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História Quando Você Acordar - Capítulo 2


Escrita por: DebStr

Notas do Autor


Sim, eu disse que iria postar só na quarta-feira...

Mas simplesmente não consegui aguentar a felicidade que senti pelos comentários incríveis de vocês!

E como agradecimento, corri pra postar o segundo capítulo :)
Então, muito obrigada a todos! Estou ansiosa para saber a opinião de vocês.

Boa leitura!

Obs: Os pensamentos do Sasuke estarão sempre entre aspas!

Capítulo 2 - Capítulo 2


 

Dois dias depois

 

Sakura acordou cedo, fez sua higiene matinal, tomou seu café da manhã e se dirigiu ao hospital. Ao chegar, foi imediatamente para a UTI conferir o estado de seu paciente. Estava aliviada que o mesmo não apresentou nenhuma complicação nos últimos dias e seus sinais vitais estavam bem otimistas.

 

Pediu para que o mesmo fosse transferido para o quarto que lhe fora reservado, que por acaso era o melhor daquele hospital a fim de dar maior conforto e privacidade ao paciente e a família sem que lhe faltasse o tratamento adequado que um coma induzido necessita.

 

Após a saída da família, recebeu a ligação de seu melhor amigo Naruto, que havia descoberto por Itachi sobre o acidente de Sasuke e, que por alguma coincidência do destino, era seu amigo e vizinho desde a infância.

 

Quando o moreno mais velho disse o nome da médica que tratara seu irmãozinho, Naruto não demorou para ligar os pontos e entrar em contato rapidamente com a amiga, solicitando o melhor tratamento para o Uchiha mais novo.

 

Sakura, então, conseguiu mexer uns pauzinhos e encaixar seu paciente no quarto reservado apenas para pessoas de importância nacional e torceu para que o presidente do país não tivesse nenhum infarto nas próximas semanas.

 

Ficou sabendo por Shizune que a família já havia sido notificada e estava a caminho. Aproveitou para resolver alguns documentos pendentes que começavam a empilhar na mesa de sua sala e quando soube que os Uchihas já se encontravam no prédio, decidiu verificar se o paciente estava acomodado confortavelmente e se a cama extra para visitas havia sido colocada próxima ao leito.

 

Adentrou o quarto e o viu deitado. Ouvia-se apenas o bip dos aparelhos que anunciavam as batidas de seu coração. Chegou mais perto do homem deitado e pela primeira vez desde que o tratou pôde reparar melhor em seu rosto.

 

Ele era lindo.

 

Agora entendia o que Ino havia insinuado naquele momento. Sasuke era, realmente, sem nenhuma dúvida, um pedaço de mal caminho.

 

Os cabelos negros e rebeldes o davam um certo charme que ela não poderia negar e ficou aliviada por não precisar cortar uma grande extensão dos fios para a cirurgia, fazendo com que a área fosse facilmente escondida pelo resto do couro cabeludo. Além do mais, sabia que não demoraria para que novos tufos começassem a crescer.

 

Em seguida, fitou o nariz empinado e lábios finos e concluiu que o Uchiha mais novo era realmente de tirar o fôlego. Não queria nem imaginar como seria um sorriso naquela face tão perfeitamente máscula e desenhada. Provavelmente resultaria em um coração disparado e uma calcinha molhada.

Se perguntou mentalmente se seus olhos seriam tão negros quanto os de seus pais, mas sabia que precisaria esperar um tempo para fazer essa descoberta. De repente se sentiu ansiosa pela descoberta.

 

Logo seu olhar pairou sobre o corpo relaxado. E apesar do mesmo utilizar uma veste azul dada pelo hospital, era possível perceber o porte atlético escondido sobre o pano fino.

 

Sasuke parecia tranquilo dormindo, em perfeita paz.  Inconscientemente, deu um sorriso sinceramente feliz. Feliz por saber que ele tinha todas as chances ao seu favor para que continuasse a viver.

 

E não pôde evitar uma pequena risada ao imaginar a quantidade de suspiros que o mesmo ainda arrancaria do público feminino pelas ruas. Inclusive de si própria.

 

Toc toc toc

 

– Dra. Haruno, posso liberar a entrada para a família? – Shizune perguntou e Sakura deu uma última olhada no prontuário que ficava perto do leito.

