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História Psychosocial - Sechste


Escrita por: DarkEvil

Notas do Autor


Hey :3

Capítulo 6 - Sechste


Fanfic / Fanfiction Psychosocial - Sechste

Olho para o relógio, quatro e vinte e sete. Aquilo não podia ser real. Comecei a chorar subitamente e compulsivamente. Aquilo foi a coisa mais horrível que eu vi em toda a minha vida. Saio correndo em direção a porta sem mais nem menos e me tranco no banheiro. Conto até 100, depois de trás para frente. Não consigo me acalmar.

QUE PORRA FOI AQUELA!? Eu não posso acreditar, mas eu tinha provas. Meu rosto tinha um arranhão que estava ardendo.

Minhas mãos tremiam e meus dentes estavam trincados. Lentamente peguei mais alguns remédios para dormir. Com certeza eu não conseguiria ir para a aula. Voltando para meu quarto percebo que ainda está escuro e que ao contrário do que eu havia pensado, Elizabeth ainda não havia chegado. Isso só pode ser um sonho, não, um pesadelo.

Pego uma agenda em branco e começo a anotar.

09 de Outubro, 2016

Parece que fui enterrada viva. Meus olhos não acreditam no que acabaram de ver e meu corpo ainda permanece enrijecido pelo choque. Eu clamo por piedade. Além de depressiva agora louca. Louca? Eu tenho provas. Não vou mentir que não tenho mais medo. Eu sou um mix de horror com enjoo. Jeff The Killer, nunca vou dormir em paz novamente. Eu não quero mais viver ou respirar, estou sufocada por essa névoa. Meus demônios pressionam suas unhas em meu pescoço e estou morrendo a sangue frio. Quem pode me salvar agora?

Angel Osbourne

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Acordo com um barulho vindo da cozinha. Minha cabeça dói, consequência da quantidade de remédios que eu havia tomado. Eu finalmente estava mais calma, apesar de desejar que a noite passada fosse só mais um borrão em minha mente. Me arrastei para fora da cama. Eram quase onze horas e eu precisava sair do quarto para falar com Elisabeth.

Desço as escadas lentamente tentando esquecer da dor que sentia. Dor? Eu havia me esquecido da cicatriz no meu rosto, com toda certeza meu machucado não passaria despercebido e minha irmã me encheria de perguntas, as quais eu não saberia responder. Desviando de meu caminho passo despercebidamente para o banheiro e tranco a porta. Não estava tão ruim, eu só precisava de um pouco de maquiagem. Talvez também fosse conveniente passar em minhas olheiras, escondendo minha noite turbulenta. Parei em frente ao espelho, eu era estranha. Sim, com certeza muito estranha e nem um pouco agradável aos olhos. Minha magreza contornava perfeitamente meus ossos e minha pela praticamente albina dava uma aparência morta ao meu corpo. Um dia isso me importava, hoje eu percebi que não preciso da aprovação de alguém para viver. Sr. Sebastian tinha razão, a estranheza é muito bonita e de certo deixa o mundo mais interessante.

Ouvi Elisabeth me chamar. Suspirei alto e segui sua voz.

–An! Como foi a noite? – Dizia ela empolgada e me abraçando.

–Normal, eu acho. – Reparei que ela cortava alguns legumes meio sem jeito – Tudo bem, eu posso fazer isso. – Peguei a faca de suas mãos e terminei o que ela havia começado.

–Bom, eu agradeço! – Disse ela com um sorriso amarelo se encostando na parede e cruzando os braços –Sabe, nunca tive um plantão tão turbulento. Este lugar está um caos! – Elizabeth chegou mais perto e analisou meu rosto. Eu coração acelerou, ela conseguia sem bem imprevisível –Você está usando maquiagem? Que evolução! Hahaha.

–Acho que um pouco de vez em quando não faz mal... – Sorri e tirei uma mecha de cabelo da frente dos meus olhos.

–Não, é? Sempre tentei te dizer isso. –Apenas acenei e comecei a cozinhar os legumes. –Hey, você nunca me diz o que fica fazendo quando está sozinha.

–Nada demais, não é como se eu fizesse cultos satânicos ou algo do tipo. Eu apenas fico lendo algumas coisas aleatórias. Às vezes eu estudo um pouco ou ouço música. –Falei indiferente.

–E que tipo de coisas você lê ou ouve? –Qual o interesse dela nisso? Se eu falasse que leio Schopenhauer ou Lou Salomé não faria diferença, ela não faz ideia pelo o que me interesso e nem eu faço questão de falar sobre isso.

–Eu leio de tudo um pouco, ouço de tudo um pouco...

–Tudo bem, tudo bem. Entendo que você não queira falar sobre essas coisas. Mas An, às vezes é bom desabafar, entende?

–Obrigada. –Eu era grata por ela se importar, mas não é como se eu pudesse falar sobre meus interesses com alguém tão abertamente assim. Nem mesmo eu sei explicar o que eu sinto ou gosto. Eu sou uma confusão ambulante, sem rumo ou direção. Eu não faço ideia de quem eu sou ou de quem quero vir a ser. Seria engraçado se não fosse trágico.

