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História Qual o motivo do seu sorriso? - Capítulo Único


Escrita por: seonataw

Notas do Autor


Oi, eu sou a @seonata, e estou aqui com a primeira one do meu projeto.
Fiz essa conta especialmente para isso, pois quero que o projeto vá além de Setembro.
Quer saber sobre o que eu estou falando? Dá uma olhadinha no jornal lá na minha conta oficial (link nas n.f).
Espero que Allyzzia Simões goste da história, fiz com todo carinho.
Vamos lá.

Capítulo 1 - Capítulo Único


Muitos dizem que a adolescência é a melhor fase da vida, contudo, não concordo com essa afirmação. Se fosse para classificarmos qual seria a melhor era já vivida por mim, provavelmente colocaria a infância em primeiro lugar, depois a fase adulta, e assim, por último a adolescência.

O período entre 13 a 18 anos é de longe o mais complicado vivido por todos, são novas experiência, amizades, dinheiro, e sem dúvidas, um ponta pé inicial para a jornada seguinte. Dia após dia durante nesse período, somos obrigados a crescer, deixar os brinquedos de lado e os substituir por livros, e mais livros didáticos. A faculdade tão almejada só é conquistada com esforço e dedicação, muitos amigos são perdidos nessa tão longa caminhada, alguns são fortes o bastante para se manter ao seu lado, outros não aguentam a pressão da distância, colocando assim um ponto final ao sentimento antes mantido.

E por um momento você para e olha ao redor, não há ninguém. Seus amigos se foram, e seus familiares precisam cuidar de seus próprios assuntos, cada um segue sua vida, deixando o que antes era primordial para você no fundo da gaveta. Não culpo a vida por estar sozinho agora, pois sei que tão poucas pessoas passam pelo o que eu estou passando, contudo, aquela vozinha continua a dizer que talvez pudesse ter sido diferente.

Não foi, não é.

O fim está tão próximo que já posso ver os créditos finais da minha própria história.

A vida fica difícil, os remédios cada vez mais caros, e depois de algum tempo, o ato de respirar já se tornou difícil. Quantos remédios são necessários apenas para respirar? No meu caso, apenas dois por enquanto. A cada receita adquirida um sorriso nada feliz brota em meu rosto, lembro da primeira vez em que tomei um antidepressivo.

Começou com uma consulta de rotina, um calmante feito de ervas e uma desculpa que dizia que eu estava bem, e que poderia me curar quando quisesse, mas naquele momento, eu apenas queria curtir a minha tristeza. Eu tinha 16 anos na época, um ano depois eu já tomava cinco comprimidos controlados por dia, mas eu apenas queria curtir minha tristeza, foi o que me levou a me afastar de tudo e todos, Minseok até tentou me ajudar nos primeiros meses, mas como todos, ele também desistiu de mim. Minhas notas caíram drasticamente, me levando a passar por conselho de classe pela primeira vez na vida, com 17 anos eu via meu fim. Não passava de um caso perdido. 

Eu ainda sorria, comia, dormia, até teve uma época que eu tentei correr, mas aquilo realmente não era para mim. Mesmo afundado naquela tristeza, eu ainda conjugava todos os verbos presentes no cotidiano, eu viva, apenas não vivia feliz.

Já estávamos na metade do ano quando decidi que precisava dar um jeito em minha vida, não queria ser aquela pessoa que estava sendo. Eu voltei a sorrir de verdade, a fazer piadas, a cantar e fazer toda a peça de teatro que um dia foi a minha vida, isso durou dois meses, quando a tristeza voltou, ela estava mais forte, e tão acostumada a fazer morada em mim que nem pediu para entrar.

Depois de um ano eu percebi o quanto errado era aquilo.

Mas todos viviam, por que eu era diferente?

Demorou dois anos para eu admitir a mim mesmo que eu era uma pessoa depressiva, mas eu não disse nada a ninguém. Mesmo depois de perder peso, sempre ter os olhos inchados, e uma quietude que não era minha, ninguém havia percebido, então eu também me calei.

Tomava meus calmantes, e assim vivia, era uma pessoa calma, mas ainda sim muito triste.

Com 19 anos eu tentei me matar pela primeira vez, eu me joguei em um rio perto da casa da minha avó, mas por sorte, ou não, um menino me salvou. Na época ele tinha cabelos pretos, e uma voz aguda demais para sua idade, foi nesse dia que Chanyeol havia me salvado de mim mesmo.

Quando cheguei ao hospital naquela tarde, ainda um pouco inconsciente, muito grogue pelos remédios que havia tomado mais cedo, vi minha mãe entrar como um furacão naquele quarto. Ela gritava o quanto inútil eu era, e o quanto fraco eu havia sido.

