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História Puer Magi Makoto Mágico - Eu jurei te proteger - parte III


Escrita por: vccotrim

Notas do Autor


Boa noite.
Bom, não tenho muito o que dizer desta vez, mas só que já temos outra personagem sendo adicionada, faltando somente o trio de garotas mágicas e uma vilã secundária que ajudarão a movimentar a história. Espero que gostem.
Boa leitura.

Capítulo 6 - Eu jurei te proteger - parte III


Makoto sentou-se desanimado no terraço, a caça pela Bruxa do shopping não tinha gerado resultados, ela tinha conseguido se esconder bem, o rastro da magia foi perdendo as forças até desaparecer. Talvez uma garota mágica que estivesse de passagem a tenha matado, ou também há a possibilidade de a Bruxa ter ido para mais longe, os limites da cidade, o que deixava tudo ainda mais complicado. Mas o que realmente o tinha derrubado fora a discussão com Mami. 

 

Já era fim de tarde quando os três – Nagisa, Makoto e Mami – se reuniram no apartamento de Mami para um chá da tarde. O clima estava tenso desde a saída do shopping, durante todo o caminho o silêncio foi a única coisa que compartilharam, e a festa que deveria acontecer após um dia bem-sucedido não aconteceu, o chá foi servido com desânimo e os doces deixavam um gosto amargo quando engolidos. 

- Pode falar – disse Makoto com a voz murcha sem coragem de encarar Mami nos olhos. 

A loira pousou a xícara sobre o pires e demorou um pouco pensativa antes de começar a falar. 

- Eu não sei o que dizer – explicou com um tom desanimado, triste. – Simplesmente não há palavras para a traição. 

- Eu não a traí! – rebateu Makoto elevando um pouco a voz.  

Podia aceitar qualquer acusação, mas não ser chamado de traidor! Mami foi quem lhe estendeu a mão quando mais precisou, mesmo sem o conhecer, e para ele não havia meios para mostrar a gratidão que sentia por isso, a admiração que tem pela garota, sua coragem e força são incomparáveis, ela faz jus ao fato de ser a protetora de Mitakihara. Nem mesmo ele seria capaz de lutar sozinho por tanto tempo. 

Mas se o que tinha feito não era traição, o que era então? Mami confia plenamente em Kyubey, ela não sabe da verdade por trás de toda bondade dele, não sabe que está vivendo uma falsa verdade. E para piorar – não tem como Makoto contar a verdade. De qualquer ângulo o que estava fazendo era trair a confiança da sua tutora. 

- Desculpa – falou sem saber como continuar. 

- Não consigo entender como pôde matar Kyubey com tamanho sangue frio – ela continuou com o mesmo tom calmo, porém carregado de desapontamento e raiva. – Pior de tudo, sem motivo. 

- Rei e Yumiko são inocentes, não há razão para os envolver nisso tudo – Makoto tentou explicar, mas sabia que o motivo não era o suficiente para justificar sua ação. 

- A partir do momento em que Kyubey os ofereceu o contrato, eles não são mais expectadores inocentes, sabe bem disso. 

Mami era implacável na sua bronca – e com razão! –, ela não conseguia entender onde Makoto queria chegar com tudo isso, parecia que estava dando voltas e voltas, porém sem achar uma desculpa correta. 

- Então por quê? 

Makoto simplesmente não sabia o que dizer, não podia dizer a verdade, sabia que isso tiraria completamente o chão de Mami – e por consequência o Nagisa, uma criança inocente, se ambas soubessem de tudo acabariam por serem corrompidas e então, mergulhadas em desespero. E também haviam outros detalhes, a razão para saber de coisas que jamais poderia saber antes de encontrar as pessoas, como o fato de saber o nome e qual o apartamento de Mami sem nem mesmo a ter encontrado antes. E, sinceramente, não gostaria de levar mais broncas. Era melhor manter tudo como está por hora. 

“Só espero que nunca descubram a verdade sobre o contrato.” 

- O que há de errado? 