 

– Sim, Shizune. Peça para que entrem. – Respondeu calma, mas ainda com um pequeno sorriso nos lábios.

 

– Sakura-chan! – Uma voz em tom mais alto que o normal a fez se virar rapidamente para trás.

 

– Naruto, o que faz aqui? – Perguntou com a sobrancelha arqueada. – A visita é apenas para os familiares e vê se não grita, baka! Isso aqui é um hospital! – Brigou.

 

– Eu sou da família, Sakura-chan! O Teme aqui é praticamente meu irmão. – Afirmou tentando controlar o tom de voz.

 

– Tsc... seu cabeça oca. Só não faça muito barulho ou você sabe que te expulso a pontapés daqui. – Disse com uma das mãos na cintura e os olhos semicerrados mostrando que falava realmente sério.

 

Logo olhou para trás da figura loira de olhos azuis e pôde ver que a matriarca Uchiha adentrava o local segurando uma pequena risada pela discussão dos amigos.

 

– Com licença. – Pediu enquanto se recompunha do pequeno riso.

 

– Sra. Uchiha, me desculpe por isso. – Sakura disse levemente envergonhada.

 

– Não se preocupe com isso, querida. Conhecemos Naruto desde que o mesmo nasceu, ele é da família e sabemos muito bem como sua personalidade é hiperativa. – Mikoto respondeu gentil.

 

Sakura deu uma pequena risada em concordância, ainda mais depois de ver a cara emburrada do amigo pelo comentário da mulher.

 

– O tio Fugaku e Itachi virão mais tarde, pois estão na empresa. Então vim acompanhar a tia Mikoto e saber mais sobre o estado do Teme. Como ele está, Sakura-chan?  – A voz preocupada de Naruto se fez presente e Sakura pediu para que ambos se sentassem no pequeno sofá abaixo da janela enquanto ela se acomodava na poltrona ao lado do leito.

 

- Ele teve bons dias na UTI, sua recuperação parece estar indo muito bem. Mas como expliquei para a Sra. Uchiha... – Antes de Sakura terminar, a matriarca a interrompeu.

 

– Ora, você salvou a vida de meu filho. Por favor, me chame de Mikoto, querida.

 

Sakura assentiu com um sorriso nos lábios e continuou:

 

– Como expliquei para Dona Mikoto, Sasuke precisará ficar algumas semanas em coma induzido. Dessa forma, seu cérebro poderá se recuperar da melhor maneira a fim de evitar sequelas.

 

– Entendo. Muito obrigada, Sakura-chan, por... salvá-lo.- Naruto disse com uma voz embargada. – Sabe... esse idiota é o meu amigo mais antigo, e quando fiquei sabendo do acidente, senti um aperto do peito que não sou capaz de descrever. Mas quando Itachi me disse o nome da médica que o havia operado, fiquei completamente aliviado, porque eu sei que ninguém poderia cuidar dele melhor do que você. – Admitiu enquanto secava as lágrimas que caiam de seus olhos azuis. 

 

– Naruto... obrigada. – Sakura disse e se levantou para abraçar o amigo. – Tenha certeza que cuidarei dele como se fosse minha própria família.

 

– Eu sei disso, Sakura-chan! – Afirmou enquanto ainda aproveitava do abraço apertado.

 

Naruto e Sakura se conheceram no ensino fundamental e foram grandes amigos até o fim do ensino médio. Porém, quando ambos entraram na faculdade, só conseguiam se ver de vez em quando pelo conflito de horários.

 

Ainda assim, sempre tentaram manter o contato, pois sabiam que aquela amizade era para a vida toda.

 

Quando se separaram do abraço, Sakura deixou que Mikoto tivesse um momento a sós com o filho e puxou Naruto para fora do quarto, dando total privacidade à senhora e seu caçula.

 

Se recostaram na parede do corredor e Sakura quebrou o silêncio.

 

– Como vai a Hinata? Não há vejo desde o casamento de vocês.

 

– Hina-chan está muito bem. Ela gostaria de ter vindo hoje, mas seu pai estava com uma virose e ela precisou passar uns dias com ele, já que sua irmã mais nova está viajando e não poderia ajudá-lo.

 

– Entendo. Fico feliz, Naruto. Hinata é uma ótima pessoa. Quem diria que vocês iriam acabar juntos e casados, não é?! Só de pensar que nos conhecemos na escola... – Sakura disse dando uma risada ao se lembrar de como a amiga tinha vergonha de falar com o loiro, chegando até a desmaiar em algumas situações.

