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História Public - One


Escrita por: bossceo

Notas do Autor


OI MOZÕES! Eu voltei skapmskd, "estreando" na categoria do Monsta, pois a outra fic que eu escrevo não é só minha. Espero que gostem <3

Essa vai ser uma história bem curtinha, uns 5 ou 6 capítulos com uma leve menção Showki. Boa leitura!

Capítulo 1 - One


O rapaz sentia seu coração acelerado como nunca, quase como se houvesse corrido uma maratona. Suas pernas e mãos tremiam e a angústia subia seu peito com tamanha tensão o consumindo aos poucos, lhe fazendo se sentir tão frágil quanto um boneco de pano perante a situação. Ele quase podia sentir o cheiro do seu próprio desespero, se perguntando por que ainda se dava ao trabalho de fazer aquelas coisas. A tocha carregada iluminava pouco, mas ele sabia que algo de ruim estava por vir quando aquele maldito rato apareceu. Escolheu não atirar na movimentação, afinal, chamaria mais atenção do que o desejado e não queria ser uma presa fácil para aqueles de quem fugia. Quando o animal saiu de sua vista, já era tarde demais. O Wendigo havia surgido ao seu lado, trajando vestes que estavam rasgadas e podres pela pele imunda do ser. Um grito bestial escapou pela garganta da fera, mostrando seus dentes extremamente pontiagudos. Jooheon gritou junto ao animal - se é que aquilo era um animal - atingindo o máximo do seu pânico.

 

Jooheon quase atirou o controle do videogame para o alto, mas conseguiu ser ágil o bastante para atirar na besta e sair em disparada. Sua garganta doía pelo grito, e ele tinha quase certeza de que Changkyun iria o matar por isso mais tarde. Suas mãos tremiam e os palavrões simplesmente fluíam pela sua boca enquanto deixava a câmera gravar seu completo estado de pavor, afinal, era isso que fazia de melhor. Jooheon era viciado em jogos eletrônicos e era Youtuber, ou seja, publicava vídeos na internet de suas reações enquanto jogava os virais da internet. E ele odiava seus inscritos por terem lhe indicado um jogo tão miseravelmente assustador.

 

- Ah puta que pariu! Que conveniente! - Praguejou quando pôde, finalmente, pausar o jogo para encerrar o vídeo. Fez a sua típica e simpática frase de despedida e respirou fundo. - Por que merda eu ainda jogo essas coisas?

 

Largou o fone de ouvido e o controle na mesa do seu computador. O jovem que cursava Física havia planejado conversar com suas amigas assim que terminasse de gravar seus vídeos e de estudar. Jooheon já havia feito os dois, mas sua vontade de conversar com as tagarelas era pouca. Ele sentia que precisava de um bom banho e de uma boa desculpa para dar a Changkyun, seu colega de apartamento, que detestava aquela barulheira - ao menos quando ela vinha sem aviso. O rapaz que dormia no quarto ao lado escrevia em um blog pessoal um tanto quanto popular sobre música, filmes e livros. Jooheon já havia pedido inúmeras vezes para que o Im falasse sobre jogos ou que participasse de um de seus vídeos, mas o garoto se negava a ter aquele tipo de experiência, deixando claro a sua aversão aos jogos que pareciam entreter tanto a Jooheon.

 

Se espreguiçou, deixando logo em seguida uma mensagem no Kakao para Jiyeon e Dayoung que precisava dormir um pouco. Jiyeon morava na mesma cidade que Jooheon e estudava na mesma faculdade, porém, em um curso diferente. Ela era sua amiga desde que se entendia por gente, à mais tempo até que Changkyun - que só aceitou morar com o gamer barulhento pela amizade duradoura e por saber que precisava dividir as despesas com alguém. Já Dayoung era o tipo de personalidade da internet que ninguém sabia como havia parado ali, mas era uma jovem com alguns parafusos à menos que conquistava visualizações no Facebook com facilidade com seus vídeos virais.