Mami e Nagisa olharam assustadas para a janela ao ouvirem a voz em suas cabeças. Contra a luz alaranjada do pôr do sol estava a criatura de pelos brancos macios e rosto amigável, Kyubey, balançando sua cauda felpuda de um lado para o outro. As duas imediatamente se levantaram e correram até ele, Nagisa pegou-o no colo e rodou dançante, Mami acariciou o topo de sua cabeça. 

- Por que estão tão animadas assim? – falou Kyubey em um tom brincalhão. – Eu só sai por cinco minutos, hehehe. Não sabia que era tão popular. 

- Como eu não poderia amar o bichinho mais fofo do mundo?! – falou Nagisa esfregando seu nariz contra o dele. 

- Vocês dois, calma, ou vão acabar ficando tontos de tanto girar – riu Mami. 

Carregando Kyubey, Nagisa voltou animada para a mesa e pegou um bolinho de chocolate, oferendo-o. E Kyubey, claro, aceitou de bom grado, ficando com um bigode de chantily, arrancando risada das duas garotas. 

- Hm? Aconteceu alguma coisa, Makoto? 

Diferente das duas, Makoto não parecia animado com a volta dele – mais importante, não parecia surpreso. Inevitavelmente isso acabou chamando a atenção para ele novamente. 

- Nos fale, Kyubey, como voltou depois de ter sua cabeça cortada? 

Foi uma sentença ácida e venenosa, todavia acabou impedindo que Kyubey escapasse da verdade, afinal ele nunca falou sobre isso antes, e porque não falaria sobre um detalhe tão banal se confiava nas garotas mágicas? 

- Simplesmente porque eu acabo me curando como toda garota mágica – Kyubey começou a explicar. – Alguns ferimentos levam mais tempo que outros, como esse, porém sempre volto ao normal cedo ou tarde. Que tipo de realizador de milagres eu seria se não pudesse me curar? 

- Nunca nos falou antes sobre isso. 

- Vocês nunca perguntaram. 

- Já chega, os dois – interrompeu Mami. – Kyubey está bem, é o que importa. A discussão aqui acabou, não tem mais motivo para o bate-boca, Makoto sabe que o que fez é errado e se arrepende, acredito – acrescentou a última palavra sendo a alfinetada final –, e isso nunca mais vai se repetir. 

Mudando o tom, continuou: 

- Vão querer mais alguma coisa? 

 

“Francamente, como pude ser tão burro?!” – irritou-se consigo mesmo. 

Voltando à caçada, Makoto continuou se culpando pelo deslize, não podia ter atacado Kyubey na frente de Mami, querendo ou não ele foi o fio de esperança que a ajudou quando mais precisou, ela tinha um carinho e gratidão especial por ele, mesmo que achasse que a vida de uma garota mágica seja demasiada complicada e não queira que outras pessoas vivam o mesmo destino, não atrapalharia caso Kyubey recrutasse outras pessoas – na verdade, com seu coração grande e mole, apesar da pose de durona, ela cuidaria da pessoa como mentora e uma irmã mais velha, guiaria e apoiaria a pessoa em tudo. 

Mas o que poderia fazer? Rei e Yumiko acabaram envolvidos na realidade das Bruxas, daquele ponto em diante não haveria retorno, e Kyubey oferecendo o contrato era a última pá de terra na cova. Makoto não agiu sob nenhum pensamento, cortar a cabeça do realizador de desejos foi a primeira coisa que lhe ocorreu, o resto foi um plano desesperado pra manter a ordem. E se isso significava a segurança de Rei, não se arrependia. Podia se sentir culpado por trair a confiança de Mami, mas carregava a certeza de que faria tudo de novo se necessário. 

“Quantas vezes serão necessárias?” 

Sim. Esta foi a primeira, mas quantas outras vezes teria de repetir o mesmo processo de passar por cima dos outros, abandonar princípios e trair confianças. Alias, parando pra pensar, Mami não fora sua primeira vítima, certo? Roubar as memórias de alguém e impor sua decisão sem dar chances de escolha era um ato de traição, uma violação que não podia ser perdoada. 

“Eu... Eu mereço o amor dele, afinal...?” 

