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História Puer Magi Makoto Mágico - E agora? - parte I


Escrita por: vccotrim

Notas do Autor


Bora lá!

Capítulo 9 - E agora? - parte I


Os passos eram sincronizados guiados pelo silêncio da caçada. Makoto Masaki guiava com sua Jóia da Alma na mão, a gema vermelha brilhando mais do que da última vez que ele, Rei Toujou, tinha sido. Agora que suas memórias do primeiro encontro com este mundo estranho de Bruxas e Garotas Mágicas tinha voltado, lembrava que a pedra escarlate estava gasta com seu brilho pouco ofuscado. Rei olhava sem saber o que falar. Após a conversa da noite anterior, não sabia o que pensar.

 

- Então, o que você desejou? – a criatura repetiu a pergunta saltando para dentro da sala e subindo na mesa de centro. Makoto não estava nada feliz, dava para ver o ódio no olhar dele, mas não fez nada contra o ser a quem este sentimento era direcionado, suas preocupações eram outras.

O ruivo soltou um longo suspiro acalmando a tempestade dentro dele. Sua cabeça era uma grande confusão, mas precisava ser totalmente honesto agora. Não iria esconder mais nada de Rei.

- Meu desejo – falou recuperando a força para se manter firme – foi salvar você, Rei.

Houve um longo silêncio. Rei ficou em choque porque não conseguia entender o que estava acontecendo, não conseguia se lembrar por mais que tentasse de alguma coisa que o fizesse pensar que Makoto desejasse pela sua salvação. Então, em um rápido estalo, veio a imagem do sonho, Makoto o abraçando já morto, as lágrimas escorrendo pelo rosto perdido em dor em um cenário de puro caos. A criatura peluda encarando impassível, exatamente igual naquela hora. Sem sentimentos, sem surpresas, apenas assistindo e esperando sua vez.

- Entendo – a criatura falou. Não havia surpresa, espanto ou incômodo, somente o som da clara compreensão.

Ele voltou pra janela por onde entrou, encarando Makoto mais uma vez antes de falar.

- Bem, espero que consiga realizar seu desejo finalmente, mas acho que está atrasando o inevitável.

Logo terminou a sentença e sumiu de volta pra cidade pra onde quer que fosse.

Não houve muita conversa depois disso. Rei não teve coragem de perguntar do que ele estava falando, mesmo depois de ter pedido para ouvir a verdade. E agora que estava com ela em suas mãos não tinha coragem de agarrar. Pediu para ir embora. Makoto quis acompanhá-lo até sua casa, mas negou companhia na hora – precisava de um momento sozinho.

A noite foi uma longa jornada em claro. Estava com medo de dormir e o sonho voltar.

“Meu desejo foi salvar você, Rei.”

Não foram palavras vazias, nem falsas. Makoto estava certo no que falava sem nenhuma hesitação, somente determinação e honestidade. O brilho triste em seus olhos mostravam como aquilo também doía nele, mas fora uma situação inevitável, a coisa só acabaria piorando se seguisse escondendo e enganando.

Rei não notou quando acabou caindo no sono, mas não teve sonho naquela noite, somente o vazio e a culpa junto com incerteza. A ideia de que tinha sido morto por um monstro e salvo por um garoto que nem tinha visto antes era algo que o esperava. Mas a lembrança, o carinho de Makoto por ele e sua determinação em uma tola tentativa de mantê-lo longe daquele mundo mostrava que já tinham se conhecido antes. Mas como? Onde? Por quê? Eram as perguntas que ainda pairavam e ele não quiseram ouvir.

Na escola não conseguiu prestar atenção em nada do que o professor falava, sua cabeça estava perdida no sonho e na Bruxa do shopping que raptou ele e Yumiko. E agora sabia que Mami Tomoe, uma das veteranas do terceiro ano, era uma Garota Mágica e ajudou Makoto a os salvar junto com Nagisa Momoe, uma garotinha do primeiro ano que não se parecia em nada com uma guerreira mágica.

Algumas vezes se pegou olhando para Makoto, mas quando o ruivo levantava a cabeça para o encarar, desviava na hora. Seu caderno de ciências estava com anotações em francês sobre o que estava questionando – e era muita coisa. Quando o sinal do intervalo tocou saiu correndo para o terraço, não parando para ninguém, estava se sentindo sufocado, agoniado, e queria respirar. Foi quando ela apareceu.

- Desculpa te incomodar – ela começou. – Mas sinto que você precisa falar com alguém também.