Nós comemos e conversamos um pouco. Elisabeth colocou um filme e assistimos até escurecer. Ela disse que precisava sair, com certeza ela iria ver seu namorado. Nunca entendi o por que ela nunca me falou sobre estar namorando, eu sabia que estava, ao menos três vezes por semana um homem ligava para o telefone de nossa casa – às vezes eu atendia esses telefonemas – e pedia para falar com Elisabeth. Eles passavam horas conversando e ela nunca pareceu tão feliz em toda a sua vida.

E lá estava eu. Novamente sozinha. Eu nunca me senti dessa forma antes. Parece que eu vou surtar e minha cabeça explodir. Mas eu já havia decidido, eu irei esperar novamente por Jeff, irei perguntar por que não havia me matado e se é o responsável por todos esses crimes.

Acabei me distraindo com um livro e já quando percebi já se passavam das dez horas. Eu sabia que talvez ele não viesse, na verdade, ele não viria. Estava convicta que era somente mais uma vez minha imaginação me pregando uma peça. Mas e meu rosto machucado? Nada que minhas unhas não possam ter feito em meus cinco segundos de insanidade. Ok. Eu definitivamente estava louca. Além de antidepressivos, agora remédios para esquizofrenia.

Eram duas horas da manhã e eu não tinha sono. Não conseguia parar de imaginar que uma hora ou outra Elizabeth iria me internar em uma clínica psiquiátrica e que eu estaria condenada a observar o mundo por uma janela de um sanatório. Talvez fosse apenas exagero, mas era assim que eu me sentia a ninguém conseguiria me acalmar, já havia aceitado que talvez não valha a pena viver em um lugar tão injusto. Ouço um barulho vindo da janela e uma sombra entrando em meu quarto. Não. Não. Não. É só mais uma alucinação. Sento em minha cama e permaneço com os olhos fechados, respiro lentamente até conseguir um pouco que seja de sanidade.

–Ainda me pergunto o que estou esperando para me matar – Cerro os punhos e uma lágrima escorre pelo meu rosto – Eu não posso mais suportar isso! Está beirando o insuportável e eu sou fraca ao ponto de pensar em morrer! Eu estou me matando aos poucos! – Eu chorava descontroladamente.

O silêncio falou comigo.

– Fraco é o ser humano capaz de gerar em outros a vontade de morrer. – Aquela voz! Era ele!

– Eu sou só mais uma idiota que não sabe lidar com pessoas... – Ele ficou em silêncio por algum tempo – Você não me entende, não é? Não o culpo haha, eu também não entendo. – Disse enxugando as lágrimas do meu rosto.

Ele saiu das sombras e revelou seu semblante doentio. Sujo de sangue e com inúmeras cicatrizes. Também havia aquele sorriso...

– Somos tão jovens e já procuramos oportunidades para acabar com essa dor. Dor. Não consegue ver, Angel? Quem seria eu para julgar sua dor quando eu mesmo penso em findar a minha. Infelizmente, a morte é a melhor das opções. – Ele dizia sem medo e claramente são. Ele se aproximava lentamente até parar de frente para minha cama, ele não estava com sua faca em mãos, o que me tranquilizou.

– Espere um segundo. – Me levantei pegando minha caixa de primeiros socorros e me voltando para Jeff. – Por favor, sente-se. – Ele pareceu não entender. Apontei para minha cama e pude ouvir um “O que?” saindo dele. – Suas feridas, vão infeccionar. Me deixe te ajudar.

Ele se sentou enquanto eu pegava o que precisava da caixa. Ele me olhava curioso, seu olhar ainda me causava medo, entretanto eu não sentia mais o ódio nele, não sentia mais a sede de sangue e acima de tudo, eu sentia ternura. Eu não entendia o interesse que ele sentia por mim, mas era recíproco. Eu sentia a necessidade de entender todos os seus “Por quês?”. Me ajoelhei aos és da cama e comecei a limpar cuidadosamente seu rosto, tirando todo o sangue dele, colocando curativos nos seus machucados. Senti que era a hora de perguntar o que eu queria saber.

– Por quê? – Eu disse baixinho.

– Eu não sei... – Ele sabia do que eu falava e aparentemente não se importou com a pergunta. – Acho que quando nos vemos sozinhos nossos segundos de insanidade se tornam eternos. Sabe, a história não é como a que você leu no livro... É bem mais trágica e intensa do que pensa. Eu não sou somente mais um garoto que pretende chamar atenção, se é o que você pensa. – Ele disse sério.

– Não penso.

– Não? – Ele parecia confuso.

– Não. Na verdade, a vida é bem mais que uma história mal escrita. É muito menos vaga e muito mais complexa que o que poucas páginas podem contar. Imagino que a sua não seja diferente. Você é mais do que isso. – Disse enfaixando suas mãos que estavam roxas e com a articulações sangrando. – Dói em mais algum lugar?

– Não... Não dói. Obrigado. – Jeff esboçou um sorriso, o que eu não sabia que era possível, já que sua boca estava cortada de ponta à ponta. Sorri para ele, era disso que ele precisava, um sorriso amigo. Esqueci por um momento que ele era um assassino, nada se faz sem motivos. Eu tinha motivos para morrer e Jeff para matar. – Angel?

– Sim?

– Sei que é um tanto egoísta o que vou te pedir... Mas por favor, não se mate – Ele pedia como uma súplica.

– Voltará para me ver?

– Me espere na próxima noite. Eu voltarei para você.


Notas Finais


Então, por hoje é só. Talvez semana que vem tenha mais!


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