História Pure Love - Capítulo Único

O tempo estava um tanto agradável hoje, já que choveu e nevou faz duas semanas seguidas.
 O vento gelado estava congelando minhas bochechas que agora deveriam estar mais vermelhas do que um tomate. Como minhas mães não possuíam um carro, eu sempre tinha que ir andando para os lugares, inclusive pra minha escola que ficava a quarenta minutos da minha casa. 
Quando cheguei em casa me joguei na cama e entrei debaixo das cobertas que estavam quentes, eu odiava o inverno pra mim era uma das épocas do ano que era descenecessária. Peguei meu celular e mandei uma mensagem para meu melhor amigo.
“Não sabia que você estava doente, por quê não me avisou?” segundo a professora de matemática, Jihoon estava resfriado e não iria ir nas aulas até se recuperar.
Coloquei meus fones e botei play em uma das minhas playlists que tinha apenas músicas de algumas dramas que eu amava.
Como o dia foi totalmente cansativo, aproveitei para dar uma cochilada rápida antes que minha família chegassem em casa.

Acordei brutalmente quando minha mãe chegou no meu quarto gritando pra mim acordar que já estava na hora do jantar.
Me levantei sem nenhuma vontade e fui para a cozinha, onde minha mãe estava preparando ramen. 
Me sentei no sofá pequeno que havia ali e coloquei meus cotovelos sobre meu joelho e apoiei minha cabeça nas mãos.
- Como foi a escola hoje Dahyun? - ela perguntou enquanto abria a geladeira e tirava uma jarra de suco de laranja.
- Nenhuma novidade, sempre a mesma coisa. - respondi indiferente.
Minha outra mãe chegou na cozinha e foi preparando a mesa colocando os pratos, talheres e copos. 
O telefone que havia em cima da bancada, começou a tocar e eu fui correndo atender.
- Alô? - minhas mães me olharam surpresas, talvez pelo motivo de eu nunca querer atender os telefonemas que recebíamos, mas eu esperava por uma ligação muito importante.
Algumas semanas atrás enquanto eu passava na frente de uma sorveteria, li um anúncio que estavam precisando de funcionários. Sem pensar duas vezes, fiz um currículo e deixei na empresa, eu não poderia perder a chance de poder ajudar minha família já que nossa condição de vida não é uma das melhores.
- Kim Dahyun? - meu coração começou a bater mais rápido quando ouvi uma voz suave e delicada.
- Sim?. - falei rapidamente.
- Olá, gostariamos que você viesse para uma entrevista... - começei a dar pulos e minhas mães que ouviram o que a moça tinha dito começaram a comemorar junto comigo. - … Amanhã ás três da tarde.
- Tudo bem, estarei lá. Muito obrigada. - a felicidade e o nervosismos já estava em todo meu corpo. - Obrigada. - agradeci mais uma vez.
Desliguei o telefone e todo mundo começou a gritar e pular loucamente. Ficamos conversando sobre a entrevista enquanto jantávamos apenas nós três. Logo depois que termos lavado a louça e guardado os pratos, fui para meu quarto. Quando eu estava indo para o banheiro, meu celular apitou, corri para ver o que era.
“Aish, desculpa por não te avisar noona, eu ia ligar pra você mais cedo mas lembrei que você estava na escola.” Jihoon já era meu amigo fazia a cinco anos. Quando voltei a morar em Seul, no primeiro dia de aula ele foi o único a falar comigo durante as aulas, depois disso nunca mais nos largamos. 
“Tudo bem. Você não sabe o que acabou de acontecer.” enviei e voltei a digitar outra mensagem. “Se lembra daquele dia que deixei meu currículo na sorveteria perto da escola? Então, eles acabaram de me ligar falando que eu tenho que ir pra uma entrevista amanhã de tarde.” digitei  tudo tão rápido que até eu me surpreendi.
Deixei o celular no criado-mudo e fui para o banheiro fazer minha higiênie, quando voltei a deitar na cama, olhei para a tela do meu iphone e nada havia chego. Apaguei meu abajur e fechei os olhos.
Amanhã seria um grande e esperado dia, espero que tudo ocorra bem.