Mami Tomoe sentou-se em um dos bancos acenando para Rei sentar ao seu lado. Ela abriu o bento preparado por ela mesma entre os dois. A comida colorida foi um chamativo junto com o cheiro delicioso que subia.

- Ele te contou, não? 

Rei não respondeu. Nem precisava, ela sabia de tudo já.

- Eu também pensei a mesma que você quando encontrei ele pela primeira vez – Mami continuou sorridente e se servindo com pequenas porções como uma lady. – Eu estava em casa, sozinha, ainda nem conhecia a Nagisa. Estava aproveitando meu chá da tarde estudando mais uma batalha vencida contra uma Bruxa quando ele bateu na minha porta. Ele estava esbaforido, tinha corrido quase metade da cidade para chegar no meu apartamento e subiu a escadaria correndo sem trégua. Eu estava confusa e assustada, não entendi nada do que estava acontecendo – ela riu ao visualizar a cena novamente. – Ele pediu sem hesitação: “Tomose-san, por favor, poderia me treinar?” eu fiquei sem reação, não sabia como ele me conhecia e nem sobre ser uma Garota Mágica. Achei que era mais um doido, ia bater a porta na cara dele e chamar a polícia. Até que ele me mostrou a Jóia da Alma dele e explicou a situação. Nunca vi tanta determinação numa pessoa, ele estava realmente desesperado pra aprender, e se mostrou um aluno de primeira. Lutamos juntos há bastante tempo pra saber o que ele sente, pensa e esconde. Acredite, também sei que Makoto não foi totalmente honesto comigo, mas não duvido dele. Ele tem um coração puro, jamais faria qualquer coisa para prejudicar alguém. Se fosse o caso teria feito há muito tempo.

Rei encarou a loira tocado com o que ela tinha contado, mas não conseguia deixar de sentir a hesitação o dominar, eram garras profundas agarradas em sua alma o puxando para a ignorando, o fazendo em saber a verdade desta vez.

- Por que está me contando tudo isso? – não pode deixar de questionar. Não parecia algo que alguém simplesmente falaria sem intenções.

- Quero que dê uma chance para o Makoto – ela respondeu em rodeios.

- Ele que te mandou aqui?

Era estranho Mami vir com essa conversa logo após essa situação. Ela e Makoto se conheciam há mais tempo, ele podia ter pedido para que o ela influenciasse.

Mami negou.

Ela sabia do problema entre os dois, Makoto tinha desabafado com ela sobre o que acontecera, e ela, vendo o abismo nascendo, decidiu tomar uma decisão. Makoto não sabia que ela estava ali porque nunca permitiria que ela ou Nagisa falasse qualquer coisa que mudasse a opinião de Rei. Queria resolver a situação sozinho e que o estrangeiro tomasse suas decisões.

- Estou pedindo como professora e amiga dele – ela explicou. – Esse mundo mágico de desejo e luta não é como você está imaginando. É bem mais duro do que parece. E não quero ver meu precioso aluno perdendo a esperança dele. Por isso vim aqui. Só uma chance é o que peço, por favor.

E assim os dois acabaram juntos na caçada pela Bruxa do shopping. Quando Makoto saiu após terminar suas tarefas na limpeza da sala, deu de cara com Rei o esperando no portão. Uma chance. Ele queria ver o que Makoto fazia nessa vida de Garoto Mágico. Inicialmente o ruivo foi completamente contra, mas acabou cedendo percebendo que Rei não iria desistir e que isso o faria perder ele.

- Tudo bem, pode ir junto – respondeu rendido.

- E mais uma coisa – Rei complementou. – Quero que me diga o que aconteceu, porque desejou a minha salvação.

Demorou um tempo. Pareceram minutos, mas foram somente segundos.

- Eu conto – Makoto concordo. – Toda a verdade.

 

- Então, como funciona esse lance? – Rei perguntou.

Sem tirar os olhos da jóia, Makoto seguiu para a saída do shopping.

- Estou analisando os traços de magia deixados pela Bruxa naquele dia. Como já tem dois dias que ela fugiu os sinais estão fracos, mas é o suficiente – ele responde.

- Tem algum jeito de facilitar a busca?

- Geralmente as Bruxas ficam em locais isolados. Prédios abandonados e em obra, estações pouco movimentadas, becos... Geralmente é onde ocorrem os casos de homicídio ou suicídio misteriosos, mas essa Bruxa é diferente, ela nem mesmo se importou em se esconder no Coração do Labirinto, e podemos tombar com algum Familiar que escapou e está crescendo.