Não lembro do momento exato, mas Chanyeol entrou na frente quando ela ameaçou me dar o primeiro tapa. Nesse dia ele aprendeu a mentir, mentiu por mim.

Disse a ela que eu havia apenas escorregado, mas ele sabia que não, e eu sabia que ele sabia, pois logo que eu acordei o mais novo me perguntou o porquê de eu pular naquele rio. Minha mãe se acalmou, e logo disse que precisava ir, pois sua agenda do dia estava cheia, eu estava sozinho mais uma vez.

Sozinho com um desconhecido que havia feito mais por mim que muitos amigos meus.

– Por quê? – Você perguntou depois de um tempo. – O que aconteceu de tão grave?

Você sempre foi cheio de perguntas, e eu sempre odiava dar as respostas.

Já nos conhecíamos há quase cinco meses quando você me convenceu a ir ao um psiquiatra, ele me encheu de remédios quando diagnosticou o quanto doente mentalmente eu estava. Os remédios me deixavam tonto, e um pouco lento demais, você sorria e dizia que era para o meu bem.

Ficamos nessa por um ano e meio, eu já havia feito 21 e você estava preste a completar 21 também. Ia ter uma festa, sua festa, mas eu ainda tinha fobia de pessoas, então fiquei em casa, eu não te contei, mas havia parado de tomar aqueles comprimidos há cerca de um mês. Naquele dia você aprendeu que eu também sabia mentir.

Fui parar no hospital mais uma vez, mas eu não tinha você comigo naquela ambulância.

Eu estava sozinho, me sentia sozinho, e eu sempre odiei a solidão.

No dia seguinte você ficou sabendo de tudo, e foi me visitar, achei que você ia brigar comigo como fez minha mãe, mas você não fez isso. Apenas me abraçou e disse que ia ficar tudo bem, quando eu tive que me internar em um clinica psiquiatra você também disse que ficaria tudo bem, mas não estava tudo bem, eu queria estar ao seu lado, eu queria seu abraço quentinho, e seu cafuné gostoso, mas apenas tinha agulhas e mais remédios.

Tive alta no meu aniversário de 22 anos, e você foi me encontrar no portão daquele lugar, ao seu lado havia uma pessoa, outra pessoa. Naquele dia você estava tão feliz que nem percebeu que destruiu meu coração, as lagrima não eram de felicidade em te ver, depois daquele dia eu nunca mais quis olhar para você. Naquele dia você aprendeu a como me ferir.

Com 24 anos eu trabalhava, tomava meus remédios e vivia, nunca feliz, mas ainda sim vivia.

Foi com 25 que eu recebia o convite do seu casamento, eu havia perdido você para a sempre, e você mais do que ninguém sabia que o para sempre era muito tempo. Meu acento ficou vazio na igreja, mas minha cama no hospital estava ocupada, você não foi me visitar. Naquele dia eu aprendi que você não vivia mais para mim, e doeu, doeu como o inferno.

E continuou doendo, um ano depois ainda doía, dois, três, nunca parava, sempre que eu via vocês dois juntos doía muito. Ela era linda, mas não se comparava a sua beleza.

Não havia mais lagrimas para chorar quando eu descobri que vocês teriam o primeiro filho, dei meus parabéns, e comprei um presente a criança. Era apenas um quadro, eu não queria aparecer de mãos vazias quando fui visitar vocês depois do nascimento.

Qual é o motivo do seu sorriso?

Rimos, pois não era um presente para criança, mas ainda sim era um presente.

Depois de alguns anos perdemos o contato, você saiu do país, e eu troquei de celular. Nunca mais tive nenhuma recaída, mas ainda tomo muitos remédios, e ainda me consulto com psiquiatras toda a quinta feira.

E hoje eu lembrei de você.

Não sei se você já foi em um psiquiatra, mas eles não são de falar muito, apenas escutam, e depois dizem o que você precisa tomar para tudo aquilo passar. Contudo, hoje enquanto contava sobre o que havia acontecido durante a semana, ele decidiu falar.

– Qual é o motivo do seu sorriso, Sr. Byun?

Eu o encarei por longos segundos.

Park Chanyeol.

Você é o motivo do meu sorriso, há exatos quinze anos fui salvo por você, e dia após dia você vem me salvando. Me ensinou a mentir, a sofrer, a viver, mesmo que não seja tão feliz assim.

E hoje eu aprendi a não te esquecer.


Notas Finais


Link do jornal: https://spiritfanfics.com/perfil/seonata/jornal/projeto-escrever-e-vida-6552376
Espero que tenham gostado, foi duas crises apenas para escrever 1,4K de palavras, af.
É isso, até as próximas.
xoxo ~❤


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