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História Public - Nine


Escrita por: bossceo

Notas do Autor


TO AQUI! JURO QUE NÃO ABANDONEI A FIC E NEM VOCêS TÁ SMKAPMS <3333

Espero que ninguém fique decepcionado tá? Esse cap não é encheção de linguiça, mas é ao mesmo tempo. Vocês vão entender smkapsm.

Boa leitura, e obrigada Misun, mozão, por me animar sempre.

PS: Cap não betado

Capítulo 9 - Nine


Jooheon congelou. Seus olhos estavam mais abertos que o normal em um claro sinal de sua total surpresa. Era muita coisa para que seu corpo conseguisse processar de uma só vez: as mãos de Changkyun em seu rosto, desajeitadas pelo nervosismo, porém ainda assim tentando lhe passar uma calma que nenhum dos dois tinha no momento; o corpo tão próximo ao seu, como se aquela proximidade toda não fosse estranha alguns poucos dias atrás e, por fim, os lábios do companheiro de apartamento unidos aos seus. Eram macios e Changkyun não fez nada além de encostar as bocas.

 

Foi um ato muito mais significativo e emocional que vindo do desejo da carne, quase como algo simbólico e palpável. Quando o mais novo se afastou, o Youtuber tinha tudo e ao mesmo tempo nada para falar. Eram tantas coisas passando por sua cabeça que não conseguiu sequer raciocinar corretamente para por as palavras em uma ordem adequada para a compreensão. Nem nos mais assustadores jogos Jooheon ficava assim tão alterado.

 

O mais novo, por sua vez, se encontrava orgulhoso de si mesmo. Não havia sido rejeitado e aquilo era promissor. Agora precisava ao menos falar o que sentia sem se enrolar com as frases em que havia pensado tantas vezes, por tantas noites. Ao fundo podia ouvir seu celular tocando, mas resolveu não dar atenção para isso naquele momento e Jooheon parecia igualmente indiferente. De toda forma, ter notado o toque não ajudou muito, já que o aparelho parou de emitir o som logo em seguida. O escritor respirou uma, duas, três vezes. Em nenhum livro assim como em nenhum filme pôde ver que se declarar era assim tão difícil, mesmo sendo extremamente fácil e estando a apenas um passo de distância. Mesmo tendo ensaiado dezenas de diálogos em sua mente, se pôs a falar sem sequer pensar duas vezes, expressando o que lhe passava naquele momento em questão.

 

- Eu sinto muito. - Péssimo jeito para começar uma confissão. - Por ter demorado tanto a perceber, hyung. Sinto por ter lhe rejeitado naquele outro dia, eu estava assustado. Sabe, nós nos conhecemos há mais de dez anos e eu não quis por isso a perder pondo meus sentimentos na frente. Quando você me perguntou se eu queria te beijar, eu realmente queria. - Desceu suas mãos da face avermelhada de Jooheon até os braços do rapaz, parando pouco acima dos pulsos. - Mas eu tive medo. Não queria estragar tudo, sabe? E no fim das contas eu te magoei. Eu realmente sinto muito, hyung. - Pausou, buscando fitar outro ponto que não fossem os olhos brilhantes daquele que amava.

- Você está se confessando pra mim?! - Jooheon deixou seu queixo cair junto com a pergunta. Subitamente não havia mais ninguém tão feliz quanto o Lee.

- Shh! Me escuta. - Pediu pela segunda vez naquela noite, agora olhando diretamente para Jooheon. - Há alguns meses eu percebi que, sim, eu amo você, hyung. Eu não só estou completamente apaixonado e bobo por cada coisa que você faz. Sabe, eu realmente gosto de você e eu sei que você gosta de mim também. - Apertou o toque contra o pulso alheio, apenas lhe confortando um pouco mais.

- Para de falar.

- É sério, hyung eu preciso falar tudo isso ou eu vou explodir! - Gesticulou enquanto falava.

- Ei - Dessa vez foi Jooheon quem segurou no rosto alheio, visando chamar a atenção do amado - Você não precisa me falar nada. Eu estive em dúvida esse tempo todo e agora eu tenho certeza de que o que eu sinto é correspondido. Isso já é suficiente.

 

Changkyun conseguiu respirar aliviado.

 

- Como as coisas vão ser agora, hyung? - Soltou sua última preocupação. Jooheon mordeu o canto dos lábios, prestes a falar, quando o inesperado aconteceu. Bem, se tratando do Jooheon, aquilo ja deveria ser comum em sua vida.