 

– Mas e você, Sakura-chan? – Naruto perguntou com tom sugestivo. – Ainda está com o Gaara?

 

– Terminamos há quase três meses. – Respondeu com um tom de voz levemente triste, mas logo se recuperou. – Queríamos coisas muito diferentes, até que chegou um momento em que não estava mais dando certo.

 

– Entendo. Ele nunca quis ter filhos, não é?! – Naruto perguntou e Sakura assentiu. – Tenho certeza de que você encontrará alguém que a faça muito feliz e te dê uma penca de filhos.

 

Sakura gargalhou e deu um pequeno soco no ombro do loiro.

 

– Só um já basta, baka. – Disse e voltou ao seu semblante sério. - Você sabe, eu sempre quis ser mãe, mas já estou com 28 anos. Pensei que a essa altura eu já estaria pelo menos casada... mas as coisas nem sempre acontecem como desejamos, não é?! – Falou com tom sarcástico.

 

– Às vezes, Sakura-chan, as coisas acontecem ainda melhor do que desejamos. Apenas dê tempo ao tempo. – O loiro disse cutucando a amiga com o cotovelo embaixo das costelas.

 

Sakura assentiu e ofereceu um sorriso gentil. E antes que pudesse falar qualquer nova palavra, a porta do quarto ao lado se abriu, mostrando uma Mikoto com os olhos avermelhados, porém, com um semblante tranquilo.

 

– Meu menino ficará bem, eu sei disso. Confio em você, Sakura. – Sua voz simpática soou e Sakura concordou com a cabeça, alargando ainda mais seu sorriso otimista.

 

– Naruto, poderia me levar para casa? Acredito que Sasuke precise descansar o máximo possível para se recuperar o quanto antes.

 

– Claro, tia Mikoto. Só vou me despedir do Teme e puxar a orelha daquele cabeça dura. – Falou se retirando.

 

– NARUTO, SE VOCÊ PUXAR A ORELHA DELE EU ARRANCO A SUA! – Sakura gritou antes de perder o loiro de vista, e sabendo que o mesmo iria ignorá-la, decidiu ir atrás do amigo, mas uma pequena e macia mão a parou no meio do caminho.

 

- Sakura, querida.

 

– Oh, me desculpe, Sra. Uch... quer dizer, Dona Mikoto. Precisa de alguma coisa?

 

– Sabe... meus filhos são tudo pra mim. Ver o meu pequeno nesse estado acaba comigo. Eu e Itachi iremos nos revezar para passar as noites ao lado de Sasuke, já que Fugaku viaja constantemente à trabalho. Mas posso confiar que você acompanhará o caso dele no dia a dia? – Perguntou enquanto segurava as mãos de Sakura entre as suas.

 

– Mas é claro! Pode contar comigo. Estarei de olho em Sasuke e qualquer mudança irei avisá-la imediatamente. – Respondeu sincera, sabendo que nunca deve-se negar um pedido de mãe quando é relacionado à sua própria cria.

 

– Obrigada, querida! Infelizmente meu marido e meu filho trabalham o dia todo na empresa da família, e eu sou coordenadora de um projeto social que ajuda crianças abandonadas no orfanato. Eu não gostaria de deixar os pequenos completamente, pois sei que muitos ainda sentem pelo abandono dos pais, e não gostaria que se sentissem abandonados por mim. Mas claro que virei visitar o meu filho em todas as folgas possíveis.

 

– Não se preocupe, Dona Mikoto. Suas ações mostram o quão boa a senhora é, e pode deixar que eu cuidarei do seu filho com todo carinho e dedicação.

 

Em seguida, a matriarca abraçou Sakura e agradeceu baixinho uma última vez. Logo Naruto se fez presente com um sorriso largo ao ver a cena logo à sua frente. Se despediram da doutora com a promessa de que se veriam mais tarde.

 

Sakura adentrou o cômodo onde o Uchiha ainda adormecia e inconscientemente retirou os fios rebeldes que caíam sob sua testa.

 

– Eu não vou te deixar, Sasuke-kun...

 

[...]


