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História Quando você chegou - Rotina


Escrita por: yasan-

Notas do Autor


As ideias de fazer uma longfic com este lindo casal (Shanks x Makino) vieram e decidi escreve-la antes de esquecer-me. Eu espero que gostem bastante! Uma ótima leitura a todos ♡

Capítulo 1 - Rotina


Makino ON

Todos sabem que para viver é preciso ter um plano. Deixe-me explicar melhor: se você não souber o que fazer com sua vida, você simplesmente atravessa os anos sobrevivendo às circunstâncias, à mercê das decisões alheias. E, se você não está no volante de sua própria vida, qual o sentido de existir?

O sinal indicando o término de minha última aula soa, arrancando-me de meus devaneios. Finalmente posso ir para casa, para finalmente almoçar, para finalmente estudar mais um pouco, para finalmente ajudar meu irmão com sua lição de casa, para finalmente fazer o jantar, para finalmente tomar um banho, para finalmente dormir para então acordar e começar tudo de novo no dia seguinte.

Muitos "finalmente", eu sei. Mas, eles expressam como me sinto – apenas aliviada por atravessar cada hora do dia e poder descansar a cabeça sobre o travesseiro quando a noite chega.

Faço um esforço fenomenal para levantar da cadeira e caminhar até a saída. Infelizmente, o professor de matemática, Jhon, decide que é um lindo dia para tentar iniciar uma conversa comigo.

- Como está, Makino? – ele me pergunta, exibindo um sorriso forçado em seu rosto.

Eu odeio aquele sorriso. O sorriso que as pessoas me davam há dois anos, desde o acidente.

- Estou bem. – Respondo. Não sei se falei a verdade ou não. Como se explica a alguém que você não sabe como está?

- Fico feliz! – responde, mudando o peso de seu corpo de uma perna para a outra, como se estivesse desconfortável. – Sabe, tenho notado que você está um pouco distraída nas aulas desde o início do ano, na semana passada. Algum problema com o qual eu possa ajudar?

Eu respiro fundo. Ele não faz ideia de como essa pergunta me irrita. As pessoas estão mesmo interessadas em ajudar? Poderiam elas ajudar? Acho que não. Mesmo assim, já escutei o mesmo questionamento centenas de vezes nos últimos dois anos, desde o dia do acidente que custou a vida de minha mãe. Desde então tem sido eu, meu irmão Luffy, e meu pai ausente contra o mundo.

- Não, obrigada – exibo um sorriso forçado. – Está tudo bem!

- Eu sei que você passou por muitas dificuldades no seu último ano na escola e por isso desistiu de seu sonho. Só gostaria de dizer que estou feliz que você esteja fazendo preparatório para o vestibular agora, e que isso com certeza é um grande passo para a sua vida!

Quem ele pensa que é? Meu terapeuta?

- Obrigada, professor.

Ele sorri, pega seus livros e sua bolsa, e sai porta afora.

Fecho meus olhos e respiro fundo. Embora os comentários de Jhon tenham deixado-me um pouco irritada, ele até que tem uma pitada de razão. No terceiro ano do Ensino Médio, há dois anos, tudo o que eu pensava era em conseguir passar no vestibular para Biologia Marinha – e em me divertir,obviamente. Já tinha tudo planejado: eu faria meu curso aqui na cidade, assim como meu namorado, Toby, que estudaria Jornalismo. Depois da formatura casaríamos e então iríamos morar no Havaí e viveríamos felizes para sempre. Perfeito, não?

Eu dou uma risada baixa com o pensamento. Meninas de dezessete anos podem mesmo ser ingênuas. Eu não esperava que, poucos meses antes do fim do Ensino Médio, eu teria também o fim da vida que costumava ter.