 

As luzes se apagaram por completo, deixando ambos na escuridão. Jooheon nada pode fazer senão se abraçar ao corpo a sua frente sem sequer pensar duas vezes e sem nem lembrar-se de que estavam tendo um diálogo importante. A sua segurança era a prioridade é estar no escuro não parecia muito seguro. A verdade é que, desde sua infância o gamer teve problemas com escuridão e filmes de terror. Ele nunca foi dos mais corajosos, mas tentava vencer isso com seu canal e, claro, a ajuda de Changkyun. Pensar nisso lhe deixava mais confortável.

 

O escritor riu da atitude do amado, não acreditando que aquilo estava acontecendo. Tateou seus bolsos, pegando seu celular e ligando a lanterna após alguma dificuldade por ter outro homem agarrado a si como um coala manhoso. Assim que o fez, Jooheon soltou um ruído de aprovação por estar conseguindo ver alguma coisa, mas a ideia de tão pouca luz ainda lhe apavorava. E se houvesse algo no escuro?! Ele com certeza preferiria não ver, seja lá o que fosse. Agarrou a camisa de Changkyun com mais força quando ele se moveu, recebendo um estalar de língua em sinal da indignação do mais novo.

 

- Onde está seu celular?

- Na minha mochila.

- Eu posso pegar. Assim teremos mais luz e poderemos procurar por umas velas.

- Não! - Respondeu de supetão, quase derrubando Changkyun no chão com a força imposta em seu puxão. O escritor não poderia sequer tocar naquela mochila, mas Jooheon não tinha coragem o suficiente para ir sozinho, mesmo sabendo que Changkyun estava certo.

- Qual é, hyung? Vamos ficar parados na sala o resto da noite?

- Não é isso. É que... - Uma desculpa. Ele precisava com urgência de uma desculpa. Embolou seus pensamentos e soltou a primeira coisa que lhe deu na telha. - Eu faço sozinho. Só não deixe de iluminar o caminho, certo?

- Tudo bem entao. Você já pode me soltar.

    

O mais velho fez o que lhe foi pedido contra a sua vontade. Se afastou, vendo o rapaz direcionar a luz para a mochila largada perto da porta. Jooheon deu duas passadas enormes de forma cômica e Changkyun precisou segurar a sua risada. Aquele hyung era muito engraçado quando estava com medo, mas incrivelmente tal fato só fazia com que se sentisse mais bobo e apaixonado por ele. O gamer conseguiu encontrar o aparelho eletrônico sem abrir a bolsa, suspirando aliviado ao ligar a lanterna. Primeiro pela luz e segundo por que se não tivesse conseguido, Changkyun estragaria a surpresa.

 

Correu de volta para perto do amado, sentindo algo lhe observando por trás.

 

- Tem velas na cozinha, não tem?

- Sim. - Respondeu breve, iluminando o comodo em questão.

- Certo. Você procura os fósforos e eu as velas?

- Tudo bem. Vai funcionar! - Exclamou animado. A ideia de fazer aquilo com o estudante de engenharia lhe animou. Talvez assim não tivesse tanto medo.

 

Não custou para encontrarem os devidos materiais, logo acenderam as velas e as espalharam pela casa em locais seguros. Changkyun precisava muito de um banho e de uma boa noite de sono. O gamer concordou que seria mesmo uma boa ideia, afinal passou o dia inteiro com aquelas roupas e havia suado bastante. Um banho e um bom descanso seriam adequados naquela situação. Custaram para tirarem as roupas na frente um do outro perante a nova situação. Haviam se beijado e isso era intimidade demais, ficarem nua na frente um do outro seria um pouco constrangedor. Contudo, o fizeram. O cansaço acabou vencendo, embora Jooheon não conseguisse tirar os olhos da curva bonita que as costas do mais novo formava com sua bunda. Claro, isso não passou despercebido.

 

Changkyun tinha suas bochechas vermelhas durante um bom tempo, mas aquilo estava estranho demais, como se estivesse queimando de vergonha por dentro. Ele queria que aquilo passasse. Jooheon era seu melhor amigo e também o homem que amava, não deveria estar assim tão nervoso! Era só um banho. Sua prioridade era deitar confortavelmente em sua cama quentinha e dormir um bocado. Porém, foi inevitável não trocarem um beijo ou outro, o que foi o ponto chave para que aquele momento constrangedor desaparecesse. Changkyun descobriu que Jooheon era brincalhão até em uma hora como aquelas, lhe enchendo de selinhos e de carinho por todo o seu rosto, lhe fazendo rir.

