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História Puppets Of Destruction - Oportunidade.


Escrita por: Ashmedhai

Notas do Autor


VOLTEEEEEEEEEEEEEEEEEEEIIIIIIIIIIIIIIIII \o/
PQP COMO TAVA COM SAUDADE DISSO!
Eu sei que tinha dito que retornaria só em dezembro e talz, mas a saudade de vocês foi maior então cá estou <3
Ja vou adiantando que essa Fic é COMPLETAMENTE DIFERENTE do Mood de BCR, vai ter umas treta e pá pq vcs sabem que eu amo ver o circo pegar fogo, mas ela não vai ser pesada como BCR foi. Espero que vcs gostem <3
A temática dela é de um universo que eu convivi MUITO pela maioria da minha adolescência/ vida adulta até ano passado, quase todos os personagens são inspirados em pessoas que foram do meu convívio e por ter um background meio incomum, talvez possam surgir duvidas então ja adianto: NÃO HESITEM EM ME PERGUNTAR!
Passo o dia todo com o twt aberto, quem ja me leu antes sabe que eu respondo todo mundo, então podem chamar que responderei com o maior amor, e aqui tbm. Podem comentar e mandar msgs que eu responderei de imediato.
Enfim, tenham uma boa leitura, divirtam-se e se preparem pq essa fic, ao meu ver, vai ser mais longa que BCR <3
PS: Palavras marcadas com " * " terão explicação nas notas finais.
PS2: Capitulos que citarem musicas ganharão playlist la embaixo tbm, mas fica a criterio de vcs escutarem, ok? Elas nunca serão de K-pop, são bem "pesadas" digamos assim, mas pra quem tiver curiosidade, fique a vontade.
KissKiss
~~Ashmedhai

Capítulo 1 - Oportunidade.


Fanfic / Fanfiction Puppets Of Destruction - Oportunidade.

“PROCURA-SE BATERISTA

NECESSARIO DOMINIO DAS TECNICAS:

SPEED PEDAL DUPLO E BLAST BEAT*

TAMBÉM É NECESSARIO NÃO SER CUZÃO”

- Mas que caralhos tem a ver o cara ser cuzão ou não se ele souber fazer um blast decente? – Foi o que Jimin murmurou ao terminar de ler o anuncio.

O fato era que Park Jimin já estava no auge dos seus vinte e poucos anos, sonhava em ser musico desde os seis, estava frequentado aquele conservatório desde os dez e até agora o mais perto de “uma banda” que havia chegado era a banda da igreja que sua família frequentava, e era justamente tentando sanar tal problema que o rapaz de cabelos negros estava parado em frente ao mural de anúncios da escola de música.

A pressão da sua família para escolher uma faculdade logo – não deixando Música como uma opção – tirava seu sono porque apesar de ser um exemplo de filho desde que se conhecia por gente, já estava cansado de ver seu futuro sendo decidido por todo mundo, menos por ele. Jimin queria ser músico, queria viver de musica. Só a ideia de ter passado mais da metade da sua vida em uma escola aprendendo os mais diversos instrumentos já deveria ser motivo suficiente para seus pais acreditarem em si.

- Jimin, tu não ta pensando em entrar numa banda de Heavy Metal** não, né? – Questionou o primo, Kim Taehyung, retirando a folha de sulfite impressa da parede e logo encarando o rapaz com ar incrédulo. – Serio, seus pais nunca deixariam você participar dessas coisas. Fora que sei la... Essa coisa de "metal do mal" me parece meio que coisa do capeta. – Concluiu torcendo o nariz, finalmente ganhando a atenção do Park sobre si.

- Tae, tem algum outro anuncio que tu acha que eu me enquadraria? – Rebateu voltando a olhar o mural a sua frente. – “Soprano para coral”, Não! “Violinista para orquestra”, Não! “Pianista para outro grupo de igreja”, Não também! Só tem essa merda aí. – Falou suspirando. – Eu só preciso pegar um pouco de experiência e conhecimento de palco. Depois que eu aprender bastante, faço teste pra alguma gravadora grande aí, e sei la, vou tocar pra algum cantor solista renomado até conseguir compor por mim mesmo e lançar um álbum solo.  – Concluiu dando de ombros e logo a gargalhada de Taehyung o assustou.

