História Quando as máscaras caem - Capítulo Único

Marinette estava atrasada novamente, corria pelas ruas de Paris praguejando-se por não conseguir acordar na hora certa. Tikki, dentro da bolsa, sofria com os baques que a fazia chacoalhar intensamente.

A garota esguia, de cabelos negros e olhos tão azuis quanto o céu chegou sem fôlego na porta da sala de aula, tentou se recuperar e se colocou nas pontas dos pés, para entrar, torcendo para que ninguém notasse seu atraso. Finalmente consegue sentar em seu lugar, ao lado de uma garota de cabelos ondulados cor de cobre e morena, sua melhor amiga, Alya. Marinette suspira aliviada.

— Atrasada Marinette! — Pronuncia a professora, sem tirar os olhos da lousa. — Novamente! Se continuar assim, minha querida, terei que mandá-la para a sala do diretor!

Marinette suspira novamente, agora de frustração, seu plano de ser imperceptível não dera certo. Certamente se fosse Ladybug, teria entrado na sala de aula despercebida, pensou a garota abaixando a cabeça na mesa.

— Psiu! Marinette! — Cochicha Alya à amiga. Marinette redireciona o olhar a garota. — Por que anda se atrasando tanto!

— Tenho dormido tarde ultimamente. — Marinette diz desanimada, pegando seu caderno dentro da mochila e o posicionando em cima da mesa.

A aula se escorria demoradamente, Marinette de tempos em tempos, cochilava, mas era interrompida pela melhor amiga, que várias vezes perguntara se ela estava bem, e respondia que sim.

Marinette estava bem, mas também muito cansada. A batalha do dia anterior havia moído seus ossos, quando Paris foi atacada por irmãos gêmeos que perderam a atenção da mãe por terem ganhado uma nova irmãzinha, assim se revoltando. Ela e seu parceiro, Chat Noir, o gato preto mais atrevido que conhecia, nunca haviam sido atacados por dois vilões, o que cansara de mais os jovens heróis.

Quando Marinette não estava cochilando, estava olhando para frente, mais precisamente no belo rapaz de cabelos loiros e olhos verdes à sua frente: Adrien, seu amor secreto.

O sinal do intervalo soa e todos se retiram da sala, exceto Marinette.

— Marinette! — Exclama Alya. — Não vai ao intervalo? — A garota olha equivocada.

— Oh! Não Alya... estou exausta, vou ficar aqui e tirar um cochilo, hehe. — Marinette diz realmente sonolenta.

— Tudo bem, até depois então! — Alya acena e sai da sala de aula.

Marinette a observa sair, depois, coloca os braços na mesa e deita a cabeça sobre eles.

*

Marinette estava lutando novamente com os gêmeos maléficos. A joaninha arremessa um ao muro deixando-o inconsciente e o outro gêmeo, que estava em sua retaguarda, arremessa uma estranha bolha escura que a atingiria em cheio, se Chat Noir não entrasse na sua frente, a salvando. A garota vê o corpo do parceiro cair a seu lado, inconsciente. E ouve os passos do gêmeo que ia em direção ao seu irmão ferido.

Ladybug é tomada pela raiva do individuo que ferira seu parceiro e vai atrás do gêmeo. Arremessa seu ioiô nas pernas do vilão, fazendo-o cair e o deixa imóvel. Identificou onde o akuma se penetrara: em um cordão em seu pescoço. A garota arrancou o cordão do pescoço do vilão e destruiu. Dele saiu uma borboleta negra que Ladybug purificou. Logo em seguida foi correndo em direção ao gato preto que se encontrava imóvel no chão. Pegou cuidadosamente sua cabeça e colocou em seu colo. Chat estava realmente muito ferido.

Chat Noir redireciona o olhar aos da joaninha e sorri.

— Que bom...— o gato é interrompido por tosses secas que lhe doíam cada músculo. — Que bom que está bem,my lady. — dá um sorriso meigo, porém triste.

Ladybug sentia que seu gato não ia resistir, sentiu uma lágrima rolar de seu rosto que já estava rubro de nervosismo. Não queria perder Chat Noir.