 

Jooheon tratou de pegar a sua toalha preferida em seu guarda roupas e bocejou, ansiando o sono merecido. Sua mente ainda formulava uma desculpa firme o bastante, pois sabia que “eu me assustei” não colava mais com o mais jovem. Em contrapartida, seu coração ainda batia descompassado, voltando ao normal aos poucos pela tensão do jogo de terror tão famoso. Jooheon mal abriu a porta e deu de cara com Changkyun de braços cruzados encostado na parede do corredor, bem em frente à sua porta. Jooheon quase berrou novamente com o susto, afinal, seus sentidos estavam aflorados pela sensação de susto. Porém, ao tentar se conter, acabou batendo seu braço de maneira cômica e inimaginável na porta do seu próprio quarto. Changkyun não pode fazer diferente se não rir do amigo atrapalhado.

 

- Você ainda ri?! Você fez de propósito, não fez?!

- Eu não fiz nada, Jooheon. - Se defendeu. - Eu só vim avisar que vou sair mais tarde. Só estava esperando você se recuperar da sua crise de nerd apavorado.

- E por que caralho você não bateu na porta?

- Jura? - Ergueu uma sobrancelha. - Se eu batesse na porta você não iria abrir nem por mandamento divino, hyung.

- Eu abriria. Não estava tão assustado! - Se defendeu, batendo o pé no chão como uma criança.

- Oh, mesmo? Então o que é aquilo ali? - O Im apontou para o interior do quarto de Jooheon, que quase na mesma hora se agarrou ao corpo do mais jovem e fechou a porta atrás de si junto a um grito estrangulado. Changkyun deu dois tapinhas de conforto nas costas do amigo, suspirando. - Certo. Você acabou de gritar pelo seu abajur. Ótimo saber que você está evoluindo.

- Ah, Changkyun. - O empurrou, irritado. Só então percebendo que havia sido enganado e que sua toalha jazia sobre a cabeça do mais jovem. Provavelmente havia a atirado pelos ares com o susto. Arrancou o tecido do corpo do amigo, marchando irritado para o banheiro é se esquecendo até de perguntar para onde ele iria.

 

Às vezes, Jooheon achava que Changkyun estava lhe escondendo algo com tantas saídas misteriosas e com explicações superficiais. Eles eram amigos há tempo o bastante para contarem tudo um para o outro, então não podia deixar de se sentir traído quando o rapaz lhe ocultava algo desse gênero. Não deu ouvidos aos chamados do Im, que provavelmente tentava avisar com mais clareza que iria sair e que horas voltaria, um costume entre os dois. Fingiu estar aborrecido e bateu a porta do banheiro, feliz por finalmente poder tomar um banho merecido. Se livrou dos pijamas que usou praticamente o dia inteiros e deixou sua pele relaxar com a água, sentindo-se purificado e renovado com o banho. Se secou e saiu do cômodo enrolado na toalha escolhida mais cedo, só então notando que já estava sozinho.

 

Repentinamente, as janelas pareciam assustadoras demais e entradas fáceis para qualquer coisa que quisesse lhe atingir. Ah, malditos jogos que lhe deixavam maluco!

 

°•°

 

- Qual é, Changkyun. Não é tão difícil. - O rapaz mais velho disse ao passar uma das mãos pelo rosto do amigo, o confortando.

- Eu não sei por que essas coisas estão acontecendo. Os comentários negativos começaram quando ele começou a ser uma coisa grande.

- Você fala como se não gostasse dele ter conseguido o que tem.

