História Quando ficamos tão coloridos? - Uma página perdida - 01

　Eclypsa - ♠ Uma página perdida. 

Encontrei um antigo diário de capa dura,vermelha e detalhada em ouro ao percorrer os secretos livros da biblioteca.O que encontrei foram trechos onde Eclypsa retratava ocorridos de sua vida que são relevantes até hoje.Abri o diário,sentei e lí o que pude e que o tempo não apagou.

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Montada em meu cavalo,cavalguei pelas vastas planícies de gramado verde com uma cesta em mãos e a segurar o cabresto de meu cavalo com a outra.O vento que soprava forte contra mim fazia minha capa vermelha e detalhada ao preto voar em direção oposta a que eu cavalgava,e assim eu seguia.

Adentrei a floresta das flores que cantam e seguindo por ela atravessei a cachoeira ao seguir agora sozinha sobre um tronco que levava ao outro lado.Meu cavalo, deixado ao outro lado,seguiu quase que em automático em direção de volta ao castelo.Estava acostumado com meus horários.

Saltei do tronco ao chão e segui um pouco mais,já ouvindo a melodia das rosas e margaridas que cantarolavam.Sorri com aquilo, como se estivesse satisfeita e continuei a caminhar em direção aquela linda música que se formava e que seu som se elevava enquanto me aproximava,logo o vendo.

–Oi... –Falei quase que em sussurro, me aproximando dele e tirando meu capuz enquanto o fazia.Ele sorriu.

–A princesa não devia vir para o meio da floresta assim,pode ser perigoso se encontrar com algum animal selvagem.–A figura brincou.

–Criatura selvagem?–Acabei rindo e parando a sua frente.–Eu sei me defende sozinha.–Levei ambas as mãos a minha cintura.

–Claro que sabe.–O monstro disse e apoiou sua enorme mão na minha cabeça.–Seus pais sabem que a senhorita esta encontrando um inimigo na floresta?–Perguntou.

–Claro que não sabem.–Respondi como se ele já soubesse da resposta.–E eu já disse que você não é nenhum inimigo.–Disse enquanto o encarava.

–Sim,Eclypsa... Mas para eles eu sou mais um monstro a ser eliminado pelo bem do reino.–Ele disse e eu neguei.

–Para mim você não é.–Disse e continuei a encará-lo.–Você é de confiança,já disse.–Completei.

–Eu sei... –Ele sorria minimamente enquanto fazia um certo carinho em meus cabelos.–Você é muito marrenta ein?–Riu.

–Sou sim.–Disse e ele gargalhou.–Eu consegui trazer bolo de lua pra você,como prometi.–Sorri,o mostrando a cesta que havia trago.

–Eclypsa,você não roubou isso da cozinha do palácio de novo não né?–Ele perguntou,me olhando.Dei de ombros.

–Qual o problema? Ninguém vai sentir falta,temos em montes no palácio.–Expliquei,enchendo as bochechas de ar e o encarando.

–...Tudo bem,dessa vez vou deixar passar porque você é muito fofa quando faz esse bico.–Ele disse e apertou minha bochecha.

–Mentira,isso é uma desculpa,vai deixar passar porque você adora bolo de lua!–Apontei para ele de forma acusatória e ele gargalhou.

–Me pegou!–Ergueu os braços como se tivesse sido pego fazendo algonde errado ou estivesse surpreso.–Sabe que eu adoro esse bolo...–Tentou pegar minha cesta, mas me esquivei dele.

–Não agora.Só depois que você me dar o que prometeu.–Disse,séria e estendendo a mão.–Vamos.

–O que? Ainda lembra disso?–Ele me olhou,surpreso.Apenas fechava e abria a mão,a pedir algo.–Olha,eu não estou com ele...–Começou.

–Tudo bem,sem bolo de lua pra você.–Disse séria e segui em direção oposta a ele,emburrada devido a quebra de promessa.Ele começou a rir.

–Ei,marrenta.–Disse enquanto ria e me abraços contra sí,por trás,mesmo que eu estivesse emburrada.–Era isso que queria?–Disse e riu,mostrando a minha frente um pendante com cordão dourado e pingente em forma de um coração azul vibrante.

–Você... –Foi o que consegui dizer, observando o pingente girar enquanto o pendante estava suspenso.–O coração de rubi... Que lindo...–Sussurrava.

–É para você... –Ele sussurrou e eu o olhei de relance devido a ainda estar sendo abraçada por trás.Ele sorriu e eu corei de leve.–Agora... Vamos comer bolo de lua?–Sorria de lado.

***

Estava chovendo forte.A noite havia caído a pouco,e como eu não poderia voltar para casa devido a chuva e devido ao fato do meu cavalo não ter voltado para me buscar –Sendo que ele vinha sozinho.– acabei por ficar na casa "dele",que por sorte era por perto da floresta onde antes estávamos.

Estava pensativa.Sentada frente a uma das janelas da sala daquela casa que me lembrava uma cabana, observava a chuva do lado de fora e as gotas escorrerem pelo vidro embaçado da janela enquanto um pouco mais atrás de mim,na parte que seria a cozinha,ele preparava algo que parecia ser uma bebidas. 

Meus pais a aquele momento deviam estar preocupados com o meu desaparecimento,afinal eu não havia dito para onde iria,apenas peguei o cavalo e sai sem dizer nada.E uma temestade caia sobre nossas cabeças,o que poderia deixar eles mais preocupados do que nunca estiveram.

–Eles devem estar preocupados com você... –Ouvi ele disser.O olhei, ele me estendia um copo.

–Eles na certa estão convocando a guarda toda para me encontrar... –Disse e peguei o copo,agradeci.

–Imagino que sim... –Ele disse e sentou ao meu lado,bebendo o conteúdo de seu copo.–Mas não vão te encontrar por causa dessa tempestade.–Ele explicou.

–Imagino que esteja certo...–Olhei para o conteúdo do meu copo.Era chocolate quente.–Adoro chocolate quente... –Sussurrei.

–Eu sei...–Ele disse no mesmo tom, logo rindo baixo.–Acho melhor dormir aqui hoje... Sabe,por causa da chuva.–Ele dizia.

–Você soou pervertido!–Acusei o outro que acabou por rir.–Não ria de mim!

–Eclypsa,não tenho a mente poluída e doente como a sua.–Disse.–Agora vamos dormir.Venha,vou te levar ao meu quarto...–Disse ele a me olhar.

–Olha aí,olha aí!–Apontava para ele e exclamava,o que o apenas fez rir.

–Vamos princesa.–Me pegou em seus braços sem mais nem menos e caminhou assim ao seu quarto,ao que parece.–Vou ser cuidadoso...–Seu tom se tornou malicioso.

–Giles!–Me debati,constrangida e envergonhadas,e ele gargalha.

–Eu não vou fazer nada com você, não seja pervertida!–Riu enquanto eu sacodia minhas pernas,corada.–A não ser que queria... –Sorriu malicioso.

–Não,não!–Falava apressada.

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As demais páginas,digo,as páginas seguintes,em parte,foram consumidas pelas traças e pelo tempo, afinal aquele antigo diário (Ao que parecia ser) era bastante antigo.O que aconteceu depois eu não pude ler,mas outras páginas perdidas eu pude encontrar,essas que falavam sobre essa amizade diferente.