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História Public - Six


Escrita por: bossceo

Notas do Autor


Voltei! Não no tempo esperado, porém, em menos tempo do que da última vez. Eu espero que gostem!

Ah, só pra explicar, as chamadas por skype que o Jooheon faz com o Wonho sou representadas normalmente, mas ligações no telefone são representadas pelas aspas!"

Capítulo 6 - Six


- Não vai dizer nada? - O Lee reforçou, ansioso.

    Estaria mentindo se dissesse que não estava nervoso. Seu coração batia como um louco e seu rosto deveria estar róseo pela vergonha, embora estivesse mantando sua melhor expressão neutra para aquela situação. Changkyun parecia surpreso, tão surpreso que tinha engolido a própria língua para ainda não ter se pronunciado, o que só aumentava as expectativas do mais velho ali presente. De repente o cômodo parecia muito quente, muito pequeno e o Youtuber se sentiu tonto, nauseado. Havia feito a pergunta há uns bons trinta segundos contados e o mais novo não esboçava reação alguma.

 

Foi um ato inconsciente quando levou a mão até a sua própria boca, percebendo a besteira que havia feito. Tinha se confessado da maneira errada e se uma forma que deixou o melhor amigo assustado ou até pior. Não teve vergonha em demonstrar o quão abalado ficou quando sentiu seus olhos se enchendo de lágrimas. Céus, ele não podia compreender como havia sido tão precipitado. Subitamente sua ideia de sondar o Im pareceu absurda, tão errada quanto o possível. Suas mãos começaram a suar em nervosismo, mas Changkyun não lhe deu uma resposta.

    Mal sabia o estudante de física que o mais jovem passava por um conflito em seus pensamentos assim como ele. Estava paralisado com aquela pergunta tentando encontrar algum traço de brincadeira no questionamento do seu hyung. Jooheon não brincaria com algo daquele tipo, mas seu cérebro pareceu se desfazer dessa informação deixando o jovem Im em pânico. Se por um acaso dissesse que sim e fosse uma brincadeira, não gostaria nem de imaginar a reação de Jooheon ou o quanto seriam afastados por isso. Caso dissesse que não e fosse verdade, iria partir o coração da pessoa que amava por ser inseguro.

 

Partiu seus lábios, notando que já havia enrolado demais para dar uma resposta coerente. Sua mente trabalhava entre o sim e o não como em uma das dezenas de filmes em que o mocinho tinha que escolher qual fio cortar: vermelho ou azul. Nem (nome) resolveria aquele dilema. Contudo, Jooheon não era uma bomba, talvez algo ainda mais complexo que isso. Gaguejou uma ou duas sílabas antes de finalmente organizar uma frase coerente em sua mente que trabalhava a todo vapor.

    - Você está falando sério?

    Péssima escolha. Assim que as palavras abandonaram seus lábios ele se arrependeu. Aquilo soou muito defensivo, como se a pergunta de Jooheon fosse absurda. Se antes estava nervoso, agora estava prestes a entrar em pânico de verdade caso algo desse errado. Em um momento, estava resmungando de Kihyun e rindo da paixonite do amigo, noutro, estava diante do que parecia ser a escolha que definiria o resto da sua vida. Jooheon soltou o ar, parecendo tão decepcionado que o Im quase lhe abraçou de supetão em um pedido de desculpas, irritado consigo mesmo. O Lee forçou um sorriso, visivelmente não espontâneo e pousou a mão na cabeça do mais jovem, tentando disfarçar o quão arrasado estava por dentro.

    Receber um não era uma coisa, mas Changkyun duvidar de seus sentimentos era outra completamente diferente.

    Ambos cegos pelo medo, sem enxergar um palmo a sua frente, caso o contrário, veriam o quanto se amavam nos pequenos detalhes.

    - Claro que não, bobo. - Respondeu, ainda com aquele sorriso frouxo nos lábios. - Onde já se viu? Por que eu beijaria você, huh? - Tentou melhorar o clima com seu melhor tom de, hey, eu estava apenas brincando, porém aquilo não pareceu surtir efeito.

