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História Psycho Lunatic - You can't wake up, this is not a dream


Escrita por: juusynner

Notas do Autor


Oláaaa já voltei!

Estou tentando postar um capítulo a cada cinco dias, porque assim vocês não precisam esperar tanto (nem eu, porque fico MUITO ansiosa pra postar hahah, sou dessas.)

Obrigada pelos comentários e favoritos. Amo todas vocês, suas lindas.

Coisas muito maravilhosas acontecendo nesse capítulo, então espero que gostem! Eu amei escrever.

Boa leitura!!

Capítulo 5 - You can't wake up, this is not a dream


“You can’t wake up, this is not a dream”

Gasoline - Halsey

(Você não pode acordar, isso não é um sonho)

 

POV: Brian

 

Remenissions - Avenged Sevenfold

“Confused

I don’t know the answers but neither do you.”

(“Confuso

Eu não sei as respostas, mas nem você sabe.”) 

 

— Sevenfold, Sevenfold, Sevenfold…

O grito ensurdecedor da multidão que nos esperava chamava pela banda e parecia fazer tudo vibrar. Como sempre, eu sentia a emoção que antecipava a entrada no palco, mesmo depois de tanto tempo: a leve palpitação no coração, o fraquejar das pernas e o formigamento nas pontas dos dedos, que logo entrariam em ação nas cordas da guitarra. Eu aquecia e me preparava para entrar no palco, assim como Johnny e Zacky, já Matt conversava com Valary, que carregava River e Brooks conversava com Dan. 

Aquele seria o último show da turnê, em São Paulo. Aquela cidade era a que eu mais gostava de tocar, talvez perdendo apenas para os shows que fizemos em Huntington Beach, principalmente porque o público brasileiro era incrível, vibrante e apaixonado. 

Durante as duas semanas que ficamos em turnê, Michelle e eu conversamos três vezes. Na maioria dos casos, ela apenas falava com Valary, que me contava como minha esposa estava, sem dar muitos detalhes. Apenas conversamos quando eu insisti por muito tempo, ou quando eu mesmo liguei para ela, que respondera de maneira seca. Eu estava tentando fazer as pazes e tranquilizar nossa relação, mas parecia que essa não era a intenção dela.

Enquanto isso, a obsessão com a garota dos meus sonhos só aumentou. Eu sabia que a chance de encontrá-la naquele último show era quase nula, mas algo em meu subconsciente me fazia pensar nela a todo momento e em manter as esperanças.

O momento de entrar no palco chegou, levando embora todo e qualquer nervosismo, assim como todos os pensamentos sobre Michelle, que atormentavam minha mente. A introdução de Critical Acclaim ressoou, levando os fãs à loucura, calmamente entramos no palco e eu fui inundado pela luz, que focava em mim.

O show ocorreu normalmente e a multidão continuava incansável, quando chegou o momento do meu solo. Os meninos descansavam por alguns minutos, enquanto eu, no centro do palco, soltava meus dedos nas cordas de maneira natural. Os fãs respondiam de maneira incrível, enquanto eu tocava e um sorriso ia se formando em meu rosto. Aquele era meu momento favorito, em que eu lembrava porque eu continuava fazendo aquilo e porque gostava tanto da música. 

Todos voltaram ao palco e eu comecei a andar para o meu lado, quando olhei com mais calma a plateia: era a hora de escolher alguém. Eu andava calmamente até a frente do meu microfone, dando um tapa na bunda de Johnny quando eu passei por ele, fazendo as garotas gritarem. Observei rosto por rosto, registrando o que via: homem, garota loira linda com, opa, homem que parece o namorado dela, muito nova, muito velha, homem, homem, muito magra, candidata numero 1, homem e foi quando eu a vi. Ela estava à minha esquerda, talvez por isso não a tivesse percebido antes, mas como estava perto, era inconfundível: ela era a garota que aparecia em meus sonhos.

 

“Suddenly my life was so free

Leaves at my feet, blown to the ground

Their echoes are reaching my ears

Nights coming fast, suns going down

But keep away from me… Keep away from me.”

(“De repente minha vida ficou tão livre

Folhas em meus pés, soprados para o chão

Seus ecos estão alcançando meus ouvidos

Noites chegando rapidamente, sóis caindo

Mas fique longe de mim… Fique longe de mim.”

