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História Qualquer maneira de amor vale a pena - That's what friends are for


Escrita por: LanaMM

Notas do Autor


Mais um capítulo, galera, e bem fofinho pra compensar um pouquinho que seja o sofrimento do resumo de ontem, ainda tô mal pelo bolinho, sério. Pelo menos, Gutinho vai tentar ajudar a crush, né? Pelo menos!
Espero que gostem.
Boa leitura ❤

Capítulo 6 - That's what friends are for


For good times and bad times

(Nas horas boas e ruins)

I'll be on your side forever more

(Eu sempre vou estar ao seu lado)

That's what friends are for

(É para isso que servem os amigos)

 

– Você tá me evitando? – Uma voz sussurra ao meu ouvido e cada pelinho do meu corpo se levanta.

Viro a cabeça e um par de olhos escuros me encara de volta, de perto. Muito mais perto do que eu já estive de qualquer outro garoto em toda a minha vida – seu peito a centímetros de distância das minhas costas. E isso me deixa nervosa de uma forma que eu não gosto. Eu não sou estúpida, é claro que eu sei que Guto não se aproximou assim porque pretende me beijar nem nada, mas fala isso para o meu coração acelerado ou para as minhas pernas que estão tremendo.

Dou três bons passos pra frente me afastando, e me viro de frente pra ele.

– Claro que não. Por que você acha isso? – Pergunto, e me encolho mentalmente quando ouço minha voz tremer. Eu preciso começar a treinar mentiras no espelho.

– Eu não sei. Talvez porque eu tô tentando falar com você desde terça quando a gente saiu daquela maldita quadra, mas eu não te encontro? – Ele ironiza.

– A gente não costuma frequentar os mesmos lugares.

– A gente estuda num colégio interno. Juntos!

Droga! É verdade. Eu tinha esquecido disso. O pior é que essa parecia uma boa desculpa.

Guto respira fundo e me encara.

– Eu tô vendo que você não tá a fim de falar comigo, então não vou te impor a minha presença. Eu só queria ter certeza que você...

– Que eu não vou contar pro Felipe sobre você e a Clara. Eu sei. Por que você acha que as coisas mudaram? Eu já tinha dito que ia ficar quieta.

– Eu não sei. Eu acho que eu só queria ter certeza. Acho que agora você entende porque preciso tanto manter isso escondido.

Claro que eu entendo. Ele está com medo de perder o amigo. 

– Bom, então, se o que você precisa pra dormir melhor é que eu garanta que vou continuar mantendo a boca fechada, eu garanto. Não é como se eu conhecesse o Felipe a vida toda pra me sentir na obrigação de contar alguma coisa. O que soava bem menos horrível, quando tava só na minha cabeça.

Guto pressiona os lábios juntos e olha pra rua atrás de mim. Então percebo como isso soou.

– Eu não tava falando de você! – Digo rápido tentando me corrigir. – Eu não tô te julgando, não, viu. Você deve saber o que está fazendo.

– Tudo bem. É verdade. Bom, Benê valeu. Como eu prometi, eu não vou impor a minha presença. Valeu por continuar guardando o meu segredo. – Ele coloca as duas mãos nos bolsos da frente da calça, então sem dizer mais nada, passa por mim, e continua caminhando em direção à rua.

Ele não parece nenhum pouco com o garoto que estava lá dentro se divertindo há apenas alguns minutos. Esse assunto deve deixá-lo cansado, talvez se sinta até um pouco culpado. Essa é provavelmente uma situação difícil. Apaixonado pela namorada do melhor amigo. Será que ele precisa de alguém pra conversar? Não. Ele tem o Tato! Mas o Tato não está aqui agora.

Respiro fundo, e corro um pouco para acompanhá-lo. Quando o alcanço, Guto vira a cabeça pra esquerda pra olhar para mim.

– O que você está fazendo? – Ele pergunta.

– Eu achei que talvez você podia estar precisando de um amigo.

– E eu achei que você tivesse dito que a gente não funcionaria como amigos.

É verdade. Eu disse. E ainda acho isso. Mas ele parece precisar de alguém agora, e não tem nenhuma chance de eu deixá-lo sozinho. Engraçado. Eu passei metade da semana fugindo dele, e agora, sou eu quem está correndo atrás.

– E você tem certeza de que quer ficar sozinha comigo? Um cara que traiu o melhor amigo? Sem contar que alguém pode ver. Isso não seria horrível pra você? 

Ele está irritado e tentando me afastar. Então eu decido ignorar.

– Você quer conversar?