****
A luz do sol que estava batendo no meu rosto fez em que eu acordasse, olhei para o relógio que havia do lado da minha cama e me levantei correndo. Peguei meu uniforme e fui para o banho.
A água estava tão quente que parecia que minha pele já tava derrentendo, enquanto me lavava rapidamente eu escovava os dentes.
Saí do banho e fui colocando as roupas depressa. Peguei minha mochila e desci as escadas correndo onde eu quase caí, dei bom dia pra minhas mães e saí de casa. Sim, eu fiz tudo isso em menos de meia hora.
Quando cheguei na porta da minha sala, fiquei uns segundos recuperando o fôlego e entrei normalmente. 
Todos que estavam copiando pararam imediatamente e me olharam, senti minhas bochechas esquentarem aos poucos.
- Está um pouco atrasada não é senhorita? - meu professor de inglês falou enquanto deixava seu livro na mesa.
- Desculpe. - me curvei rápido e fui para a minha mesa.
Me sentei e coloquei minha mochila sobre minhas pernas. Tirei meus cadernos e deixei em cima da mesa. Olhei para o lado na tentativa de achar Jihoon, mas sem sucesso. Única coisa que vi foi um aluno novo que era extremamente fofo. Ele se virou pra minha direção e eu virei pra frente tão ráido que meu pescoço chegou a doer, senti seus olhos sobre mim mas continuei fingindo que estava prestando atenção no que o professor dizia.
- Hoje vamos aprender a fazer novas amizades. - Sr. White falou em inglês enquanto ficava na frente de sua mesa com as mãos no bolso. - Formem duplas e tentem ter um diálogo casual. Não esqueçam... nada de coreano.
Aish...por mais que eu ame e saiba falar inglês eu não gostava de nenhum dos meus colegas exceto Jihoon, que era o único que eu fazia trabalhos. Olhei para os lados e praticamente todos já estavam em duplas.
- Dahyun? - olhei para o professor que me chamou. - O Jinyoung está sem par também, por que você não faz junto com ele? - ele piscou “discretamente” e eu fechei os olhos bufando. - Aproveite e de as boas vindas.
O garoto novo, puxou uma mesa e cadeira para o meu lado e se sentou indiferente. 
Ele me cutucou com a ponta de uma caneta e eu virei tentando parecer amigável já que eu não era de fazer muitas amizades. O tal de Jinyoung possuía cabelos e olhos negros e um nariz delicado assim como sua boca. 
- Oi. - acenou e eu apenas assenti sorrindo sem mesmo mostrar meus dentes.
O silêncio constrangedor ficou por alguns segundos até ele coçar a garganta e se sentar virando pra mim.
- De onde você é? - quebrei o silêncio perguntando em inglês.
Ele sorriu e passou a língua sobre os lábios. Muito sedutor, admito.
- Quantos anos você tem? - perguntou com um sorriso debochado.
- Eu perguntei primeiro.
Jinyoung riu e assentiu.
- Você não fala tão bem inglês - falou em coreano e eu o fuzilei com os olhos.
Como ele pode dizer isso? Eu era a melhor da turma em inglês.
- Não foi isso que o professor falou... - disse convencida.
- Mas não é o que parece. - levantou as sobrancelhas e deu de ombros.
Ele revirou os olhos e eu fiz o mesmo. Levantei meu braço chamando a atenção do professor. Quando ele estava vindo pra minha mesa o sinal bateu. 
Me virei pra Jinyoung que estava com a mão cobrindo a boca enquanto ria. 
- Aish... - ele pegou sua mesa e colocou no mesmo lugar que estava antes.
 