- Claro! Fácil assim tu entrar numa banda, de um estilo que você não é habituado a tocar, e tudo passar a dar certo do nada! Jimin, serio mesmo, de coração... Tu sabe que eu sou teu melhor amigo e vou te apoiar em tudo o que decidir, mas pensa direitinho se vai valer a pena comprar uma briga desse tamanho com os seus pais por causa de algo que você nem sabe ao certo no que pode dar... – O riso soprado fugiu de Jimin que passou a encarar o amigo com ar de deboche dançando na face.

- Me responde rapidinho aqui, Kim Taehyung? O que eu tenho a perder? – Questionou e logo o Kim deu de ombros.

- Os dentes talvez, ou um teto sobre sua cabeça... Na verdade, tu sabe que pode perder tudo a hora que seu pai imaginar que você não vai pra faculdade por mais um ano correndo atrás de ser um “musico famoso”. Fora que olha bem o simbolo dessa banda aí... Eles parecem marginais só pelo nome do grupo! – A intenção do rapaz não era em momento algum desmotivar Jimin, mas precisava ser realista e fazê-lo ponderar, afinal, um emprego normal não era de um todo ruim. Ele mesmo era bem satisfeito com sua faculdade de Direito e seu estagio de meio período e realmente tinha esperanças que seu amigo mudasse de ideia e obedecesse seus pais.

- “Puppets Of Destruction” – Leu torcendo o nariz. – “Marionetes da destruição” – A gargalhada debochada que ambos soltaram reverberou por toda a recepção do conservatório. – Isso é ridículo, mas sei la, eu preciso tentar. Eu não quero ter a sensação de que desperdicei dez anos da minha vida nessa escola atrás de um sonho que nem vou tentar realizar. – Insistiu e ouviu um suspirar desistente vindo do outro.

- Tente então, Jimin! Liga pro cara, marca o teste e reze pros seus pais nunca descobrirem que você está entrando para o famoso mundo do “Sexo, Drogas e Rock’n Roll”. – Concluiu dando tapinhas amigáveis no ombro do colega e logo jogando a case do seu saxofone no ombro direito, se despedindo em seguida e rumando para fora da instituição, deixando para traz um Park Jimin pensativo, relutante sobre ligar ou não para o numero de um tal de “Monster” que constava no pequeno cartaz.

Suspirando novamente, o rapaz dobrou a folha e colocou-a no bolso da sua bag de Pratos* e antes de fechar o zíper, sentiu seu celular vibrando no bolso. Nem precisava olhar para saber que era seu pai lhe avisando que o esperava em frente ao conservatório e com tal ideia na cabeça, caminhou até a calçada, já avistando o sedan preto de luxo estacionado do outro lado da rua. Logo que atravessou a via, ouviu o som do porta-malas sendo destravado. Guardou seus pertences la e rumou ao banco do caroneiro, sendo alegremente cumprimentado pelo progenitor.

- Que bom que sua aula acabou cedo hoje! Essa noite teremos um jantar de negócios la em casa e eu gostaria de te apresentar como meu assessor para os clientes. – Disse o mais velho com um sorriso radiante no rosto.

- Mas pai, eu não faço ideia do que seu assessor faz! O Senhor vai acabar ficando em maus lençóis me apresentando assim. E se eles me perguntarem algo? – Falou temeroso e ouviu uma bufada frustrada vinda do senhor Park.

- Aí que tá, né Jimin?! Se você tivesse começado faculdade quando terminou o ensino médio e vindo trabalhar pra mim, poderia até comandar a reunião no meu lugar... Mas não... Meu amado filhote prefere ficar enfurnado nessa escola de musica inútil sonhando com coisas mais inúteis ainda, do que finalmente cair na real de que todo o império da família será seu um dia!

 O sorriso amarelo e falso que mostrava demais os dentes relativamente tortos de Park JungSoo fez um arrepio percorrer a espinha de Jimin. Em qualquer outro momento, o rapaz de cabelos negros teria retrucado seu pai, teria enfatizado que aquilo não era inútil, era seu sonho, mas aquela quarta-feira em especifico havia sido cansativa em demasia. Havia passado a manhã toda praticando contrabaixo e guitarra em casa tendo sua mãe lhe interrompendo a cada dez minutos pedindo pra ele abaixar o volume do seu Marshall AVT150****. A maior vontade do Park era que um dia sua amada senhora entendesse que quando se tem um amplificador de 150 wats, não é tão fácil assim só “abaixar o volume”. No entanto acabou dando-se por vencido e logo depois do almoço foi para a escola de música onde por mais uma tarde, se concentrou em melhorar suas técnicas na bateria –o instrumento que era sua real paixão - e quando já sentia os músculos das coxas e dos braços pedindo descanso, encontrou o primo só para lhe colocar pra baixo, pelo menos era o que pensava.