- Não… - O mais novo suspirou, fechando seus olhos e encostando a cabeça no sofá. - Não é isso, Kihyun. Eu me sinto feliz por isso. De verdade. É só que eu não sei por que ele insiste em dizer que é meu amigo naqueles vídeos. Jooheon sabe que tem fãs fora da casinha. Ele acha que eu quero participar dessas coisas, que vai ser bom pro meu blog. Mas tudo que eu recebo é…

- Olha, eu vou ser sincero. Você tem vindo aqui quase todo dia por semanas. Você sempre costumou me ligar, mas só vem aqui quando está passando por alguma merda séria. Então você merece que eu fale a verdade, não é? - O Im abriu seus olhos, focando no amigo. - Ele lida com esses comentários todos os dias. Uma hora ou outra você também receberá coisas assim. As pessoas não são boas, Changkyun.

- Eu sei!

- Então quão o problema?!

- Disso eu já não sei. - Bufou, frustrado. - Eu sinto como se… Algo estivesse dando errado. E eu não sei a razão é nem o que me faz pensar nisso

- Tenho minhas suspeitas. - Kihyun falou baixo, quase inaudível.

- E então?

- Não é nada. Eu vou esperar ter certeza, não quero colocar caraminholas na sua cabeça para no fim estar errado.

- Você acabou de fazer isso, hyung! - Resmungou. - Em que está pensando?

- Nada. Vamos só nós preocupar com você ignorar esses comentários ruins no seu blog, certo?

- Oras, isso eu posso fazer muito bem! Mas você me deixou curioso, hyung. Se eu vim aqui é porque preciso da sua ajuda e quero sua opinião.

- Aish, se eu falar você vai negar de toda forma, eu te conheço! - O mais velho esbravejou, querendo mudar de assunto por não saber como tocar em um tópico como aquele

- Bem, não tem como você saber se não me disser. Nós somos amigos, não precisa ter medo de me repreender ou… Sei lá o que você vai fazer. - Changkyun disse entre risos. - Você é quase minha segunda mãe, Kihyun.

- É só que… - O rapaz de cabelos rosadas suspirou. - Você sempre fala sobre a mesma coisa.

- Falo? - Questionou, curioso.

- Fala! É sempre algo que envolva Jooheon. Nunca chegou a notar isso?

- Está dizendo que o problema é ele? Eu não vejo como! Nós somos amigos há mais tempo do que tudo isso. Eu sempre escrevi, mas nunca em um blog. Nós meio que começamos isso de internet juntos e…

- Eu não estou falando sobre esse tipo de problema, Changkyun! - Ralhou com a falta de compreensão do amigo de faculdade. - Você já pensou na possibilidade de gostar do Jooheon? Tipo, estar apaixonado de verdade?

- Você enlouqueceu?

- Por que?! Faz total sentido. Você fala dele com frequência, você se abre com ele, vocês moram juntos, fazem tudo juntos. Qual é, talvez você tenha confundido as coisas e não estava sabendo como agir porque sua ficha não caiu.

- Vai se foder, com todo o respeito, Kihyun!

- Obrigado. Disponha da minha ajuda. - Ironizou. - Você ficou tão nervoso, por quê? Já chegou a pensar nisso por acaso?

- Claro que não, é absurdo.

- Você é um babaca. - Kihyun riu soprado. - Ouça o que eu digo, Changkyun. Ao menos reflita sobre. Afinal você quem insistiu tanto para que eu te aconselhasse, não foi?

- Certo. - Se deu por vencido, apenas para calar o amigo. Tentativa falha, pois Kihyun estava mais que convencido de ir até o fim. Conhecia Changkyun há apenas um ano, mas era o bastante para saber alguns segredos sobre a personalidade do garoto.

- Tudo bem. Então pensa comigo. Você fala muito sobre ele, não fala?

- Sim, mas…

- Você mora com ele. Toma banho com ele por vezes é são amigos desde crianças. Acha mesmo que nada seria afetado? Quer dizer… pode acontecer, não é?

