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História Quando ficamos tão coloridos? - "As nossas doces lembranças"


Escrita por: _BananaMilk

Notas do Autor


Postei! ^^
Gente,desculpe a demora de um mês e tal,mas eu estava tipo,sem ideias e tive essa do nada,mas o app deu pau ;-;
Bem,espero que valha a pena *^*

Capítulo 2 - "As nossas doces lembranças"


Fanfic / Fanfiction Quando ficamos tão coloridos? - "As nossas doces lembranças"

Star ☆

A chuva não dava trégua lá fora, caindo de forma violenta e como se não houvesse o amanhã.As suas pequenas e fortes gotas caiam contra o meu teto e provocavam estrondos como se fossem pedras a acertá-lo e como se quissem perfurar e invadir a casa,a chuva estava mesmo forte.Através da janela pudia ver a água escorrer pela vidraça e também a noite ser tomada pela forte chuva,impedindo a visão de um céu limpo e estrelado que adorava.

A noite em que Marco e eu havíamos combinado em observar as estrelas e fazer uma espécie de piquinique sobre as mesmas havia sido destruida minutos atrás,logo quando as primeiras gotas fracas da chuva começaram a nos incomodar.Estava minutos atrás tão ansiosa... Isso não é justo.Pensava e pensava em algo que pudessemos usar como um substituto para o "evento" mal sucedido daquela noite,mas nada vinha a minha cabeça.

Realmente não conseguia entender algumas coisas da terra.Para que serve um fenômeno onde água cai do céu e estraga os passeios ou o dia das pessoas alheias? Não conseguia entender o porque de sua existência apesar de todos os anos passados na terra,realmente era algo muito estranho. A minha maldita inimiga chamada chuva nunca foi adorada por mim,na verdade,ela tem me feito de boba desde que cheguei,a começar por um reafriado.

Respirei fundo e bolei sobre meu colchão macio,me enrolando assim em uma de minhas cobertas fofinhas que se assimilavam ser de algodão,e me tornando uma espécie burrito ao fim do meu ato.Fechei meus olhos e me concentrei em continuar em silêncio e ouvir apenas o som da chuva e da minha própria respiração,aproveitando o ar frio da mesma para tentar dormir, afinal estava entediada e nada poderia fazer para acabar com a tal chuva.

Ou será que podia?

—Pluvia!Erguia um de meus braços enquanto o resto do meu corpo permanecia espremido pela coberta.

Uma forte luz tomou todo o quarto e impossibilitou que eu continuasse com meus olhos abertos devido a sua claridade.Fechei os olhos e esperei por alguns segundos para então os abrir para conferir se a chuva havia parado, mas para minha surpresa nada havia acontecido,nem com a chuva e nem com o quarto.Olhei em volta e abri um pouco a boca para reclamar o "defeito da varinha" para mim mesma,mas minha voz falhou ao ouvir um eatrondo.

Trovões! Trovões violentos!

Marco!—Gritei e acabei caindo da cama para o chão por estar ainda enrolada,bolando pelo mesmo.

Estava tão assustada que nem parei para me desenrolar da coberta, apenas fui me arrastando pelo chão a mil por hora como uma lesma louca,abri a porta só Deus sabe como e sai rolando pelo corredor a procura de Marco,como se ele fosse meu porto seguro.Me apoiei na parede e me ergui com certa dificuldade,pulando as presas até chegar ao quarto de Marco que se encontrava a portas abertas.

—Marco!—Adentrei o quarto com tanta afobação que nem percebi que a coberta havia prendido na maçaneta da porta.Tropecei e sai rolando.

Marco,que estava sentado frente a TV de seu quarto,no chão e encostado na cabeceira da cama,me olhou sem entender nada e me assistiu rolar pelo chão e parar com o rosto no carpete e ao seu lado,colocando a mão em minha cabeça e dando umas batidinhas como se eu fosse um cachorro.Murmurei em desconforto e ergui meu rosto,o olhando com certa dificuldade devidos as lágrimas que se formavam em meu olhos.Ele continuou com o carinho, como se eu fosse me acaar com aquilo.

—Marco...—Funguei.

—Medo dos trovões?—Ele sorriu de lado enquanto me olhava.

Afirmei lentamente.Estava com tanta vergonha,por ser tão patética...

Tudo bem,pode ficar...—Ele foi dizendo e eu já agarrei em sua cintura e deitei a cabeça em seu peito.—Aqui...

—Obrigada...—Agradeci sem olhá-lo,encarando na verdade o chão.

—Tudo bem...—Ele tocou meu ombro,parecia hesitante.

Por um momento ficamos em um silêncio absoluto,ouvindo apenas a respiração um do outro,o barulho da chuva que ainda caía e os estrondosos trovões que me faziam apertar Marco vez ou outra,mas ele não reclamava. Sentia suas mãos em meus cabelos,me trazendo então por um instante algumas lembranças nostálgicas de quando éramos crianças,de quando eu tinha medo dos trovões e ele me deixava dormir com ele... Tão fofo.

Você não muda nunca...—Ele sussurrou,mais para si do que pra mim.