****
Eu estava andando tranquilamente para minha casa quando vejo Jinyoung entrando na sorveteria onde eu iria fazer a entrevista mais tarde, enquanto eu passava lentamente fiquei espiando o que ele estava fazendo. O vi conversando com uma mulher de mais ou menos quarenta anos e depois a abraçando. Será que ele era amante da gerente? Aish... balançei minha cabeça e saí dali em direção à minha casa. 
Chegando lá eu comi um lanche e fiquei jogada no sofá assistindo um programa aleatório enquanto a hora da entrevista não chegava. Eu já estava contando os minutos pra que chegasse logo, minhas mães estavam tão nervosas que ficaram rezando pra que eu pudesse conseguir o emprego. 
2:15 
Resolvi ir indo já pra a sorveteria já que ficava a mais ou menos meia hora da minha casa e eu não podia chegar nem um segundo atrasada. Meus fones estavam extremamente altos tocando uma música agitada, não demorou muito até que eu chegasse no destino.
Quando falei para a moça loira que estava atrás do balcão que eu estava ali pra entrevista, ela pediu para que eu esperasse ali que ela ia avisar a gerente.
- Oi. - ouvi uma voz familiar.
Me virei na direção da voz e dei de cara com o menino da escola.
De tantas pessoas pra se encontrar, tinha que ser justamente ele. Nem pra ser um idol de algum grupo famoso pelo menos.
- Jinyoung... - falei tão baixo que saiu mais como um sussurro. - O que você tá fazendo aqui?
- Isso é uma sorveteria, o quê você acha que eu to fazendo? - ele falou como se fosse algo óbvio, que na verdade era mas isso não vem ao caso.
Coloquei meus braços sobre o balcão e fiquei esperando a moça voltar. Jinyoung chegou do meu lado e ficou me olhando.
- O que você quer? Aish... - perguntei me virando pra ele.
- Nada. - ele respondeu calmo.
Olhei para os lados e vi que havia mesas sozinhas.
- Tem várias mesas sem ninguém. - comentei. - Por quê não se senta em uma delas e me deixa sozinha? - sugeri sendo um pouco indelicada.
- Se eu quisesse eu já estaria em uma delas. - respondeu grosso. - Prefiro ficar do lado de uma garota bonita do que sozinho.
Não acreditei no que tinha ouvido. Minhas bochechas com certeza estavam vermelhas como pimentão agora. Ele soltou uma risada abafada e eu continuei sem o olhar.
A moça que tinha saído, voltou falando que eu tinha que subir as escadas e entrar na primeira porta a esquerda. Agradeci e saí dali deixando Jinyoung e a atendente sozinhos.
Eu já soava frio e meu coração estava batendo tão rápido que eu não duvidaria se eu morresse de ataque cardíaco agora. Respirei fundo e abri a porta.
*****
“Tudo ocorreu bem omma. Ela disse que vai manter contato e vai me avisar o mais breve possível. Será que eu consigo?” mandei uma mensagem para uma das minhas mães e desci as escadas que davam para a sorveteria.
Como ainda era cedo, comprei um sorvete de morango, escolhi uma mesa que era bem na janela e me sentei tranquilamente. 
Será que eu tinha me saído bem? Será que ela gostou de mim? E se ela me odiou? 
Milhares de perguntas surgiram na minha mente me deixando cada vez mais nervosa e ansiosa. 
Enquanto eu tomava o sorvete, eu observava as pessoas que passavam na janela. 
Meu celular apitou e eu vi um lembrete.
“Meu aniversário ...”  larguei o celular na mesa e voltei a viajar nos meus pensamentos.
Daqui a dois dias eu faria 19 anos e eu não estava nem um pouco ansiosa. Nunca gostei de comemorar meu aniversário, acho que celebrar uma data que está fazendo você envelhecer e estar cada vez mais próximo da morte não seja uma coisa boa. 
Memórias de mim no orfanato vieram aos poucos na minha mente, me fazendo lembrar de quando minhas mães me adotaram.
Eu fui deixada na frente de uma igreja quando eu tinha apenas oito meses, aos dois anos de idade, fui adotada pelas pessoas mais maravilhosas do mundo. Uma das minhas mães é americana, e se chama Jessie e a outra é coreana e todos chamam ela de Omma Yeon.
Quando voltamos para Seul pois morávamos em Seatle, quando eu tinha treze anos, entrei em uma escola pública e sofria muito bullying por ter duas mães e não uma mãe e um pai, como a família tradicional coreana. Como se isso realmente importasse, minhas mães são tudo pra mim elas que me criaram e me educaram e pais pra mim são aqueles que fazem isso, não importa o sexo.
Jihoon que sempre me defendia virou meu melhor amigo e até hoje nos damos bem e sempre estamos juntos. 
- Posso sentar? - Jinyoung chegou perguntando me fazendo despertar dos meus pensamentos. 
Assenti enquanto colocava uma colher cheia de sorvete na boca.
- Como foi sua entrevista? - como ele sabia da entrevista? O olhei confusa. - Espero que minha mãe tenha sido simpática pelo menos.
Mãe? Como assim mãe? 
- Quê? - Jinyoung mordeu o lábio inferior enquanto pegava meu celular e digitava algo.
- Minha mãe. É a gerente, e meu pai o dono. - quase cai da cadeira quando ouvi o que ele tinha dito.
Fiquei o encarando surpresa e ele riu.
Então se levantou e chegou bem perto do meu rosto, fazendo eu automaticamente recuar. Ele pegou meu queixo com uma das mãos e com a outra limpou sorvete da minha boca. 
Meu corpo todo gelou.
- Pronto. - ele falou ainda perto de mim. Eu podia sentir sua respiração de tão perto que estávamos um do outro.
Fiquei olhando para sua boca que agora estava praticamente chamando meu nome, ele sorriu e eu me joguei pra trás um tanto rápido antes que eu fizesse algo que talvez ele não quisesse.
Ele se sentou novamente, colocou os cotovelos na mesa e apoiou sua cabeça em uma das mãos e ficou me olhando. 
Peguei meu celular da sua mão, balançei a cabeça em sinal de negação e voltei a tomar sorvete.