Assim que chegou em casa, conforme o pedido do seu pai, Jimin foi diretamente ao seu quarto para tomar um banho e se arrumar para o tal jantar. Quando saiu do banheiro encontrou um terno escuro estendido sobre sua cama e viu sua mãe revirando sua gaveta de meias em busca de algo que o rapaz não sabia o que era, mas não pode evitar o frio na barriga lhe cobrindo. Se ela chegasse abrir a gaveta de cuecas, encontraria sua coleção de revistas “educativas” que havia retirado de cima do armário para “catalogar” e guardado ali de qualquer jeito antes de ir para o curso naquela tarde. Tentando evitar o constrangimento, o Park rumou até a frente do armário e levantou a senhora pelos ombros guiando-a para a porta lhe dizendo que não precisava de ajuda para encontrar meias.

- Mas filho, a ultima vez que você disse isso, apareceu no jantar com meias de algodão brancas horrorosas! – Dizia a mulher as gargalhadas enquanto o moreno só sentia suas bochechas queimando ainda mais de vergonha pela senhora zombar descaradamente de si.

- Eu já aprendi a lição, ok? Será que a senhora poderia me dar licença pra eu me vestir? – falou com tom emburrado, novamente lhe empurrando para a saída.

- Oh meu Deus! Meu bebezinho está com vergonha da mamãe? Jimin, eu limpei a sua bunda! Não tem nada aí que eu nunca tenha visto, pivete! – Respondia ainda rindo e provocando o filho mas parou ao perceber que algo o incomodava de verdade. – Jimin? Meu filho, O que você tem? – Perguntou e viu-o menear com a cabeça e o olhar perdido, fazendo-a se aproximar para abraça-lo. – Você e seu pai discutiram de novo? – Questionou novamente e dessa vez um suspiro pesado fugiu do garoto.

- E quando não? Poxa, mãe! Bem que você poderia me ajudar, né? Eu não quero participar dessas reuniões, muito menos ser assessor dele e menos ainda “assumir o império da família” – Disse imitando a voz grave do pai e percebeu o olhar afetuoso da senhora lhe encarando.

- Eu sei que você não quer nada disso, eu sei que você tem seus sonhos, mas você já parou pra pensar que esse pode ser o sonho dele? – O bufar irritado escapou do rapaz e logo os dedos finos da mulher passaram a acariciar os cabelos e o rosto do filho. – Meu anjo, eu entendo que isso não é nada do que você quer pra ti, eu sei que seu sonho é ser musico e você tem se esforçado muito para ser bom nisso, mas seja um pouco mais paciente e compreensivo com ele. Você sabe o quanto seu pai te ama e tem orgulho de você então faça uma forcinha. Só por hoje, sim? – Disse a senhora baixinha acariciando os cabelos molhados do filho que suspirava frustrado.

- E por que ele não escolhe a JiHoon pra isso? Mãe, ela sempre quis trabalhar com ele, já ta quase se formando, entende muito bem dos negócios todos e eu sequer pisei no escritório dele. É até injusto com ela que sempre se esforça pra aprender como as coisas tem que ser enquanto ele não da uma foda pra dedicação dela. – Ponderou e ao fim da fala, tomou um tapa na nuca e um olhar bravo da progenitora.

- Em primeiro lugar, Segure sua língua! Se eu ouvir você falando mais um palavrão sequer aqui em casa, juro que arranco ela fora! – Disse com o cenho franzido, mas logo após rindo da expressão de dor do garoto. – Enfim, você sabe que eu tenho tentado mudar a cabeça do pai de vocês em vários sentidos e não vou desistir, não só por você como por sua irmã também, mas enquanto isso não acontece, se arrume e assuma a posição de braço direito do seu velho. Quando sua irmã chegar eu conversarei com ela. Agora apresse-se! Os clientes devem estar chegando. – Falou já rumando a porta enquanto o garoto gritava um “Obrigado”, se desenrolando da toalha para se vestir.