 

Fiquei tão atordoado enquanto a olhava, que não ouvi Matt me elogiando pelo meu solo. Eu agradeci ainda confuso e começamos a tocar Afterlife. 

Ela começou a pular e cantar animada e não tirava os olhos de mim, enquanto eu evitava olhá-la por muito tempo, embora fosse quase impossível. Seus cabelos, com mais mechas cinzas do que em meu sonho, estavam presos em um rabo de cavalo desarrumado, ela usava shorts pretos e uma regata também preta, bem curta e larga. As mesmas tatuagens que eu vira no sonho estavam ali, as rosas azuis no ombro, exceto por uma tatuagem no outro braço, que eu não conseguia distinguir. 

Ela cantava, pulava e dançava em meio à música, fazendo, com as mãos, um coração que apontava em minha direção. Todos os momentos que nossos olhares se encontravam, ela abria um sorriso tão largo que causava o mesmo efeito em mim.

 

“We may have created the beginning, 

Mentally

We may have created the beginning,

Physically.”

(“Nós podemos ter criado o começo,

Mentalmente.

Nós podemos ter criado o começo,

Fisicamente.”)

 

Imediatamente, tentei fazer contato visual com Dan. Aquele era o modo que eu chamava as garotas para as festas, se eu gostava de alguma específica, enquanto Dan e Big T se encarregavam de escolher mais algumas, baseado nos nossos gostos pessoais. Assim que fizemos contato visual ele entendeu e pediu para eu apontar quem era. 

Como chegou o momento do solo, não pude mostrar a garota para ele. Eu e Zacky fomos para o centro do palco e, ao voltar, eu indiquei em sua direção. Não pude ver a reação dela quando Dan foi chamá-la, porque quando a musica acabou, as luzes se desligaram e eu me virei de costas. Naquele momento, eu aproveitei para fechar os olhos, sentindo minha mão tremer. Parecia tudo um sonho e eu realmente achava que, a qualquer momento, ia acordar na minha cama, mas, enquanto não acontecia, eu tentava não pensar no quanto aquela situação era absurda. De todos as pessoas do mundo que eu poderia encontrar no meio da multidão eu encontrara justamente ela: a garota que invadira meus sonhos tantas vezes em tão pouco tempo e, aparentemente, meu subconsciente já sabia que isso ia acontecer. 

 

A Little Piece of Heaven - Avenged Sevenfold

“Smiling right from ear to ear 

Almost laughed herself to tears.”

(“Sorrindo de orelha a orelha

Ela quase chorou de tanto rir.”) 

 

Quando a luz ligou novamente e começamos a tocar “A Little Piece of Heaven”, ela sorria e cantava a plenos pulmões. Eu afastei qualquer pensamento negativo, relacionado a Michelle e a própria garota e resolvi aproveitar aquele momento. Era difícil não olhar para ela enquanto eu tocava, pela proximidade que ela se encontrava de mim e eu não lutei contra aquilo.

Senti todos os meus problemas indo embora, todas as angústias das semanas anteriores se afastando de mim, como um antigo fantasma e, como um milagre, toquei a música toda sem errar nenhum acorde. 

 

“I was weak with fear that something would go wrong 

Before the possibilities came true.”

(“Eu estava fraco, com medo de que algo desse errado

Antes de que as possibilidades se tornassem realidade.”)

 

Sustentei o olhar dela por tanto tempo que, por um instante, parecia que ela era quem cantava e não Matt. Chegou o momento que nos movimentávamos pelo palco e eu só percebi que tinha que ir para o lugar de Zacky, quando ele veio em minha direção. Eu apontei a garota para ele de brincadeira, como se fizesse parte do show e, pela sua expressão, percebi que gostou do que via.

Quando eu voltei para a minha posição, era o momento da música que dizia: “Você tinha meu coração, pelo menos a maior parte dele.” E, ao cantar, a garota apontou em minha direção, depois apontou para si mesma e fez um coração com as mãos. Rindo para ela, eu soltei a guitarra e fiz o mesmo movimento, imediatamente fazendo a multidão gritar.

 

“But baby don’t cry,

You had my heart, at least for the most part.”