Rei finalmente estava entendendo um pouco desse mundo. Era estranho pensar que tudo isso estava acontecendo debaixo dos olhos de todo mundo. Ver Makoto tão mergulhado na missão, seguindo cada passo da Bruxa do shopping determinado a encontrar ela o mais rápido possível, o rosto fechado numa carranca séria, queria resolver logo o assunto, não podia deixar mais pessoas serem machucadas.

- Como sabemos que é uma Bruxa agindo? – Rei perguntou.

- Lendo os sinais, tipo o Beijo de Bruxa, ou detectando a magia. Fora isso, não tem muitos meios. Mas não podemos tirar os olhos mesmos dos casos de desaparecimento.

- Tipo o da família de ontem?

- Exatamente.

No dia anterior uma família inteira foi dada como desaparecida como se simplesmente tivessem evaporado. O carro estava na garagem do apartamento, o apartamento estava intocado quando a polícia analisou. A família, um casal e duas crianças, não tinham sido nem registrados saindo do condomínio. Mami e Nagisa tentaram investigar, mas sem sucesso, pois não puderam se aproximar da cena do crime e não podiam sair lutando contra todas as Bruxas da cidade, seria o mesmo que caçar uma agulha no palheiro. Contudo, se não agissem rápido...

- Makoto! – Rir gritou apontando para o alto.

Do terraço de uma torre de vidro e metal um homem de quarenta anos se balançava na borda, lançando-se em um mergulho mortal. Makoto saltou na direção do homem se transformando para seu uniforme de Garoto Mágico. Conseguiu apanhar o homem em segurança nos seus braços e voltou para o chão com ele em segurança.

- Ele...

Sim. O pai da família desaparecida. Em seu pescoço um desenho com o rosto se um coelho, a marca do Beijo da Bruxa.

Rei em choque só conseguia observar Makoto deixando o homem em segurança encostado na parede. Parecia que ele tinha caído em um sono profundo, completamente sem reação.

- Vai ficar bem – Makoto respondeu rapidamente tentando achar o garoto. – Vamos.

Makoto reagiu a tudo com tranquilidade, mas também estava sentindo o nervosismo. Se o homem estava ali, a família poderia estar presa dentro do Labirinto ainda, o que não era uma situação melhor.

Os dois foram para parte de trás do prédio com Makoto liderando, seus olhos analisavam friamente o ambiente, até que a entrada apareceu. O rosto do coelho flutuava com bolinhos e poções orbitando.

Antes de entrarem o ruivo olhou mais uma vez para Rei, os olhos vermelhos encarando os azuis profundos.

- Está mesmo pronto pra isso? – perguntou. A voz tensa e séria mostrando que aquela era a última chance de voltar atrás com a decisão.

Rei concordou com a cabeça mesmo sem conseguir verbalizar. Estava assustado, mas não ia desistir ali, estava na hora de ver com os próprios olhos mais uma vez.

Sem aviso, Makoto segurou a mão dele e o puxou junto para dentro do Labirinto.

- Não saía de perto de mim – ordenou já trocando a mão de Rei pela lança de lâmina dupla.

Rei seguiu a ordem de Makoto sem ter o que fazer. O ruivo liderava atacando os monstros que se aproximavam, não deixando nenhum soldado-baralho ou coelho-relógio se aproximar, as lagartas-pires não tinham a menor chance. Seu sangue acelerou com a adrenalina, o coração batia tão forte que sentia que iria saltar pela garganta, mas não sentia medo, estava impressionado, admirando. Makoto se movia inabalável e com precisão, às vezes tão rápido que ele simplesmente saia de um lugar para outro.

Passaram por campos de corações, o labirinto de rosas, júri do chá... Era como estar realmente no País das Maravilhas, maluco e hipnotizante. Rei já estava perdido sobre onde estavam, não sabia o quanto tinham avançado, não conseguia nem mesmo imaginar um retorno seguindo o caminho que tinham feito.

- Estamos quase perto – Makoto comentou enquanto abria a porta pro próximo andar.

Então veio o som constante da martelada. A Bruxa estava ali.

O baú de doces a frente deles foi explodido por um martelo de juiz. A Bruxa os encarou em um novo salto. Makoto se jogou para trás deixando Rei grudado em suas costas, então, com um brilho da joia em seu pescoço, tudo congelou.

- O que é isso? – perguntou Rei confuso.

- Não me solte – Makoto avisou segurando a mão de Rei outra vez, o puxando e o abraçando com um dos braços, colando seus corpos.

Rei só concordou pego de surpresa.

