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História Quando A Piada Se Transforma Em Escuridão - Me desculpe...


Escrita por: FresadelaLuna

Notas do Autor


FEELS! FEELS EVERYWHERE!!!

Capítulo 20 - Me desculpe...


Fanfic / Fanfiction Quando A Piada Se Transforma Em Escuridão - Me desculpe...

“Oh caramba, oh caramba, oh caramba

Estou tão perplexo

É quase chocante

Eu sei, eu sei, que você sabe que está com medo

Seu coração, sua mente, sua alma, seu corpo

Eles não serão, não serão, não serão cuidadosos

Mas acho que você não me conhece

Porque se eu te quero, eu te quero, amor

Não vou andar para trás, não vou pedir espaço

Porque espaço é apenas uma palavra inventada por alguém que tinha medo de ficar muito perto”

 

 

Montoya, uma mulher na casa dos trinta anos, de longos cabelos negros, num rabo de cavalo na nuca, e de origem indiana, me escoltava pelo grande aeroporto de Gotham, enquanto outros homens do GCPD tentavam, involuntariamente, se infiltrar em meio aos civis, checando o perímetro a nossa volta, procurando algum movimento ou ação suspeita que poderia me comprometer.

- Afinal de contas - disse eu, cruzando os braços enquanto Montoya o agarrava - porque me deixar viva ou me tirar do Arkham se eu não valho nada?

- Você vale para a captura do Coringa.

- Então seria muito mais válido me deixar aqui, em Gotham, não acha?

Ela franziu os lábios, negou com a cabeça e continuou a caminhar firme ao meu lado.

- Isso não é decisão minha e sim do Comissário Gordon.

Bufando, olhei ao redor, vendo como parecia tumultuado o aeroporto que me trouxeram.

- Posso ir ao banheiro? - perguntei.

Ela levou a boca ao pequeno microfone no couro interno de sua jaqueta preta, dizendo alguma coisa e me direcionou ao banheiro mais a frente. Abriu a porta da cabine e analisou as outras, procurando se estava livre, então me escoltou até uma das entradas, fechando a porta atrás de si, tomando guarda do lugar.

Olhei ao redor, e me senti iludida por nada ser como nos filmes. Primeiro porque eu não tinha um plano de saída, não sonharia em atacar uma policial sendo que eu estava sendo escoltada ainda indiciada, e outra por não haver janela nenhuma que me levasse para o outro lado. Cadê a linda cena que o preso foge pela tubulação? Na cabine onde eu estava, não tinha qualquer tubulação.

Bufando, dei a descarga sem ao menos ter usado o sanitário, bati na porta para que Montoya a abrisse e foi o que ela fez. Ao sair, lavei as mãos. Ao notar que o banheiro se esvaziava, suspirei, fechando e abrindo os olhos como se esse gesto fosse uma coordenação motora nova para mim.

- Eu sempre gostei de aviões, sabe? - indaguei, enxugando as mãos - Eles chegam alto e decolam, podendo ir e vir para vários lugares… Eles viajam pelo mundo, imagina? Que loucura! - ri - Neste momento - virei-me para Montoya, batendo as mãos secas na pia - Eu queria ser um avião, porque, entenda, não é aqui que eu queria estar, me desculpe.

Seus olhos se arregalaram, mas Montoya não conseguiu emitir nenhum som, porque, no momento que eu a agarrei com um braço, pelo pescoço, subi na pia e me joguei para trás, torcendo sua traqueia. Olhando ao redor, vendo que ninguém entrou, arrastei-a para dentro de uma cabine, fechei a porta e me pendurei na base de uma das divisas, socando a abertura da tubulação de ar, abrindo a pequena portinhola. Subindo, entrei por entre os grandes dutos de ar, me encolhendo, sentindo a jaqueta jeans pegando a poeira e a suprindo em meio ao tecido.

- Claro Harley, é uma ótima ideia nocautear uma policial e subir pelos dutos de ar! - praguejei para mim mesma - É ótimo fugir sabendo que todo mundo acha que você morreu! - arrumei os óculos escuros nos meus olhos, virando a direita - Vamos, vai ser divertido! Você vai chutar a bunda de todo mundo até encontrar o Sr. C e então o Batman vai correr atrás de você falando: Você tem uma bunda linda, me beija! - revirei os olhos.

Ouvi gritos de ordem abaixo de mim, o que rapidamente poderia indicar que eu estava sob o salão principal do aeroporto. Os gritos, provavelmente vinham o do Comissário.

Droga.

Dei mais umas rastejadas, ouvindo os passos corridos surgindo e, rapidamente, uma troca de tiros.

- Mas que merda está acontecendo aqui? - perguntei a mim mesma.

