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História Quando A Piada Se Transforma Em Escuridão - Passado


Escrita por: FresadelaLuna

Notas do Autor


I WANNA FEELS BAD, PUDDINS!!!

Capítulo 34 - Passado


Fanfic / Fanfiction Quando A Piada Se Transforma Em Escuridão - Passado

“Deixe o seu passado como ele é

E leve o melhor de mim

Para seu presente

Quebre as palavras de quem não te ama e te diz sim

Não é suficiente

E deixe-me te olhar um pouco mais

como uma forte luz

Pelas revoluções que fez em si

Tão belo assim”

 

 

Eu não o vi de manhã, assim que acordei, e isso, de certa forma, me deixou incomodada, me lembrava o jeito de um certo homem de cabelos verdes e sorriso brilhante, mas decidi rechaçar essa ideia, eu não precisava desses pensamentos, eu só tinha que pensar na noite maravilhosa que tive e no modo como eu a vivi.

Assim que desci as escadas, sabia que já era cerca de 8hrs da manhã e eu não tinha dormido nem metade do tempo. Mesmo assim eu as desci, enrolada num suéter grande o bastante para cobrir até os meus joelhos. Abraçando-me, fui até a cozinha, vendo um Alfred ocupado trabalhando entre uma frigideira com ovos e uma torradeira quebrada, em intervalos. Apoiei-me na porta, encostando a cabeça na madeira.

- Soube que ficou preocupado comigo.

Ele parou no mesmo instante, deixando a espumadeira cair no chão, me olhando de forma caricata, enquanto limpava as mãos num pano que ficava pendurado em seu ombro esquerdo.

- Como a Srta. está? - disse, tentando parecer indiferente.

- Eu deveria me preocupar com o que diz? É Harley Quinn! Mas Arle para os mais íntimos, e por enquanto você é o único aqui que pode me chamar assim, huh? - pisquei, ele ruborizou um pouco - Eu estou bem sim, obrigada por perguntar. - sorri.

Ele ficou um pouco quieto, antes de notar que eu não falaria nada e aprontou-se a pegar a espumadeira do chão, colocando-a na pia e pegando a frigideira pelo cabo.

- Ovos mexidos?

Neguei.

- Eu queria saber onde está o Bruce… Não o encontrei hoje.

- Ah, ele está na BatCaverna, provavelmente arrumando um meio de ir para as Empresas Wayne sem que dêem por sua falta nesses dois meses.

- Dois meses? - indaguei - Como assim dois meses? Ele ficou esse tempo sem ir lá?

- Claro que não, Srta… Arle. - corrigiu - Ele estava procurando por você nesse tempo, ele basicamente não teve tempo para nada.

Dado como satisfeito, ele começou a arrumar a mesa, abri a boca para reclamar a respeito do que Bruce fez, mas fui interrompida por duas risadas que soavam uníssonas até vê-los entrar para o fundo da Mansão. Stephanie Brown, uma garota do subúrbio de Gotham, loira, na casa dos dezesseis anos, vinha sorridente ao lado de Tim Drake, um garoto na casa dos dezessete anos de cabelos castanhos escuros que havia acabado de falar algo engraçado para ela. Ao me verem, os dois pararam, mas Stephanie assentiu para mim com um sorriso fechado e se sentou na mesa, enquanto Tim veio até mim, os punhos fechados frente ao rosto. Tentei me manter quieta, olhando para ele.

- Oi, Harley… - murmurou.

- Oi.

- Eu… Eu soube o que aconteceu e desculpe eu não estar presente. Sinto muito pela briga que tivemos antes de você ser levada pelo Coringa e tudo acontecer…

- Não, está tudo bem, baixinho, você não fez…

- Fiz sim, deixei com que Dick dissesse todas aquelas coisas horríveis para você e eu concordava porque te achava uma ameaça… E quem não acharia? - tentou sorrir - Mas eu realmente peço desculpas porque… Se Bruce tem um bom argumento para te manter por perto, e gosta de você o bastante para deixar com que você se aproxime de nós… Fico feliz por vocês! - afirmou com a cabeça.

- Tudo bem, eu entendo.

Ele sorriu para mim um sorriso amigável e voltou para a mesa, sentando-se ao lado de Stephanie, enquanto Alfred distribuía as torradas em frente aos pratos deles. Dei então meia volta, esperando que tudo se resolvesse. Eu havia recebido um pedido de desculpas de Tim Drake e isso era o bastante para me deixar de pé hoje. Não sentia nenhuma dor, o que significava, pelo meu ver, que estava tudo bem.

Quando decidi descer as escadas da BatCaverna, não quis fazer barulho, então fui nas pontas dos pés e parei nas sombras assim que vi Bruce, de terno e gravata, parado em frente a um grande cubo transparente, onde estava o uniforme que era de Jason Todd. Suspirei e me sentei, aproximando meus joelhos do meu peito, observando-o olhar com pesar para aquela escultura que o ajudei a criar de algum modo.

- Eu… Eu não deveria ter me deitado com ela. - disse ele para a estátua, como se ela fosse um ser humano que podia ser ouvido - Não depois do que ela fez com você… Do que o Coringa a induziu a fazer. Eu nunca deveria ter me aproximado dela, eu sei… Mas existe algo que eu… Jason eu sinto muito, mas eu não consigo raciocinar direito perto dela, é como se tudo perdesse os sentidos, como se cada dose minha não fosse o bastante para me fazer parar, entende? Eu… Eu realmente sinto que a amo, se não nunca teria baixado a minha guarda desta forma. O Batman… Ele rejeita essa relação de todas as formas, mas o Bruce… O Bruce é como um carrasco que se apaixonou pelo ceifeiro, compreende? E isso é errado de todas as formas porque você fez parte da minha vida, você era meu amigo, meu irmão… Você era a pessoa que deveria estar aqui, comigo, me ajudando e me dizendo o que fazer porque era o que você fazia, mesmo sendo rebelde, teimoso e agia, na maioria das vezes, por impulso… Mas isso não diminui o que você era, e por ela ter feito o que fez com você… Caramba isso me deixa alucinado! E então eu a vejo e sei que isso não foi culpa dela… Que ela estava agindo por conta de seu amor pelo Coringa… Me diga, Jason? O que eu devo fazer? Como eu devo agir com isso…?

Ele passou a mão pelo vidro, tocando no peito com um R gravado no couro, abaixo da pichação e suspirou, passando as mãos pelos cabelos, dando meia volta, prestes a subir a escadaria, então, só quando me viu ali, ainda o olhando, olhando para além dele, foi que pude notar que eu estava chorando.

 



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