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História Puppets Of Destruction - Os Sonhos


Escrita por: Ashmedhai

Notas do Autor


Eu sei que o capitulo ta adiantado.
Mais algumas horas que vcs vão saber o porquê.
Boa leitura.

Capítulo 11 - Os Sonhos


Fanfic / Fanfiction Puppets Of Destruction - Os Sonhos

Quando o celular de JiHoon despertou no quarto ao lado do seu, lhe avisando que já eram 6h da manhã da segunda-feira, Jimin revirou-se na cama pelo que seria a milionésima vez.

Sua mente girava tanto que achava que poderia vomitar a qualquer momento. As memórias dos últimos dias indo e vindo com tanta força que o fazia se sentir em uma montanha russa, as lembranças da vontade que sentira de beijar Hoseok no estúdio - pensamentos esses que agora só o perturbavam e o fazia se sentir mal -, e tudo só ficava ainda pior quando, quase que por instinto, seus dedos voltavam a tocar seus lábios, fazendo a lembrança do beijo que trocara com YoonGi lhe voltar com toda força, fazendo-o recordar como fora fraco em não resistir, só aumentando ainda mais sua sensação de vertigem.

Ponderou sobre finalmente levantar e começar a sua semana. Talvez conseguisse uma carona até o conservatório, talvez sua mãe lhe desse alguma tarefa para fazer - algo que duvidava muito - ou talvez só ouvisse sua família ralhando consigo mais uma vez por “Não fazer nada de util da vida” enquanto tomasse seu café da manhã. Não importava para ser sincero, a única coisa que de fato queria era algo para lhe ocupar a mente e não o deixar mais horas ainda preso em todos os pensamentos que lhe perturbavam tanto.

Por fim, optou por sair da cama e mesmo não conseguindo dormir, o cansaço em seu corpo não o permitia andar com a postura correta, obrigando seus ombros a manterem-se para baixo e não lhe dando força o suficiente para erguer os solados dos pés descalços enquanto caminhava a passos lentos até seu banheiro, arrancando a roupa e atirando-a de qualquer jeito próximo ao cesto de roupa suja, sem se importar nem um pouco com sua péssima pontaria que fizera as peças ficarem jogadas ao chão.

Ao sentir a água quente batendo em suas costas, foi como se tal líquido tivesse quase um poder mágico sobre si, fazendo naturalmente sua musculatura toda relaxar. Sem pressa alguma capturou o shampoo e despejou uma quantidade razoável na palma, logo levando aos cabelos e massageando o couro cabeludo com vigor para em seguida aproveitar a espuma e esfregar seu tronco. Sua cabeça já estava mais quieta, finalmente sentia alguma sonolência lhe infringindo e seu pensamento era de voltar para a cama e dormir enquanto pensava sobre como havia sido idiota, já que toda a “leveza” que precisava para descansar lhe veio apenas com um banho.

No entanto quando pegou o sabonete e passou a se ensaboar devidamente, a tensão lhe voltou quase que por completa ao lavar suas pernas e lembrar do toque gelado da palma de YoonGi contra sua coxa, toque esse que contrastou enormemente com o calor que lhe causara.

Toda e qualquer réstia de tranquilidade desceu pelo ralo em companhia da espuma novamente por conta de toda aquela confusão lhe atingindo ainda mais intensamente. Sua mente voltou a brincar consigo, salpicando imagens da palma alva em sua carne, dos lábios rubros no falo do amigo, da pele pálida e delicada exposta a si na noite anterior e foi com o pânico lhe cobrindo por inteiro que reparou no próprio falo começando a ganhar alguma rigidez.

Contudo, se negava. Já considerava que havia passado dos limites em ter se deixado levar e correspondido ao beijo do loiro baixinho, se deixar excitar e masturbar-se pensando nele era inaceitável. Pensando nele e no amigo trocando carícias, então… Inconcebível! Não faria aquilo. Em hipótese alguma desperdiçaria seus momentos de auto-prazer pensando em um homem, quem dirá em dois.

Jimin bufou bravo consigo mesmo, apressando-se em fechar o registro do chuveiro e tirando o que restava da espuma em seu corpo com a toalha, praticamente correndo até o próprio quarto e capturando unicamente uma cueca, trajando-a e se jogando contra o colchão macio quando ouviu passos se aproximando de sua porta. Puxou o lençol sobre seu corpo deitando-se de frente para a parede de forma que, se alguém entrasse ali, visse apenas suas costas e realmente estava certo quanto a suspeitar que alguém invadiria seu cômodo.

