer exatamente isso, de beijar seus lábios, seu pescoço, seus ombros, seu nariz, sua testa… — eu disse, beijando cada parte do corpo dela conforme falava, causando risos de Jenny. 

Parei de beijá-la por um instante para olhá-la. Ela me olhou de volta e um sorriso se abriu em seu rosto. 

— Você é tão lindo. — Disse ela, com um olhar abobalhado. Depois deu risada e revirou os olhos, como se aquilo que acabara de afirmar fosse óbvio. 

Sua mão foi lentamente de encontro ao meu rosto. Fechei os olhos ao sentir o toque das pontas de seus dedos quentes em minha pele e desejei ficar daquela maneira para sempre. Abri os olhos e peguei sua mão, depositando um beijo em cada dedo seu. Então vi algo no olhar de Jenny, uma permissão para beijá-la novamente, dessa vez com mais urgência.

Nossas línguas iniciaram uma batalha, enquanto eu sentia seu corpo se contorcendo de desejo em direção ao meu. Quando minha boca passou dos seus lábios para sua clavícula, parcialmente descoberta, Jenny curvou o corpo, me puxando mais em sua direção. 

Passei a mão por sua coxa, levantando o vestido que ela usava e puxando a minha própria camiseta que ela vestia, para que ela a tirasse. Jenny se livrou da peça de roupa e segurou o meu cabelo com força, enquanto eu depositava beijos em seu pescoço e descia em direção aos seios. Toquei seu abdômen, descendo a mão lentamente, até senti-la quente em meus dedos. Um fino pedaço de renda preta me separava dela, mas eu não pretendia seguir em frente com aquilo, pelo menos não naquele momento. 

Quando vi a mão de Jenny se esticar em direção à minha calça, a segurei delicadamente pelos pulsos e a impedi, também parando de tocá-la. 

— Syn… — ela sussurrou, de olhos fechados. 

 

“Thought I heard you call my name” 

(“Pensei ter ouvido você chamar meu nome”) 

 

— Agora não. — Eu disse, estremecendo ao ouvir meu apelido passear por seus lábios e fazendo com que ela abrisse os olhos e me encarasse, com curiosidade estampada no rosto. — Você me fez esperar, mais de um mês. E todo esse tempo eu fiquei pensando em você, sonhando com você…

— Não sonhou mais que eu. E eu te quero por anos. — Ela disse, com uma voz de desdém, apesar de mostrar um certo divertimento — E sabe que não foi culpa minha…

— Eu sei que podemos esperar mais algumas horas. — Completei. — Prometo que vai valer a pena. Será a melhor noite da sua vida, você não vai esquecer nunca mais e eu vou fazer você lembrar. 

Minha voz saía baixa, rouca e eu sabia que a enlouquecia, já que ela estava com a respiração presa e as unhas afundando em meu braço. Para ilustrar o que iria acontecer, afastei sua calcinha preta e introduzi meu dedo indicador nela, para depois fazer apenas um movimento em direção ao seu centro. Jenny arfou, desabou as costas na mesa e ficou naquela posição, mesmo depois que eu tirei a mão de dentro dela. 

— Acho melhor encontrarmos os caras, eles devem estar me procurando. 

Jenny riu, mas não se moveu e disse, com uma voz enrolada:

— É sério isso? Você faz isso comigo e espera que eu seja capaz de sair andando por ai, como se nada tivesse acontecido? Depois de tudo aquilo que fez durante o show?

— Sim. — Respondi, rindo internamente ao me lembrar da maneira que eu a provocara no palco. 

Jenny se apoiou nos cotovelos e me olhou com uma expressão de descrença. 

— Você não sabe o efeito que causa nas mulheres, Gates.

— Acabei de sentir. — Eu disse, olhando meu dedo úmido e secando-o em minha calça jeans. 

— Seu filho da puta. — Respondeu Jenny rindo, enquanto levantava.

Ela abaixou o vestido, alisando o tecido com as mãos, vestiu novamente a minha camiseta e andou rebolando em minha direção. 

— Se prepara. — Provoquei, enquanto ela passava por mim em direção à porta. 

Algo que eu disse a fez parar. Lentamente, Jenny girou em seus calcanhares e olhou em minha direção. Ela deu dois passos para perto de mim e me empurrou levemente contra a parede. Seu olhar era sério, quase furioso, mas seus lábios estavam curvados em um meio sorriso. 

— Brian Haner, não me provoca, porque eu também posso deixar essa sua noite inesquecível. Já me disseram que sou boa. 

Sua mão passeou pelo zíper da minha calça, fazendo pressão contra meu membro rígido. Foi a minha vez de arfar e ficar sem palavras. Tive sorte que Jenny se afastou, se não teria terminado tudo ali, naquele instante.

 

“So let me slip inside

Your ultraviolet disguise

The daylight holds you close

But tonight you are mine”

(“Então deixe-me deslizar para dentro

Seu disfarce ultravioleta

A luz do dia mantém você próxima

Mas hoje você é minha.”) 