(“Mas, baby, não chore,

Você tinha meu coração, pelo menos a maior parte dele.”) 

 

Como era a última música, quando acabamos de tocar, começamos a distribuir as palhetas e acenar para o público. Naquele momento, a garota tinha sumido e, imaginei, que era porque alguém já a chamara para ir até os bastidores. Fiz uma nota mental para dar uma palheta para ela, quando a visse novamente mais tarde. Enquanto eu acenava para o público, sentia meu estômago se contrair de nervosismo. 

Desde quando Synyster Gates ficava nervoso com a expectativa de falar com uma garota?

 

“We were more than friends before the story ends”

(“Nós éramos mais que amigos antes da história acabar.”)

 

POV: Jenny

 

Critical Acclaim - Avenged Sevenfold 

Quando a introdução de “Critical Acclaim” ressoou, comecei a gritar e pular, assim como todos à minha volta. Por ter chegado bem cedo ao show, eu e minhas amigas tínhamos conseguido ficar bem perto do palco, embora eu estivesse mais a frente que elas, que não tinham se importado de ficar alguns metros atrás. Vi a silhueta de cada um deles entrando no palco e senti um arrepio percorrer minha espinha, mais ou menos parecido com o que eu sentia quando pensava neles, porém mil vezes mais intenso. 

A energia de todos ali era contagiante e começamos a cantar a música ao mesmo tempo que Matt, usando uma camiseta, calças pretas e um óculos escuros. Zacky, à minha esquerda, vestia uma camiseta preta e um colete verde, Johnny usava uma jaqueta jeans fechada e seus cabelos em um moicano despenteado, sem o gel característico. Brooks, com sua camiseta simples, se escondia por trás da bateria e eu apenas enxergava seus braços para todos os lados. Já Synyster Gates usava um moletom sem mangas, parecido com o que ele vestia no clipe de “Afterlife”, fazendo eu rir com a coincidência. Ele  também usava uma calca jeans preta rasgada em diversos locais e sua guitarra característica. 

O show inteiro foi surreal, principalmente quando eu o vi apontar em minha direção, porém sem olhar para mim. Confusa, apoiando na grade que separava o público do palco e quase sem conseguir respirar, não vi quando Dan Abell se aproximou de mim. 

Ainda me parecia um sonho o fato de ele ter dito, exatamente com essas palavras, porém em inglês, que “a banda gostaria de presenteá-la com um passe para os bastidores”, eu, claro, concordei imediatamente, colocando o papel que ele me entregara em uma embalagem de plástico, dentro dos meus shorts, entre a roupa e minha calcinha. Vi Dan rir da minha atitude, apesar de aquele ser o lugar mais seguro que eu poderia guardar, para depois sumir em meio aos seguranças. 

Agora, segurando o papel com o característico deathbat e o plástico molhado com o meu próprio suor eu nem acreditava que estava em frente a uma porta fechada, de onde Dan colocara a cabeça para fora e dissera:

— Esperem um minuto. 

Ao meu lado tinham mais cinco meninas, que pareciam tão nervosas quanto eu. Em meio a confusão do fim do show e à tentativa de encontrar Dan, que explicitamente dissera para eu procurá-lo quando o show acabasse, não consegui avisar minhas amigas, então mandei uma mensagem de texto, dizendo que iria voltar mais tarde, porém sem dizer o motivo.

 

Cry Baby - The Neibourhood

“I think I worry a lot

I need to take it easy

I got this anxious feeling

But it goes away for a minute

When I’m with you breathing”

(“Eu acho que eu me preocupo muito

Eu preciso ter calma

Eu tenho essa sensação de ansiedade

Mas vai embora por um minuto

Quando estou com você respirando”)

 

Quando a porta se abriu, eu nem ao menos consegui me mexer. As garotas entraram rapidamente, enquanto eu fiquei do lado de fora, paralisada, com as pernas sem responder aos meus comandos. Dan apareceu na porta e a estava quase fechando, quando me viu.

— Pode entrar. — Disse ele de maneira simpática, rindo. Devia estar acostumado com aquele tipo de reação.