- Filho, você já acordou? - A voz da senhora reverberou pelo espaço e logo mais passos para perto da cama se fizeram ouvidos. - Acho que o chuveiro ligado era da JiHoon... - Completou a senhora, mais para si mesma do que para quem pudesse ouvir, enquanto caminhava pelo cômodo.

Jimin conseguia ouvir todos os movimentos da mulher sentindo-se tenso ao pensar que ela poderia notá-lo acordado - coisa que não queria. Escutou quando ela entrou em seu banheiro e pegou sua roupa suja, ouviu quando ela murmurou sobre a necessidade de alguém tirar o pó da mobília do quarto, percebeu quando ela mexeu em seu armário, derrubou por acidente um livro seu e o esforço do Park mais novo em ficar de olhos fechados simulando o sono, aos poucos deixou de ser uma vontade forçada para logo ser vencido pelo cansaço, adormecendo ainda com sua mãe presente no quarto.

Porém, sono não fora sinônimo de mente desligada ou de descanso para o baixinho. Enquanto dormia, sua imaginação voltou a brincar consigo e dessa vez, pior que em qualquer outra situação em toda a sua vida.

O Park já havia tido inúmeros sonhos eróticos em toda a sua existência. Já havia sonhado com várias garotas que desejara, já havia fantasiado durante seu sono com inúmeras situações adversas, variando desde locais impróprios até a seu fetiche de transar com mais de uma garota por vez, com acessórios que não podem ser tidos como convencionais, enfim, a mente de Jimin sempre fora demasiada fértil sexualmente falando, mas naquela manhã e início de tarde de segunda-feira ela ultrapassara todos os limites.

Não lhe seria muito claro como o sonho começara, as imagens eram relativamente confusas, mas ao acordar, com certeza se lembraria de Hoseok mordendo sua nuca enquanto, ao olhar para baixo, via YoonGi entre suas pernas engolindo seu falo por inteiro com seus lábios rosados e eroticamente úmidos. Se lembraria - infelizmente, diria - do Jung lhe despindo por completo, do Min lhe empurrando com brutalidade contra uma cama que nunca havia visto, dos dois rapazes engatinhando sobre si e logo sentindo a boca tomada por um enquanto o outro se ocupava em lhe molestar a pele do pescoço e do tórax e quando acordou ofegante, assustado e com as memórias do sonho ainda muito embaralhadas em sua cabeça, quase deu um grito de raiva e frustração ao olhar para sua cueca e notar seu membro tão ereto quanto nunca vira antes.

Não fora difícil para o rapaz decidir por mais um banho gelado. Precisava fazer aquele seu incômodo sumir e se negava sequer cogitar a remota possibilidade de masturbar-se. Não faria isso em hipótese alguma dentro daquelas circunstâncias. Se negaria até a morte se tocar pensando nas reações que um sonho idiota com dois caras lhe causara e logo que se enfiou embaixo da água gelada, mesmo sentindo outra vez sua musculatura menos tensa, se amaldiçoou por ver que não seria tão fácil assim se livrar de seu problema.

Mas o fato era que sua ereção estava dolorida e sem qualquer sinal de que simplesmente sumiria do nada. Outra vez uma sequência de xingamentos dirigidos a si mesmo se fez em sua mente, mas a verdade é que nada daquilo estava resolvendo. A água gelada não estava resolvendo, seus xingamentos não estavam resolvendo e a cada minuto, mais dolorido ficava, então mesmo relutante, levou a destra ao falo enquanto escorava a nuca contra a cerâmica fria da parede e fechou os olhos tentando apagar da cabeça as memórias do sonho descabido e se lembrar de todas as garotas que já havia transado. Enquanto subia e descia seu palmo pelo membro, apertando-o e pressionando o polegar sobre a glande, bufava irritado por seu cérebro não colaborar, por volta e meia trazer a imagem do pênis de Hoseok misturado a memórias de seios deliciosos das garotas do seu passado enquanto em seus lábios era como se sentisse o formigamento que a boca de YoonGi lhe causara.

Aquilo não tinha como dar certo daquela forma. Se sua intenção era aliviar-se para tirar os dois amigos da cabeça, fazer isso usando apenas a própria mente para lhe ajudar se mostrara uma tarefa vã. Sendo assim, apressou-se em se enxaguar, fechou o registro do chuveiro afobadamente e com a mesma afobação pegou a toalha que jazia pendurada atrás da porta, secou-se apenas o suficiente para não molhar todo o caminho que faria e logo voltou ao quarto, andando diretamente à sua gaveta de cuecas para de lá, retirar sua coleção de revistas pornográficas, atirando-as sobre a cama e procurando alguma das edições que mais gostava.

