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História Quando A Piada Se Transforma Em Escuridão - Congelada


Escrita por: FresadelaLuna

Capítulo 32 - Congelada


Fanfic / Fanfiction Quando A Piada Se Transforma Em Escuridão - Congelada

“Você disse que não estávamos sozinhos
Eu deveria saber melhor
Agora dói muito mais
Você fez o meu coração sangrar e
Você ainda me deve uma razão
Porque eu não consigo descobrir o porquê
Por que eu estou sozinho e congelando
Enquanto você estiver na cama em que ela está”

 

 

Desde que a encontrei, meu objetivo foi sempre fugir, embora eu soubesse que desde que decidi cuidar de Gotham, jurei proteger a todos e enfrentar a tudo. E ela, mais corajosa do que eu, me amou, e eu decidi aceitar isso do jeito mais duro, mesmo que não quisesse. Queria deixá-la a salvo, essa era a minha obrigação, isso era o que me impus a acreditar. Queria poder agradecê-la e pedir desculpas, porque é isso o que eu devia ter dito desde que ela ultrapassou aquela porta, sangrando. E mesmo eu sabendo que fui um covarde, como ela mesmo escreveu para Alfred sobre mim, sei que cada ato que causei a favor dela e a feriu, vai ficar gravado em minha memória de alguma forma. Ela não tinha o direito de partir agora que estávamos tão perto de ficarmos juntos. Ela não pode partir e me esquecer tão fácil assim. Quero que ela acorde e me faça parar de sentir todas essas sensações ruins, quero que ela tenha uma vida. Eu quero poder dizer que a amo e que, independente do que acontecer, vou fazer o possível para não mudar.

Mas agora eu estou colocando-a dentro de uma banheira coberta de gelo, no centro de toda a BatCaverna, vendo como a quentura do seu corpo derrete os cubos e gruda seu hobby à pele leitosa. Me sinto impotente, sem saber o que fazer, como se eu estivesse com o meu cérebro em frangalhos, mesmo sendo treinado para que essa coisa não acontecesse.

“Eu não posso sair do controle agora!”, gritei na minha cabeça.

Erguendo-me, olhei para Dick, que trazia mais dois baldes de gelo, para caso precisasse repor na banheira.

- Quero que você busque Lucius Fox. - ordenei.

- Mas Bruce, ele não é médico. - interveio.

- Isso não importa, ele vai saber o que fazer mais do que nós, não podemos chamar um médico que não conhecemos para a Mansão para pedir que ele cuide de uma lunática, tecnicamente morta para Gotham.

Franzindo os lábios, ele afirmou, colocando os baldes ao lado da banheira, subindo as escadas correndo.

- Alfred, quero que esquente toalhas para quando a febre diminuir, precisamos evitar uma hipotermia.

Alfred afirmou sem titubear.

- Também precisarei de tempo.

- Isso eu não posso lhe dar, Patrão Bruce.

- Eu sei disso, vou tentar isso sozinho.

Alfred seguiu para os fundos da BatCaverna, subindo as escadarias. Podia-se ouvir os sons dos sapatos contra o chão, diminuindo conforme se distanciava.

Olhei para o microscópio onde havia uma amostra de sangue que tirei da Harley, vendo como as moléculas vermelhas se juntavam e se endureciam como um casco escuro.

Puxei o kit de primeiros socorros de debaixo da mesa de operações e deixei-o do outro lado da banheiro, oposto aos baldes. Fui até o computador central, vendo o carregamento em 100%.

“Fusão do vírus, encontrada”, ouvi uma voz feminina e mecânica soando ao fundo “Doses altas do Gás do Riso, encontrada. Indícios de doenças contagiosas como: AIDS, M3, Ebola e Gripe Suína também encontrados”.

Merda! Merda!

“Devido ao contato com produtos químicos, a pele da paciente tornou-se imune a porcentagem dessas doenças”.

- Isso significa que o Coringa também é imune?

“Não. Ao contrário dele, a pele dela deteve flexibilidade devido a produtos naturais, o que a deixa imune a todas essas doenças”.

- Então como o corpo dela entrou em combustão desta forma? Como o veneno chegou a corrente sanguínea dela?

“Foi uma combinação de ácido mutável para não afetar as bactérias, mas forte o bastante para ultrapassar uma pele protegida”.

- Então o corpo dela está rejeitando todos esses vírus, causando uma hemorragia interna?

“Isso mesmo, Senhor Wayne”.

Eu tinha dúzias, centenas de perguntas para fazer, mas fui barrado por um gemido que soou baixo e fino atrás de mim.

Virei-me, vendo as mãos de brancas, tornando-se cinzentas. Os dentes batiam e a boca ressecava, mas os olhos não abriam.

- Eu… Estou com tanto frio…

Toquei seu pescoço e o contorno do seu rosto, me ajoelhando ao seu lado.

- Está tudo bem, vai ficar tudo bem.

Peguei um pano umedecido e comecei a passar pelo contorno da sua boca, tentando tirar o restante do sangue seco que não consegui tirar antes.

- Está tudo bem… Não gaste energia, fique quieta.

- Bruce…?

- Shhhhh…

- Foi e-ele não foi? Eu estou congelando?

- Não, não… Shhh… Se estiver doendo, me avise.

- Eu a-a-aguento. - bateu os dentes, uma das mãos sendo apertada entre as coxas para emitir calor, enquanto a outra procurava a minha. Quando a peguei, senti o aperto firme e gélido de alguém que havia se tornado um cadáver.

- Eu vou salvar você, está bem? Não se preocupe.

- Tu-tudo bem… Eu fui criada para aceitar esse tipo de coisa, é até di-divertido! - tentou sorrir, cortando mais os seus lábios.

- Sem piadinhas, Arle… Tente ficar acordada!

- E-e s-se ele v-vier? - se referiu ao Coringa.

- Ele não vai vir.

Suas duas mãos envolveram as minhas, ela as apertou com força, trazendo sua cabeça para cima do meu antebraço, apoiado na beirada da banheiro, que a essa altura, metade do gelo já havia se tornado água e apenas alguns cubos boiavam na base, desaparecendo em poucos segundos.

- Vamos… Fale comigo. - pedi, deitando minha cabeça sobre a sua, sem pressioná-la - Está me ouvindo? - não consegui ouvir respostas - Harley!? - ergui seu rosto, sentindo suas mãos caírem na banheira - Harley!

Levantando-me, puxei-a pelos braços, tirando-a de dentro da banheira. Estendendo-a no chão de barriga para cima, comecei uma massagem cardiopulmonar.

- Um, dois, três… - sussurrei, pressionando o centro do seu peito conforme eu falava - Um, dois, três… - chequei sua artéria no pescoço, em desespero.

Assustado, puxei o kit de prontos socorros para perto de mim, tirando dali uma seringa repleta de Adrenalina em seu interior. Abri o hobby, deixando o centro do seu peito aberto. Não havia qualquer respiração ou pulso… Droga!

- Vamos, Harley, acorde! - gritei, mirando em seu coração e fincando a seringa, pressionei o líquido assim que senti a agulha ultrapassar o musculo duro.

Quase que instantaneamente, pude vê-la erguer seu peito para o alto, abrindo a boca em busca de ar, como se seu nariz não fizesse trabalho o suficiente e então seus olhos azuis puderam se abrir, olhando diretamente para mim.


Notas Finais


Puddins, espero que estejam ouvindo as músicas que eu coloco no início dos caps porque é muito importante já que eu coloco elas pensando em cada parte <3


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