Automaticamente, dei alguns passos para frente e parei quando ouvi a porta se fechar às minhas costas. Senti todas as partes do meu corpo tremerem quando eu os vi mais a frente. Durante o show, eu ficara tão perto quando eu estava naquele momento, mas mesmo assim, vê-los daquela maneira, descontraídos, bebendo, rindo e conversando, era tão surreal que me paralisara.

— Ei, e você ai atrás? — Quase não acreditei quando Matt, M. Shadows, vocalista da minha banda favorita, se dirigiu a mim, depois de ter tirado fotos com todas as outras garotas.

De repente, todas as palavras que eu sabia em inglês fugiram da minha mente. Eu não conseguia dizer nada, não conseguia andar, eu parecia um vegetal e piorou quando, depois que Matt me chamou, todos os cinco olharam em minha direção.

— Oi. — Foi o que eu consegui dizer, avançando mais um passo e então consegui completar, em inglês: — Desculpa… Aparentemente eu esqueci como se fala em inglês e… como se anda.

— Quer que eu te carregue? — Perguntou Johnny, com um sorriso zombeteiro, automaticamente levando um soco de Matt no braço. Percebi que ele tentava me deixar mais a vontade.

— Assim você piora as coisas, cara. — Ele retrucou sorrindo.

Eu nem me atrevi a olhar na direção de Brian para ver sua reação, mas consegui andar mais alguns passos. Enquanto isso, as outras garotas conversavam entre si e mostravam, em seus celulares, as fotos que haviam tirado.

— Conte alguma coisa sobre você! Você tem um favorito? — Perguntou Matt, parando ao meu lado e colocando o braço sobre meus ombros.

— Ah… — respondi ainda muito nervosa e sentindo o contato dele em minha pele, porém finalmente conseguindo formar mais que uma frase, apesar de ter saído uma avalanche de palavras: — Gosto muito de City of Evil e do Avenged Sevenfold, diria que esse é meu preferido. Tem umas músicas incríveis… Unbound, Bromptom Cocktail, além de, claro, A Little Piece of Heaven, Afterlife… Eu literalmente amo todas as músicas daquele álbum. Mas os outros também tem músicas incríveis: To End the Rapture é maravilhosa, Trashed and Scattered, Natural Born Killer, Coming Home, Crossroads… Enfim, eu poderia ficar falando por mil anos todas as músicas, porque vocês são incríveis e… Merda, estou falando demais.

 

“I think I try too hard

How I look, what I do, what I’m sayin’

I spend to much time explaining myself

I hope there’s some time to change it”

(“Eu acho que eu me esforço muito

Como eu estou, o que eu faço, o que estou dizendo.

Eu gasto muito tempo me explicando

Eu espero que haja algum tempo para mudar isso.”)

 

Matt tirou o braço dos meus ombros, jogou a cabeça para trás e começou a gargalhar, colocando as mãos no abdômen. Fiquei sem entender, enquanto ele olhava para mim, ainda achando graça.

— Agradeço que goste tanto das nossas músicas, mas estava perguntando sobre nós. Se tem alguém de nós que é seu preferido.

Eu dei uma risada nervosa e olhei na direção de Brian pela primeira vez: ele conversava com Dan, mas estava olhando para mim e, quando eu cruzei o olhar com ele, ele sorriu.

— Brian? — Perguntou Zacky parecendo decepcionado.

— O que eu posso fazer? — Eu disse dando de ombros, sentindo o rosto ficar vermelho.

— Ele nem é tão bom assim. — Comentou Matt, com aquele sorriso de criança, também entrando na brincadeira. — Nem tão bonito. Fala sério, eu tenho olhos verdes, o Zacky tem suas bochechas, o Johnny é o Johnny e a habilidade de Brooks na bateria faz qualquer um se apaixonar. Como você pode preferir ele?

— Contenha sua frustração. — Disse Brian, me fazendo congelar ao ouvir sua voz daquela maneira, tão real, tão alta. Tão sexy.

Com uma mão, ele segurava uma garrafa de cerveja e a outra estava dentro do bolso da frente de sua calça jeans. Me permiti observá-lo por alguns segundos, quando uma sensação estranha dominou meu estômago e eu achei que vomitaria ali mesmo. Mas então, uma outra Jenny, completamente diferente daquela que habitara meu corpo por vinte e dois anos, se apoderou de mim e disse, na voz mais descontraída possível:

— Vocês já olharam para ele? 