Quando finalmente tinha uma revista de seu agrado em mãos, sentou-se na cadeira de sua escrivaninha, posicionou a publicação de forma que conseguisse manuseá-la apenas com a canhota e logo levou sua mão direita novamente ao seu pênis, voltando a tarefa de se acariciar.

Dessa vez, o estímulo visual lhe ajudou um bocado já que não precisava mais imaginar nada, era só folhear as páginas para ver tudo o que queria bem a sua frente. Mulheres de diversas formas físicas, com variados tamanhos de seios e nádegas, totalmente desprovidas de roupa alguma, em posições que atiçavam muito o desejo do moreno. Algumas de quatro, outras simulando cavalgadas, outras deitadas de lado, todas elas nas posições que Jimin mais gostava e não demorou para toda aquela nudez e eroticidade fazer o efeito desejado no Park, logo levando ao ápice.

Ainda sentindo a vertigem do orgasmo pelo seu corpo, a sensação de incredulidade era crescente nele. Não acreditava que havia sonhado com dois caras lhe tocando, não acreditava que um beijo só poderia ter mexido tanto consigo, não acreditava que toda aquela confusão estava acontecendo em sua cabeça.

Aquilo era errado! Era só isso que conseguia pensar. Só conseguia repetir como um mantra que era errado ter a cabeça tão tomada por um simples sonho e mais errado nisso tudo era a ideia de que, pelo que se lembrava, estava adorando aquilo tudo que acontecera na sua cabeça enquanto dormia. Jamais admitiria, mas no sonho, cada toque dos dois rapazes eram as melhores coisas que sentira e realmente temia o que mais poderia ter acontecido caso não tivesse acordado a tempo.

Por fim, acabou por achar que aquilo tudo era remorso. Era isso! Se sentia culpado por ter se deixado levar pela “seca” em que estava e ter beijado YoonGi. Cogitou a possibilidade de que talvez um desabafo o fizesse se sentir melhor, talvez procurasse um padre para lhe contar seu pecado e ao ser redimido pelo sacerdote, talvez seus pensamentos clareassem, mas ao pensar sobre que bom velhinho procuraria, lembrou que não conhecia igreja alguma além da que frequentava com a família e a ideia de que talvez sua confissão fosse parar em ouvidos errados o fez temer abrir a boca.

No entanto, havia alguém que era melhor que um padre. Havia uma pessoa que o escutaria, talvez zombasse com a sua cara, mas não contaria nada do que dissesse para ninguém e foi com o pensamento de desabafar com esse amigo que capturou o telefone e ligou para Taehyung, xingando-o de cinco em cinco minutos por não lhe atender.

Vendo que já passava das 15 horas, deduziu que talvez o primo estivesse no conservatório em meio a alguma aula. Pensou que talvez devesse fazer o mesmo, mas ao olhar as cases dos pedais e a bag de pratos e saber que teria que levar aquele peso todo à escola de música, desistiu de prontidão. Não estava com ânimo para nenhum esforço um pouco maior e foi tomado pela preguiça e fome que resolveu que ficaria em casa mesmo, ocupar-se-ia de comer todas as besteiras que achasse pela frente e mofaria em frente à televisão assistindo qualquer porcaria e fora exatamente isso que Jimin fez durante toda aquela tarde até que, já próximo às 18 horas, quando o tédio já era demais pra si, ouviu o animal de estimação da Park mais velha latindo ensurdecedoramente próximo à porta e decidiu que seria melhor dar uma volta no bairro, passear com o cachorro da sua irmã e espairecer um pouco.

A verdade era que tal atividade também não lhe apetecia de um todo. Jimin não gostava do canino branco, pequeno, de latido agudo e irritante de JiHoon, não ligava para as necessidades dele, mas sabia que a mais velha andava sem tempo pra nada, sabia que lhe devia um favor e também sabia que agradar sua mãe lhe fazendo algo que a senhora sempre pedia e que ele sempre negava, renderia alguns pontos extra e isso lhe facilitaria a argumentação quando precisasse de algo.

“Eu até tô levando o cachorro dela pra passear, custa ela me dar uma carona?” Pensava nas palavras que diria a sua mãe quando pedisse algo a irmã e ouvisse uma negativa.

