1. Spirit Fanfics >
  2. Quando A Piada Se Transforma Em Escuridão >
  3. Cartas

História Quando A Piada Se Transforma Em Escuridão - Cartas


Escrita por: FresadelaLuna

Notas do Autor


Primeiramente eu queria muitãooooo agradecer a LinnyMermaid (Marina Araújo) porque ela fez esse gif maravilhoso pra fic <3 <3 agradeço demaaaais por isso <3 <3
Por favoorrrrr!!! Ouçam Flip Grater - Oh My Wordenquanto leêm isso <3

Capítulo 18 - Cartas


Fanfic / Fanfiction Quando A Piada Se Transforma Em Escuridão - Cartas

"Eu arruinei isso, eu te derrubei
Seus dedos estão desgastados, seus olhos estão cheios de nuvens
Os pingos de chuva misturam-se com as lágrimas em sua boca
Onde eu beijei uma vez, seus lábios quentes
Assim como a minha língua tropeçou, sobre dentes brancos
Pele macia mordida, com as minhas mãos atadas
Oh Deus, eu perdi..."

 

 

De: Bruce Wayne.

Para: Harleen Frances Quinzel (Harley Quinn).

 

Se existe algo que aprendi em Gotham City, foi que, independente de todas as transformações de mundo, existe apenas um que se pode aceitar. A transformação do espírito… Foi por isso que me transformei no Batman, foi por isso que quis encontrar a esperança nesta cidade que todos acham que surgiu dentre as entranhas do inferno. Minha vida foi baseada, desde que perdi meus pais, em conseguir conviver com o máximo de desafios possíveis, conseguir ultrapassar os obstáculos que me acercam e então ultrapassá-los, e fiz isso por vinte longos anos, por um tempo extenso o bastante para ter experiência em tudo o que viria mais a frente… Mas não tive, não até vê-la aparecer na Mansão Wayne, em meio aquela temporal, com aquelas marcas que poderiam tê-la matado. Disse a mim mesmo que deveria tirá-la da minha casa, porque era uma isca inoportuna, mas esperei para te ver melhorar, esperei porque sabia que algo em você transmite verdade… Então continuei a esperar.

Quando a indecisão se torna seu único ponto de partida, você não consegue se levantar e ficar em pé sem saber até quando é certo esperar pela resposta… E talvez essa seja a melhor solução para nós dois… Talvez esse seja o único meio de deixá-la fora de perigo, porque desde que me entendo por gente, sei que ninguém fica ao meu lado por muito tempo, sei que morrem ou se perde na esquizofrenia, e não quero isso para você, não quando sei que você ainda pode ser salva, quando sei que você pode estar tão perto de se tornar a pessoa que está guardada aí dentro. Então por favor, quero que continue e aceite meu distanciamento, porque por mais que eu esteja preso a isso, sinto como se esse sentimento… Eles são infernos dobrados em nós, e eu não tenho nada para lhe oferecer além de uma vida caótica e repleta de medos. Eu tenho que ser feliz por minha conta, assim como você. Eu não deveria ter te aceito… Aceitado te ver entrar na minha vida aos tropeços, me derrubando com todos os seus modos mais caricatos que nunca procurei enxergar mais a fundo, e eu peço perdão por isso.

Me sinto como um "dar as mãos" ao seu primeiro amor, como um último beijo da sua esperança em vão, como uma criança crescida com sua corda de pular, me sinto como se o mundo estivesse me dando o presente de oferecer a você uma nova vida, um novo rumo, sem mais dor ou sofrimento, sem agressões físicas ou qualquer outro tipo de violência… Apenas você!

Espero descobrir futuramente, um modo de conseguir voltar algum dia a minha sanidade mental e assim, te vigiar e te guiar sem que meus sentimentos afetem o que tenho para com Gotham. Não quero que pense que o que eu sinto por você é pouco, porque o que eu sinto é maior do que eu poderia ter sentido por qualquer outra pessoa. Eu desistiria de tudo o que eu construí para estar ao seu lado, porque existe algo em você que me faz estar próximo do paraíso, faz com que eu queira me mostrar ao mundo, mesmo eu sabendo que eles não entenderiam...

Eu amo de você, Harley… Amo tão loucamente que penso que vou enlouquecer a qualquer momento. Amo suas curvas e o sorriso que dá distraidamente quando lhe ocorre pensamentos bons. Gosto do modo que usa descuidadamente suas meias soquetes e arrasta o chinelo no assoalho. Gosto de como sua vida jovem e revigorante me excita tanto quanto qualquer outra com quem já estive. Você me deixa febril em pensamentos que não tenho vergonha de contar, mas não direi com respeito a minha honra. Você tem cada traço de Júlia e pode ser tão doce quanto Beatriz. Não me importo que me odeie ou não goste mais de mim por essa minha decisão...

Espero que com isso que eu estou te  dando, seu mundo seja melhor que o meu, sabendo que não vou te esquecer mesmo que eu queira, mesmo que me lobotomizem, porque eu não parei de pensar em você desde que nos beijamos naquela festa improvisada, desde que nos tocamos pela primeira vez naquele corredor, desde que senti medo de te perder para aquele lunático.

O que eu sinto por você pode até não ser o mais perfeito, mas é o mais sincero.