****
1 SEMANA DEPOIS...

Cheguei em casa exausta do trabalho e chamei minhas mães mas ninguém respondeu. Fui até a cozinha e tinha um bilhete na mesa.
“Fomos no supermercado fazer algumas compras pra janta. Por quê não convida o Jihoon pra se juntar conosco? Fiquei sabendo que ele já está saudável novamente. Já voltamos, não destrua a casa. Te amamos.”
Achei a ideia de convidar o Jihoon boa mas talvez ele não viria porque sua mãe estava viajando e ele tinha que cuidar da irmã caçula. Meu celular começou a tocar me assustando, olhei na tela e era o Jinyoung que estava me ligando. 
Para aí. Eu não dei meu número pra ele, como ele conseguiu achar? 
Encarei o celular e fiquei na dúvida se eu atenderia ou não.
- Como você conseguiu meu número? - atendi rapidamente.
Escutei ele rindo do outro lado da linha. Até sua risada era fofa.
Desde o dia da minha entrevista, Jinyoung não saía da minha cabeça, eu pensava nele todos os dias e isso já estava virando uma preocupação.
- Lembra do dia da sua entrevista? - assenti mesmo sem ele poder ver minha resposta. - Salvei meu número no seu celular.
Aish...
- Ah... O que você quer? - coloquei no viva voz, deixei o celular na bancada e fui pegar suco da geladeira.
- Não quer sair? - perguntou me deixando surpresa.
Na escola nem fala comigo e agora quer sair comigo? Quem entende esse garoto?
- Talvez. Acho que vou sair com o Jihoon. - menti.
Um silêncio surgiu mas logo ele soltou um suspiro.
- Tudo bem. - tomei um gole de suco e deixei o copo do lado do celular.
- Daqui a meia na pista de patinação? - ele sugeriu e eu concordei sem pensar.
- Quê? O negócio de patinar no gelo tipo tem que colocar um sapato e tal?
- Sim. - ele falou rindo.
Concordei nervosa e desliguei. 
Como eu ia fazer pra patinar se eu não tenho a mínima ideia de como fazer isso? Aish... eu deveria ter dito que não sabia aonde era, agora vou passar vergonha. Eu me odeio.

*****
Ele já estava me esperando no parque sentado em um banco na frente do ponto de encontro, olhava para os lados a minha procura. Cheguei na frente dele e ele se levantou depressa me cumprimentando. Entramos em silêncio e nos sentamos em uma mesa alta que havia bem berto do barzinho que era mais do que uma lancheria do que bar.
- Espero que goste de chocolate. - ele empurrou um milkshake deixando na minha frente.
Assenti.
E mais uma vez o silêncio constrangedor surgiu.
- Você nem fala comigo na escola... - comecei a falar e ele me fitou - ...e agora me chamou pra sair.
Jinyoung me olhou nos olhos e pegou minha mão. De primeiro, pensei em puxar de volta e não deixar ele me tocar, mas meu coração dizia que eu deveria permitir o ato.
- Desculpa. - senti sinceridade ao ouvir suas palavras. - Jihoon sempre está com você na sala e ele e eu não somos melhores amigos.
Quando Jihoon voltou a frequentar as aulas já que ele estava saudável de novo, ele e Jinyoung discutiam sempre que dava em praticamente todas as aulas. Um dia cheguei a pensar que eles iam realmente se matar, pois ficaram discutindo por mais de dez minutos.
- Ah.. - foi o único som que saiu da minha boca.
Ele se levantou e deixou o boné em cima da mesa.
- Vamos patinar? - ele estendeu uma das mãos sorrindo e eu neguei.
Jinyoung pegou o milkshake da minha mão, colocou na mesa e me levantou.
- Você não tem escolha.
Enquanto ele tentava me levar pra pista, eu ficava tentando voltar ao meu assento.
- Tudo bem. Tudo bem. - ele desistiu de me levar pra patinar e eu parei com as mãos na cintura.
- A real é que eu não sei patinar. - confessei.
- Sem problema. - ele me deu um par de sapatos feitos pra patinar no gelo. - Eu te ensino.
- Aish...
Droga.
Coloquei os sapatos e fiquei esperando por ele que ainda estava pondo. 
Fiquei me segurando na bancada que havia ali enquanto Jinyoung ria da minha cara de desesperada. Ele veio na minha direção e colocou uma mãos em minha cintura, cerrei os olhos e ele riu. 
- Calma. - ouvi sua voz calma perto do meu ouvido.
Lentamente fomos para o meio da pista onde provavelmente eu iria cair muito. Ele ficou na minha frente e colocou a outra mão no outro lado da minha cintura.
- Pronta?
- Não.
Aos poucos ele ia me movendo para a frente e eu como sou exagerada ficava dando gritinhos. Admito que era divertido mas o medo de cair e dar de cara no gelo era maior do que qualquer coisa. 
- Jinyoung! - gritei quando vi uma moça se aproximando rapidamente dele sem ver que estávamos ali.
Quando percebi, eu já estava em cima dele. Ele ria descontroladamente e eu assustada, não pelo fato de ter caído, mas sim, caído exatamente em cima dele.
Fui me levantar mas ele me puxou e me deu um selinho rápido. 
- Jinyoung! - o empurrei e ele sorriu.