 

Estava tudo escuro e Sasuke desejou que alguém acendesse as luzes para saber onde se encontrava. Em sua mente, estava vívida a lembrança de quando saiu de casa com certa pressa, pois estava atrasado para a reunião que teria na empresa da família.

 

Avançou um sinal sem perceber que um caminhão vinha em sua direção e a última coisa que se lembrava era do choque extremamente forte na porta do passageiro. Em seguida, sentiu o baque de sua cabeça no vidro lateral do carro e um líquido quente e viscoso inundar seu rosto.

 

A perna ardia, mas ele não era capaz de ver o motivo, pois sua visão se tornava cada vez mais embaçada. As costelas doíam, mas antes que pudesse proferir qualquer grito de dor, sua mente o levou para um lugar anestesiado e escuro, completamente sombrio. E já não sentia ou ouvia nada.

 

Quando sua consciência retornou, sentiu alívio por saber que estava vivo. Não se perdoaria se morresse por um erro grotesco como aquele. Ele fora irresponsável, e sabia que precisaria arcar com as consequências de seus atos e escolhas. Mas o mais importante é que podia ouvir a voz de sua querida mãe bem ao lado dele, dizendo o quanto estava feliz por não tê-lo perdido e que o amava mais que a própria vida.

 

Tentou dizer algo, respondê-la e falar que estava bem e que o sentimento era recíproco, que estava vivo e pronto para receber aquele sermão que sabia que viria. Mas sua boca não se mexia, seus braços e pernas muito menos. Sentia um incômodo em seu nariz, que imaginou ser algum aparelho que o auxiliava na respiração, deixando-o desolado por saber que não era capaz de fazer sozinho nem mesmo as funções mais básicas do ser humano.

 

Entrou em desespero por perceber que não tinha sequer um mínimo de controle sobre seu corpo. Era como se seu cérebro não compreendesse as ações que ele mandava para seus outros membros. E ali ficou, estagnado, paralisado, impotente e desesperado.

 

A voz de sua mãe se distanciava e por alguns minutos ouvia-se somente os bips dos aparelhos, e então deduziu que estava no hospital. Mas porque não conseguia despertar? O que ele deveria fazer? Como avisaria que estava consciente?

 

Percebeu que não era capaz de calcular há quanto tempo estava daquele jeito e naquele lugar. Seriam apenas horas? Dias? Semanas? Meses? Quanto tempo havia se passado? Ele não sabia dizer e isso o preocupava profundamente.

 

De repente sentiu algo formigar no que parecia ser sua orelha direita, e em poucos segundos a voz de seu melhor amigo cabeça oca surgia entre sussurros o ameaçando caso não se recuperasse por completo. E logo o silêncio se fez presente novamente e o desespero retornou com força.

Queria gritar para que Naruto o socorresse, que não o deixasse, que o fizesse pelo menos companhia para apaziguar sua dor, mas todos os seus desejos forão em vão no momento em que sentiu a solidão pairar naquele quarto.

 

Dentro de si ocorria um rebuliço de emoções, Sasuke simplesmente se contorcia mentalmente com o desespero de nunca mais acordar e ficar naquele limbo para sempre, nem vivo, nem morto, apenas... um vegetal pensante e mudo.

 

Pela primeira vez em muitos anos teve vontade de chorar, mas as lágrimas nem se formavam e ele se sentiu preso, refém de uma escuridão sem fim, completamente sozinho.

 

Até que um toque quente em sua testa se fez presente e ele focou toda a sua atenção naquele contato apenas para sentir que não estava ficando louco. De repente, uma voz desconhecida, mas extremamente doce e gentil o trouxe o pouco de conforto necessário para não perder as esperanças.

 

– Eu não vou te deixar, Sasuke-kun... você vai sair dessa.

 

“Obrigado.”, ele desejou dizer. 


Notas Finais


E então, o que acharam?

Sim, Sasuke é capaz de escutar e nem consigo imaginar o desespero dele ao "acordar" e se encontrar em uma escuridão e sem nenhum controle sobre si.

Pelo menos ele tem uma Sakura disposta a fazer companhia ao nosso moreno :)

Devo postar o próximo capítulo no final desta semana. A fic realmente irá acabar por volta do 7º, já que o intuito sempre foi ser pequena, mas com bastante intensidade.

Espero que estejam gostando e estou super ansiosa pelos comentários. Foram graças a eles que me animei para adiantar o novo cap :)

Beijocas


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