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História Quando A Piada Se Transforma Em Escuridão - Bem-Vinda em casa


Escrita por: FresadelaLuna

Capítulo 30 - Bem-Vinda em casa


Fanfic / Fanfiction Quando A Piada Se Transforma Em Escuridão - Bem-Vinda em casa

“Fingirei isto ao longo dia
Com alguma ajuda do Johnny Walker vermelho
Mandarei a chuva venenosa pelo ralo
Para colocar pensamentos ruins na minha cabeça
Dois bilhetes rasgados ao meio
E não sobra muito a se fazer”


 

Selina havia saído vinte minutos antes de eu sentir o cheiro de fumaça. De início pensei que um dos meninos havia deixado alguma coisa queimar na cozinha, mas então pude ver, em meio a porta aberta do quarto, a névoa cinzenta que saía do dormitório ao lado. Colocando minha camiseta, corri para fora, no corredor, batendo a mão em frente ao meu rosto, tentando dispersar o cheiro que me fazia tossir. Abri a porta do quarto e me deparei com um paletó no chão e sandálias douradas. A fumaça vinha do banheiro com a porta trancada. Tentei tocar a maçaneta, esquecendo que o ferro esquentava. Dei meia volta e me envolvi em um dos lençóis da cama, correndo até a porta e a arrombando com um chute. Não sabia ao certo por onde começou as chamas, mas ela estava por todos os lados, principalmente nas toalhas e papéis higiênicos. Virando-me, procurando como apagar o fogo, consegui ouvir uma tosse alta, e pude ver, enrolada num hobby, uma Harley semi nua. Ela me olhou, com as pálpebras quase fechadas e sorriu:

- Surpresa!? - perguntou.

Fui em sua direção antes que ela caísse, desmaiada, e eu escorreguei de joelhos no chão, encarando o redor. No mesmo instante uma névoa branca e gélida percorreu todo o espaço, erguendo uma penumbra que começou a apagar as chamas no mesmo instante. Alfred limpou a testa chamuscada assim que tudo parou, restando apenas espumas esbranquiçadas e marcas negras de carvão nas paredes.

- O que ela faz aqui? - perguntei, tentando reter o grito.

 

Os outros quartos não estavam disponíveis devido às mudanças que trouxe do porão para cima, tentando utilizar a parte de baixo como uma segunda opção para guardar minhas armas de guerra. O quarto do Tim estava trancado e mesmo eu pedindo para Dick deixar eu usar o seu, ele negou, o que me obrigou a levar a Harley para o meu dormitório. Quando a deitei na cama, chequei sua pressão arterial, tentando identificar se estava tudo bem, e pelo que deu para notar, estava tudo estável, o que me deixou aliviado, pois por mais que ela estivesse atrás do Coringa, torturando criminosos para conseguir chegar até ele, ninguém fora disso sabia dela, e chamar um médico para tratá-la devido a inalação excessiva de gás carbônico seria muito mais complicado, ainda mais que ela está morta pela visão de todos em Gotham, trazer um profissional da medicina para cá, sem que ele deixasse tudo em sigilo, seria uma tarefa árdua.

Virei-me para um Alfred que a olhava com preocupação enquanto Dick parecia despreocupado.

- Vocês não me disseram o que ela faz aqui! - reclamei.

- Eu trouxe ela, tudo bem? - avisou Dick, chacoalhando os ombros.

- Por quê?

- Porque ela precisa de ajuda.

Suspirando alto, apertei a ponte do meu nariz, fechando os olhos, em seguida, olhando para Alfred.

- Você sabia disso?

- Patrão, Bruce!? - indagou, prestando atenção mais na situação da Harley do que na nossa conversa.

- Você sabia disso? - repeti, impaciente.

- Ah, sim, claro! - afirmou - Preste atenção para ela, parece até um anjo dormindo…

- Como conseguiram trazê-la?

- Encontrei ela numa transmissão de rádio. - avisou Dick - Ela espancou o Coringa hoje.

Tentei não mostrar nenhuma expressão saturada ou impressionada, mas sabia que fiquei boquiaberto por um instante antes de travar a mandíbula, afirmando com cautela.

- E a trouxeram para cá sem mais nem menos?

- É. - disse Dick, dando de ombros.

- Vou fazer uma sopa para a Srta. Harley, com certeza ela deve estar muito desidratada agora, certo?

Afirmando, o deixei partir, fechando a porta.

- Aonde você estava com a cabeça quando a trouxe? - consegui enfim gritar.

- Vai dizer que não era isso que você queria? - resmungou Dick, sentando-se na cama - Ela está em casa agora.

- Alguém viu vocês?

- Não, claro que não! Não sou burro...

- Você não devia ter feito isso!

- Diz isso porque o que você não conseguiu em dois meses eu consegui em um dia. - se levantou, indo em direção a porta. Segurando a maçaneta, virou-se para mim - Conversem o que tiver de conversar, eu vou estar lá embaixo, na BatCaverna. - saiu, fechando a porta atrás de si.

Andei até a parede, desligando a luz da lâmpada, apertando o interruptor, deixando apenas a luz do abajur, ao lado da cama, a poucos centímetros atrás da cabeça da Harley, ligado. Fui até a janela, apoiando meus cotovelos no parapeito.

Ela estava de volta, que bom…

- Eu não gosto muito de brigas, mas você sabe como é… Todos querem um pedaço de mim, inclusive o fogo.

Virei-me, vendo a Harley sentar-se na cama, se espreguiçando enquanto esfregava os olhos, como se houvesse acabado de acordar de uma noite de sono. Pude vislumbrar as juntas dos seus dedos em tons vermelhos e roxos.

- Você está bem? - perguntei.

Ela afirmou, levantando-se.

- Pelo visto vocês resolveram o estrago que eu fiz… Juro que eu não queria, não no banheiro, quem sabe no corpo da Seli…

- Você a viu? - a cortei.

- Eu conheço aquelas costas de longe. - revirou os olhos, parando de frente para mim.

Eu, em meio a janela, podia ver o hobby quase transparente delinear o seu corpo como um pincel, a transparência das coxas alvas e o contorno dos seus seios me fez olhá-la nos olhos.

- Não é isso…

- A gente não tem nada, docinho, faça o que você quiser.

- Mesmo?

Ela mordeu o lábio inferior e seus olhos escureceram.

- Claro que não! - gritou, avançando em minha direção - Ela é uma garota idiota! Se fosse a Zatana ou… Ou a Canário Negro, até a Hera… Tudo bem, estaria tudo bem. - bateu o indicador no meu peito, parecendo furiosa - Mas é a Selina! Depois que eu fiz umas burradas, ela me odeia! - com certeza ela se referia a vingança frustrada que ela quis fazer contra o Coringa, juntando ela, Pamela e Kyle para combatê-lo, o que acabou não dando certo já que ela voltou com o palhaço, traindo as duas - Você… Ah… Bruce… - ela gritava, querendo dizer algo.

Então eu agarrei os seus punhos assim que ela tentou se virar para ir embora, e a puxei para mim, afundando seu corpo ao meu no mesmo instante, apoiando meu queixo em sua cabeça, abraçando-a.

- Me sinto melhor agora que você voltou.



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