– Por quê? Você já não acha que eu sou um babaca? Se a gente conversar, as coisas vão ficar piores. Você devia voltar lá pra dentro. – Olho pra direção que ele aponta com o polegar atrás de nós, e vejo a lanchonete diminuindo conforme nos afastamos.

– Esse papel de mártir não combina com você. – Digo. E não combina mesmo. Os sorrisos fáceis são mais a cara dele. – Por que vocês não tentam falar com o Felipe? Ele parece ser um cara legal, talvez ele entenda.

Guto para ao me ouvir, e como eu tinha continuado andando, volto alguns passos para ficar próxima dele novamente.

– Entenda o quê? – Ele pergunta confuso.

– Que você e a Clara se gostam. Deve ser difícil pra vocês, mas ficar mentindo vai ser pior.

– O quê?

– Guto, não precisa mentir pra mim. – Peço recomeçando a caminhada. – Eu vi vocês, lembra? Eu sei que vocês...

– Benê não surta! – Ele diz segurando o meu braço, e me mantendo no lugar. – Eu não sou a fim da Clara e nem ela de mim. Quer dizer, talvez ela seja um pouco, mas todas vocês não são?

Pisco confusa – ignorando a última parte – porque isso não faz muito sentido pra mim. Se eles não estão a fim um do outro...?

– Mas se vocês não estão a fim um do outro por que vocês se beijaram? – Eu passei a semana inteira pensando nisso, e não consegui encontrar outro motivo, afinal, Guto parece gostar muito de Felipe.

Ele solta o meu braço e passa a mão pelo rosto, frustrado.

– As coisas só... aconteceram. Na noite antes do primeiro dia de aula a gente resolveu dar uma festa, e teve bebida, todo mundo meio que virou a noite, e os dois discutiram por uma bobeira, alguma coisa que ele disse da mãe dela, aí o Felipe foi embora, e eu e a Clara decidimos dar uma volta. Quando a gente viu, nós já estávamos na sala de música, e a próxima coisa que eu me lembro, é da gente se beijando e depois de você chegando. 

Uau! Isso definitivamente é pior do que eu imaginava. Mas mesmo assim, os dois beberam, eles não são inteiramente culpados – nem inocentes, pra ser sincera – nessa história. Agora eu tô tentando defender ele? Que droga eu tô fazendo?

– Então? Você vai sair correndo agora? Se convenceu que eu sou um completo babaca mal caráter, de quem você devia ficar longe? – Ele pergunta, sentando numa calçada. Seu rosto se escondendo na escuridão da sombra de uma árvore.

Ele não espera que eu diga algo para fazê-lo se sentir melhor, o que é bom, porque sinceramente, não me passa nada pela cabeça, além da desculpa da bebida, que é péssima. Então simplesmente me sento no escuro com ele, e lhe entrego o copo com o que sobrou do meu milk shake. Nessas horas, chocolate é sempre bem-vindo. Guto deixa escapar um sorriso fraco e aceita o meu presente de bom grado, tomando um pouco imediatamente.

– Você me deixa confuso, sabia? – Ele confessa e eu o encaro curiosa. – Você me ignora, depois vem atrás de mim. Obviamente, não curte as coisas que eu faço, mas desde que apareceu na minha vida, me ajuda a consertar todas elas... Você não é um anjo, é?

Eu tenho que rir, e aproveito pra virar o rosto pro outro lado, pra esconder o quanto essa brincadeira me deixou corada. O silêncio se prolonga, mas não de um jeito estranho e desconfortável, apenas, duas pessoas, que não têm muito o que falar, e que não se incomodam em ficar juntas mesmo assim. Cada uma com seus pensamentos. Mas eu tenho algo a dizer, na verdade, então, respiro fundo e tomo coragem.

– Posso te dar um conselho? – Ele suspira, provavelmente já imaginando o que eu vou dizer. – Conta a verdade. Eu sei que parece uma péssima ideia agora, mas essas coisas não ficam escondidas pra sempre. Uma hora ele vai acabar descobrindo, e é melhor que seja por vocês. Ele pode brigar, gritar, quebrar tudo, mas se forem vocês a contar, talvez um dia, ele perdoe, agora, se ele descobrir de outra forma... – Deixo a frase em suspenso, mas não preciso terminá-la. Sei que ele entendeu.

Nós olhamos um pro outro por um momento, e mesmo no escuro, consigo ver um brilho nos olhos dele, que eu nunca vi em ninguém.

