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História Quando A Piada Se Transforma Em Escuridão - Te achei!


Escrita por: FresadelaLuna

Capítulo 6 - Te achei!


Fanfic / Fanfiction Quando A Piada Se Transforma Em Escuridão - Te achei!

“Você vai me machucar agora?
Ou vai me machucar mais tarde?
Você vai ir para a cidade?
Talvez você deva brincar mais cuidadosamente

Você não quer me decepcionar
Você não quer dizer adeus e
Você não quer me dar as costas
Você não quer me fazer chorar, mas
Você me pegou uma vez
Talvez por outro lado eu poderia pegá-lo novamente”

 

 

O dia estava claro, de uma forma estranha, e mesmo que eu quisesse me aproximar de Bruce, eu não podia, não depois de saber que o acertei. Quando penso nisso, acho engraçado, mas são casos à parte.

Agora, eu não tinha muito o que fazer a respeito. Dias se passaram e nossas palavras foram se tornando monossilábicas. Se fosse para falar com um poste, eu puxaria conversa com o Velhinho, sem problema algum… Mas eu precisava falar com o Bruce.

Arranquei a toalha e a estendi no banco inclinado de madeira, deixei com que o biquíni azul e vermelho surgisse. As cascas dos ferimentos já desapareceram, deixando apenas as marcas profundas das cicatrizes em HA HA HA, o que me deixava menos desconfortável para usar a enorme piscina bem a minha frente.

E mesmo com ele em meus pensamentos, o vi vir em minha direção. Quer dizer, em direção a cadeira nas sombras, ao fundo, perto de uma das bases da piscina, ao lado de uma mesinha com um pequeno pote de doces que eu trouxe mais cedo. Sua bengala repousou ao lado da madeira e ele estendeu um livro frente ao rosto.

 

 

Harley andou até o pequeno pote e pegou o pirulito ao lado de Bruce, abriu-o e começou a lambê-lo da forma mais maliciosa possível, esticou os braços para o alto e andou descalço em direção a piscina, pulando e se afundando em meio a água cristalina.

Bruce nunca fez questão de fumar, mas naquele instante, em meio ao silêncio taciturno, o sol refrescante e o som da água em ondas na piscina, decidiu experimentar o tabaco. Logo, ao seu lado, em uma pequena caixa de metal que seu pai lhe deixara, pegou um charuto e o acendeu, tragando para si.

Enxergou o modo como a luz refletia, tremeluzindo conforme Harley nadava, flexionando os braços e pernas, curvando seu torso para cima e para baixo, delineando o biquíni em sua pele alva.

Erguendo-se, soltou a fumaça e voltou a tragar. Arle ainda não saíra para respirar e isso o preocupou. De modo calmo, andou em direção a beira da piscina, descansando uma de suas mãos na cintura, esperando vê-la surgir. Harley se sentia como uma sereia em meio ao seu mundo, aprendera com sua irmã a prender a respiração por muito tempo e isso a animava ao notar que ainda não saíra para respirar, mas, ao curvar seu corpo para retornar ao centro da piscina, enxergou a silhueta ondulante de Bruce no alto, e decidiu subir para saber o que estava fazendo.

Ela segurou a beirada da piscina para poder se erguer, incubindo Bruce a recuar. Seu sorriso se abriu ao vê-lo fitá-la, mas estranhou ao notar que não era de reprovação como esperou, mas sim de surpresa. Ela não conseguia se ver como ele a via naquele momento.

Ele se sentiu atraído pelo modo como os longos cabelos dela caíam escorridos atrás do corpo, a pele, ao ser seca pelo calor, lentamente mostrava as gotas de água, desenhando o contorno de seu rosto e braços, mas a beleza principal se instaurou quando a luz do sol, que banhava a piscina, se aprumou atrás dela, dando a impressão de que brilhava.

- O que foi? - perguntou ela, esticando os braços para baixo e se sentando na base de cerâmica, passando uma das mãos pelo rosto, tentando retirar o excesso de água.