— Não... Não chore, my lady. — suplicou Chat Noir. — Eu estou feliz! Pois você está bem! Tenho certeza que encontrará algum novo parceiro... — o jovem sorri olhando profundamente nos olhos marejados da joaninha. Marinete sente seu peito despedaçar quando o gato fecha seus olhos verdes levemente, sorrindo. E dá seu ultimo suspiro.

Marinete acorda brutalmente, muito assustada, até suava frio. Depara-se com belos olhos verdes fitando os seus. A garota sente por uma fração de segundos, um alívio estranho, Chat? Pensou, Não! Foi só um pesadelo! Quando viu a quem pertencia os olhos, Marinette se levantou bruscamente, derrubando a cadeira que estava sentada, cora intensamente e dá um sorriso bobo. Era Adrien.

— Marinette... você está bem? Você está suando frio! — Adrien diz levando sua mão ao rosto de Marinette. Que fica ainda mais rubra. — Quer que eu te acompanhe até à enfermaria?

—A-Adrien! Ah, es-estou bem melhor agora com você aqui! — A jovem se atrapalha. — Q-quer dizer, feliz por você se preocupar comigo! Não, não, isso não... V-você me deixa feliz — Marinette abaixa a cabeça e coça a nuca envergonhada. — O que eu estou falando?! — Cochicha a si mesma.

Adrien a olha equivocado, mas sorri para a garota. Marinette sente que aquele sorriso a faria desmaiar, mas se recompõe um pouco.

— Se você diz que está bem... eu acredito! Mas se precisar de ajuda e só me chamar! — Adrien se senta em seu lugar costumeiro.

Marinette sorri bobamente e se senta, mas se esquecera de levantar a cadeira que havia caído, assim, se esborrachando no chão.

— Marinette! Você está bem? — Adrien se levanta rapidamente e dá as mãos para a garota se levantar.

— Ah nossa, sou muito desastrada! — Marinette diz limpando as roupas, levantando a cadeira se sentando.

Ao mesmo tempo o sinal bate, Marinette sentia que nunca conseguiria falar com sua paixão um dia.

Todos os alunos entram e se sentam em seus lugares, conversando e rindo.

— Alunos, silêncio, por favor! — pronuncia a professora, que espera alguns segundos para todos se silenciarem. — Como bem sabem, a primavera está chegando, e como sempre, teremos o Baile de Primavera da escola! — Os alunos aplaudem, gritam e assoviam de entusiasmo. — Acalmem-se alunos! Não terminei! — Ela observa seus alunos se silenciarem. — Esse ano o Baile vai ser à fantasia!

Todos ficaram alegres e surpresos. Nunca havia tido um baile a fantasia na escola. Todos ficaram muito animados.

— O baile será no próximo final de semana! — A professora volta a falar — Isso é só alunos, vamos voltar aos estudos.

A aula passou rápido, todos estavam muito alvoroçados com a noticia.

— Oh meu Deus! Como acharei uma fantasia digna de minha beleza em tão pouco tempo?! — Marinette ouviu a irritante voz de Chloe, uma loira muito inoportuna, revirou os olhos e já ia se retirando da sala. — Oh, Marinette! Você nem precisará de fantasia! Já esta fantasiada de bruxa! — Dá uma risada esganiçada e a única que ri junto a ela é Sabrina a ruiva melhor amiga de Chloe.

— Não estou com paciência hoje para aguentar seus trocadilhos idiotas Chloe! — Marinette apenas diz isso e se retira da sala de cabeça erguida, junto de Alya, e pode ouvir a loira oxigenada bater o pé de raiva.

— Oh Adrien, tenho certeza que você ficará um gatinho de fantasia! — Chloe diz enroscando os braços no pescoço de Adrien. Marinette fica com raiva, mas apenas continua andando. Estava cansada de mais para brigar.

Assim que Marinette chega em sua casa se joga na cama e Tikki sai do esconderijo.

— Ah, esse baile vai ser divino! Imagine só? Adrien fantasiado? — A jovem diz com os olhos brilhando. — Ele ficaria lindo de príncipe, ou então de vampiro! Ou até de zumbi! — Marinette se encanta com a imaginação de Adrien fantasiado. Mas alguma coisa a tira do transe “Adrien” e a faz ficar triste. — Oh me esqueci! Não tenho nenhuma fantasia... e minha mesada acabou... e o baile será no fim de semana! — Marinette enfia a cara no travesseiro e grita, pensando que não veria Adrien com uma linda fantasia, e que Chloe certamente o atormentaria o baile inteiro. Lá se ia a chance de quem sabe dançar com seu amado, se declarar e até ganhar um beijo.