Com a mão livre, Makoto fez sua lança brilhar e dividir em outras menores, lançando-as em diferentes direções ao redor da Bruxa. Com a última a ergue sobre suas cabeças, a lança triplicou seu tamanho, e o tempo voltou a correr. Makoto lançou a lança maior contra a Bruxa, partindo o corpo dela ao meio. As menores, girando como bumerangues, mutilaram os Familiares próximos e voltaram contra a Bruxa concentrados em um único golpe.

O chapéu caiu no chão e as pernas de coelho não se moviam mais. Tinha acabado finalmente.

Estava caindo. Foi tudo muito de repente. Rei não viu o chapéu se mexendo e nem quando Makoto o jogou para trás. Só percebeu o problema quando viu uma lança com ponta de coração cortando o ruivo na barriga.

Novas pernas tinham surgido do chapéu que se levantava outra vez agora com uma nova arma. Novos Familiares se aproximaram aproveitando o intervalo. A Bruxa era protegida por novos soldados-cartas que se juntaram em uma formação militar perfeita. Rei finalmente sentiu medo, o pânico de estar ali. Estavam perdidos. Iam morrer ali.

Mas o Garoto Mágico se levantou outra vez, não parecia atingido pelas dores do ferimento.

- Rei, quando eu vou forçar uma abertura – ele começou a instruir outra vez. – Salte assim que abrir.

Por um momento pensou em concordar, queria sair dali. Mas, em um segundo de lucidez, pensou que isso seria abandonar Makoto. Ele não iria abandonar a luta contra a Bruxa. E pela situação poderia... Então agarrou a mão dele e o olhou juntando toda coragem que ainda tinha.

- Eu não vou te abandonar! – falou.

- Mas-...

- Sem mas! Se você fizer isso, considere nosso encontro cancelado!

Isso pareceu prender a atenção do ruivo, que deu um sorriso tímido, trazendo de volta o jeito doce dele.

- Observe, eu não perder – respondeu se sentindo mais confiante. – Agora é pessoal!

Sob o comando dele, doces choveram sobre a frota de baralhos. Eram doces comuns – pirulitos, balas, chicletes, barras de chocolate –, mas ao encontraram o exército, simplesmente explodiram, varrendo o campo. Assustada, a Bruxa olhou para trás tentando entender o que aconteceu com suas criaturas, e nessa hora um alfinete gigante choveu, prendendo o chapéu no chão, e como cereja do bolo, flores atacaram com suas raízes rasgando o chapéu. Porém, quando o chapéu foi rasgado, uma lagarta azul cartunesca com o rosto feminino de um desenho infantil de giz de cera. Ela deu um grito misturado com uma estranha risada e simplesmente pulou em buraco.

- Obrigado – Makoto agradeceu.

Três garotas surgiram na frente deles usando roupas fofas. A primeira de cabelos negros até os ombros e olhos roxos vestia uma roupa de bruxa com as cores preta, laranja e branca, a fivela do deu chapéu de bruxa era uma pedra carmesim. A segunda, uma loira de pele morena, usava um vestido de tom pastéis nas cores verde e vermelho, o cabelo loiro preso em um coque segurado por uma flor cor de rosa. A terceira tinha cabelos alaranjados preso em twintails com vestido vermelho e dourado com um avental branco.

- Nada – respondeu a bruxa.

- Desculpe o atraso – comentou a de tons pastéis, um pouco tímida. – Demoramos pra achar o Labirinto, estava se movendo durante a luta.

A última se aproximou de Rei como se o analisasse curiosa, checando para ver se ele era real.

- Então você é o famoso garoto que roubou o coração do nosso Makoto, hein – ela comentou em uma última olhada.

- Hey, Hira, não fale essas coisas, não é educado! – a bruxa repreendeu.

- Mal, mal, só queria finalmente conhecer ele. Ouvimos muito de você – Hira respondeu.

- Isso não posso negar – concordou a bruxa.

Ela se aproximou estendendo-lhe a mão para um aperto amigável.

- Sou Amai Akano. Esta é Rosalia Himeko – falou apontando para a de tons pastéis. – E ela é Hira Konomi.

- Chamei elas para me ajudarem caso desse algum problema – Makoto explicou percebendo o olhar perdido de Rei. – Mami e Nagisa devem estar chegando daqui a pouco.

- Tem tempo que não vemos ela – comentou Rosalia. – Eu gosto dos bolos dela, queria comer mais.

- Vai poder comer mais depois que matarmos essa Bruxa – ouviu-se a resposta de alguém se aproximando.

Mami pousou elegantemente ao lado do grupo com Nagisa vindas de outro andar.

- Ahn?!

- Como estamos todos juntos, vai ser um bolo especial – completou ela.



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