— Para o Brian? — Perguntou Johnny. — Infelizmente olhamos demais, de ângulos que você nem imagina.

Todos riram, enquanto Brian dizia, depois de dar um gole na bebiba:

— Eu não sou tudo isso. Acho que a senhorita precisa de um óculos.

Senhorita. Senti minhas pernas bambearem, mas mesmo assim olhei para ele e perguntei, em um tom de voz afetado da outra Jenny, com a mão na cintura, enquanto apontava para ele:

— Você já se olhou no espelho?

— Mais do que gostaria. — Brian respondeu, me olhando atentamente — E com menos roupas do que eu gostaria.

Congelei ao ouvir aquela última frase, sentindo meu rosto todo esquentar, enquanto eu desviava o olhar dele.

— Você é engraçada. — Comentou Matt rindo. — A maioria das pessoas pede uma foto no primeiro momento…

— Acho que eu estou um pouco… Nervosa? E eu falo muito quando estou… Mas eu gostaria de uma foto sim. — Eu disse, timidamente me aproximando mais deles. 

Tirei uma foto com todos juntos e depois pedi para tirar uma com cada um deles, começando por Brooks. A partir do momento que fiquei mais a vontade, eles também ficaram e saíram fazendo caretas em algumas das fotos. Quando só faltava tirar foto com Brian, eu me aproximei dele timidamente e o observei, memorizando cada detalhe: o cabelo cortado em um moicano, com a parte de cima mais comprida e jogada para o lado, o moletom sem mangas, colado em seu corpo na medida certa, os lábios finos, que me beijaram em sonhos, tantas e tantas vezes, o maxilar quadrado que me conquistara de primeira, o nariz pequeno e levemente arrebitado, as sobrancelhas grossas e perfeitamente penteadas, as maçãs do rosto proeminentes, os pêlos de sua barba que começava a crescer, os braços musculosos e os olhos. 

O olhei nos olhos por não mais que um segundo e senti meu rosto todo corar quando ele me encarou de volta, mas pude ver a cor castanha dos olhos fundos, redondos e grandes. Por um segundo, achei ter visto uma olheira mais escura, uma tristeza que eu não conseguiria explicar, mas decidi que era tudo fruto da minha imaginação.

De repente, ele disse, de uma maneira que eu nunca esperaria, vindo dele:

— Vem aqui tirar essa foto e aposto que também quer um abraço.

Ele passou o braço por meus ombros e me abraçou, enquanto eu segurava sua cintura. Por ser um pouco mais alto que eu, seu queixo batia em minha cabeça e eu fiquei com o rosto enterrado em seu peitoral. Aquele momento havia sido surreal demais para que eu conseguisse reagir, ou até mesmo pensar, então só respirei fundo, sentindo o seu perfume maravilhoso.

— Você está tão ferrado. — Eu disse, com a voz abafada por sua roupa.

— Por que? — Ele disse soltando os braços do meu ombro e tentando olhar pra mim, sem sucesso, porque eu não me soltara dele.

— Nunca mais vou sair daqui. 

Senti o corpo todo de Brian tremer enquanto ria, então ele disse:

— Pode ficar ai o quanto quiser. 

— Acho que já estou satisfeita… Por agora. — Eu respondi, me soltando relutantemente, sem querer parecer maluca. — Gostaria de uma foto, por favor.

Ele sorriu e pegou meu celular, então fez algo que me deixou completamente paralisada. Me puxou pela cintura, colou seu rosto no meu, me levantando um pouco para igualar nossas alturas e tirou a foto. Fiquei de boca aberta quando vi nós dois, em uma foto parecida com uma que ele tirara com Matt, em que ambos estavam com os rostos bem próximos e que eu amava tanto. Imediatamente coloquei como plano de fundo do meu celular.

— Obrigada. — Eu disse, olhando em seus olhos e quase desmaiando, quando ele me encarou de volta e sorriu.

Eu o abracei mais uma vez, mas logo nos separamos, quando ouvi Matt chamar Brian.

 

“I know I’ll fall in love with you, baby

And that’s not what I wanna do

I hope you won’t ever lie to me

And if you do, I know I won’t be your cry baby.”