 

Ambos terminaram de se banhar e se secaram. Concordaram em dormirem juntos aquela noite, até por que era isso que acontecia quando Jooheon estava assustado. Foram direto para o quarto do mais velho. Changkyun vestiu as roupas de Jooheon, sendo elas apenas uma cueca e um moletom gigantesco para si junto de shorts confortáveis. Mesmo com tão pouca luz, o youtuber achava Changkyun adorável vestido daquela forma, como se precisasse o proteger de todo o mal que existisse ao redor dos dois, mesmo que naquela situação fosse o escritor quem cuidasse de si. Em pouco tempo estavam entre as cobertas da cama de Jooheon, apreciando o cheiro de sabonete e shampoo que exalava dos corpos alheios. A noite estava fria, portanto, acabaram se abraçando mesmo em baixo de tantos lençóis. Changkyun podia jurar que sentia o coração de Jooheon batendo contra suas costas.

 

- Exy conversou comigo. - O mais velho comentou após alguns segundos de silêncio enquanto encarava a vela posta ao lado da cama.

- Eu cheguei a ver vocês dois. Sobre o que era?

- Acho que eu e ela temos mais em comum do que o que eu imaginei. Ela quer gravar comigo até o fim da semana.

- Sério?! - O mais jovem comentou empolgado. Ver dois de seus amigos se acertando era no mínimo um alívio. - E você vai?

- Sim. Quer dizer... Ela é uma boa pessoa, mas nós não esclarecemos tudo.

- Eu vou gostar de ver vocês juntos. - Jooheon riu do comentário do mais novo, apertando mais o abraço entre eles e enfiando seu rosto na curva do pescoço do amado, fazendo-lhe se arrepiar.

- Minha preocupação agora é sobre como nós dois vamos ficar. - Sussurrou contra a pele quentinha de Changkyun.

- Eu... - O mais novo sequer sabia o que falar. Estava envergonhado e não sabia como prosseguir. Por mais que estar próximo do amigo daquela forma fosse comum, tal proximidade parecia estar o afetando, como se cada neurônio seu estivesse envolvido com o calor e o cheiro de Jooheon. Ainda por cima ele não sabia o que dizer. Em seus planejamentos, nunca chegada a aquela parte e o gamer lhe surpreendeu com o tópico, mesmo que houvesse sido Changkyun a mencionar algo do gênero pouco mais cedo.

- É estranho falar sobre isso. Não é?

- Nós passamos muito tempo enrolando. - Passou seus braços pelos de Jooheon, que lhes uniam em um abraço.

- Você quer um compromisso sério?

- Você quer?

- Quero. - O mais velho respondeu decidido, mesmo não tendo sido respondido. - Mas nós podemos nos machucar assim.

 

Changkyun sentiu seu rosto esquentar pelo nervosismo. Ouvir aquilo era mais duro do que havia imaginado, mas ele sabia que era verdade. Se começassem algo sério agora a amizade de anos poderia ir por água abaixo como um castelo de areia destruído pelas ondas. De certo que o sentimento ali era recíproco, mas eles haviam pulado muitas etapas para se chegar em um relacionamento. Eles já se conheciam demais, dos defeitos até os sonhos, assim como seus hábitos e vontades mais primitivos. Nunca haviam sido em um encontro como casal, apenas em saídas como amigos. Tudo era novo e assustador, ao mesmo tempo que já conhecido e com gosto de rotina. Não poderia discordar que ir devagar seria uma boa ideia.

 

- Nós podemos tentar, hm? - Deixou um beijinho na nuca do rapaz. - Sem pressa? - Questionou percebendo o silêncio do amado.

- Eu sei que é o caminho correto. Mas como vamos fazer isso? Quer dizer, eu gosto de você e vice versa. Nós nos beijamos e provavelmente vai acontecer mais vezes. Já sabemos tudo um sobre o outro e não vamos fazer disso um relacionamento aberto. Então... Uma relação séria iria ser somente um rótulo.

- Eu sei. - Jooheon murmurou. - Mas eu realmente quero fazer as coisas do jeito certo com você. Mesmo que a gente já tenha atrapalhado uma coisa aqui ou ali.

- Do jeito certo?

- Você sabe que eu sou cafona quando quero, Chang. - O mais velho comentou, dando continuidade ao seu raciocínio. - Sabe... Te pedir em namoro e coisa do tipo. Oficializar o que a gente sente. - Era um alívio poder falar aquelas coisas de tal forma, tendo certeza de que ambos se gostavam, sem medo de estarem passando vergonha ou de se iludirem.

- Não seja bobo! Você não precisa me pedir em namoro.

- Preciso sim! - Resmungou, fazendo o estudante de engenharia rir.

