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História Quando A Piada Se Transforma Em Escuridão - Sem ar.


Escrita por: FresadelaLuna

Capítulo 22 - Sem ar.


Fanfic / Fanfiction Quando A Piada Se Transforma Em Escuridão - Sem ar.

“Ser uma vadia má
Pode não atrair tolos como você
Nós estávamos lá quando ele ficou chapado
Isso pode não ser algo que você faria
Mas você ainda não viu o meu homem”

 

 

Deveria saber que aquela prostituta estava mentindo para mim a respeito do lugar, mas claro que o Frost, aquele pau-mandando, tinha que se intrometer nas minhas procuras.

Bufando, pulei as grades do muro da grande área aberta, onde deveria ser o estacionamento, e logo a frente dele, atravessando a rua, era o grande lago que cruzava o Norte de Gotham entre as duas pontes vermelhas.

Estava de noite, logo, eu tive que passar numa loja de conveniência a três quarteirões daqui e furtar uma lanterna. Não tive tempo de escolher, então acabei pegando a mediana, que numa categoria mais simples significava: não ilumina o que tem que iluminar.

Agarrando-a do bolso da minha jaqueta, liguei-a, podendo ver dentre as sombras de automóveis estacionados, o chão de terra batido. O som dos cascalhos se partindo e o salto da bota se afundando na lama me deixava um tanto brava e amedrontada, mas mesmo assim, segui. Procurei por esconderijos objetivos e lugares onde os capangas do Duas-Caras e do Coringa poderiam se esconder. No entanto, nenhum sinal dos dois, e já eram 20hrs30min!

Esgueirei-me entre dois carros esportes ao ver sons de rodas gritando, mas ao perceber que não era nada, voltei a procurar, tendo, mais uma vez, que me esconder entre as sombras, desta vez, desligando a lanterna.

Meu estômago congelou, se partiu e afundou assim que vi a capa negra cair em meio ao estacionamento, porém não estava sozinho, tinha algo ali com ele e tinha um grito de dor horrível. Segurando o braço provavelmente quebrado, um homem caiu frente ao Batman. Seu lábio inferior estava cortado e sangrando, enquanto seus olhos procuravam, amedrontados, alguma coisa… Ou alguém.

- E-eles deveriam estar aqui! - gritou o homem, cuspindo no chão, tentando se arrastar até a grade mais próxima.

- Mas não estão! - rugiu Bruce entre os dentes - Quero nomes e lugares, agora!

- Eu não s-sei. Eu juro! - gritou - Eles disseram para eu espalhar para todo mundo que eles estariam aqui… Esse é o lugar! Eu sei disso! Eles… Eles até marcaram o perímetro entorno do estacionamento, mostrando até onde os seus homens poderiam chegar.

Suspirando, cheguei cada vez mais perto, tentando não ser vista.

Batman agarrou o braço quebrado do homem e o jogou para trás. O estalo do osso voltando ao lugar me fez arrepiar. O homem gritou alto.

A lanterna quase caiu assim que eu dei um passo em falso.

!Desastrada!

Marcação de perímetro… Localização… Espalhar um boato… Um truque! Claro! Por que não?

Quis ir até o Morcego, mas neguei com a cabeça para mim mesma, sabendo que ele teria esse raciocínio antes mesmo do que eu. Com mais cautela, fui em direção a grade que pulei e a escalei, tentando fazer o mínimo de barulho. Ao dar a volta, pulei, mas não sem antes torcer o tornozelo. Engolindo o grito de dor e a falta de ar que fez o meu coração disparar, segurei meu tornozelo direito, batendo com o calcanhar no chão para que a dor cessasse e rapidamente eu pudesse escapar dali.

A lanterna girou pela calçada e acendeu, soltando a luz sobre o Batman, que olhou em direção a mim.

- Harley?

Quase não consegui ouvir o som de sua voz, porque sobre ele surgiu as salvas de disparos como uma chuva prateada cruzando a rua atrás do estacionamento, acertando os metais dos automóveis do outro lado da grade. Me erguendo no mesmo instante, comecei a correr pela rua ao ver que o automóvel, com cerca de três metralhadoras e quatro homens, vinha em direção a estrada onde eu percorria. Eles riam e usavam as máscaras de palhaços e desenhos animados.

O homem que foi pego pelo Batman levou um tiro no pescoço e outro na cabeça, morrendo, caindo e sangrando no mesmo instante. O Morcego ergueu-se para o ar, planando com sua capa, até subir em um dos prédios.

Eu continuei correndo, sentindo meu peito arder e minha respiração cada vez mais dificultada. Meu pé me impedia de ser mais rápida e os tiros, por outro lado, chegavam cada vez mais perto. A rua parecia não ter fim, e as balas também não.

Batman pulou sobre o teto do carro, mas caiu para fora assim que os tiros começaram a perfurar o metal. Uma luz piscou no para-brisas, talvez um GPS que ele havia colocado.

Segurando a coxa afetada pela torção, conseguia ver a esquina a poucos metros de mim.

Os disparos não cessaram por um segundo. E logo notei o porquê, as salvas de balas não vinham só de um automóvel, mas sim de dois, o outro vinha pela rua paralela ao estacionamento, disparando com fuzis maiores e metralhadoras presas ao topo do teto do carro.

Ao chegar no fim da rua, minha intenção era virar a esquina, mas os carros me encurralavam e o Batman tentava planar sobre eles para evitar um atropelamento ou acidente. Então eu corri com mais afinco, sentindo o suor grudar minha camiseta ao corpo. Avancei mais e mais para o outro lado da rua, mesmo não sabendo nadar, mesmo não tendo ideia de como fazê-lo. Usar a piscina de Bruce, na Mansão, sendo rasa, eu sabia como usar, mas o que estava a minha frente era o lago, sem qualquer dimensão de chão abaixo dele.

Pulei fechando os olhos, com os braços cruzados frente ao meu rosto, sentindo o impacto da água submergindo o meu corpo, gelando a minha pele. Esqueci que não podia respirar, então a água entrou pela minha boca e nariz, queimando o meu cérebro e enchendo os meus pulmões. Tentei gritar, mas isso me deixava cada vez mais sem oxigênio, as bolhas estouram e sobem frente ao meu rosto, me jogando para o fundo da negritude que me esperava abaixo, sem qualquer saída ou entrada.

E quase pude imaginar, enquanto meu cérebro sangrava, o vislumbre da capa adentrando o mar, juntamente com uma luz brilhante e dourada.


Notas Finais


Era cilada Bino!!!


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