(“Eu sei que me apaixonarei por você, baby

E isso não é o que eu quero fazer

E espero que você nunca minta para mim

E se mentir, eu sei que não chorarei.”) 

 

POV: Brian

 

Deteriorate - Demon Hunter

“This is where I find my fall

The cares that held me alive don’t work at all.

And every step away from here is closer to the plague

I hold so dear.”

(“É aqui onde eu encontro minha queda

Os cuidados que seguraram minha vida não funcionam mais.

E todo passo para longe daqui é um mais perto da praga

Que eu seguro afetuosamente.”) 

 

As meninas entraram na sala onde as esperávamos uma por uma, olhei atentamente enquanto esperava a minha garota aparecer, “incrível, já estou chamando de minha”, mas não a vi. Continuei olhando para a porta, onde Dan estava, até que ele colocou a cabeça para fora e, da escuridão do corredor, ela apareceu. 

Meu coração pulou uma batida, enquanto eu dava um gole da cerveja tentando disfarçar minha reação. Logo, as meninas se aproximaram, eu fui o mais simpático que pude, tirando fotos com todas e conversando um pouco, porém sem tirar os olhos da garota, parada no fundo da sala, olhando fixamente para onde estávamos. 

Agradeci mentalmente à Matt quando ele a chamou e começamos a conversar. Discretamente, Zacky olhou para mim e apontou para ela com a cabeça, mas eu murmurei baixinho para que ninguém ouvisse:

— Minha. 

Meu amigo revirou ou olhos e fechou a cara, enquanto eu ria para ele. Quando a vi no show, logo depois a apontando para Zacky, eu soube que ele iria se interessar por ela, afinal, ele adorava garotas tatuadas, por isso resolvi garantir que ele soubesse do meu interesse.

Ela falava sobre suas músicas preferidas quando Dan se aproximou de mim.

— Era essa mesmo que você estava apontando? 

Eu assenti, sem tirar os olhos dela, quando vi ela fazendo contato visual comigo. 

— Eu escolhi mais aquela loira do outro lado da sala para você… Você quer…

— Não, só ela. - Respondi, encerrando o assunto, sem nem mesmo dirigir um olhar à quem ele se referia.

O diálogo que se seguiu entre nós e a garota foi estranho e engraçado ao mesmo tempo. Era muito raro encontrar fãs que faziam piadas e se sentiam a vontade conosco, mas ela parecia estar em uma roda de amigos, em uma mesa de bar. Eu não me surpreendi quando ela disse que eu era seu preferido, já que ela estava praticamente na minha frente durante o show.

Pensar na coincidência de tudo aquilo me deixou confuso. Como eu sonharia com uma pessoa que eu só iria conhecer semanas depois? E essa mesma pessoa ser não só fã da minha banda, como também minha fã? 

Acabei a garrafa de cerveja que eu segurava enquanto ela tirava foto com os caras, imediatamente pegando mais uma. Abri a tampa com a mão e dei um grande gole, enquanto todos os problemas voltavam a minha mente como um deslizamento de terra, me derrubando e me enterrando em minha própria desgraça. 

Eu não queria me permitir pensar naquilo bem na hora que eu conversaria com ela, com a minha garota, ainda sem nome, que eu conhecera em meus sonhos. Mas a obsessão por ela me deixava ainda mais preocupado.

 

“The failures of my past just swirl beneath.

I need a heart that carries on through the pain

When the walls start collapsing again

Give me a soul that never ceases to follow,

Despite the infection within”

(“Os fracassos do meu passado ainda me assombram

Eu preciso de um coração que siga através da dor

Quando as paredes começarem a desmoronar novamente

Me dê uma alma que nunca desista de seguir

Apesar da infecção de dentro.”) 

 

Acabei a segunda garrafa de cerveja quando ela começou a se aproximar de mim, a deixei na mesa ao meu lado e esperei que a garota se aproximasse. Ela me olhou por alguns instantes que, em minha cabeça, pareceram eternos: Eram com aqueles olhos que eu sonhara, com aqueles lábios me beijando e aquele corpo junto ao meu. Sem poder evitar, esperando que ela não notasse, a olhei de cima a baixo, saboreando a visão.