Ainda de forma preguiçosa Jimin levantou-se do sofá em que mofava, foi ao seu quarto e trajou uma bermuda jeans, uma camiseta básica e um tênis leve, logo indo em direção ao quarto da irmã onde pegou a guia do cachorro, e ao descer as escadas, deu de cara com a sua mãe chegando do trabalho.

O Park não tardou em aproveitar a oportunidade para surrupiar alguns trocados com a senhora, disse que estava saindo para levar o animal passear e observou o semblante admirado e feliz da mulher que imediatamente lhe estendeu algumas notas, dizendo para que aproveitasse o passeio e se divertisse, como se realmente fosse muito divertido andar aleatoriamente pelas ruas segurando uma coleira com um bicho parando a cada dois passos para urinar no primeiro objeto vertical que encontrasse.

O arrependimento não demorou a lhe atingir. Realmente como o moreno havia imaginado, o cachorro parava o tempo todo para se aliviar em cada poste, árvore ou arbusto que via e tal atividade do bicho de estimação fez com que Jimin demorasse quase meia hora para andar apenas dois quarteirões.

No entanto, o terceiro quarteirão era uma praça. Ali sim o arrependimento foi embora por ver já próximo a si um carrinho de picolés e um belo banco sob uma árvore frondosa em frente ao parquinho infantil. Como sabia que o cachorro de JiHoon era deveras medroso, não se fez de rogado em lhe tirar a coleira e permitir que corresse por todo o espaço com total liberdade para ir onde quisesse e, por mais que fosse negar pro resto da vida, sua vontade era que realmente aquela bola de pêlos branca perdesse o medo e fosse pro meio da rua de uma vez.

Por fim, Jimin foi ao sorveteiro, comprou um picolé de morango que era seu favorito, sentou-se no banco de forma relaxada e se pôs a observar o pôr do Sol por entre os prédios do outro lado da rua, tentando desligar completamente a cabeça e não deixar ressurgir nenhum pensamento ruim.

Era um fim de tarde realmente agradável, o vento soprava manso trazendo um certo frescor que abatia o calor desconfortável do verão em conjunto ao sabor doce e refrescante do picolé que consumia. O som das crianças brincando, por mais que não fosse muito dado à elas, era tranquilizante também e estava sendo até divertido ver o cachorrinho brincando e chafurdando-se em meio a grama relativamente alta, correndo atrás de algum inseto que voava, ou pulando em galhinhos menores que lhe incomodavam, e se todo aquele clima suave de descontração já era agradável por si só, ver um rosto conhecido só tornara tudo ainda melhor.

Foi em um pequeno susto que Jimin foi tirado de seu devaneio por uma voz aveludada e sutilmente grave, apesar de feminina. Ao levantar o olhar, encontrou a face curiosa de Thifanny, uma personal trainner da academia que frequentava, e o sorriso dela acompanhado da cordialidade e do ato da moça de se sentar ao seu lado o fez pensar que realmente aquele era um dia que poderia julgar como dia de sorte afinal.

O Park conhecia Thifanny há um bom tempo, coisa de dois ou três anos. Quando começou a frequentar a academia, ela lhe orientava quanto ao uso dos aparelhos, mas não era a profissional que o atendia exatamente, ela apenas auxiliava seu professor por, na época, ainda ser estagiária, mas quando fora efetivada, deixou de atender Jimin em definitivo e passou a dar aulas de uma dança que o rapaz não entendia nada, mas que lhe causava sérios problemas quanto a ereções indesejadas oriundas da observação exacerbada daquela mulher ensinando movimentos sensuais demais em postes metálicos que se faziam presos em uma sala fechada por vidros.

A moça sempre lhe chamara a atenção, primeiramente por ser nitidamente estrangeira e em segundo, pela beleza que lhe era tão rara aos olhos. Exótica, diria. A pele bronzeada em um tom que sempre achou lindo demais por ser extremamente incomum, os lábios carnudos e os olhos verdes que evidenciavam a bela miscigenação da moça, o quadril mais largo que o comum e os seios naturalmente fartos, tudo afinal, era resultado de uma mistura de raças muito bem harmonizada nela e se não bastasse a beleza natural de Thifanny, ainda era visível a “saúde” que seu trabalho lhe conferia ao corpo, deixando evidente sob a blusa e calça justas de tecido sintético o quão definida e tenra era sua musculatura, e se tinha algo que o Park não esqueceria nunca, era como fora delicioso afundar os dedos na carne firme daquelas coxas todas as vezes que esperava a moça fechar a academia para - inocentemente- acompanhá-la até a sua residência que não ficava longe da própria casa.