A joaninha ouve seu celular tocar, era Alya.

— Alô!? — Marinette pronuncia desanimadamente.

—Marinette! — A amiga fala quase gritando de tanta empolgação. — Já arrumou sua fantasia? Pois eu já tenho a minha! E é incrível!

— Eu não vou ao baile... — Suspira infeliz. — Não tenho fantasia e nem dinheiro pra comprar uma fantasia... não tenho dinheiro nem se quer para fazer uma... — Suspira novamente.

— Você precisa ir! O Adrien vai estar lá! Será sua grande chance! Vamos amiga, eu te ajudo! A gente improvisa uma fantasia pra você! — Alya diz muito animadamente.

— Desculpa Alya, não dá! O baile é no fim de semana! Faltam apenas três dias, nunca conseguiria uma fantasia descente nesse tempo... — Marinette desliga o celular e enfia novamente o rosto no travesseiro e se põe a chorar. Tikki afaga carinhosamente a cabeça na joaninha.

Os dias passaram voando para Marinette. A garota não aguentava ouvir todos comentando na escola sobre o grande Baile a Fantasia que ela não poderia ir. Alya havia insistido com ela milhares de vezes, mas não deu certo.

*

Marinette estava sentada em sua mesa, desenhando algo. Mas seu pensamento estava em todos se arrumando para o baile que seria daqui uma hora. E se perguntava incessantemente do que Adrien se fantasiaria. Seus olhos estavam marejados.

— Não fique triste assim, Marinette! — A kwami tenta consolar a menina. — Irá haver mais bailes, você vai ver!

— Não vai Tikki! Não como esse! Com Adrien e meus amigos! — Marinette desaba a chorar. — Por que nada dá certo para mim?

— Claro que dá certo! Você é Ladybug! — Grita Tikki tentando animá-la.

— Ladybug... — Marinette sussurra a si mesma. —É isso! Ladybug! — Se levanta em um salto e pula de alegria. — Tikki, você é uma gênia! — pega a kwami equivocada e rodopia. — Eu vou fantasiada de Ladybug! — Dá uma risada alta. — Como não pensei nisso antes?

— Tem certeza, Marinette? — Tikki pergunta temerosa.

— Mas é claro! Será perfeito...

*

— Plagg!Como pude e me esquecer da fantasia para o baile?! —Adrien estava desesperado. — Faltam apenas uma hora pra começar e eu não tenho fantasia! — Praguejava a si mesmo por ter esquecido.

— Por que não se fantasia de queijo, Adrien? Ninguém resistiria a você! — Plagg pronuncia engolindo um queijo fedorento.

— Todos fugiriam de mim se me fantasiasse de queijo, Plagg! Com esse cheiro péssimo! — O kwami fica indignado.

— Você ficaria um gatinho, como disse aquela garota estranha! — Plagg diz cinicamente e ri.

—Isso... — uma brilhante idéia surge na cabeça de Adrien. — Um gatinho! Um gatinho conhecido como Chat Noir! Oh Plagg, você é um gênio!

— Sou é? — O kwami fica indignado. — Mas de qualquer forma, eu quero outro pedaço de queijo.

— Vou lá pegar muitos queijos pra você! Mas depois, iremos ao baile! — Adrien exclama animado.

*

Marinette chega à quadra da escola, que já estava cheia. Ela se perguntava se seria a única fantasiada de Ladybug.

— Oh! Ladybug, no baile da escola! Não acredito! — Ouve Alya gritar animadamente. Ela estava fantasiada de repórter, pelo que parecia.

— Não Alya, sou eu, Marinette, fantasiada de Ladybug! — A garota pronuncia sem jeito.

— Nossa! Você está parecidíssima com ela! —A morena se surpreende. Marinette teme que aquilo não fosse uma boa idéia! — Mas achei que não viria...

— Bem, eu... eu ganhei essa fantasia de minha mãe!

— Maravilhoso! — Alya fala e bate palminhas. — E então, já viu Adrien? — A morena pergunta e Marinette apenas nega com a cabeça. — Vou te ajudar a procurá-lo! Faz o seguinte. Você vai para lá e eu vou para cá, se eu o ver, te ligo!