- Kihyun… Nós só… - Changkyun engoliu em seco. subitamente, tudo aquilo pareceu fazer sentido. Todas as vezes em que Jooheon sorria e suas covinhas apareciam, toda vez que ele lhe abraçava carinhosamente, seu coração batia forte. Nós últimos meses, as coisas pareciam mais intensas que o normal. Jooheon estava mais feliz, seus sonhos sendo realizados e suas emoções a flor da pele.

 

Isso tudo fazia com que o gamer ficasse mais carinhoso, mais próximo a si do que nunca. Talvez o que Kihyun dizia fizesse algum sentido. Isso explicaria o motivo de ter começado a sentir ciúmes de Jiyeon, sempre que ela estava perto de Jooheon, coisa pela qual jamais havia passado em todos os anos em que foram amigos. Changkyun não era um rapaz de dentro ciúmes, principalmente de seus amigos, principalmente de Jooheon. Ele pensava no amigo e sorria bobo ao se lembrar de momentos ao lado dele. Isso poderia significar que estava apaixonado, de fato. Poderia.

 

O Im torcia para que Kihyun estivesse errado. Bem, torceu, pois Changkyun se deu conta do quão fodido estava assim que pensou com clareza. As coisas não costumavam ser assim. Ele não sentia os choque elétricos que sentia quando Jooheon o tocava, por mais novo que fosse o toque. Ele não costumava pensar tanto nos detalhes do melhor amigo, sobre seus gestos e manias, sobre o formato de seus olhos. Eram pequenos, como dois riscos simpáticos cortando a face pálida e fofa. E então, Changkyun se pegou vagando sobre os lábios de Jooheon. Merda, pensou.

 

- Droga… Merda! Meu Deus, como isso aconteceu?

 

Kihyun deu uma risada estranha em sinal de vitória.

 

- Eu sabia!

- Como isso é possível? - O mais novo disse boquiaberto. Oras, havia se apaixonado pelo melhor amigo?! - Você só pode ter enfiado isso na minha cabeça, Deus, não pode ser verdade!

- Por que?

- Você não vê como ele fica perto da Jiyeon? Francamente, agora as coisas ao menos fazem algum sentido. Céus, eu realmente estava com ciúmes dela por todos aqueles dias?

- Bem, disso eu já não sei. Mas eu não acho que ela seja algum problema. Quer dizer… Jooheon ja mostrou algum interesse em homens?

- Não… Eu acho? Meu Deus, por que estamos sequer falando sobre isso, é insano!

- Não é insano. - Kihyun suspirou. - Você já tinha gostado de outros rapazes, não foi? - O mais novo assentiu, ainda chocado. - Você não sabe se ele está com alguém então em tese ele está solteiro e…

- Hyung, você não está entendendo. É como se repentinamente, você começasse a gostar do Hyunwoo hyung!

 

Kihyun fez careta em reprovação.

 

-  Viu só?!

- Qual é, Chang. Vocês são próximos e eu sinceramente detesto o Hyunwoo.

- Tá, e se eu realmente não estiver louco por você ter posto essas coisas na minha cabeça. Repito - pausou - se! - voltou a falar - Hipoteticamente, se ele gostasse de mim desse jeito, e se nós brigássemos? Nós não conseguimos mais ser amigos. E aí tudo estaria fodido por minha culpa.

- Está brincando comigo?! Vocês são mais próximos que unha e carne, como namorados o que vai mudar é que vocês vai ter algum contato íntimo. Por que diabos você está pensando nisso?

- Eu não sei, caralho! - Grunhiu, jogando a cabeça no sofá outra vez. - O que você espera que eu faça? Me confesse? E se ele me rejeitar? Não obrigado. Todas as alternativas só levam ao nosso afastamento e eu sinceramente não estou nem um pouco afim disso.

- Eu não sabia que você era tão preso à possibilidades, Changkyun. - Kihyun riu soprado. - Então você vai mesmo guardar pra você?

- Vou! Eu prefiro continuar como estamos. É o melhor, não é?

 


Notas Finais


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