No começo, o Park apenas esperava a moça entrar no prédio em que ela morava, posteriormente passou a fazer-lhe companhia até o elevador e depois de alguns dias e vários amassos trocados na cabine metálica, finalmente conseguiu passe livre para sua morada, para seu quarto, suas cobertas e outros interiores que apreciava cada vez que adentrava.

Jimin lembrava-se bem da frustração de perder contato com Thifanny assim que precisou parar de frequentar a academia. Poderia ter trocado telefone com a morena, ter mantido conversa por redes sociais, mas a própria professora de dança se negava a qualquer conversa fora do trabalho ou algo que os fizesse aproximar mais e por fim, sua oportunidade de aproveitar mais carícias, beijos lascivos e sexo casual no apartamento dela, se esvaiu.

Contudo, ali naquela praça não era difícil notar que a morena não veio puxar conversa consigo apenas sob pretexto de saber como a vida andava. A medida que conversavam, pouco a pouco, a garota se aproximava mais no banco, em meio a uma ou outra palavra lhe tocava o ombro com firmeza, esbarrava em sua coxa ou mordia os lábios enquanto lhe encarava e era automático da cabeça do Park pensar que realmente havia feito um bom negócio em levar o canino de sua irmã para passear.

Já era noite quando o bicho de estimação de JiHoon cansou de brincar pelo parque e veio deitar-se em seus pés fazendo Jimin ter ciência de que estava há muito tempo fora e que o cachorro já estava querendo voltar pra casa. Ao levantar-se para se despedir, mesmo desgostoso da ideia de deixar a morena, viu seu pescoço ser agarrado e um beijo cheio de mordidas e lambidas fora desferido contra si e prontamente correspondido. Ao fim do ósculo, ainda atordoado pela surpresa, o rapaz assistiu-a partindo primeiro enquanto dizia que iria fazer uma bela janta em seu apartamento e prontamente lhe convidou para fazer companhia.

Logo que a moça sumiu de seu campo de visão, foi automático realizar uma dancinha de comemoração ridícula, arrancando olhares julgadores de quem passava por ele mas logo apressou-se em pegar seu cachorro no colo e andar a passos largos as três quadras que separavam a praça de sua casa, logo entrando e deixando o animal no chão, subindo a escadaria pulando alguns degraus e invadindo o próprio quarto de supetão, rumando diretamente ao banheiro para tomar um banho rápido e se arrumar para o tal jantar.

Jimin se lembrava de alguns detalhes que sabia ser do agrado de Thifanny. Coisas triviais como o perfume amadeirado que usava e que não pensou duas vezes em borrifar atrás da orelha e nos pulsos, lembrava que ela gostava de camisas claras e fora bem fácil achar em meio à bagunça de seu armário uma social de botões que quase nunca usava por achar formal demais. A cueca também branca que a moça dissera outrora combinar bem com a sua pele e uma calça de tecido fino foram as demais peças escolhidas. Concluiu sua arrumação repartindo o cabelo de lado, jogando-o levemente para trás apenas para vê-lo caindo novamente nos olhos e deu uma última olhada no espelho. Há tempos não se arrumava assim, não se sentia tão bonito, e com tal visão e pensamentos, concluiu que estava satisfeito e que com certeza satisfaria sua querida professora também.

Capturou seu celular logo enfiando-o no bolso, pegou sua carteira e verificou se ainda tinha algum preservativo dentro dela, achou dois e ao pensar sobre há quanto tempo estavam abandonados ali, imediatamente retirou-os para verificar o prazo de validade. Estava tudo nos conformes.

Rumou para o andar inferior da residência, encontrou seus pais sentados à sala e ainda antes de chegar ao hall de entrada escutou-os questionando sobre onde iria. Disse que iria jantar com uma amiga, riu do olhar sabido que seu pai lhe lançara e já rumava a porta quando sua mãe questionou se voltaria para dormir em casa, ponderou e soltou a negativa. Quanto mais tempo pudesse ficar no apartamento da morena, melhor seria para ambos.

Durante todo o percurso de seis quadras que separava sua morada do condomínio de Thifanny, sua mente comemorava sua sorte. Era como se a própria cabeça cantarolasse inúmeros “eu vou transaar~~”, “hoje teem~~” e várias outras frases tão infantis e imaturas que em outras situações se julgaria ridículo, mas devido ao tempo que estava sem tal contato físico, nem chegava deixar-se amoar. Estava feliz de fato.

