História Quando ficamos tão coloridos? - "O velho parque de diversões"-Parte I

Marco ◇

Quando meu nome foi chamado pelo diretor da escola e ecoou por todo o auditório,respirei fundo e me preparei para me dirigir ao palco.Algumas últimas batidas em minha camisa,um retoque no cabelo e logo eu estava apresentável para tal evento. 

Ajeitei a gravata e a passos lentos cruzei o palco,chegando ao seu centro e parando frente a um microfone que emitia barulho e ao lado de outros dois alunos tão capacitados quanto eu, observando a "plateia",que não era costituida por mais de 5 ou seis pessoas.

–E a competição de soletragem está oficialmente aberta.–Anunciou o diretor e alguns aplausos soaram.

Olhei para aquele público pequeno sem nenhum interesse e procurando por alguém em especial,alguém que naquele momento não se encontrava em nenhum acento daquele auditório,o que me fez suspirar e pensar em onde ela poderia ter se metido,logo hoje quando ela prometeu vir.

O diretor discursava uma palestra sobre educação e outros assuntos que não prestei atenção por alguns minutos, minutos esses que apenas procurava pela loira e torcia para que chegasse rapidamente,mas como se meu pedido houvesse sido deletado,ela não chegava.

—Vamos,Star...–Murmurei olhando em volta,em sua busca.

Os minutos passaram e logo começou a disputa entre os melhores alunos da escola,disputa acirrada em que todos os pontos valiam a pena,e que para mim era muito importante... Diferente do que era para a princesa cor de rosa,que nem se deu ao trabalho de aparecer para me ver ganhar.

Depois de mais ou menos uma hora a disputa acabou me declarando vencedor –O que não era novidade– da competição de soletrar.Sem animo,recebi uma faixa e forcei um sorriso bobo para uma foto boba com o diretor enquanto apenas queria sair dalí.

XXX

Entrei em meu quarto sem ânimo algum.Deixei minha mochila sobre a minha mesa de estudos,en seu lugar, antes pegando a faixa que estava dentro da mesma e seguindo para um canto específico do meu quarto,onde pretendia colocá-la organizadamente.

Encaixei aquela faixa boba em um mural contido na parede do meu quarto, a alinhando junto as demais.Estava um pouco bravo por Star não ter aparecido na competição,e nessas horas e para me acalmar arrumava e dessarrumava para arrumar de novo o meu quarto.

Pensei pelo lado dela,ela podia ter se metido em algo ou precisou dar uma passada em Mewni para algo sério,ela poderia ter os seus motivos.Motivos esses que sumiram da minha mente ao ver um portal tridimensional ser ser aberto ao meu lado e Star surgir rindo e conversando animada com Cabeça-pônei.

–Não acredito que você fez isso com aquele Troll, ele podia ter nos matado!–Star gargalhava.

–Ele que não ouse mais se meter com a gente.–Disse a outra e ambas começaram a rir juntas.

As olhava sem entender nada do que falavam,mas entendi bem o fato de ser trocado por uma cabeça de pônei adolecente e voadora e pela ideia de badalarem ou seja lá o que foram fazer. Elas continuaram a conversar como se eu nem estivesse lá,me notando minutos depois.

–Ei,o que o boboca da terra está fazendo? Se mudando?–Perguntou Cabeça-pônei,gentil como sempre.

–Hm?–Star me olhou.–Ah,ele deve ser estar arrumando tudo,ele faz isso quando está estressado ou quer colocar um novo prêmio da escola...–Ela parou brevemente.

A olhei com uma expressão que exibia bem o meu humor e foi como se Star lesse minha mente e lembrasse no mesmo momento do que se tratava.Ela se aproximou quase correndo e tocou em meu braço,tentando chamar a minha atenção para ela.A olhei.

–Marco,desculpa,eu tinha me esquecido da sua competição de soletragem ou seja lá qual o nome,me perdoa.–Pedia a loira chorosa.

–Tudo bem,já acabou mesmo.–Coloquei a última caixa no lugar.

–Não,olha... Se eu puder fazer algo para te compensar,eu...–Começou.

–Não Star,não dá para esquecer que você quebra suas promessas.–Disse.

–Eu sei,mas...–Tentou falar.

–Não tente explicar,eu sei que vai dizer que esqueceu.–Disse e pela cara dela havia acertado.–Mas pensa,e se fosse algo mais sério?

–Eu esqueci...–Ela disse.

–Eu sabia.–Disse em desgosto.

–Marco,era apenas um concurso bobo de escola,não exagere...–Disse.

–Bobo? Star,para mim era importante ter você lá... –Suspirei.

–Eu sei,mas...–Tentou se explicar.

–Então por que não estava lá?–A olhei e ela ficou um tempo calada.

–Eu havia prometido sair com a cabeça-pônei e... Foi divertido.–Sorriu.

–Sério isso Star?–A olhava,com um certo ciúmes por ter sido trocado.

Me afastei de Star,sem olhá-la e sai do meu próprio quarto para me distanciar dela,passando por cabeça-pônei que apenas nos olhava e comia pipoca.Sai e fechei a portamas sem bater,não valeria a pena,e ao sair ouvido a voz de uma certa pônei dizer:

–Ai amiga,foi muita maldade com ele apesar de tudo...–Falou baixo.

–Talvez eu seja mesmo a pior amiga de todas... Não queria deixá-lo assim...–Defendeu-se a loira.

–Não,apenas errou com ele... Tenta consertar para ver no que dá.–Surgeriu a pônri assim que saí,não ouvindo mais nada.

XXX

Não estava conseguindo dormir direito naquela noite, talvez por me sentir culpado por ser tão duro com Star,que apenas cometeu um pequeno erro,nada de extraordinário.Sim,aquilo era culpa,e teria que suporta-la pelo que estava vendo,pelo menos até o dia seguinte quando poderia me desculpar pela grosseria com a loirinha.Como alguém conseguia me irritar e me deixar arrependido por isso ao mesmo tempo?

Bolei na cama e me embolando em minha coberta fechei os olhos em busca do sono que parecia não querer me pegar de forma alguma,para o meu desgosto.Ainda fo mesmo modo,mesmo de olhos fechados,percebi uma luminosidade intensa tomar o quarto,e ao abrir os meus olhos pude ver Star me olhando de dentro de uma de suas aberturas tridimensionais.

–O que está fazendo?–Perguntei quase em sussurro enquanto focava em seus brilhantes olhos azuis.

–Tentando concertar meu erro,passando um tempo só nosso...–Ela disse,um pouco... Corada?

–Star... –Sussurrei,repreendendo ela e ao mesmo tempo querendo ir.

–Vamos ficar juntos...–Ela sorriu e eu corei,pegando a mão que ela me oferecia,me levando com ela.

Apenas segurei em sua mão e a deixei que me levasse com ela para onde quer que fosse.O que começou bobo ganhou proporções,e num instante esqueci daquela pequena bobagem.Talvez pelo poder não mágico de persuasão dela,ou talvez porque simplesmente eu queria ouvir aquilo sair de sua boca.