As duas garotas se colocam a andar em lados opostos. Marinette já havia andado por toda a quadra e não vira nem um sinal de Adrien. Ele não veio, pensou Marinette, resolveu então procurar a amiga para não ficar sozinha no baile. Encontrou a amiga que parecia estar dançando com Nino, fantasiado de um personagem de vídeo-game que ela não conhecia.

A joaninha não quis atrapalhar a amiga, e foi em direção a mesa pegar refrigerante. Antes de se virar, pensou ter visto duas orelhas pretas, numa cabeça loira. Chat Noir? Pensou a garota, que se colocou a seguir as orelhas pretas. Quando finalmente chegou até o individuo, notou que era o seu gato, mas o que ele estaria fazendo ali? Ele conversava com alguém quando se virou e viu Marinette, os dois se encararam atônitos por segundos.

— Chat Noir? O que faz aqui? — A garota pergunta totalmente espantada.

— Ladybug...— O loiro pronuncia num sussurro inaudível. — Chat Noir? Não, não! Sou Adrien! — Exclama sem jeito.

— Adrien?! — Marinette diz perturbada. Como podia ser Adrien se era idêntico ao Chat Noir? — A-Adrien... — Sim, era Adrien.

Adrien continua olhando para a garota, coma duvida estampada em seus olhos. Depois de um tempo Marinette percebe, Adrien não sabia quem era ela.

— Ah, s-sou eu! Marinette! — a joaninha diz com a face quase tão rubra quanto a sua máscara.

— Marinette?! — Adrien fica realmente surpreso. — Oh meu Deus... como estão parecidas! — o gato sorri, fazendo Marinette corar ainda mais. — Você está tão linda... — O rapaz diz timidamente. O que ele estava sentindo? Estava atraído por Marinette? Não era apenas pela fantasia da garota, mas pelo que ela era.

Marinette era tão linda, independentemente de uma máscara. Adrien começou a se lembrar da garota na sala de aula, do seu sorriso, de suas palavras, de como ela falava com ele... Não! Aquilo não estava acontecendo! Ele amava Ladybug, não podia gostar de outra garota! Mas quando olhava nos olhos de Marinette, sentia uma coisa estranha.

Uma doce música romântica começa a tocar.

— Ah, essa música é tão linda! Eu amo! — Marinette sorri, ouvindo a doce melodia.

— Me daria a honra dessa dança, my lady? — Adrien envergonhado, estende a palma da mão.

— Oh! — Marinette leva as mãos na boca, mas depois sorri. — S-sim...

A joaninha estende a mão para o gato, ele, delicadamente se ajoelha e beija as costas da mão da garota. O que ele estava fazendo? Ele fazia aquilo apenas com Ladybug! É, Marinette estava mexendo com sua cabeça.

O casal começa numa doce valsa, eles pareciam voar de tão leves. Marinette não conseguia parar de lembrar de Chat Noir e pensar como ele era lindo. Tudo bem, aquele não era o Chat, mas a semelhança era tão grande, ela só conseguia pensar no gato idiota, seu companheiro de lutas. Foco no Adrien, Marinette! Repetia mentalmente a si mesma. Mas ela não entendia, por que estava sentindo aquilo se amava Adrien. Não era possível amar duas pessoas. Queria espantar aqueles pensamentos da cabeça, mas não conseguia. Como poderia estar gostando também de Chat Noir?

*

— Anda Sabrina! Já estamos atrasadas para o baile! Meu pobre Adrien deve estar sozinho! Oh! — Chloe sonhava acordada, quando passou um caminhão em uma poça d’água, jogando a água toda em sua fantasia de Ladybug. A loira deu um grito agudo. — Como irei no baile assim? — Começou a chorar desesperadamente. Mas ela olha em direção da amiga Sabrina.

— Sabrina?! — A ruivinha fantasiada de borboleta a olha com equivoco. — Me dê sua fantasia!

— Mas Chloe, eu só tenho essa! — a jovem diz com os olhos marejados

— Não me importo! Venha, vamos a um banheiro público! — A loira grita, pega o pulso de Sabrina e a arrasta para o banheiro mais próximo.