Ao chegar no prédio, surpreendeu-se ao se apresentar para o porteiro e este lhe liberar a passagem de prontidão dizendo que sua chegada já havia sido informada. Caminhou ao elevador já um pouco mais nervoso do que feliz e hesitou alguns segundos antes de tocar a campainha quando se viu de frente a porta do apartamento dela.

Logo após o ding-dong  irritante ressoar, ouviu-a gritando do interior do imóvel que a porta estava destrancada, abriu-a receoso com o que veria mas não deparou-se com nada anormal. Era o mesmo Hall que se lembrava, as luzes todas acesas, o cheiro de comida preenchendo suas narinas e logo a moça apareceu em seu campo de visão e fora bem difícil segurar o suspiro ao vê-la trajando um vestidinho de tecido floral leve extremamente curto coberto por um avental que mal tampava as coxas grossas e torneadas de Thifanny.

O Jantar já estava posto à mesa, a garrafa de vinho já estava aberta apesar de ainda cheia e foi com um sorriso sabido no rosto que Jimin assistiu a anfitriã enchendo as duas taças até a borda enquanto fingia uma casualidade descabida em meio ao diálogo que poderia até ser monótono sobre as notícias que passavam na televisão ligada, mas que no fundo, era excitante até demais por conta dos olhares que trocavam, das frases de duplo sentido que volta e meia permeavam a conversa.

De forma cortês, o Park fez questão de puxar a cadeira para que ela se sentasse, olhava-a no fundo dos olhos sempre que tinha a oportunidade e provocava-a, se empenhava em seduzi-la e ampliar toda a atmosfera de eroticidade que estava no ambiente desde que chegara, e ao fim da refeição, fora convidado para terminar de esvaziar a garrafa da bebida escarlate ouvindo alguma música e observando a noite que avançava deixando a brisa fresca invadir toda a sala pela porta ampla da sacada aberta.

Ao se ver confortavelmente sentado no sofá da moça, portando sua taça e observando-a abrir as cortinas, a visão do corpo esbelto se esticando para arrumar melhor o tecido o deixou ansioso. Jimin já quase não aguentava mais aquele joguinho de encaradas e provocações. Já estava há tempo demais querendo logo o corpo da morena, e vê-la caminhar de um lado para o outro da sala arrumando uma coisa aqui e outra acolá, fazendo vez ou outra o vestidinho sair do devido lugar para revelar demais alguma parte do seu corpo só faziam o rapaz se sentir ainda mais nervoso, ainda mais sedento e quando Thifanny finalmente sentou-se ao seu lado, quase que avançara sobre ela.

No entanto não foi preciso ação nenhuma de sua parte. Menos de cinco minutos após se sentar, Thifanny deslizou para perto do Park com a falsa intenção de lhe completar a taça. Decidindo que era sua vez de provocar, Jimin levou o cristal aos lábios no exato instante em que a professora fez menção de beijá-lo e como se a paciência dela também já fosse limitada, a morena voltou a se escorar no sofá, preenchendo sua taça também e logo os dois se concentraram apenas em sorver a bebida, trocarem olhares felinos que falavam mais do que palavras, brincarem com as taças na boca mantendo o contato visual e mal perceberam quando haviam já terminado de consumir aquela garrafa toda e ali foi onde o rapaz viu a oportunidade de agir.

Dizendo que iria a adega pegar outra garrafa, a professora de dança levantou-se, fez questão de se curvar mais que o necessário para pousar sua taça na mesa de centro, praticamente empinando sua bunda na cara de Jimin que aproveitou a oportunidade para também abandonar seu cristal na mesa de telefone que jazia ao lado do sofá, e quando Thifanny ajeitou-se novamente puxando o pano do vestido para baixo, fora surpreendida pelo pulso firme de Jimin fechando-se contra seu braço. Com um pequeno impulso, o rapaz fez com que ela caísse em seu colo e sem sequer lhe dar chance para levantar novamente, capturou-lhe os lábios em um beijo voluptuoso e cheio de desejo sendo já agraciado pelos dentes da moça lhe castigando o lábio inferior e não demorou para que ela se posicionasse melhor sobre suas pernas, colocando as próprias em cada lado de seu corpo e já ondulando o próprio quadril contra o volume que se fazia crescente a cada segundo dentro das calças dele.

Exatamente como Jimin previra, aquela noite fora insana. Primeiro, transaram no sofá da sala mesmo. Thifanny cavalgara sobre si com maestria lhe arrancando gemidos roucos enquanto o rapaz se ocupava em apreciar o corpo ainda vestido dela, apalpando a carne de suas coxas e brincando com a calcinha que nem se deram ao trabalho de tirar, apenas arredaram para o lado devido a pressa de consumar o ato em si.

