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História Quando A Piada Se Transforma Em Escuridão - Você, de novo


Escrita por: FresadelaLuna

Capítulo 24 - Você, de novo


Fanfic / Fanfiction Quando A Piada Se Transforma Em Escuridão - Você, de novo

“Meu amor vive em tons de azul

Olhos azuis, jazz e atitude

Ele também vive na Califórnia

Dirige um Chevy Malibu

E quando ele chama, chama por mim

E não por você

Ele vive para o amor, ama suas drogas

Ama sua garota também”


 

Tirei as roupas encharcadas de mim, deixando-as num canto da porta de entrada do apartamento que “peguei emprestado”. De calcinha e sutiã, soltei meus cabelos. Estiquei meus braços para o auto, me espreguiçando ao notar que minhas costas doíam.

O cômodo era grande, dividido entre sala e cozinha por um pequeno muro mexicano. Na cozinha havia uma geladeira de metal com pia, fogão e armários de madeira. Peguei da mesa, uma maçã vermelha e cravei os dentes nela, andando para a sala. Havia dois sofás beges paralelos, uma televisão de 60 polegadas, uma mesa de centro em meio a todos os objetos e acima de um tapeto turco, bem abaixo de um lustre de vidro simples. As duas janelas grandes e largas, à direita, divididas por uma estátua de um hamster laranja gigante, trazia uma iluminação opaca para dentro do apartamento, já que decidi não acender  as luzes. Os prédios de Gotham dava para ser visto de perto, quase podia tocá-los.

Suspirando, fui até o closet de porta branca. Olhei para o homem careca, na casa dos 80 anos, amordaçado e com os membros presos a cadeira de rodas que o encontrei. Segurei o meio da base da cadeira e o puxei para fora, na sala, terminando de morder a maçã, mastigando enquanto o via despertar, ainda sonolento.

- Então, eu vou ter que usar seu apartamento por mais uns dias. - cruzei os braços, apoiando meu peso numa perna - Juro que não vou abusar da sua hospitalidade, só preciso de um dia… Ou uma semana.

Seus olhos caíram sobre mim assim que acordou por completo. Assustado, começou a se debater na cadeira, tentando gritar sem conseguir.

- Eu vou aceitar isso como um sim, tudo bem? - apertei sua bochecha, dando meia volta.

Tirei de debaixo da cama, uma caixa de sapatos, coloquei-a sobre os lençóis e a abri. Nunca pensei que voltaria a usar vestidos, não depois daquele baile, ainda posso sentir, como um calafrio, o aperto daquele espartilho espremendo os meus ferimentos. Mas esse daqui não precisava de nenhum apetrecho muito fora do comum, além dele mesmo. Era um vestido dourado com lasangos pretos, com pequenos conjuntos em tiras abaixo. Ele era de frente única, o que deixava, além das cicatrizes, minha tatuagem amostra. Tirei meu sutiã e coloquei o vestido, pegando os saltos brilhantes e os colocando.

- Sabe!? - gritei eu para o velho do outro lado da porta - Eu sempre fui de festas, adoro dançar, pular e pegar muuuitos caras. Às vezes acho que minha mãe me pariu numa pista de dança HA-HA!

Andei até a frente de um espelho preso a parede, de corpo inteiro, e ajustei o vestido ao meu corpo. Liguei o secador, que estava dentro da maleta, na tomada e comecei a secar o meu cabelo, passando uma escova nas pontas até que se enrolassem um pouco acima do meu ombro. Quando o sequei por completo, pude ver que as marcas em meu abdômen, ao perceber que não abaixei o vestido todo. Eram marcas rasas, sem a casca de ferida, mas num tom muito mais claro que a minha própria pele. Abaixei-o até chegar um pouco abaixo da poupa da bunda, passei as sombras azul e rosa, e usei demaquilante no resto do rosto. Por mais que eu tivesse usado o meu uniforme, quis camuflar as tatuagens, mas não mais. Hoje o coração e o ROTTEN estariam a mostra para que todos vissem.

- Eu tenho um dom, acredita? Eu consigo seduzir as pessoas, eu não sei por quê. - voltei a conversar com velho, ainda podendo ouvi-lo pedir por ajuda sem ao menos conseguir - Olha, quando eu era psicóloga, bem… Eu não atraía bem as pessoas como alguém comum, tudo bem que eu transava com os meus professores para conseguir uma boa nota, mas isso envolvia um certo charme, às vezes eles nem se atraíam tanto por mim, mas por receberem coisas… Fáceis, vamos dizer assim, eles me aceitavam. - continuei me analisando no espelho, passando os dedos pelos lábios, tentando ageitar o contorno - Mas depois de eu ter me tornado quem eu sou agora, tudo pareceu mais simples, eu falo alguma coisa e eles super me querem. - ri, arrumando a caixa de sapatos e voltando a colocá-lo abaixo de cama - Então eu queria que você me explicasse, porque eu tenho química por todo o meu corpo e imagina… Como será que funciona? - joguei meu sutiã num cesto de roupas sujas no canto da porta - Os caras chegam, olham para mim e pensam: “Nossa, ela caiu num tanque de produtos químicos do Ace Chemical quero… - ultrapassei a porta ao estranhar não ouvir mais seus pedidos, e acabei encontrando uma cadeira de rodas vazia - Transar com você…? Ah, qual é! - bati nas laterais da minha cintura - Como conseguiu fugir? Você nem anda! Foi até desnecessário da minha parte acabar com as minhas fitas para sequestro com você! Não me faça ir te procurar!

Olhei dentro do closet e não o encontrei ali, fui até a cozinha, cheguei até a abrir uma gaveta e nada dele aparecer. Abaixei na mesa e não o encontrei, fui até o banheiro e abri a cortina do box, não encontrando nada dentro da banheira.

- Não acredito que você fugiu! Harley você só não é mais burra porque não é totalmente loira! - dei um tapa na minha própria testa, frustrada.

O som de algo batendo no chão me deixou mais esperançosa. Sorrindo, sai do banheiro, tropeçando nos objetos que joguei no chão algum tempo atrás. Quis acender as luzes, mas desisti, eu não queria despertar a curiosidade dos vizinhos.

- Te achei, seu pestinha! - ri, chegando perto da porta do quarto.

As sombras pareciam cada vez maiores conforme eu ia me aproximando. Olhei para a cadeira de rodas vazia mais uma vez.

- Você é uma pessoa horrível, sabia? - perguntei, apoiando em um pé, ajeitando a fivela de uma das sandalhas e rapidamente voltando a andar.

Cheguei até o centro da sala. Uma das janelas ventava, enquanto a outra estava fechada.

- Claro que eu sabia, garotinha.

Virei-me no mesmo instante em direção ao muro, onde um vulto negro estava sentado.

- Selina?



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