—Desculpe...—Murmurei.

—Não quis dizer que era algo ruim...—Ele disse quase sussurrando.

—É-é...—Senti minhas bochechas corarem levemente.—Eu...—Começei.

Star,olha aquela onda!—Ouvi a voz de Marco eufórica.Apesar de um pouco diferente,a reconheci.

Ergui a cabeça e olhei então para a TV,onde pude ver imagens de Marco e eu correndo em uma praia.Era um video antigo.A imagem estava um pouco embaçada e a lente da câmera que nos filmava molhada,era possível ver algumas gotas d'água escorrerem lentamente,a imagem estava tremendo um pouco,mas nada que estragasse compretamente e comprometesse o video.Estava confusa,por que Marco estava assistindo aquilo?

Uau,que incrível!—Assistimos a uma Star pequenina e eufórica saltitar animadamente.

Vem comigo!—O Marco criança pegou a mão da pequena Star e ambos sairam correndo rumo as ondas,rindo a cada vez que pulavam um delas.

O olhei com cara de interrogação.

—Bem... Como eu não tinha nada para fazer,resolvi ver o que tinha nas antigas filmagens...—Explicou.

—Foi a primeira vez que eu fui a praia...—Me arrastei até a TV,tocando o vidro da mesma e olhando de perto.

Nostalgia,foi o que senti.

Sim,tem várias filmagens de quado éramos pequenos...—Ele sorriu.—Elas me trazem lembranças boas... —Marco engatinhou e parou ao meu lado, puxando uma caixa cheia de fitas.—Queria ao menos me distrair já que não pudemos sair para ver as estrelas hoje...

Ambos olhamos para o telescópio de Marco que estava ao lado da janela e suspiramos ao lembrarmos do fato.

Mas enfim,podemos ver algumas delas para passar o tempo e você esquecer os trovões.—Sugeriu.

Mais um trovão estrondou,quase me fazendo sofrer um ataque cardíaco.

Sim,sim!—Disse repetidas vezes, com as mãos em meus ouvidos.

Marco deu uma gargalhada sinistra como se algo super engraçado tivesse acabado de acontecer.Logo ele trocou a fita e passamos a assistir e relebrar de mais algumas cenas de quando éramos menores.Entre uma fita e outra sentia um aperto no peito,era saudades daqueles momentos únicos que tínhamos,sem preocupações,em outras ria loucamente com as cenas ridículas que aparecia na tela onde Marco passava o maior vechame.

Star nem suspeita o que eu fiz com o shampoo dela,mas daqui a 5 minutos ela vai ver.—Era Marco que aparecia na filmagem,pelo visto ele mesmo estava segurando a câmera.

—Meu shampoo?—Inclinei um pouco a cabeça e olhei para Marco que apenas riu.

A imagem ficou escura e segundos depois clareou lentamente,mostrando meu banheiro e a mim mesma.Algo cobria boa parte da lente,mas não pode impedir de me mostrar tirar a toalha que mantinha no cabelo e me aterroriz ao ver meu cabelo em um tom de verde-limão.Os gritos vinheram em seguida,e logo depois a risada macabra de um Marco pivete que correu para longe dali,carregando a câmera consigo,virando vez ou outra para trás para ver se eu o seguia.

—Safado,você que fez meu cabelo ficar verde por uma semana!—Dei um tapinha em seu braço e ele ria.

F-foi hilário!—Falou com certa dificuldade pois ria.—Sushi!—Gargalhou.

—Marco!—Falei em um tom sério, mas ele continuava a rir.

—Desculpe,vamos ao próximo.—Disse se contendo.

E na fita seguinte eu engasguei de rir ao ver Marco vestido de Batman,o interpretando.Licra cara,ele usou licra!

—E-esqueça o que viu...—Ele disse envergonhado e mudou a fita.

—T-tudo bem... Pfff!—Continuei rindo ao pensar na dancinha escrota,mas me contimass poucos com o tempo.

Continuamos a assistir outros videos.Viagens,passeios e apresentações da escola,pegadinhas que faziamos um com o outro,algumas brincadeiras,tudo que já havíamos passado juntos.Em certo momento encontramos um video do meu aniversário,o que me fez rir muito.Eu havia acabado de chegar e não sabia para que serviam algumas coisas,o que fazia hilário o modo que me comportava em relação aos demais.

Em uma cena em especial eu havia me prendido as cordas dos balões e,por ser leve,eles me arrastavam pelo gramado da entrada da casa enquanto eu pedia socorro.Marco e eu não nos contemos e bolamos de rir também na cena seguinte onde eu provava o sabor da vela e em outra onde meu vestido pegava fogo.Esse com certeza havia sido o pior aniversário do mundo,mas agora se tornava tão engraçado.Hilário!

—Estrelinha...—Escutei a voz infantil de Marco pronunciar.