Tirei os sapatos e voltei para nossa mesa pra pegar meu milkshake. Parecia que havia um ninho de borboletas em meu estômago, talvez Jinyoung seria o motivo de isso estar acontecendo. 
- Isso foi divertido. - ele comenteu se sentando na cadeira alta.
Peguei meu celular ainda constrangida e fingi que alguém estava me ligando.
- Omma? - ele me olhou enquanto tomava seu milkshake de morango. - Sim, to indo pra ai agora.
Fiz que desliguei o celular e guardei no bolso da calça.
- Vou indo nessa.
- Ah.. - ele se levantou. - Eu te levo em casa.
- Não! - neguei com as duas mãos e ele arqueou uma das sobrancelhas. - Vou sozinha.
- Tudo bem... - me curvei e ele riu.
- Obrigada pelo tombo. - sacudi o copo que eu segurava. - E pelo milkshake.
Ele assentiu e eu sai depressa dali, o deixando sozinho.

*****

Desde que eu tinha chego em casa meus pensamentos estavam inquietos, e todos se voltavam ao Jinyoung.
Chamei meu melhor amigo, e logo ele chegou com seus materiais escolares pois tinhámos um trabalho pra apresentar.
Enquanto eu estava contando o que tinha acontecido para Jihoon, minha mãe entrou no quarto trazendo suco e alguns pedaços de pizza. Comemos e conversamos sobre a escola, garotas, garotos e mais garotas. 
Jihoon apesar de ser quieto, era muito popular entre as garotas da nossa escola, já que ele era realmente muito bonito.
Quando ficamos amigos todos pensavam que nós éramos namorados, mas pra mim ele é meu irmão mais novo.
- Amanhã tem alguma prova? - perguntei enquanto vestia meu moletom.
- Não que eu saiba. - fui até o banheiro e prendi meu cabelo. - Mensagem de Jinyoung?
Arregalei os olhos e corri pra pegar meu celular que estava nas mãos de Jihoon. 
- Me dá. - eu tentava pegar e ele desviava e por ser muito alto era praticamente impossível.
- Vocês estão ficando? - nego com a cabeça tão rápido que chegou a soltar meu cabelo que eu tinha acabado de prender. - Mentirosa.
Ele me entregou o celular e se jogou na minha cama. 
- Não acredito que você tá com ele. - senti ciúmes em seu tom de voz.
- É isso mesmo que eu entendi? - ele me olhou confuso. - Ah sim, é ciúmes!
Me joguei em cima dele e tentei fazer cócegas em sua barriga. 

****
Acordei com o toque do meu celular que recuava em meu quarto. Vi as horas e marcava duas da manhã, atendi o celular puta da vida.
- Por quê tá me ligando a essa hora? - perguntei braba.
- Porque eu queria ouvir sua voz. - Jinyoung respondeu.
Tirei o celular do ouvido e vi que era ele que estava me ligando. 
Para aí, ele acabou de falar que queria ouvir minha voz? Quê? 
- Jinyoung? - me sentei na cama acendendo o abajur rosa.
- Desculpa por te acordar mas você poderia por favor abrir a porta? - me levantei correndo e abri a porta que tinha no meu quarto que dava pra sacada da casa.
Ele estava lá embaixo com o celular no ouvido olhando pra cima. 
- Adorei o pijama. - desliguei o celular e voltei correndo pra dentro.
Aish... peguei meu moletom preto que estava em cima da cadeira e vesti rapidamente.
Escutei uns barulhos e minutos depois Jinyoung estava na sacada. Ele tinha pego a escada? Mas que menino mais abusado.
Ele entrou no meu quarto e encostou a porta. 
Meu coração batia mais rápido a cada movimento que ele fazia.
Jinyoung veio na minha direção e me beijou.
Senti suas mãos no meu rosto e sua língua pedindo passagem e sem pensar duas vezes, cedi.
Seu beijo era calmo mas necessitado e era tudo o que eu já tinha imaginado.