– Benê, as únicas pessoas que sabem dessa história, somos a Clara, você e eu.  E eu ela não vamos contar. – Ele fala baixinho, não soando maldoso, apenas... cansado.

– Então só sobra eu. E eu já prometi que não vou dizer nada. Mas toma cuidado. De um jeito ou de outro, essas coisas sempre acabam saindo do controle.

– Vou tomar. – Ele promete, tomando mais um pouco do milk shake, quando o meu celular toca.

Ai, meu Deus! O show!

– Keyla?

– Benedita, onde você tá? – A garota quase grita, parecendo muito irritada.

– Eu... – Olho para Guto, buscando ajuda, mas ele me encara inocentemente, sem ter ideia do que está acontecendo do outro lado da linha. – Eu saí pra dar uma volta. 

– Onde você tá? A gente passa aí pra te pegar.

Fico de pé em um salto e olho em volta tentando me encontrar, mas só vejo casas, prédios e árvores.

– Onde a gente tá? – Pergunto pro garoto sentado confortavelmente na calçada abaixo de mim, que acompanha cada um dos meus movimentos com o olhar, parecendo se divertir.

– Com quem você tá falando? – Keyla pergunta, e toda a irritação é substituída por curiosidade.

– Com ninguém.

– Não sou eu que você tá chamando de ninguém, sou? – O garoto pergunta numa indignação fingida.

Pressiono o indicador nos lábios, num pedido mudo de silêncio.

– Não parece ser ninguém. Eu ouvi uma voz. Benedita Teixeira Ramos, me responde onde e com quem você está agora!

– Com ninguém. Eu já tô voltando. Me espera! – Desligo antes que ela possa dizer mais alguma coisa. E solto a respiração que nem sabia que estava segurando.

Olho pra Guto, quando o ouço rindo, e ele não parece nenhum pouco culpado, por ter sido pego no flagra. Idiota. 

– Do que você tá rindo?

– Foi mal, ursinha, mas você é uma figura. – Ele diz entre o riso. – Por que você se importa tanto com o que os outros pensam?

 Eu não me importo com o que os outros pensam, eu só... Bom talvez, eu me importe um pouquinho, mas o problema maior, é a atenção, e não os pensamentos. Mas eu não tenho tempo pra explicar isso de novo. Dou meia volta, e começo a caminhar.

– Ô, espera aí, maluca. – Ele grita, mas não paro. – Benê pra onde você tá indo?

Que pergunta idiota. Pra onde ele acha que eu tô indo?

– Pra lanchonete. – Respondo apenas por educação mas continuo caminhando.

– Então, não seria mais fácil, você ir pro outro lado. – Isso chama a minha atenção.

Paro, e me viro pra olhar para o menino ainda sentado.

– O quê? 

– A lanchonete fica pra lá. – Ele me informa, apontando com o polegar, para a direção contrária da que eu estava indo.

Que ótimo. Com meu senso de direção, eu me perderia até numa caminhada em linha reta. 

Passo por ele indo na direção que ele indicou, e quando menos espero ele já está caminhando ao meu lado. Não digo nada, mas não ficamos em silêncio por muito tempo.

– Pra onde vocês estão indo. – Ele pergunta.

– Um show do pai da Keyla.

Ele ri.

– Só a Keyla mesmo pra convencer a Lica a ir num show de brega.

– Se a Keyla te ouvir falando isso, ela vai te dar uns tapas.

– Eu já levei uns tapas da Keyla. Não foi assim tão ruim. – Ele me conta, olhando pra cima e sorrindo como se estivesse lembrando de algo divertido.

Claro.

– Você já pegou a Keyla, né? – Obviamente essa é uma pergunta retórica. Eu não preciso ouvir a resposta quando o rosto dele já diz tudo.

– Se eu dissesse que sim, você ficaria com ciúmes? – Ele sorri de lado quando pergunta.

– Guto, eu não sei se você lembra, mas tudo que aconteceu entre a gente, saiu da imaginação suja dos pervertidos da escola. – Digo e me surpreendo em como a minha voz sai confiante.

Ele me encara por um segundo, como se estivesse surpreso com a resposta, e então ri.

– Eu gosto quando você é ousada, ursinha. 

Ursinha? Essa é a segunda vez que ele me chama assim hoje. O que ele pretende? Me colocar um apelido?

Antes que eu possa perguntar, avisto a lanchonete, e percebo de imediato que além dos carros que já estavam no estacionamento quando saímos, vários táxis estão parados com pessoas por perto de cada um deles. 