Quando o primeiro orgasmo do rapaz veio forte, a moça levantou-se, retirou a lingerie e atirou na cara do moreno enquanto caminhava rebolando em direção ao corredor - que Jimin sabia guardar o quarto-, em um convite mudo para que a seguisse. Naqueles segundos de pausa, ainda atordoado, o rapaz olhou para si mesmo e chegou a rir sobre o fato de ainda estar vestido, apenas três botões da camisa abertos e a calça abaixada somente até a metade das coxas.

Já pronto para obedecê-la, ele levantou-se do sofá, puxou sua calça apenas o suficiente para que não atrapalhasse sua marcha, retirou os sapatos e as meias deixando-os ao lado do sofá e embrenhou-se no corredor escuro, logo encontrando o cômodo que era seu destino.

A visão de Thifanny sentada sobre sua cama com as pernas abertas e se masturbando quase o tirou por completo do eixo. O rapaz sabia que precisaria de mais algum estímulo para voltar a ficar ereto por conta do orgasmo recente mas não estava sendo uma tarefa tão difícil assim apenas pela imagem que tinha. Não demorou-se em se aproximar novamente, logo lhe tomando a boca em mais um daqueles beijos de lábios macios e delicados mas ainda assim cobertos de luxúria e o beijo manteve-se ainda enquanto as mãos dela passaram a trabalhar nos botões da sua camisa, tirando-os das casas um a um até por fim atirar a peça em qualquer lugar do cômodo.

Assim que se viu de peito nu, Jimin notou-a se afastando sutilmente e se levantando da cama. Assistiu maravilhado quando a moça virou-se de costas para si e as mãos dela foram à barra do próprio vestido leve, arrancando-o em um único movimento, dando-lhe a visão do corpo trabalhado e até sutilmente musculoso trajando unicamente o sutiã. Assim que a última peça também fora removida, Thifanny virou-se novamente em sua direção, caminhou a passos felinos e logo que se aproximou, deixou um selar demorado em seus lábios para em seguida ajoelhar-se no chão, puxando sua calça que ainda estava aberta juntamente a sua cueca até seus pés, e ainda antes de se livrar de vez das vestimentas, Jimin sentiu seu membro sendo engolido com uma habilidade que jurava não conhecer igual.

Tudo estava sendo maravilhoso para o Park. A morena era tudo o que julgava de mais gostoso em uma mulher e tinha certeza que poderia transar consigo o dia todo por meses e com certeza continuaria com tal pensamento se ao olhar para baixo com o intuito de assistir o boquete que recebia, aquele rosto não tivesse - por uma fração de segundos - se tornado um rosto muito mais claro com lábios muito mais rosados e finos acompanhado de uma face de traços masculinos.

O susto que a sua imaginação lhe pregara naquele instante fora tão grande que Jimin chegou se afastar, deixando uma morena confusa lhe encarando. Uma sequência de xingamentos lhe tomou a cabeça por completo por ter imaginado YoonGi no lugar dela e sua vontade era de aproveitar a altura do oitavo andar onde a moça morava para se jogar da janela de uma vez.

- Eu machuquei você? - Ouviu-a questionando ressabiada e tentando esconder o constrangimento que sentia pelo seu ato instintivo, justificou que ainda estava meio sensível pelo orgasmo recente, e com o intento de apagar de vez as coisas que lhe vinham à mente, levantou-a pela mão logo empurrando-a para que se deitasse na cama e rapidamente deitou-se sobre ela, refazendo as carícias de antes, aproveitando a carne tenra dela entre seus dedos e beijando-a para esquecer a imagem que lhe atingira.

Contudo, seria mentira para Jimin dizer que aquele fora o único incidente semelhante naquela noite. Assim que passaram da fase de provocações preliminares, várias vezes as imagens de YoonGi e Hoseok lhe voltavam a mente. Enquanto penetrava-a, por vezes sua mente se questionava se o interior do Min seria assim também ou se era mais apertado ou mais quente. Quando Thifanny lhe mordia os ombros e pescoço lembrava-se do sonho que tivera mais cedo naquele mesmo dia e a dúvida sobre como seria ter os dentes de Hoseok em sua pele também lhe atingiam, mas o prazer daqueles momentos eram tão maiores que já não se importava mais em reprimir as ideias que lhe vinham, apenas se concentrava em estocar fundo na moça, forte e rápido como ela pedia, afoito e ansioso por seu alívio que se mostrava cada vez mais próximo, sem se preocupar se estava transando com uma garota pensando em dois caras, até que seu segundo orgasmo finalmente veio, mais com a memória do sonho erótico que tivera do que com a imagem da morena se contorcendo sob si.