Quando chegaram, Chloe ameaçou a pobre garota, dizendo que mentiria para o pai e faria ela ser banida da escola se não lhe desse sua fantasia. Sabrina cedeu aos prantos.

— Tchau tchau, Sabrina! — Chloe riu com frieza, deixando a menina chorando ajoelhada no chão do banheiro. — Ah, pode ficar com essa máscara aqui! — Jogou a máscara que usava antes.

*

— Pobre adolescente, traída pela própria amiga! — Hawk Moth, um homem alto, de roupas rochas e uma máscara negra que deixava apenas seus olhos e sua boca à mostra começa a falar, em algum lugar desconhecido, rodeado de borboletas brancas e iluminadas. Na sua mão pousa uma pequena borboleta, que ele cobre com a outra mão, fazendo-a ficar negra. — Vá meu querido akuma! Ajude aquela pobre menina! — O homem gargalha assustadoramente.

*

Sabrina ainda chorava, ajoelhada no chão do banheiro. Não vê a pequena borboleta negra entrar e pousar na máscara que estava em suas mãos.

— Olá Butterfly! É horrível ser traída pela melhor amiga, não é mesmo. E ainda não poder ir ao seu tão sonhado Baile de Máscaras! O que você acha de estragar o baile de todo mundo, inclusive de sua falsa amiga? Te dou esse poder! Você apenas deve me trazer as pedras milagrosas de Ladybug e Chat Noir! — A voz de Hawk Moth ressoa na cabeça da ruiva e ela é tomada por uma aura ruim.

— Se eu não vou me divertir no baile... nem a Chloe, nem ninguém se divertirá! — Sabrina se levanta, retira os seus óculos e coloca a máscara que havia ficado negra, e é tomada por um brilho escuro que dá a ela uma pele completamente alva, um macacão negro e asas grandes de uma borboleta-monarca, surgem duas antenas em sua cabeça. Ela sai do banheiro e toma vôo, soltando uma gargalhada maléfica.

*

Marinette e Adrien ainda dançavam, não sabiam se a música havia terminado ou não, estavam hipnotizados um pelo outro. O gato já não conseguia mais resistir, começou a aproximar seu o rosto do de Marinette, que cora intensamente, mas depois faz o mesmo, os dois começam a fechar os olhos gradativamente, seus lábios se tocariam docemente, mas um estrondo alto fez com que todo mundo se assustasse e gritasse. Marinette e Adrien se separaram imediatamente.

— Olá jovens! Se divertindo? — Butterfly grita cinicamente para os adolescentes presentes ali. — Agora não vão mais, principalmente você, Chloe. — A vilã lança uma espécie de nuvem negra que sai da sua mão diretamente em Chloe, que instantaneamente vira uma borbleta-monarca de quase dois metros.

Todos os alunos se assustam e correm em direção á saída, mas Butterfly estava transformando vários outros adolescentes, e ordenava-os a irem bloquear as saídas.

Adrien olhava a borboleta maníaca e quando voltou o olhar onde Marinette deveria estar não a viu. Foi invadido pela preocupação. Mas precisava salvar a todos ali. Mas o que faria? Ele já era Chat Noir, não poderia simplesmente sair atacando, se não todos descobririam. Só pensou em correr para o banheiro masculino.

Marinette estava dentro de uma sala de aula pensando no que fazer, estava completamente desesperada. Também ficava pensando se Chat Noir viria a ajudar.

— Não posso ficar aqui enquanto uma borboleta maluca destrói minha escola, tenho que detê-la! — Encorajou-se como Tikki fazia e saiu correndo em direção à quadra.

Quando chegou à quadra viu um vulto preto subindo em uma escada e pulando na vilã, era Chat. Pensou instantaneamente o que teria acontecido com Adrien, provavelmente teria virado uma borboleta gigante do mal.

Quando Chat Noir a derrubou, Ladybug lançou seu ioiô na perna de Butterfly, prendendo-a.

— My lady! — O gato preto vai até ela, sorri e beija sua mão. Ela recua. — Que bom que veio me ajudar.

— Errado, gato! — Disse tocando o dedo no nariz dele. — Você me ajuda!

— Como quiser, my lady — Chat faz reverencia a joaninha.

Butterfly conseguiu se soltar e voltou a voar para o alto, gargalhando loucamente. Ladybug prestou atenção na borboleta do mal e percebeu que era Sabrina.