– Benê! Até que enfim! A Keyla tá a ponto de ter um enfarte! – Lica me conta assim que me vê. Então nota Guto ao meu lado. – Eu devia ter imaginado que isso era coisa sua. Mas vocês não podiam deixar pra se pegarem numa hora que a Keyla tivesse menos histérica?

– A gente tava só conversando! – Me apresso em explicar.

– Sei. – Ela com certeza não acreditou em mim. – Mas vamo logo que tá todo mundo te esperando. 

– Todo mundo quem?

– Todo mundo. Não tá vendo os táxis? Vai todo mundo pro show.

– Como vocês conseguiram convencer todo mundo a ir num show de brega? – Guto pergunta surpreso enquanto olha ao redor.

– Não deixa a Keyla te ouvir falando isso. – Lica aconselha. – Mas eu não sei. Foi coisa dela, da Tina e da Ellen. 

– Benê! Onde você tava? – Keyla chega gritando. – Quer saber? Não importa! Entra no carro logo, a gente tá atrasado. Ah, oi Guto. Você também vai?

Nós três olhamos pra ele aguardando a resposta. Então ele sorri.

����

Barulho demais. Luzes demais. Cheiros demais. Pessoas demais.

Então isso é um show? Uma mistura não tão boa de tudo que você conseguir imaginar? Não posso dizer que é o meu programa favorito. Consigo pensar em algumas formas melhores de passar o tempo. Quem vê de fora, pode achar esquisito uma garota da minha idade, nunca ter ido a um show antes, mas quando se é “a nerd estranha” da sua escola, a sua lista de amigos fica limitada a sua mãe e ao seu irmão de 9 anos, e seria difícil arrastar um deles pra um lugar assim, quer dizer, o Julinho até toparia, quem não ia deixar ele entrar, seriam os seguranças.

Mas as coisas são diferentes agora. Lembro a mim mesma. Entrar pra essa escola, foi a melhor coisa que me aconteceu por muitos motivos,  e encontrar essas meninas é o principal deles.

Sinto uma mão procurando a minha e olho pra cima. É a Ellen.

– A gente tem que ficar juntas, Benê. Pra não correr o risco de se perder. – Ela grita por cima da música.

O pai da Keyla já estava no palco quando chegamos, o que deixou a morena um tanto quanto irritada, o que é estranho porque, até onde eu me lembro, ela nem sequer queria vir pra começo de conversa. No entanto, hoje ela passou todo o tempo falando no show, ou convidando pessoas pra vir com a gente. Era quase como se ela quisesse ocupar a cabeça pra não pensar em alguma outra coisa. Mas o que seria essa coisa? Eu não saberia dizer.

Passamos por uma multidão de gente, até chegarmos numa escada que Keyla não perde tempo para subir. E então mostramos nossas pulseiras para o segurança que logo permite a nossa entrada. Tem menos pessoas aqui. Bem menos. O que é bom, é mais fácil de me situar. Keyla se aproxima de uma espécie de sacada e começa a gritar e cantar feito louca.

– Ela tá bem? – Pergunto para as meninas.

As três olham pra mim, depois se olham entre si, e então pra Keyla. Nós vamos até a garota na sacada.

– Keyla, o quê que tá acontecendo? – Tina pergunta tentando soar tranquila.

– Nada. Por quê? – Ela para um pouco nos encarando, então começa a olhar ao redor.

– Quem você tá procurando? É o Deco? – Ellen questiona.

– Deco? – A cantora parece confusa por um momento. – Ah, o Deco. Não, eu nem chamei ele, acabei esquecendo.

Ela chamou todo mundo que ela via pela frente e esqueceu do próprio namorado?

– Alguma de vocês viu o Tato? – Ela pergunta de repente.

Eu nem sabia que o Tato tinha vindo também. Mas de qualquer forma, eu não sei quem veio ou não. Quando cheguei na lanchonete, saí de lá, antes de falar com qualquer pessoa, e quando voltei, Keyla me enfiou num carro, assim que Guto disse que viria. Por falar em Guto, esse é outro que eu não tenho ideia de onde está. Depois que nós entramos cada um em um carro – ele em um com Samantha, MB e mais duas meninas que eu não conheço, e eu em outro com, Lica, Keyla, Ellen e Tina – eu só o vi na entrada. E então nós nos separamos indo cada um para um lado, assim como o resto das pessoas que vieram conosco, inclusive.

– Não é ele ali? – Lica pergunta, apontando pra um cara encostado em um pilar. Eu só o vi algumas vezes, mas se parece com o Tato que eu me lembro.