Quando finalmente ficou pronto, desceu até o escritório de seu pai e encontrou o senhor mexendo em papéis que não fazia ideia do que eram. Logo Jungsoo mandou-o sentar e lhe explicou por alto sobre que tipo de reunião seria aquela e lhe passou algumas respostas genéricas sobre possíveis perguntas que poderiam dirigir a si.

Em menos de uma hora, dois senhores de idade já próxima da casa dos cinquenta anos – deduzindo-se pela aparência – chegaram, e assim, os quatro homens se reuniram no bar localizado em um canto da sala de jantar da casa e conversavam levemente sobre assuntos cotidianos, noticias que foram manchetes nos jornais do mundo naquele dia, inflação, bolsa de valores, enfim, uma gama de assuntos que só faziam o Park mais novo querer sumir dali e ir pra qualquer lugar onde o cheiro de whisky não invadisse seu olfato em companhia da fumaça dos charutos que os três mais velhos aproveitavam.

Não demorou para logo o Jantar ser servido e assim que os pratos sofisticados foram postos a frente deles, ao contrario do que Jimin pensava, tudo tornou-se pior ainda. Na sua cabeça, imaginava que quando fosse hora de comer, finalmente os senhores calariam a boca para se alimentarem, mas aconteceu justamente o contrario. Ainda antes de levar a primeira garfada à boca, ouviu a tal pergunta que sabia há anos que sempre lhe significaria problemas.

“- E então Jimin, Vejo que ainda é um rapaz jovem! Já decidiu qual faculdade cursará? Direito como a mãe ou Economia como o pai?”

Sua vontade foi de responder “Musica, como EU”, mas ao olhar para o progenitor, lhe sorrindo escancaradamente falso, soube que essa era uma daquelas horas em que teria que engolir suas vontades para agradar o velho.

- Eu realmente estou em duvida ainda. As duas áreas me parecem tão tentadoras que ainda não consegui optar entre elas. – respondeu sorrindo tão falso quanto  a expressão de Jungsoo segundos antes, e quando achou que tudo estava bem pelo sorriso do seu pai ter assumido um ar sincero, ouviu uma gargalhada feminina exagerada atrás de si.

- Você, Jimin? Cursando Direito ou Economia? – A sessão de gargalhadas se refez e quando o rapaz pousou os olhos sobre o pai percebeu-o vermelho e com a mandíbula cerrada em nítida expressão de nervosismo. – Não minta para os amigos do papai. Você quer ser um musicistasinho inútil. Vocês sabiam que ele não foi pra faculdade ainda porque passa o dia todo trancado no conservatório da cidade? – A voz da moça de longos cabelos negros borbulhava raiva enquanto falava e logo os olhares tanto de JiHoon como de Jungsoo chamuscavam um contra o outro.

- Não seja assim com o seu irmão, JiHoon! Ele só está indeciso e usa a musica como válvula de escape! – Um riso soprado e fraco escapou do pai que encarou o filho com um ar desesperado, como se pedisse ajuda com algum tipo de confirmação do que dizia, mas notando que o mais novo não diria nada, logo concluiu. – Todos precisamos de um Hobby, não é? – Com tal fala os dois clientes sorriram abertamente e concordaram efusivamente com o Park mais velho, dissipando assim, o clima tenso que quase se instaurara.

A cena que se fez a seguir, fez o coração de Jimin apertar.

Assim que seu amor por musica fora reduzido a um mero “hobby” pelo pai, imediatamente os mais velhos passaram a comentar sobre terem estudado piano ou qualquer outro instrumento que o rapaz simplesmente não dava importância. Jimin percebeu imediatamente os três homens ignorando sumariamente a existência de JiHoon no espaço, era como se ela nunca tivesse pisado ali, como se ela não existisse, e ouviu com o estomago revirando quando seu pai passou a elogiar seu “Ouvido absoluto”, seu “Dom nato para musica” e quase voou no pescoço dele quando, sorridentemente, disse “Ah! Se Jimin não quisesse tanto seguir meus passos nos negócios, com certeza investiria na sua carreira de pianista. Seria um investimento certeiro, pois o talento musical do meu garoto, é incontestável!” E chegava ser impressionante para o mais novo o nível de falsidade que seu pai conseguia alcançar só para entreter e agradar quem poderia engordar sua conta bancária.