    Jooheon havia ficado abalado. Ele tinha plena consciência de que Changkyun sabia disso pela forma como agia. Sempre foi um péssimo mentiroso, afinal. Se Changkyun pensasse um pouco, notaria que era verdade sim e Jooheon não queria nem imaginar o que aconteceria caso ele percebesse. Cada um preocupado com um "e se" diferentes, os levando a lugar algum.

    Naquela noite, Jooheon foi dormir mais cedo do que o habitual, não trocando mais palavras com o escritor senão um "boa noite" falho. E, céus, o youtuber nunca havia chorado tanto em sua vida inteira. Nem quando seu hamster faleceu quando tinha apenas sete anos, nem quando a primeira página na internet contra seu canal apareceu. Era tudo muito simples, porém, na cabeça do estudante de física, muito confuso. Sequer tomou um banho antes de ir para a cama, se afundando em seus lençóis e sentindo o cheiro do menor, que parecia estar impregnado nos tecidos que cobriam seu colchão.

 

Não foi como nos filmes em que o personagem principal tinha memórias boas com o amado e chorava até adormecer, pelo contrário, foi um completo caos. Jooheon chorava não por ter sido rejeitado, mas pelo medo de perder Changkyun por ser tão invasivo. Estava arrependido de ter tentado lhe beijar, de ter feito aquelas perguntas, porém nem ele mesmo sabia a razão disso. Mesmo que Changkyun não gostasse de si da mesma forma, ele não o rejeitaria por isso, porém, levaria um pouco de tempo para que a cabeça quente do Youtuber viesse a compreender isso.

    No outro quarto, Changkyun adormeceu logo, apesar de ter ido se deitar mais tarde. Apagou suas luzes, desligou seu telefone e quis que não fosse assim tão complicado entender o que estava acontecendo. Estava evidente que era correspondido pela forma que o mais velho reagiu, então uma chama de esperança surgiu dentro de si. Nem tudo havia sido perdido, afinal. Ele poderia resolver tudo se tivesse a cautela necessária e paciência também. Conhecia Jooheon muito bem para saber que, naquele tipo de situação, uma abordagem direta não seria eficaz. Resolveu dormir para que pensasse melhor no assunto quando acordasse, tentando ignorar que havia machucado a pessoa pelo qual era apaixonado por pensar demais.

 

O escritor acreditou fielmente que as coisas iriam dar certo a partir do dia seguinte. Ao contrário de Jooheon, dormiu com um sorrisinho bobo na sua face, deixando suas bochechas doloridas. Ele era correspondido. Jooheon também gostava dele, e isso era a melhor sensação que seu corpo ja presenciara até o momento em questão.

°•°

    - Mas, mano, qual o seu problema?! - Jooheon resmungou ainda com a mão no peito, tentando acalmar seus batimentos cardíacos. Do outro lado, Hoseok ria como um louco, animado com a vitória no jogo.
    - Admita que eu sou melhor que você nesse jogo.
    - Melhor o caralho, Hoseok!
    - Yah, olha o respeito, moleque. - Brincou, afinal, não se importava com o jeito de falar de Jooheon, ainda mais quando estava assustado.
    - Respeito. - Estalou a língua, olhando para a câmera. - Onde você colocou o respeito quando me assustou daquele jeito, babaca?
    - Esse é o propósito do jogo, amigo. Se você não entendeu já não é problema meu.
    - Ah! - Arfou, sentindo seu corpo sair do estado de alerta pouco a pouco enquanto Hoseok lhe irritava do outro lado da linha. - Mais uma?
    - Pra você perder de novo? Não, obrigado. Já é tarde, eu tenho que ir ver a... Bom eu tenho que sair.
    - Cara, qual é, não me deixa. - Pediu risonho.
    - Eu espero que você corte esse seu momento carente do seu vídeo, Lee. - Hoseok disse entre risadas, preocupado com o horário. - Eu já deveria ter saído.
    - Quando você chegar nós precisamos conversar. - O mais jovem disse agora um pouco mais sério.
    - Sobre?
    - Sobre umas paradas que estão acontecendo por aqui. E sobre você e a Dayoung.
    - Como?! Ela te contou? - A voz do mais velho saiu três oitavas mais aguda, fazendo Jooheon sorrir vitorioso.
    - Não, mas você acabou de confessar. Tchau, idiota.
    - Puta merda, Jooheon, ela vai me matar.
    - Eu já disse, tchau. Se vira. - Desligou a chamada, sabendo que daquele jeito deixaria Hoseok um bocado mais ansioso para voltar e conversar consigo. Ele precisava desabafar.
    