A dúvida lhe assombrou, o dominou por completo, sentiu seu corpo congelar, não conseguia mais se mover, suas mãos tremiam nervosas enquanto pensava em tudo que tinha feito e o que tinha perdido. Rei era sua última âncora, não podia perder ele. Sem ele, perdia a razão pra continuar lutando – e perderia a última preciosidade da sua vida. 

O que lhe trouxe de volta foi o brilho da sua gema. Segurando o pingente do colar de ouro, encarou a pedra escarlate que piscava alertando a manifestação de alguma Bruxa, as leituras eram diferentes da que atacou no shopping, mas parecia igualmente intensa. Deixando que a joia o guiasse, Makoto seguiu com passos cautelosos para não perder nenhum lugar, até que então chegou à fonte da magia. Soltando o colar, ele observou o local que lhe era apontado: o edifício comercial de uma empresa. Um pouco confuso, checou a gema novamente para ter certeza, mas o brilho intenso que ela emita não deixava qualquer dúvida, era ali. 

Como estava na parte dos fundos, caminhou pela viela até a outra calçada, talvez fosse ali, mas nada da passagem para dentro do Labirinto se revelar. A rua estava com movimento comum, por fazer parte do distrito fabril não tinha muito movimento de pedestres, somente alguns carros que iam e viam em modo automático, ninguém notaria a presença dele de primeira. Encarou a portaria de vidro, finalmente entendendo que o problema não era externo. A parede de vidro que deveria ser transparente estava completamente opaco, não para enxergar nada do que acontecia lá dentro, nem mesmo se ouvia nenhum som. Sacou o relógio de bolso e chamou pela lança dupla, então empurrou a porta e foi engolido pelo Labirinto. 

 

O Labirinto que tinha dentro do edifício não era trabalho de uma Bruxa, mas de um Familiar desgarrado que acabou se perdendo da sua criadora e acabou encontrando um lugar para se alimentar, crescer e então se tornar uma segunda versão da dita Bruxa. O cenário agora era uma maré de ondas azul, vermelho e verde com um céu estrelado. 

Não demorou para o Familiar aparecer, era uma flor com corpo de sereia e lábios carnudos irregulares. Inicialmente não demonstrou inimizade, porém ao se dar conta da presença do garoto mágico, o grito que escapou era um som estridente e agudo, um verdadeiro grito de alguém em pavor, e que ecoou por toda extensão do edifício. Makoto jogou sua lança que cravou na parede, atravessando o corpo da criatura que se desfez em conchas e água. Pronto, tinha se livrado da ameaça e poderia verificar como estavam os civis. Porém... 

- O quê?! 

Makoto viu o caminho até a secretária ser impedido por uma rajada de bolhas, e então outra e outra, até as estrelas que antes enfeitavam o cenário iam em sua direção. O Labirinto não tinha se desfeito e no térreo, vingando o companheiro morto e impedindo seu avanço por outros Familiares semelhantes. Já era tarde, o Familiar original tinha se alimentado o suficiente e estava pronto para evoluir. Isso travou a respiração do garoto mágico, tinha chegado tarde demais, já tinham se feito vítimas antes que pudesse impedir, o melhor cenário agora era conseguir matar o Familiar antes que fosse tragado junto com tudo e todos para um Labirinto de Bruxa. 

- Eu não tenho tempo pra perder com vocês! 

Sua joia da alma brilhou e mudou sua cor, o vermelho foi tomado por um tom escuro, um azul profundo que ia tendendo para o cinza, então tudo congelou, as estrelas e bolhas não se mexiam, os Familiares ficaram em seus lugares, Makoto era o único que continuava intocado. Sua magia, seu trunfo: manipulação do tempo. A mesma que lhe permitiu “roubar” as memórias de Rei e Yumiko, era agora a que o permitia evitar mais tragédias e salvar as pessoas desta maldição. 