Aos poucos, percebeu o olhar da irmã nublando e notou que ela marejava antes de vê-la bufando frustrada e saindo correndo em direção às escadas. Jimin tinha raiva de si mesmo naquele momento porque até o que era motivo de desgosto do seu pai virava motivo de orgulho quando precisava agradar os ouvidos de alguém. Seu pai mentia descaradamente para lhe enaltecer enquanto JiHoon, que tinha todas as qualidades que o velho Jungsoo queria, era sempre posta de lado, mesmo sempre se esforçando para ser a melhor em tudo – e conseguindo, incontáveis vezes –, mas a atenção merecida nunca lhe era dada por um único motivo: Era uma garota.

Jimin a amava. Era a melhor irmã mais velha que alguém poderia ter. JiHoon sempre fora carinhosa consigo, sempre lhe cuidou e protegeu, lhe deu apoio, brincava consigo sempre que podia, lhe ensinava coisas, lhe ouvia, lhe entendia e não lhe julgava. O relacionamento dos dois era maravilhoso e digno de comercial de televisão. Isso, até o dia que JiHoon terminou o colégio.

No dia da formatura da moça, quando questionada sobre o que gostaria de fazer, respondeu de prontidão que queria ser economista e ajudar o pai na empresa da família. Naquele dia, quando achou que veria os olhos do pai brilhando para si e não para o filho homem, - o “filho barão” da família - pela primeira vez, o que viu e ouviu foi o deboche descarado do progenitor.

“-Nem por cima do meu cadáver que filha minha vai se meter a fazer um curso quase só de homens!” – Dizia com os olhos arregalados e o tom nervoso na voz. “- Pode escolher enfermagem e até o magistério, mas Economia, você não vai fazer!”

Foi à base de muito choro da moça e insistência da mãe que Jungsoo mudou de ideia meses depois e a partir dali, tudo só piorou. JiHoon conseguiu ingressar no curso de economia na maior universidade federal com a melhor nota no teste seletivo. Quando contou tal feito ao progenitor, escutou um “não fez mais que a obrigação” como resposta. Na semana seguinte, quando Jimin disse que havia passado para o terceiro ano com duas notas vermelhas, mas que tinha crédito do semestre anterior, foi ovacionado e até um jantar de comemoração se fez e tal fato fez o âmago da moça amargurar. Ela fazia de tudo para agradar o velho, e Jimin, que mal se importava com o futuro da família, tinha toda a atenção e amor do mundo. Essas foram as circunstancias que afastaram os irmãos, fazendo JiHoon odiar Jimin por ter nascido homem e Jimin odiar a si mesmo por não conseguir fazer o pai perceber que não precisava projetar em si o filho perfeito quando já o tinha, inclusive antes mesmo do mais novo ter nascido.  

Quando finalmente aquele jantar teve fim, os contratos foram assinados e os dois visitantes partiram enquanto afirmavam que precisavam marcar uma noite de Jazz para que Jimin tocasse algo pra eles e naquele momento, o rapaz teve certeza que não queria aquele tipo de publico para si. Se um dia fosse angariar fãs, queria que os fossem sinceros, que gostassem da sua musica pelos sentimentos que fosse passar através das notas e não por ser conveniente “Puxar o saco” de um economista influente da cidade.

Já rumava à escadaria, desabotoando o terno justo que o sufocava quando ouviu seu pai lhe elogiando ainda da sala, mas sequer tinha animo para lhe olhar depois de todo aquele teatro desprezível protagonizado por ele. Não se deu ao trabalho de agradecer o cumprimento e ao chegar no quarto, atirou as roupas de qualquer jeito no cesto de roupa suja e se jogou na cama ouvindo o fungar baixinho de JiHoon no quarto ao lado enquanto pensava no que fazer para diminuir o sofrimento da mais velha, mas não conseguia ter ideia alguma.

Apesar de estar com o corpo limpo, a necessidade de relaxar o guiou ao banho novamente e quando voltou ao quarto para finalmente se preparar para dormir, avistou sua bag de pratos ao lado da mesa do computador. Caminhou diretamente até la, abriu o zíper da bolsa e retirou a folha de papel que havia guardado ali. Encarou as letras impressas e finalmente sentiu a coragem que precisava lhe tomando.