    Encerrou a gravação com a sua frase de despedida e começou a editar o vídeo, achando interessante ter terminado com antecedência. O vídeo deveria sair na segunda feira e ainda era sábado, próximo a hora do almoço. Ele já podia sentir o cheiro da comida ruim de Changkyun, que não era como um manjar dos deuses digno de aplausos, mas era melhor do que o seu macarrão queimado. Ainda estava imaginando com que cara ele iria aparecer na cozinha depois do vexame da noite passada.

 

Queria que nada daquilo tivesse acontecido e talvez isso fosse o melhor: fingir que realmente foi uma brincadeira e esquecer que amava Im Changkyun. Salvou o projeto no programa e tirou o fone, se espreguiçando antes de se por de pé. Se sentiu um pouco mais disposto, a coragem que lhe faltava ainda não havia dado as caras, mas não podia se esconder em seu quarto para sempre, ainda mais com fome.

    Ponderou se deveria sair ou não no mínimo seis vezes antes de se por na frente da porta de uma só vez. Se ia fingir que estava tudo bem, que fizesse direito então. Assim que abriu sua porta com sua melhor expressão de "eu não levei um pé na bunda" e apareceu na cozinha, deu de cara com Changkyun com a boca estudada de comida, quase como um esquilo gigante e fofo. Soltou uma risada sem pensar muito, e mesmo assim, não iria conseguir se impedir de rir perante a imagem cômica e igualmente adorável. Changkyun olhou para a direção do barulho com uma evidente expressão de surpresa, parando de mastigar seja la o que estivesse comendo para olhar o que havia o interrompido. Jooheon quase sentiu seu coração falhar uma batida. Por que diabos aquela ação havia sido tão meiga aos seus olhos? O mais novo realmente tinha seu coração nas mãos.

    - Hyung! - O estudante de engenharia comentou, ainda surpreso. - Quer melancia? - Completou de maneira animada, terminando de mastigar e engolir a fruta em seguida.
    - Você está me dizendo que vai almoçar melancia? - Jooheon questionou um pouco descrente. Sua barriga roncou em protesto.
    - Não melancia, bobo. Eu estou fazendo uma salada de frutas. Bem ao menos isso eu não posso queimar.
    - Eu aposto que sua comida queimada é melhor que a minha. - Brincou, tentando melhorar seu humor. Teria que se acostumar a conviver com Changkyun e deixar seus sentimentos de lado. Se colocou ao lado do rapaz visando lhe oferecer ajuda. - Hm... Eu não estou animado com a ideia, mas posso te ajudar. Estou faminto.
    - Nós podemos terminar isso aqui e depois pedimos alguma coisa como complemento.
    - Pizza? - Jooheon pediu, animado.
    - Deus, não Hyung. Já estou cansado de pizza.
    - Blasfêmia! - Olhou para o mais jovem quase indignado. Costumavam comer pizza todo fim de semana, quando não eram tão atarefados com a faculdade, empregos de meio período e trabalhos para fazer.
    - Eu só enjoei. - Deu de ombros. - Vamos pedir Kimchi?
    - Nós poderíamos pedir carne coreana.
    - Desde quando podemos pagar isso? - Changkyun brincou, dando uma vasilha com pedaços longos de melão. Jooheon pegou uma faca em uma das gavetas, passando a cortas as frutas em pedaços menores. - Vamos comer macarrão instantâneo e pronto.
    - Hm, quem sou eu pra dispensar lamen. - Jooheon concluiu.