Dei mais um passo em falso, sem notar que aquela área estava em manutenção, então eu cai. A base de papelão voou pelos ares e o meu corpo se estatelou no chão, ferindo meu corpo por completo. Segurando a testa, olhei para cima, sem notar no que estava vendo. A troca de tiros vinha do lado de fora, por um roubo qualquer que estava acontecendo. Má sorte do ladrão. Mas a minha era uma má sorte duplamente pior.

Seus olhos negros caíram sobre mim como uma manta. Ele parecia segurar um jornal, mas logo notei que não era grande o bastante para uma manchete de Gotham City, e sim do tamanho ideal para um envelope… Melhor, uma carta.

!Droga!

Erguendo-me rapidamente, ele olhou para cima, para baixo e para mim, notando rapidamente o que eu estava fazendo.

Tentei correr, mas ele me pegou pelos braços.

- O que pensa que está fazendo? - indagou, me puxando para um canto do salão.

As pessoas se aglomeraram onde eu caí, se perguntando como aquele buraco no teto surgiu.

- Eu estou fugindo, boninho.

Ao pararmos, soltei-me de seu aperto, sendo rapidamente pressionada contra a parede.

- Vou te levar para o Gordon - pegou o meu pulso, mas eu o puxei para trás rapidamente.

- Você não pode me obrigar a fazer nada.

- Tem razão, eu não posso, mas ele pode!

Tentou me puxar de novo, mas eu me desvencilhei, batendo as costas contra a parede atrás de mim, sendo mais uma vez, prensada.

- Harley, não seja teimosa!

Passei a língua pelos dentes, suspirei e passei as mãos pelo rosto.

- Quer saber? - bati em seu peito, mas ele não saiu do lugar - Eu sou teimosa sim, sou teimosa o bastante para saber que eu não vou conseguir ficar livre tanto em Gotham quanto em qualquer outro lugar do país, então o que eu tenho que fazer é acabar com o que me persegue! - dei outro tapa em seu peito, mais uma vez, sem movimento algum - Você não precisa se preocupar comigo! - bati o indicador na lapela do seu terno cinza - Porque você me deu um fora. Então sai da minha frente eu tenho mais o que fazer!

Empurrei-o, mas ele continuou estático.

- Qual é o seu problema?

- Você é o meu problema - murmurou ele.

- Então me coloca dentro de um saco e me joga no mar!

Ele soltou uma risada no canto da boca, mas isso não era para ter graça, em nenhum momento era para ser uma piada. Eu estava furiosa! Com raiva! Morrendo de frustração!

- Eu quero te proteger!

- Que se foda a proteção! - consegui gritar - Você era minha proteção, lembra? Foi por isso que eu fui até a sua Mansão… Mas… - passei as mãos pelo rosto mais uma vez - Que merda! - soquei o seu peito - Se não se importa comigo a ponto de acabar tudo isso com uma carta, então… Porque não me deixe ir?

Ele respirou alto, seu peito inflou. Ele me encarou fundo nos olhos pela primeira vez.

- Eu não queria isso...

- Queria o que então? Um: "Nossa, obrigada pela carta, aguarda várias enquanto apodreço no Arkham!"?

- Harley, você não entende...

- Não! Você que não entende! Você não percebe que longe de mim, é mais fácil do Coringa me pegar! Não entende que essa coisa de querer se distanciar das pessoas é só mais um meio de deixar com que seu coração congele. Quem sabe? Talvez você seja o próprio Sr. Frio! Meu Deus, Bruce! Eu também te amo, mas você só faz merda! Você esquece tudo o que tem, usando uma desculpa estúpida!

- Salvar Gotham não é estúpido.

- E me salvar?

Ele ficou em silêncio.

- Me deixando longe não vai me salvar, vai me destruir, você não entendeu isso? Pois bem, agora entenda. Você é um babaca vestido de morcego que não sabe avaliar os seus próprios sentimentos.

- Precisamos de espaço.

- Vira astronauta então, o que acha? Vai ter um espaço, uma galáxia inteira!

Bati em seu peito, avançando, e sem que eu notasse, suas mãos agarraram a minha cabeça, senti seus lábios quentes e o modo como eles submergiam os meus, senti como sua língua perseguia a minha e como ele queria aquele beijo tanto quanto o eu… Mas eu não podia tê-lo agora, não quando o Coringa estivesse a solta.

- Me desculpe - pedi pela segunda vez nesse dia - Mas eu preciso ir.

Empurrei-o com mais força ao vê-lo desprevenido e corri para longe, descendo as escadas rolantes, me infiltrando em meio as pessoas que saíam, tentando, de forma relutante, não olhar para trás.



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