– É ele! – Keyla grita, sorrindo. – Me esperem aqui, eu já volto.

Mas quando ela dá dois passos na direção do garoto, K2 aparece e se pendura no pescoço do moreno. Keyla estanca na mesma hora, olhando para os dois.

– O que aquela piriguete tá fazendo agarrada com o Tato?

– O que você acha que ela tá fazendo Keyla? Todo mundo sabe que a K2 arrasta um caminhão pelo Tato. – Lica murmura.

– Pelo Tato? Então porque ela e a K1 vieram me mandar ficar longe do Guto?

As quatro viram a cabeça pra olhar pra mim. Eu falei em voz alta?

– Ela tá beijando ele? – Keyla pergunta, mas é uma pergunta que não faz sentido, já que eles realmente estão se beijando.

– O quê que tem, Keyla? Tenho certeza que se você for lá, ele manda essa aí se catar. Vai lá. – Incentiva Tina.

– Ele não vai fazer isso. – Keyla garante, toda a animação sumindo do seu rosto.

– Por que não? – Ellen pergunta.

– Porque ele me disse hoje que é a fim de mim.

– Finalmente! – Lica grita, levantando os braços para o céu, nos assustando. – Foi mal, mas todo mundo já sabia disso. Só você não percebia.

As meninas concordam.

– E o que você disse? – Pergunta Ellen.

– Que eu já tenho namorado. E que eu só vejo ele como amigo. Mas isso não queria dizer que era pra ele sair com a primeira piranha que aparecesse pela frente.

– Keyla, mas qual o problema se você só vê ele como amigo? Não é melhor ele tentar te esquecer? – Pergunto.

– Me esquecer? Mas, mas tinha que ser justo com essa K2? K2? Olha o nome da criatura!

– Não sei, não, mas isso tá me cheirando a ciúme, Keyla Maria. – Lica brinca, mas Keyla não ri.

– Eu cansei daqui. Vamo dá uma volta. – Ela anuncia já indo em direção à escada.

Nós damos o nosso melhor pra acompanhar, mas Keyla está andando muito depressa. Eu geralmente corro quando estou irritada, isso deve ser a versão dela do mesmo. Mas sinceramente, eu não consigo entender, como ela consegue andar tão rápido messes saltos. Eu já teria caído umas três vezes.

Passamos por mulheres de meia idade que gritam o nome do pai de Keyla e se declaram para ele o tempo todo. Passamos por casais se beijando, e por pessoas da nossa idade, dançando funk, mesmo sabendo que não tem nada a ver com a música. Atravessamos a casa de shows de um lado pro outro, e eu acabo reconhecendo alguns rostos da escola, e um deles é o de Guto. 

Ele está sentado no bar, conversando com uma moça. Não dá pra ver muito já que ela está de costas pra mim, mas ela parece ser bonita, tem o cabelo escuro e enorme. Ele olha pra ela como se quisesse estar fazendo mais que isso. Em certo momento, Guto se aproxima, como se quisesse sentir o perfume do pescoço dela, e quando seu rosto está enterrado na curva do ombro da moça, ele levanta os olhos e me vê. E só então eu percebo, o quanto é estranho eu ficar encarando enquanto ele está flertando com outra. Dou um sorriso sem graça, e ele pisca um olho pra mim, antes de voltar a conversar com ela.

– Benê! Vamo. Não dá pra ficar pra trás aqui. – Ellen reclama, me puxando pela mão.

E eu vou.


Notas Finais


E então? Quem concorda com a Benezinha de que esse segredo vai acabar escapando? o/o/o/ Guto vai se meter em problemas por não escutar ela.
E a Benê que não consegue deixar o irmão da Lica sozinho quando ele tá mal? (Alguém mais ficou com vontade de cuidar dele?)
E ela finalmente admitindo que os dois são amigos? Óbvio que o Guto não ia deixar essa passar. Haha
Benê é pior que eu com senso de direção, coitada kkkkk
Descoberto porquê Keylouca estava tão pirada, no último capítulo. Descobriu que o Tatinho é a fim dela e fez besteira. Como será que ela vai sair dessa? E quando?
Guto com outra no finalzinho, sinto que vou decepcionar uma galera, mas não me abandonem, por favor! Eles acbaram de se conhecer. Foi carinho à primeira vista, mas amor, AMOR ainda vai demorar um pouquinho, só. E também eu quero mostrar a diferença do Guto amigo, para o Guto apaixonado daqui uns capítulos.
Então foi isso, pessoas. Espero que tenham curtido.
Um beijão, meus amores, e até a próxima!


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