    O clima entre os dois parecia agradável, embora o Youtuber tremesse vez ou outra quando suas mãos se tocavam. Por outro lado, Changkyun vibrava internamente com os toques não intencionais. Queria mesmo largar aquele monte de frutas e se aconchegar nos braços de Jooheon, pedindo desculpas por ser tão tolo noite passada. Contudo, sua fome falava mais alto e não gostaria de ser tão invasivo ou desesperado. Terminou seu trabalho sem trocar muitas palavras com o mais velho, assim como seria normalmente para que tudo não parecesse mais incomum do que já era. Algo crescia em seu peito e agora ele era aquele que tinha esperanças naquela relação. Jooheon quase soltou fogos quando acrescentaram todas as frutas em uma grande tigela junto ao leite condensado e o chocolate. Não era nada ideal para um almoço, mas aquilo parecia estar bom e igualmente não saudável. Abriu as embalagens de macarrão e as colocou em uma panela com água fervendo e se sentou para comer com o mais jovem.

    Ficou surpreso com o sabor da refeição, ambos comeram com uma sensação tranquila em seus peitos. Assim que o lamen ficou pronto, se serviram e foram para sala. Era quase um ritual próprio dos amigos: preparavam o macarrão e iam para o sofá da pequena sala para assistir qualquer bobagem na TV. Naquele horário ainda não havia o programa musical e nem nada muito relevante, fazendo Jooheon quase adormecer. O escritor não mediu suas ações e, após por ambos os pratos na mesinha de centro, puxou o mais velho para mais perto de si, o aconchegando em seu corpo.

 

Jooheon quase arregalou seus olhos com a surpresa, mas estava muito sonolento e não queria pensar. Apenas sentiu os dedos de Changkyun se afundando nos seus cabelos e se deixou adormecer enquanto se agarrava ao corpo quentinho do melhor amigo. O título não pesando tanto naquele momento. O estudante de física teve um sonho muito bom, mas ao acordar com o barulho do seu celular não pode se recordar com clareza do que estava criando em sua mente. Assustou-se com o ruído, visto que a TV havia sido desligada pelo mais jovem. Quase matou Changkyun de susto ao se levantar afobado para atender a ligação.

 

O celular brilhava em seu quarto escuro, fazendo sua vista doet. Atendeu a chamada sem sequer ver quem era, se surpreendendo aí ouvir a voz de Dayoung.

 

“Posso saber por que demorou tanto?!”

“Eu estava dormindo com o Changkyun, e essa frase saiu muito estranha, esquece.” Falou tudo muito rápido, envergonhado com suas próprias palavras. Ouviu a risada de Hoseok do outro lado da linha e um estalo surgiu em sua mente, subitamente mais desperto. “Esse foi o Hoseok?”

“Claro que sim. Sinceramente oppa, você nem checa quem está te ligando?”

 

Jooheon afastou o celular da sua orelha, o visor acendendo automaticamente e mostrando que a ligação ocorria do celular de Hoseok.

 

“Eu sabia!” Gritou, provavelmente irritando Changkyun que havia ficado na sala.

 

O garoto apareceu na porta do seu quarto quase que de imediato lhe acertando com uma bela almofadada. Jooheon riu, inerte pela confirmação do seu casal favorito estar realmente junto.

 

"Então, quando é que os pombinhos iam me contar?" Changkyun olhou confuso para Jooheon, gesticulando para que o mais velho lhe explicasse o que estava acontecendo. O youtuber apenas ergueu uma mão no ar, lhe pedindo para esperar.

 

“Esse não é o foco. Acho melhor você checar seus e-mails, oppa” A garota comentou, fazendo o sorriso de Jooheon sumir.

 


Notas Finais


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