Não sabe o quanto me dói escrever isso… mas entenda que independente de tudo, eu te escolhi. Fico frustrado com isso, porque ninguém nunca disse que seria fácil… É uma pena nos separarmos, droga, isso é realmente difícil...
Quando temi por você, me concentrei nos números e figuras sem imaginar que eu deveria estar centrado no que ele poderia estar fazendo contra a mulher que eu amo… Por isso que quero que voltemos a ser como éramos, eu sei que você não acredita em mim, mas eu sinto muito por tê-la deixado.

 

Suspirei, secando as lágrimas que escorriam enquanto eu lia a carta, segurando atrás das folhas, um passaporte, a passagem para Suíça, sem data, e a carta de liberação do Arkham.

Suspirando, levantei-me da cama dura do meu novo quarto, de espaço pequeno demais para me mover.

Pressionei a carta contra o peito, peguei o papel em branco e a caneta que Jeremiah deixou com que eu usasse, então me sentei no chão, usando o azulejo como apoio… Eu precisava responder isso o quanto antes… Mas não para ele.

 

De: Harley Quinn.

Para: Alfred Thaddeus Crane Pennyworth.

 

Então era isso… Sobre Bruce… Eu não sei nem o que dizer…! Ele veio como uma névoa escura e espessa e, sem que eu notasse, ele me cegou, e quando voltei a enxergar, algo mudou devastadoramente com tanta intensidade que não soube mais o que fazer. Sabia que meus olhos precisavam de luz, mas não encontrava nenhuma, pois a neblina me ocultou tão subitamente, que no fim, apenas uma faísca me veio à cabeça, e era sempre com um desnudo W em rubro negro. E eu acho que não poderia ter saído de onde estava e sim ficado escondida em meio às árvores porque de uma forma inconsequente deixei-o me encontrar e se perder em mim mesma, quando não consegui o achar novamente, clamei por sua volta e ele apareceu, quente e tempestuoso, misterioso e explosivo. E éramos algum defeito da física, pois o meu negativo não se encaixava com seu positivo. Éramos como os pontos do ying yang.  Mas ao contrário de tudo, eu não sabia nada dele e ele sabia cada canto do meu ser. Era insano!
    Então ele se foi, serpenteando em torno de outras mulheres e outras vidas. E mal notei que viramos ruas diferentes e ele, incisivo e curioso, entrou em outras casas tão subitamente que não consegui o acompanhar. Eu queria ter restabelecido o meu controle. Ele não era nada meu, nunca foi, mas mesmo assim eu queria mais. Ele diz: "Amo o jeito que você olha para tudo, tão frágil e quieta. Eu quero salvar você, salvar você do mundo exterior"... Mas então ele foge! Como isso é possível? Eu me perguntava: Como um anjo pode sorrir como um Deus? Como ele sabe fazer o sorriso de  frieza ser mais prazeroso que o sorriso de  compaixão? Eu tinha tanto medo da noite, mas ele parecia dominar os lugares que eu mais temia e isso me confortava.
    Proteger-me atrás de seus músculos nunca foi tão difícil, quando a única coisa que eu pensava era sentir as mãos dele deslizando por cada centímetro meu. E eu fico aqui, me auto torturando, tentando entender que o tempo em que vivemos é um mar de genocídios criados por nós mesmos, mas eu não entendo porque tudo o que eu vejo, toco, ou sinto me leva relativamente a pensar nele. Então continuo, lascivamente, pensando se quando ele passa as mãos nas costas de outra, ele me vê, quando a beija, sem ar, desgasta sua vontade pensando que sou eu. Mas sei que sim, pois, mesmo ele sendo um grande covarde, sei que é o meu cheiro que ele sente e é a minha coxa que ele imagina tocar e o meu rosto que ele vê em cada canto que foca. Estou perdendo meus limites e infringindo-os tentando reter o máximo de notícias daqueles olhos negros, cor da noite. Isso é a única coisa que me reconforta. Eu poderia sentir saudades de seus músculos retesados enquanto me protegia dos criminosos. Eu poderia pensar em ser mais forte, mas não podia ceder esse papel, uma vez que minha ousadia se desfaz quando olho para ele. Deus!  Ele tinha idade para ser o meu irmão, sabia disso, mas continuava mesmo assim, porque eu o queria enlouquecidamente, queria poder tirar seu fôlego e fazê-lo suar, queria salvá-lo. E se ele sussurrar ou apenas fizer um gesto, eu correria até ele, eu o salvaria uma, duas, três vezes, sem pensar, porque ele era melhor do que chocolate quente no inverno e mais vicioso que qualquer droga. E eu não hesitaria em experimentá-lo...
    Mas Bruce era seguro por ele e inseguro por mim. Ele me deixara e estou tentando conviver com isso. Acho que parte de mim sabia, no segundo em que o viu, que isso ia acontecer, mas o mais louco é que não sei se vou conseguir me sentir assim novamente.
    Caso ele esteja com você quando receber esta carta, diga tudo o que você sabe que eu diria a ele, mas não disse, diga que eu o quero feliz, que o sorriso dele é lindo e que o mundo clamaria para tê-lo.
    Espero que volte quando toda essa acabar acabar e que, quando tudo cessar, me visite.
                    Com amor, Harley.

 



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...