 

POV: Jenny

Naive - The Kooks 

“Oh you’re so naive yet so”

(“Oh você era tão ingênua ainda”) 

 

Destranquei a porta com cuidado e coloquei a cabeça para fora, para ver se não tinha alguém no corredor. Como não encontrei ninguém, chamei Brian para sair também. Ele se aproximou um pouco tenso, percebi que travava a mandíbula e me olhava como se quisesse me devorar. Eu dei uma risada tímida quando vi que crescera um volume em sua calça. 

— Tudo bem com você? — Perguntei, passando as unhas por seu abdômen. 

— Vamos. — Ele respondeu, sem olhar para mim e pressionando minhas costas com o indicador, para que eu andasse. 

Desta vez gargalhei, caminhando em sua frente e fazendo o máximo de esforço possível para rebolar enquanto andava. Fomos avançando por corredores desertos, até que eu ouvi uma conversa alta e imediatamente reconheci a voz de Matt e de Johnny. Todos deviam estar reunidos ali. 

Me virei para Brian, com um olhar apavorado. 

— Jenny, depois daquele vídeo… Quem acha que não tem nada rolando entre nós é burro. — Ele disse, não parecendo compartilhar do meu nervosismo. — Eu vou apresentá-la para eles e a gente finge que nada aconteceu. 

Depois do que ele disse, me alarmei quando percebi que boa parte do meu batom vermelho estava nos lábios dele e que seria difícil fingir que nada acontecera. Então, com cuidado, tentei passar a mão para tirar, mas ele me afastou. 

— O que está fazendo? — Ele perguntou, se divertindo. 

— Todo o meu batom está no seu lábio agora e quem não perceber que a gente estava se beijando com força, também é burro. 

Ele riu e tentou tirar um pouco com as próprias mãos, depois disse:

— Acho melhor não mexer muito, se não vai ficar mais vermelho ainda e ai que não vai dar pra disfarçar. 

Então, quando eu menos esperava, ele gargalhou. Muito alto. Eu arregalei os olhos, ao mesmo tempo que ele fazia um sinal com as mãos para que eu me acalmasse. 

— Não acredito que ainda está usando isso. Tá toda suada. — Ele falou mais alto ainda, como se fizesse de propósito para que os amigos ouvissem. 

Eu não tive escolha se não acompanhá-lo e responder, igualmente alto: 

— Se você acha que eu não ia usar essa camiseta todos os dias da minha vida, a partir de agora, está muito errado. 

Brian riu de novo e apontou para que eu andasse. Viramos o corredor, encontrando com um grupo. Pude ver Zacky, Johnny, Brooks e Matt, além de Dan e Jason. Nos aproximamos deles, que tinham parado de conversar e olhavam para nós dois com curiosidade. 

— E ai? — Brian perguntou, parando ao lado de Zacky e batendo em suas costas. 

Eu o segui timidamente, parando alguns centímetros atrás do grupo. 

— Olha só quem está aqui. — Disse Matt, olhando para mim. 

— Jenny! — Disse Johnny parando ao meu lado e abrindo a roda para que eu fosse incluída.

— Onde vocês dois estavam? — Perguntou Zacky desconfiado, mas com um meio sorriso no rosto. 

— Eu estava mostrando para Jenny todo o meu equipamento. — Brian disse. 

Eu não fui a única que percebeu o duplo sentido da frase, porque ouvi uma risada de Dan e Johnny, mas fingi que nada acontecera. 

— E agora eu acho que vou convidar ela para a festa. Se vocês não se importarem… — ele continuou, olhando para mim de canto de olho — Estava pensando em uma competição de shots e, se me lembro bem… Ela é boa nisso. 

— Claro! — Disse Matt sorrindo para mim — Acho melhor irmos andando, então. 

— Na próxima vez tenta ficar com menos batom na boca. — Eu ouvi Zacky sussurrar para o amigo, apesar de achar que ele falara em um tom de voz proposital para que eu ouvisse. 

Senti meu rosto esquentar, enquanto ouvia uma risada de Brian ao meu lado. O que mais me incomodou, era que eles agiram como se Brian fosse solteiro, como se não houvesse problema que ele beijasse, ou fizesse outras coisas, com uma mulher. Como se fosse normal. Senti um aperto no estômago, mas decidi pensar naquilo depois. 

 

“How could this be done

By such a smiling sweetheart

Oh and your sweet and pretty face”

(“Como isso poderia ter sido feito

Por um amor tão sorridente

Oh e seu doce e bonito rosto”) 


Notas Finais


E AI????
O que acharam?

Eu me diverti muito escrevendo esse capítulo. Finalmente um pouquinho de diversão porque tava tudo meio tenso. FALA SERIO esse ingresso VIP muito sensacional da turnê nova?? QUE SONHO! Espero que isso venha para o Brasil <3

Ps.: Fato curioso, não sei se todo mundo viu, mas um show foi cancelado na semana passada e foi bem o de Milão.

Ps2: Se a música do POV do Brian não fez você querer transar, ouve de novo porque você não ouviu direito ahahah.

Enfim, espero que tenham gostado e eu vou voltar logo menos PROMETO. Semana que vem to aqui de volta com o próximo. E QUE PROXIMO CAPITULO VAI SER ESSE. Se preparem.

Aaah, e comentem para eu saber se vocês ainda existem, ou se eu to falando sozinha aqui. Mil desculpas por demorar tanto para postar, espero que não tenham me abandonado <3

E é isso!
Beijooos,
Juuu


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