- Certo, então ficamos dessa forma - limpou a garganta antes de continuar - somos um casal. Mas não namorados.

- Casal? - Jooheon riu empolgado com a palavra. - Gostei disso.

- Eu quis muito te contar antes... - O mais novo voltou a falar daquela forma e Jooheon precisou o calar. Não queria ouvir sobre como Changkyun estava arrependido de não ter feito nada antes, acreditando que aquela era a hora mais que perfeita para tudo dar certo.

- Ei! - Chamou o escritor, interrompendo sua fala. Changkyun se virou para Jooheon, sendo surpreendido pela união dos lábios do mais velho contra os seus.

 

Foi inevitável que não sorrissem entre o selar. O escritor tentou se acostumar com o sentimento que abrangia todo o seu corpo quando Jooheon lhe beijava, mas parecia irreal demais para acreditar. O polegar do mais velho acariciou a bochecha de Changkyun, tentando lhe passar um pouco de carinho para suprir todo o tempo perdido. Quando se afastaram, seus olhares estavam ligados como ímãs feitos um para o outro. Jooheon não conseguia parar de sorrir.

 

- Eu comprei uma coisa pra você. - O gamer lembrou-se, comentando repentinamente sobre a surpresa.

- Ah, hyung! Você tem que parar de me dar coisas, eu me sinto estranho.

- Mas eu sou seu amigo, não sou? Posso te dar presentes.

- Amigo? - Changkyun brincou, fazendo Jooheon rir soprado.

- Vamos com calma, lembra? - Beijou os lábios do mais novo rapidamente, antes de se levantar com uma coragem desconhecida até então, afinal, ainda estava escuro pra caramba. Nem a sua assustadora sombra o impediria de pegar sua mochila com o presente escolhido e, assim que o fez, voltou para o quarto em passadas largas, talvez - só talvez - percebendo que ainda faltava energia no local. Era melhor não arriscar, não é?

 

Voltou para o aconchego do seu quarto, vendo Changkyun brincar distraído com a costura do lençol que os cobria. A atenção do mais jovem se voltou para o youtuber assim que este pisou no cômodo com um sorriso de tirar o fôlego de qualquer ser humano com seu juízo perfeito. As covinhas aparecendo e os olhinhos desaparecendo, tamanha sua animação. Changkyun se sentou, sentindo a empolgação do amado, quase como se ela transbordasse e o atingisse também. Inclinou a cabeça para o lado, curioso. Gostava de receber presentes de Jooheon, pois sabia que eles eram de coração, e agora a situação era ainda mais promissora. Seria como um símbolo daquilo que eles estariam construindo dali em diante. O estudante de física colocou a bolsa no chão, tirando de lá um objeto bem embrulhado por papel metalizado.

 

Changkyun quis reclamar pela atenção exagerada que estava recebendo. Aquilo era trabalho demais, mas sabia que entraria em uma discussão em que perderia e acabaria aceitando o mimo de uma forma ou de outra. Jooheon lhe estendeu o embrulho com ambas as mãos, tremendo um pouco pelas emoções recentes. O mais novo pegou o objeto com cuidado, sentindo algo macio por dentro do papel brilhante. Ergueu seus olhos para o colega de apartamento, vendo que ele o olhava com expectativa e que estava esperando uma deixa para começar a falar. Changkyun apenas sorriu, lhe dando a permissão que precisava.

 

- Então… Eu sei como você gosta dessas coisas. Eu vi e lembrei de você. Achei que eu ia confessar o que eu sinto te dando isso, mas acabou saindo do meu controle. - Coçou a nuca, envergonhado. - Bem, abra. - Disse com as bochechas levemente coradas, feliz por saber que o outro não veria seu estado somente com as luzes das velas.

Changkyun abriu o embrulho, encontrando nada menos que a pelúcia do alien azulado que havia gostado mais cedo. Soltou uma risada, sem acreditar no que estava vendo. Sua primeira ação foi sentir o cheirinho de coisa nova que o Stitch emanava, hábito de leitor. Em seguida, deixou o seu presente com cuidado na cama e, ainda na cama, ajoelhou-se e abraçou Jooheon com todas as suas forças. Jooheon soltou um “oh” pelo movimento inesperado, porém sua surpresa não o impediu de corresponder o abraço. Seu coração se acelerou pelo o que deveria ser a vigésima vez nos últimos trinta minutos e a centésima só naquele dia. O mais novo não precisou falar nada para que Jooheon soubesse que ele estava grato. Aquele abraço significava muito mais coisas do que poderiam dizer em horas, e foi desse mesmo jeito que dormiram.

 

Abraçados.

 


Notas Finais


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