História PV - Estarei sempre com você - Olhos lindos e Corajosa.

Chegamos a porta do grande salão. Eu estava meio distraída por causa da garota, e continuei andando, quase entrando no salão. Mas Castiel bota o braço na minha frente.

- Presta atenção.

- Desculpa... - digo parando.

- Está tudo estranhamente vazio... Tem algo errado.

Aos poucos Castiel vai abrindo a porta do salão. As luzes tinham voltado logo depois de eu ter saído correndo da sala aquela vez. Então o salão estava iluminado, mas estava vazio também.

Castiel ficou um tempo calado, pensando.

- Por que não continuamos? - digo andando um pouco mas sou parada.

- É uma armadilha. Já sei, eu conheço um lugar.

Ele me puxou e voltamos pela direção que viemos. Entramos naquela sala que eu o encontrei.

Castiel vai em direção a um armário e o empurra, revelando um tubo de ventilação onde dava para passar. Ele tira a grade e diz:

- Vai na frente.

- Mas... - Decidi não questionar e segui.

Me agachei e entrei no tubo. Castiel entrou logo em seguida. Ele tinha posto o armário na frente do tubo com dificuldade.

- Continua seguindo.

Fui engatinhando, mas minha preocupação era se ele tava olhando para minha bunda...

Cheguei em uma bifurcação.

- Pegue o caminho da direita.

Fui pelo caminho da direita como o Castiel falou.

Durante o caminho todo tinha umas 3 bifurcações, o que era o suficiente para uma pessoa se perder ali. Chegamos no final, pela grade eu não conseguia ver direito o que tinha ali.

- Deita - susurrou o castiel.

- Espera, o que?

- Deita logo, vou passar na sua frente.

Eu deitei e esperei ele passar. Mesmo não me tocando, eu sentia ele perto. Quando ele passou totalmente eu me levantei. Ele tirou a grade bem devagar, eu vi algo que parecia uma arma na mão dele.

- Castiel... - digo querendo impedir, mas foi tarde.

Ouço um tiro sendo disparado. Mas o tiro saiu meio abafado. Era uma arma com silenciador.

- Pronto - diz Castiel soltando a grade no chão e saindo - Vem.

- Eu não... - fiquei ali paralisada. Não gostava nada de ver cadáver.

- Amy! Vamos logo!

- Não quero...

- Amy, foi você que insistiu para vir, agora não consegue nem sair do tubo de ventilação. Porque fez aquele showzinho todo então?

Fiquei em silêncio. Mesmo falando tudo aquilo, eu não conseguia ver nem uma pessoa morta sem entrar em desespero...

- Esperava mais de você - diz Castiel colocando a grade de volta.

Eu estava envergonhada e ao mesmo tempo triste. O que o Castiel falou mexeu muito comigo... Eu realmente estava sendo uma covarde...

Eu achava que depois de ter falado tudo aquilo eu ia ter força e coragem para prosseguir, mas não é como nos filmes.

Talvez eu nem consiga mais sair daqui. Também não me surpreenderia se Castiel não viesse me buscar.

Eu deitei de novo e comecei a chorar. Eu não me suportava...

- Por que eu tenho que ser tão covarde... - digo em meio a lágrimas.

Naquele momento, eu fechei os olhos e vi minha mãe, ela sorria para mim de forma calma e feliz. Era uma lembrança de quando eu tinha 8 anos. Eu brincava no quintal com minha mãe, eu nunca tive amigas então minha mãe era minha melhor amiga.

Ouço ela falando algo, mas está meio abafado.

- ...olhos lindos...

Minha mãe sempre me chamou assim, mas ela me chamava também pelo nome. Porque eu não lembro?

Começo a me esforçar para lembrar, eu queria ouvir meu nome pela voz da minha mãe.

Aos poucos minha lembrança foi mudando. Eu fui direto para o dia que minha mãe morreu. O assassino tinha fugido eu estava ajoelhada chorando em frente da minha mãe.

- Querida... - Ela levanta a mão para acariciar minha bochecha - Querida, não chore - toco na mão da minha mãe - você tem olhos lindos e sabe disso né?

Eu aceno com a cabeça.

- Você tem que ser forte querida... seguir em frente e não deixar ninguém te por para baixo...você promete para mim?

Eu aceno a cabeça de novo.

- Isso... Você sempre será minha Annie... Olhos lindos e corajosa....

A mão dela cai do meu rosto.

Abro os olhos institivamente. Me levanto e vou em direção a grade. A empurro com força e desço dali.

- Finalmente abriu os olhos. Vamos - vejo Castiel parado em frente a uma porta me esperando.

Aquela lembraça que eu havia recuperado de minha mãe foi o que desencadeou uma ira ainda maior sobre o Don e aquela Mafia.

Me sentia diferente, e, indo em direção ao Castiel, paro no corpo do homem que o Castiel matou e pego a arma que estava com ele.

- Vamos! - Digo confiante.