— Vem aqui tirar essa foto e aposto que também quer um abraço. — Eu disse, sem reconhecer minha própria voz.

Abri os braços para ela, passando-os por cima de seus ombros, enquanto ela me abraçava com força, enterrando seu rosto em meu peito. Retribui o aperto tentando, de todas as maneiras possíveis, não pensar em como ela era bonita e atraente, para não dizer gostosa, enquanto estava tão perto do meu corpo. 

O diálogo que se seguiu foi estranho, mas muito natural e a risada que eu dei quando ela se recusou a me soltar, foi a mais sincera que eu dera nos últimos meses. Quando ela pediu uma foto, deixei novamente o Brian maluco me dominar e a puxei pela cintura, levantando-a do chão, sem fazer qualquer esforço, ao mesmo tempo que eu abaixava um pouco, para igualar nossas alturas. O tecido de sua regata ficou por cima do meu braço, fazendo com que minha pele tocasse a sua. Logo depois disso ela me deu outro abraço, o que me fez agradecer novamente a Matt, por me chamar bem na hora que eu sentia meu membro enrijecer. 

 

“The wires that have held me still 

Embedded now in flesh to find my will.”

(“Os cabos que me mantiveram parado

Entalhados agora na carne para achar minha vontade.”)

 

Eu e a garota fomos, lado a lado, até a pequena roda de conversa que se formara, quando eu percebi que ainda não sabia seu nome, mas resolvi esperar que Matt fizesse o convite da festa, para perguntar. 

— Garotas, queríamos saber se vocês querem ir na festa privada que vai acontecer no nosso hotel daqui uma hora e meia… exatamente? — Perguntou ele se dirigindo a mim, enquanto eu acenava com a cabeça, confirmando. — Então vamos deixar um endereço com vocês, mas não adianta espalhar para as amigas porque só entra quem tem essa credencial. Assim vocês podem se arrumar com calma. E, infelizmente, eu não poderei ir, porque tenho filhos pequenos, mas os caras estarão lá com vocês. 

— Se eu fosse vocês, levaria um biquíni. — Disse Johnny levantando as sobrancelhas. — A piscina daquela cobertura não deve servir só de enfeite.

Ouvi enquanto elas concordavam animadas, mas não consegui ouvir a voz da garota. Senti seu olhar sobre mim e, ao olhá-la, perguntei:

— Você vai?

Ela abriu um sorriso e disse:

— Não sei, você acha que eu deveria?

“Filha da puta. Além de tudo ainda consegue flertar.”

— Tenho certeza de que sim.

— Então vou confiar em você.

De repente, toda a aflição que eu sentia foi embora, todos os pensamentos ruins saíram da minha mente e eu só podia sorrir, por dentro e por fora, o que queria dizer que eu não estava fingindo.

— Qual é o seu nome? — Eu perguntei, a desejando mais do que nunca.

— Jennifer. — Ela respondeu. — Mas pode me chamar de Jenny.

Senti meu sorriso se abrir, enquanto eu pensava, com alívio, que agora ela não era só mais um corpo, porque agora ela tinha um rosto. E um nome.

— Jenny… — murmurei, finalmente sentindo aquela palavra doce em meus lábios famintos. — E você, senhorita, pode me chamar de Brian. 

 

“The idle of my days is won, 

The empty I have fed has made me numb,

Despite what you will find in me.”

(“O ócio de meus dias ganhou

O vazio que eu tenho que eu tenho alimentado me deixou dormente

Apesar do que você vai achar em mim.”)


Notas Finais


E AI? O que acharaaaaam?

F-I-N-A-L-M-E-N-T-E Mister Brian e Little Jenny se encontraram hein? Quem diria.

Vou dizer que queria muito ter a sorte dela, imagina o quanto não deve ser bom abraçar esses homens todos.

Jenny já começou uma amizadezinha com eles hein? Onde será que isso vai? hahah

E tem um afterparty chegando ai? Oi? O que? É isso mesmo!

Espero muuuito que tenham gostado!

Até o próximo!

(Devo dizer que adorei escrever esse capítulo mais feliz, mas ME AGUARDEM, porém tem coisa pesada vindo por ai... Essa fic não chama Psycho Lunatic à toa não é mesmo? MUAHAHAHA)

Beijos,
Juu.


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