— Borboletas... Ataquem! — A vilã ordena os insetos que voam rapidamente na direção de Ladybug e Chat Noir.

Eles revidam, atacando as borboletas, eram muitas, mas eles estavam conseguindo contê-las. Porém Ladybug e Chat Noir precisavam ser rápidos, fazia tempo que estavam transformados. Logo a transformação se expiraria.

— Lady a máscara! O akuma está nela! — O gato grita percebendo que aquela máscara era familiar, e não pertencia a Sabrina.

— Obrigada! Distraia os insetos pra mim! — A garota grita ao parceiro, que acena positivamente. — Lucky Charm! — grita e joga o seu ioiô para cima, liberando partículas rosa e surge um isqueiro que cai em suas mãos. — Um isqueiro? Como eu usarei isso?! — Grita um pouco desesperada.

— My lady, poderia se apressar. — Chat grita sofrendo ataques, estava quase cedendo aos insetos gigantes, eram muitos!

— Pensa, Ladybug, pensa! — A joaninha olhou para o objeto em suas mãos e olhou para uma das paredes, e viu o detector de incêndio. — Haha! — ela correu pela quadra, desviando das borboletas gigantes até chegar bem próxima ao detector. Acendeu o isqueiro e colocou um pouco abaixo do detector. Em alguns segundos o alarme começou a tocar e a água caia dos irrigadores que apagavam incêndios no teto. As borboletas não estavam conseguindo voar com as asas molhadas.

Ladybug olhou em volta e não viu Butterfly.

—Vem comigo! Ela foi em direção daquelas escadas! — Chat Noir gritou enquanto subia as escadas e ia para o corredor onde ficavam as salas de aula. Até que alcançaram a borboleta maligna.

— Não tem pra onde ir, Buterfly! É melhor parar! — Ladybug exclama vitoriosa, quando ela e o gato cercam a vilã, mas ouve um bip vindo de seu brinco, e outro do anel de Chat. Restava apenas um ponto para a transformação dos dois acabar. — Vamos logo! Nosso tempo está acabando!

Chat acena positivamente e ataca a borboleta com seu bastão, a fazendo cair, e a imobiliza colocando o bastão em seu pescoço. Ladybug se aproxima e retira a máscara de Butterfly, destruindo-a.

— Seu reinado acaba aqui akuma! — Ela pega seu ioiô e purifica o pequeno ser, a pacífica borboleta branca voa até sumir de vista. — Tchau tchau pequena borboleta. — Ladybug diz satisfeita.

Sabrina sai correndo escada abaixo. Ladybug e Chat Noir comemoram, tocando os punhos.

— Tenho que ir agora! — Ladybug ia sair correndo, mas Chat Noir segura o pulso dela. — Chat, nossas transformações irão acabar!

— Espera, my lady! É que... Bem... eu queria saber de uma coisa... — O gato diz completamente sem jeito. Ladybug o fita sem entender nada.

Chat Noir a puxa para si, segura sua cintura com firmeza e a beija intensamente. A joaninha queria fugir, mas o beijo era tão quente, tão doce, tão gostoso, ela sentia-se estranhamente nas nuvens, e se lembrou do quase beijo que aconteceu enquanto ela e Adrien dançavam, o gato também se lembrou disso...

O casal ouviu o sinal final de seus amuletos e as transformações se desfizeram, Tikki e Plag caíram exaustos. Marinette e Adrien fecharam os olhos mais intensamente e se abraçaram, estavam com medo de saber quem realmente eram. Pois assim como Ladybug não queria escolher entre Chat Noir e Adrien, Chat Noir não queria escolher entre Ladybug e Marinette. Mas não podiam ficar abraçados para sempre, por mais que fosse bom.

Eles foram se soltando devagar e quando olharam um para o rosto do outro tiveram a maior surpresa de suas vidas.

Marinette não conseguiu evitar corar e se perguntava por que nunca tinha percebido as semelhanças entre seu amado e o gato.

Adrien apenas sorria, parecia estar satisfeito com quem era sua Ladybug. Pensou também o quão burro era de nunca ter notado as semelhanças óbvias.

— Marinette, eu te amo, my lady! — Adrien se ajoelha e beija as costas da mão de Marinette.