Dando prioridade para se livrar dos familiares do térreo, acabou com todos antes de correr até o elevador e usar mágica nele. Os botões se tornaram uma grande bola de gel e a cabine do elevador, um tom mais vivo e colorido, e sua função já estava determinada para o levar onde deveria. Se fosse seguir uma lógica, os Familiares não possuem um raciocínio apurado, seguindo a hierarquia como mandava, tendo aquele que gerou o Labirinto onde seria a área do chefe, e mantendo os outros para o proteger enquanto se transformava. Uma espécie de formigueiro ou colmeia, onde as operárias tinham a função de proteger a rainha a todo custo. 

Assim que chegou no último andar, a sua magia perdeu o efeito, a Joia da Alma voltou a ter seu tom vermelho como sangue e o tempo a se mover, retornando o caos de antes. Assim como na recepção, os minions não tardaram a atacar, lançando bolhas, estrelas e, agora, anzóis na sua direção. Felizmente sua mágica ainda surtia efeito no elevador, criando uma barreira que o protegia, porém isso não impediu que a cabine tivesse variações, pois, como Makoto notou, os fios de aço estavam sendo cortados para o lançar trinta andares em uma queda mortal. 

Antes que a cabine caísse, Makoto lançou-se para fora do elevador e partiu para o ataque. Saltando sobre as mesas com equilíbrio e determinação, seguiu contra os Familiares tirando toda vantagem que sua lança proporcionava, atacando e defendendo, falhando somente quando um anzol passou lhe cortando a bochecha, o distraindo o suficiente para uma rajada de bolhas explodir a mesa em que estava, o lançando contra a parede. Mas o garoto mágico conseguiu se recuperar antes que fosse pego pelo próximo ataque. 

Assim que limpou aquela parte das garras das criaturas, seguiu para a porta que levava à sala do chefe onde estava o verdadeiro desafio. Se matar o Familiar principal, desmantelaria o Labirinto e todo os outros morreriam juntos. Soltando um último suspiro de hesitação, abriu a porta e então outras foram fazendo o mesmo até que fosse tragado para o coração da colmeia. E lá estava a criatura consumindo o homem responsável pela empresa para terminar sua transformação. 

- Eu não vou permitir! – Makoto bradou ao partir para o ataque. 

O Familiar reagiu imediatamente ordenando seus minions, como a rainha sendo protegida pela colmeia, eram bolhas e estrelas caindo de todos os lados, Makoto fazia seu melhor desviando e defendendo, atacando e contra-atacando, destruindo os serviçais da central e ganhando terreno até que foi pego de surpresa pelo Familiar. Vendo que suas cópias não estavam resolvendo e que o algoz se aproximava, decidiu atacar, e uma onda de partitura musical o atingiu, jogando-o contra a parede da entrada do escritório e o afundando nela. Makoto ficou preso dentro da depressão, o buraco tomara a sua forma, e antes que conseguisse se soltar uma segunda rodada de partituras o atingiu derrubando a parede e o jogando de volta para a área dos auxiliares. 

“Masaki-san!” 

A voz de Mami Tomoe soou na sua cabeça, o elo mental alimentado por Kyubey tinha sido ativado novamente, sinal de problemas. 

“O que houve?” – respondeu enquanto dava continuidade à luta. 

“Precisamos que venha rápido!” 

Nagisa estava junto, não era nenhuma surpresa, mas deixava tudo ainda mais urgente. 

“Estou ocupado no momento, um Familiar está quase se tornando uma Bruxa.” 

Não tinha outra maneira de falar, era a realidade, o monstro estava dando mais trabalho do que ele esperava. 

Houve um momento de hesitação da parte da garota, deixando tudo ainda mais preocupante. 

“Vamos tentar segurar essa louca ao máximo, mas se apresse, Nagisa está quase caindo e não acho que só minha magia seja o suficiente para detê-la” – passou o aviso final, e antes de cortar a comunicação, deixou suas últimas palavras. – “Masaki-san, boa sorte, e tenha cuidado.” 

“Não se preocupe” – ele pensou decidido a encerrar logo a batalha e salvar todos ali para correr em socorro das suas amigas. – “Eu vou dar um jeito nisso.” 

E já tinha a suspeita de quem poderia ser a agressora. 


Notas Finais


Obrigado por lerem.


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