Parei de rir imediatamente e senti que estava corada.Olhei então para a TV e assisti a Marco me erguer do chão, enquanto tentava não chorar.Eu lembro disso.Fazia muito tempo que não o houvia me chamar assim.Ele não me deixava cair.Aquilo de alguma forma mexeu comigo,bem no fundo.Ele estava me ensinando a andar de bicicleta.Olhei para Marco pelo canto do olho,ele também estava surpreso pelo video.E eu tinha medo de cair,então ele disse...

—Tudo bem,eu não vou te deixar cair,eu prometo.—Seu sorrisso infantil foi voltado a uma Star medrosa.

Engoli em seco.

Star,acho melhor mudarmos para uma outra fita...—Ele revirou a caixa,estava envergonhado.

—Espere...—Segurei em seu pulso e ele me olhou.—Deixe terminar...—Disse.

Nos olhamos.

—Você promete?—Escutei minha voz,tão inocente em seu tom.

Claro,confie em mim...—Marco se garantiu e me vi concordar.

Eu confio.—A pequena Star disse.

Assim que as seguintes cenas seguiram me vi cair algumas vezes, sempre sendo segurada por Marco antes que atingisse o chão.Pelo que visto eu não sofri nenhum arranhão naquele dia,mas Marco acabou todo ralado e mesmo assim não reclamou. No fim da filmagem eu acabei não aprendendo a andar de bicicleta e o Marco acabou cheio de corativos,o que parecia não ter acabado com o dia de ninguém,pois sempre estavamos rindo.

—Você só podia ser tapado.—Disse.

—Se quer chamar assim tudo bem,mas não é como penso.—Ele disse.

—E como pensa?—O olhei.

—Como se eu tivesse sido seu anjo da guarda...—Me olhou.

—Talvez tenha sido...—O olhei.—Na verdade,ainda é isso que faz.—Ri.

—Não é um incomodo e nem me arrependo...—Disse,tirou e guardou a fita junto as outras com cuidado.

—Agradeço por isso...—Sorri minimamente e ele afirmou.—Enfim, meu herói,a chuva passou e amanhã temos aula...—Levantei e bati as mãos em meu vestido.

—Sim... Boa noite...—Me olhou, ainda sentado no chão.

Afirmei e saí dalí.

Mal saí do quarto e já senti um aperto no peito,levando a mão ao local e apertando-o.Estrelinha.Fechei os olhos bem apertado.Anjo da guarda.Senti que as minhas bochechas haviam corado. Ele não sabia o quanto mexia comigo com sua sinceridade,nem imaginava. Mas éramos apenas amigos e assim tinha que ser,eu tinha que me convencer que era apenas gratidão o que eu sentia por ele,eu precisava... Meu coração doía,mas tinha que ser assim.

Caminhei até meu quarto,subi em minha cama quase me arrastando e depositei meu corpo pesado nas cobertas fofinhas que a cobriam.Fechei os olhos,pensei,sorri com pensamentos bobos como se eu fosse uma garotinha e suspirei um pouco alto,me cobri,me aconcheguei e me preparei para dormir.Estrelinha.Abri meus olhos derrepente,notando que estava corada e pensando naquilo mais uma vez.Sufoquei minha cabeça com o travesseiro e bolei na cama,gritando abafado.

Aqueles sentimentos confusos não poderiam estar rondando por minha cabeça,não por ele que era meu melhor amigo.Vai ver essa ideia de ignorar a razão e seguir pelo coração seja esse tal de amor que tanto houvi falar,totalmente sem lógica.Fechei os olhos e tentei dormir,mas nem isso fui capaz de fazer.Respirei fundo,levantei de minha cama agarrada as cobertas e sai do quarto a passos lentos e silenciosos.Um,dois,três.Bati na porta algumas vezes,logo sendo atendida.

-Star?-Marco esfregou os olhos e bocejou,aposto que estava dormindo.

-Não consigo dormir...-Apertei as cobertas que cobriam parte do meu rosto.

Ele apenas sorriu e me pegou pela mão,me fazendo entrar em seu quarto.Pulou em sua cama e com um uma corda e uma das cobertas fez uma espécie de barraca sobre a cama,pegou uma lanterna e um livro e entrou debaixo da mesma,logo fiz o mesmo.Ele usou a lanterna para clarear o livro agora aberto e me assistiu se acomodar ao seu lado,logo começando a ler para mim,o que magicamente me deu um sono inexplicável.Algumas coisas jamais mudam,ele estava certo.

Com os olhos fechados me concentrava em ouvir até mesmo os minimos sons.A chuva fraca que voltou a se formar,as gotas contra o dedo,minha respiração fraca e a voz de Marco enquanto lia quase em sussurro.Lembrei brevemente de quando éramos crianças,ele usava as mesmas táticas de sempre quando não conseguia dormir,e sempre funcionava.Não lembro muito do que se falava aquela história,apenas de detalhes familiares... uma princesa,um garoto comum... o desejo de ficarem juntos e um amor proibido.

Aquela história era nossa? não sei,apenas sei que me deixei imaginar como se fosse em meus doces sonhos,ainda pensando e me perguntando frequentemente sobre quando havíamos ficado tão coloridos.Mas essa resposta eu não encontrei... não ainda.


Notas Finais


Obrigada por ler :3
até a próxima!


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