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História Quando A Piada Se Transforma Em Escuridão - Perigos no Arkham


Escrita por: FresadelaLuna

Capítulo 10 - Perigos no Arkham


Fanfic / Fanfiction Quando A Piada Se Transforma Em Escuridão - Perigos no Arkham

“A outra mantém as flores recém-colhidas em cada quarto
Nunca há brinquedos espalhados por toda parte
E quando seu velho homem chegar
Ele a encontrá esperando como uma rainha solitária”

 

 

Eu não consegui ver a porta sendo aberta. Ou o Coringa segurando a mão sangrando, enquanto a arma caía no chão.

Jim Gordon agora apontava a arma em minha direção, esperando que eu fizesse algo. Eu, sem notar que ainda segurava a faca, ergui minhas mãos para cima da cabeça.

Diversos homens do GCPD surgiram, criando um cerco em torno do Sr. C e eu.

- Pensei que demorariam mais - disse eu para Gordon, sem notar que, ao invés dele perceber minha referência ao Batsy, ele viu aquilo como algum tipo tosco de chacota.

Soltei a faca no chão, conforme ouvia a risada do Sr. C se espalhando pelo cômodo. Ele fora pego, algemado com os pulsos nas costas, enquanto eu recebia o mesmo procedimento, só que mais violento.

- Ele vai vir me ver? - murmurei para Jim, assim que parei a sua frente, no centro da porta.

- Jeremiah Arkham? Com certeza! - sorriu pelo canto da boca, segurando minhas algemas.

James Gordon não tinha ideia do que eu estava falando, e mesmo ele sendo um completo filho da puta por isso, ainda assim o agradecia mentalmente por ter me livrado do Sr. C… Só havia um problema, ambos iríamos para o Asylum Arkham.

E sabe-se lá o que estaria nos esperando dentro daquelas paredes...

Desde que conheci Bruce, tentei ao máximo me controlar, até mesmo meditei durante boa parte da noite, esperando assim, engolir toda a minha raiva e a vontade de estripar cada um que se mostrava uma ameaça para mim. No entanto, todo o mantra que decorei e utilizava em meus piores momentos, não pareciam fazer tanto efeito agora que eu estava longe dele.

 

Eu me lembrava daquela sala branca pelas muitas vezes em que fui posta ali, amarrada com uma camisa de forças e calça branca, larga, de meias rosa e azul, sem qualquer resquício de maquiagem, apenas minha palidez e cabelo ressequido, esperando, sentada no chão e encostada na parede almofadada. Um cela de segurança máxima.

E aqui estava eu, mais uma vez, vestida do mesmo jeito e com o mesmo visual, sem ao menos saber como foi que James descobriu onde estávamos, sem ao menos saber se Bruce viria atrás de mim.

Presa.

Já não me bastava o tanto que eu estive presa num sentimento de amor (vindo de mim) e ódio (vindo do Sr. C), agora eu teria que estar dentro do Arkham, depois de ter passado quase cinco anos longe dele. Que sorte a minha!

Bufando, olhei para a luz néon que saía dentre as almofadas do teto, cobertas por uma tela protetora, de quadrados de ferro branco. Suspirei, esticando meus pés a frente do meu corpo, mexendo os dedos, notando como o tecido se movia.

Ouvi passos vindo do corredor decrépito do outro lado.

Ajeitei-me no espaço abaixo de mim e sorri.

- Alô? Alguém aí? Pode me trazer um sanduíche de queijo e uma pílula do dia seguinte? Adoraria se me trouxesse uma barra de ferro e arrancassem o meu útero também! - gritei.

- Fizemos os exames rotineiros nela, o mesmo que devemos fazer com todos os pacientes e presidiários que trazemos para cá - ouvi uma voz grossa que resoou do outro lado da porta de aço, com apenas uma pequena janela de vidro grosso acima dela - Segundo os resultados, existem indícios de violência sexual e agressão. Sei que por ela ser parceira do Coringa, isso seria normal, mas essas parecem piores… Digo isso porque ela chorou durante todo o procedimento feito, coisa que ela nunca fez antes.

Engoli a seco, ainda podendo sentir o interior das minhas coxas doloridas e todo o meu abdômen que fora mordido. "Que tipo de piada eu poderia fazer a respeito daquilo?"

Tão logo a porta de aço se abriu, trazendo, atrás da cabeça comprida de Jeremiah Arkham, o Cavaleiro das Trevas.

- Pode nos deixar sozinhos? - perguntou Batsy para ele.

- Isso é contra as regras.

- Nos dê cinco minutos.

Se controlando para não expulsá-lo, Jeremiah ergueu os óculos retangulares um pouco para baixo das sobrancelhas e deixou com que o Morceguinho entrasse, fechando a porta atrás dele.

Um longo minuto de silêncio se instaurou entre nós, até ele o quebrar.

- Ele abusou de você? - perguntou.

Eu olhava fixamente para os seus olhos cobertos de negro, mas assim que a pergunta foi feita, eu desviei o olhar, encarando qualquer canto que não mostrasse qualquer sombra de seu traje de guerra. Engoli a seco mais uma única vez, podendo sentir a falta de ar me envolver.

- Ele abusou de você? - voltou a perguntar, desta vez, mais enfurecido.

Apertei os olhos com força, não querendo falar, sentindo as lágrimas quentes escorrendo pelo meu rosto sem que eu notasse. Então eu afirmei. Afirmei e continuei afirmando sucessivamente.

Sua fúria vibrava num calor descomunal, que quase pude senti-la. Ele se vira e soca a porta de aço com força, mas nenhum som rugi do outro lado, a sala é a prova de som. Tento me encolher na divisa das paredes no meu canto direito, querendo não olhar para o esquerdo, para onde ele andou, mas então senti meu corpo, sem poder movimentar meus músculos em rejeição, ir para frente, sendo facilmente encaixado no peito metálico do Batman, podendo soluçar involuntariamente enquanto suas mãos, grossas e enluvadas, acariciavam os meus cabelos.

- Me desculpe, Harley - pediu.

Os soluços faziam meu abdômen doer, então eu gemia entre os dentes, de raiva, de nojo. Eu não conseguia suportar… Mas ele ergueu meu queixo, me olhando firmemente, esperando que eu não evitasse seu contato visual.

- Ele vai pagar.

- Não é como se ele já não tivesse feito isso antes, Batsy - murmurei.

- O passado não importa agora.

- Eles vão me manter segura aqui. Está tudo bem. Jeremiah disse que me manteria longe do Sr… Do Coringa.

- Ele não faria nada com você, nem se quisesse - suspirando, se aproximou, beijando com ternura a minha testa.

- Deixe tudo como está. Bruce Wayne pode voltar a ser o solteirão de Gotham. Batman pode voltar a fazer o que quiser com os vilões. E eu posso ficar aqui o tempo que for necessário, até acharem que estou curada.

- Eu não vou deixar que fique aqui.

Pondo-me encostada na parede, novamente, como antes, ele se ergueu, apertando os pulsos com firmeza.

- O-o quê? - indaguei, tentando entendê-lo - O que você quer dizer com isso?

- Eu vou atrás dele - a porta estalou - E vou voltar para te buscar.

Jeremiah surgiu, trazendo com ele, quase que ao mesmo tempo, o som ensurdecedor das sirenes ressoando, e as luzes, de brancas, tornando-se vermelhas.

“Paciente Foragido”, avisou uma voz mecânica ao fundo.



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