- Nada - negou para si mesmo - você está bem?

Ela sorriu, afirmando.

- Bom - disse ele, voltando a se sentar na cadeira, apagando o charuto.

Respirou fundo, ainda sentindo a contusão dolorida em seus músculos.

 

 

Ao fundo, Bruce Springsteen tocava no rádio Dancing In The Dark.

Procurei de onde veio o som e pulei na piscinanovamente, nadando até o outro lado. A água misturava-se entre o morno e o frio, me deixando arrepiada.

Pulei para fora da piscina ao ver bebidas no pátio, sobre uma pequena mesa. Saltitante, fui até ela, olhando para trás, vendo Bruce se entretendo com o livro. Decidi encher dois copos com whisky e fui até ele, entregando um dos copos assim que cheguei ao seu lado.

- Sabe, dizem que álcool esquenta a alma - pisquei, empurrando-o com a perna, sentando ao seu lado - Nem pedi desculpas por ter te batido, não é? Juro que da próxima vez que eu me acertar com o Gás do Medo, vou bater em algo que não esteja semi aleijado - ri.

Um pequeno silêncio se formou, mesmo ele aceitando e pegando o copo de whisky.

- Não acha estranho uma pessoa que atentou contra a sua vida ser sua hóspede?

- Os testes de ácido e gravidez deram positivo para a sua história. Isso não quer dizer que eu ainda não esteja atento.

Dei de ombros.

Ergui-me e deixei o copo na mesa ao lado dos doces, continuei com o pirulito na boca.

Quis pegar minha toalha, mas o farfalhar das folhas perto de onde estávamos me fez mudar de ideia.

Fui em direção aos arbustos, sendo seguida pelo olhar desconfiado de Bruce.

Ao chegar em meio a folhagem, um corpo gorducho caiu no chão, me assustando.

Olhei para a câmera em suas mãos e para o pequeno crachá de repórter de um programa jornalístico de Gotham.

Puxei a câmera de seu pescoço e comecei a ver as imagens. Muitas davam close nas minhas costas e na minha saída da piscina. Uau! Eu estava deslumbrante… Mas também havia fotos comigo e o Bruce em momentos que, pegos de um ângulo contrário, poderia realmente parecer que estávamos prestes a nos beijar.

- Muito engraçadinho, galhota! - chutei seu ombro, vendo-o se levantar, amedrontado.

- Bruce, namorando com a Palhaça de Gotham? A imprensa vai pirar! - riu ele, limpando o suor da testa.

- Não, não vai - reclamou Bruce, vindo atrás de mim, agarrando a câmera - Como conseguiu entrar aqui?

Ele ficou calado. Claro que ficaria. Um câmera e uma repórter ruiva surgiram no mesmo instante.

- Bruce, é verdade que começou a se relacionar com uma criminosa? - disse a mulher, colocando o microfone frente ao rosto dele.

- Tecnicamente é ex-criminosa - disse eu, pondo o microfone na minha direção - O Dr. Arkham me disse que sou agora, pode confirmar - pisquei.

- Então confirmar que estão juntos?

- O quê? Eu não disse nada disso!

- Venha - Bruce me puxou pelo pulso, pegando a toalha que eu usava e me cobrindo com ela - Alfred! - gritou.

O Velhinho rapidamente surgiu, indo em direção a nós.

- Tirem eles daqui, vou levar a Harley para dentro.

 

 

Mesmo que Alfred os tivesse impedido de continuar uma reportagem sem permissão, dentro do Túnel do Amor, trocando de canal sem parar, os dedos enluvados, de cor roxa, pararam assim que a matéria surgiu.

“Então você acha que está no comando, Harley? Agindo ao lado de um figurão, que palhacinha esperta!”

Rindo alto, o Coringa pulou de sua poltrona, agarrando seu paletó cinza e o colocou.

- Te achei, docinho.



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