“Já que você disse que investiria na minha carreira por ser visivelmente rentável, vamos dar o primeiro passo!” – Pensava enquanto discava em seu celular, o numero do tal de “Monster” que estava impresso no rodapé do cartaz e aguardava com certa ansiedade que fosse atendido logo.

“-Alô?!” – Ouviu ao ser atendido e juntamente a voz, havia uma certa balburdia do outro lado.

- Boa noite! Eu gostaria de falar com Monster... – Disse receoso sobre a pronuncia do nome e logo percebeu o barulho do outro lado diminuindo.

“- Se for cobrança, ele morreu.” – Escutou Jimin e acabou por rir antes de responder.

- Não, não é nada disso! Olha... Eu vi um anuncio dizendo que sua banda precisa de um baterista e estou interessado... – Falou ainda mais receoso que antes, temendo de certa forma que tal vaga já estivesse ocupada mas logo ouviu a outra voz gritando animadamente um “caralho!” que julgou alegre demais para aquela situação.

“- Olha... perai...” – uma serie de murmúrios indecifráveis se fez do outro lado, aumentando a ansiedade do Park mas logo fora chamado a linha novamente. “- Eu to meio ocupado agora então vamos fazer assim: Eu te envio por mensagem nesse numero o endereço de onde os testes acontecerão e a playlist que queremos que você toque. Traga seus pratos e pedais no sábado às 14 horas, tudo bem? Obrigado por ligar”

A ligação se encerrou deixando Jimin com uma grande interrogação pairando sobre sua cabeça. Resolveu que aguardaria a tal mensagem e caso não viesse até a manhã seguinte, ligaria novamente. Salvou o contato do tal “Monster” e já vestia seu pijama para dormir quando seu celular vibrou sobre a mesa de cabeceira notificando o recebimento de uma mensagem e estranhou não conhecer aquele numero mas abriu mesmo assim.

“O endereço é: Rodovia 396 acesso ao aeroporto km 566. É um galpão de uma mecânica de veículos pesados chamado “Suga’s Truck”. Ignore o fato do letreiro estar quebrado.

Você terá que tocar Territory do Sepultura, Painkiller do Judas Priest, Nova Era do Angra e talvez os babacas te peçam algo do Iron Maiden e do Metallica, mas não leve isso como obrigação. Eles não mandam nada nessa merda.

Até logo senhor baterista!”

- Mas que porra de musicas são essas? – Foi o que pensou quando terminou de ler a mensagem e fez a nota mental de procura-las na internet no dia seguinte.

O pensamento que rodava sua mente enquanto tentava pegar no sono era que mal havia entrado de fato para o mundo das bandas e já tinha um desafio e tanto pela frente: Conhecer um estilo musical totalmente fora do que sempre foi mostrado a si.


Notas Finais


* Blast beat= É uma tecnica de bateria que se consiste em fazer o maximo de BPM (batidas por minuto) usando uma unica mão/baqueta.
** Heavy metal = https://pt.wikipedia.org/wiki/Heavy_metal
*** Bag de pratos = É uma bolsa onde se guarda os pratos de bateria. É muito comum de bateristas, geralmente em festivais ou em circunstancias onde não se pode levar a bateria toda, levar apenas os seus pratos, então usa-se essas bags
****Marshall AVT150 = Essa belezinha aqui http://www.tokoalatmusik.com/upload/20120717145433_marshall%20AVT%20150.jpg


Esse foi o primeiro cap, os próximos serão postados todo fim de semana (talvez sabado ou domingo, mas sempre fim de semana)
E como sempre, comentem, mostrem pros amiguinhos e vamos apreciar a maravilha que deve ser Park Jimin suado tocando bateria, pq esse home suado é meu Aesthetic!
A playlist das musicas pedidas é essa:
https://www.youtube.com/playlist?list=PLq5McRfwTofm-VJqHTFF2r5fF1bbvn0DM
Meu twt pra vcs me darem amor, amém <3
https://twitter.com/Ashmedhai
Tenham todos uma semana maravilhosa e até o FDS que vem <3
KissKiss
~~Ashmedhai


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