Após recuperar sutilmente o fôlego, escutou-a  lhe chamando para um banho e não hesitou em segui-la. Dessa vez apenas se amassaram, não chegaram transar no chuveiro, mas ainda assim Jimin passara a se odiar por ver o corpo dela todo molhado e sua cabeça outra vez voltar as memórias de Hoseok e YoonGi após o banho deles.

Todos aqueles pensamentos lhe vindo em hora tão imprópria só faziam Jimin ansiar ainda mais por sumir dali. O desespero crescente a cada segundo que lembrava dos dois rapazes já era algo que estava sendo difícil controlar e foi com muito custo que acabou aceitando o convite para dormir na casa da professora.

O Park queria mesmo ir embora, se afundar nos próprios travesseiros e cobertores onde poderia gritar consigo mesmo sem ser ouvido, mas ao ver no relógio de seu celular que já passava da uma da madrugada, acabou aceitando relutante o pouso ali, já que era demasiado tarde para se arriscar à pé, sozinho pelas ruas por seis quadras até chegar em casa. Não tinha muita alternativa.

No entanto, não sabia se era pelo cansaço acumulado da noite anterior passada em claro juntamente a “atividade física” que fizera, mas o fato fora que realmente adormeceu rápido com o corpo da morena sobre o seu, aninhada ao seu tronco, praticamente lhe sufocando com os cabelos longos que insistiam em ir parar na sua cara.

Dessa vez, Morpheus fora ainda mais cruel consigo e novamente seu sono fora salpicado por imagens dos dois guitarristas, hora se pegando entre si, hora lhe atacando. Nesse sonho fora bem longe e mesmo sem saber como aquilo funcionava exatamente, sonhou com o corpo do mecânico quicando sobre seu colo, rebolando lento e firme em seu membro, e talvez por nunca ter transado com um homem ou sequer já ter feito sexo anal alguma vez, as sensações lhe eram muito confusas, mas ainda assim, maravilhosas.

Hoseok também não perdoara o seu sono, mas a parte que sonhara com ele já era um pouco mais assustadora. Lembrar-se-ia posteriormente da sensação leve de dor em seu couro cabeludo por ter suas madeixas puxadas para trás com brutalidade, se recordaria do olhar autoritário do outro moreno enquanto ainda empunhava sua franja e puxava em direção ao próprio ventre e, pior disso tudo, se lembraria com um requinte de detalhes sem igual a sensação de engasgo que tivera durante o sonho ao ter o fundo da garganta castigada pelo pênis comprido e de espessura mediana do Jung.

Aquela madrugada com tantos sonhos estranhos já seriam complicados de lidar por si só apenas pelas imagens que lhe cobririam a mente no dia seguinte, e se não bastasse tudo isso, ainda foi pior acordar com um risinho divertido e encarar a professora de dança ajoelhada sobre a cama, com um sorriso jocoso nos lábios enquanto arqueava a sobrancelha, julgando-lhe claramente com o olhar.

- Bom dia, Jiminie! Dormiu bem? - Questionou a moça, ouvindo a resposta do cumprimento e a afirmativa mentirosa. - Eu imagino que tenha dormido bem mesmo. - O Park encarou-a confuso e viu a risada divertida dela reverberando pelo cômodo antes da última pergunta. - Quem são Hoseok e YoonGi? Você chamou esses nomes tantas vezes enquanto dormia que se fosse qualquer outra garota no meu lugar, te enxotaria aos ponta-pés daqui de casa! - A moça levantou-se ainda em meio ao riso, pegou uma toalha de dentro do armário, atirou no moreno e antes de deixar o cômodo, voltou-se para o Park para uma última observação. - Se quiser alguma ajuda com o “Probleminha” que sonhar com esses nomes te trouxe, estarei esperando na cozinha.

Foi sentindo o pânico ainda maior em si que Jimin olhou para debaixo das cobertas encontrando seu pênis duro novamente. A certeza de que havia gemido os nomes dos rapazes o deixava ainda mais aterrorizado e se tudo isso já não fosse terrível o bastante, ainda havia o fato de mais alguém saber sobre seu desejo por dois caras.

O Único pedido que o rapaz fazia aos céu era de que Thifanny não fosse nenhuma vigarista ou alguém que tivesse a intenção de lhe prejudicar, pois se o fosse, teria um preto cheio em mãos.

 



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