Em uma certa noite, enquanto dirigia com pressa para me buscar em uma festa, minha mãe foi atingida por um motorista bêbado, que furou o sinal vermelho. A batida foi no lado esquerdo, no banco do motorista, e o restante do carro continuou intacto. Minha mãe não resistiu e apesar de ela ser a única pessoa de nossa família naquele carro, é como se todos nós tivéssemos morrido um pouco. Principalmente meu pai.

Desde a porcaria do dia do acidente, precisei começar a tomar conta de meu irmão, que tinha apenas três anos. Meu pai não conseguiu fazer nada por meses. Foi afastado da delegacia em que trabalha e saía do quarto apenas para ir até o banheiro. Eu levava comida em seu quarto e o obrigava a comer. Eu cuidava do meu irmão e tentava fazer com que ele parasse de chorar pedindo por minha mãe. Eu fiz tudo o que pude por minha família e larguei meu sonho estúpido e infantil para encarar a vida como ela é de verdade: difícil.

Esse ano finalmente decidi que deveria começar a pensar um pouco em mim mesma. Matriculamos Luffy na escola, compramos uma nova casa, e eu decidi voltar a estudar. Estou fazendo um curso preparatório para vestibular e, no meio do ano, vou iniciar minha faculdade – que por mais incrível que possa parecer, foi o único sonho que não morreu.

Olho para o relógio em meu pulso e o fato de estar atrasada para buscar Luffy na escola faz com que eu pare de lamentar sobre a vida. Aquele pequeno ser de cinco anos de idade fica muito irritado quando eu não chego na hora certa para busca-lo.

 

***

 

Cerca de quinze minutos depois estaciono na frente da pequena escola. Olho pelo vidro a procura de Luffy, contudo é difícil encontra-lo no meio da multidão. Poucos segundos depois, vejo-o correndo em minha direção arrastando sua mochila de rodinhas atrás de si, batendo-a em muitas pernas no meio do caminho.

Luffy abre a porta da frente do carro e começa a entrar.

- Ei, mocinho, nada disso! Seu lugar é aqui atrás, lembra?

Ele bufa, revira os olhos e entra no banco traseiro.

- Isso é muito injusto! – reclama após colocar o cinto. – Quando vou poder ir na frente?

- Quando tiver dez anos.

- E quanto tempo falta para eu ter dez anos?

- Faltam cinco anos.

Dou uma rápida olhada pelo retrovisor e observo a expressão de surpresa em seu rosto.

- Cinco anos? Mas isso é minha vida toda! – ele diz, abismado. – Quer dizer que vou ter que esperar mais ainda?

Eu sorrio com a expressào dele.

- Exatamente. – eu o respondo. – Como foi a aula hoje?

- Legal.

- Só legal?

- Só legal.

- Não vai perguntar como foi a minha? – eu pergunto, observando-o pelo retrovisor mais uma vez.

- Como foi sua aula?

- Legal. – eu digo.

Ele abre um sorriso. Eu sorrio também.

- Aprendeu alguma coisa nova? – ele pergunta.

- Não... Sim. Quero dizer, mais ou menos. Hoje estudei botânica. Eu já havia estudado no Ensino Médio, mas não lembrava de quase nada. Isso conta como aprender algo novo?

- Sei lá.

Eu rio.

- E você, aprendeu algo novo?

- Não – ele suspira, arrasado. – A professora ensinou o alfabeto mais uma vez.

- Você é o único da sua sala que sabe ler?

- Sim!

Eu reviro os olhos e sorrio. Vovó ensinou Luffy a ler há alguns meses, desde então ele se acha o ser mais inteligente do planeta Terra.

- Eu estou morrendo de fome – digo.

- Eu também.

- Não comeu o lanche que fiz para você levar?

- Comi, mas estou em fase de crescimento. Um lanche não é o suficiente!

- Amanhã fazemos dois.

Ele assente.

- E você não comeu o seu lanche?

- Sou muito grande para levar lanche para a escola, você não acha? Não posso andar por aí com a sua lancheira do Superman.

- Claro que não pode. Eu jamais te emprestaria minha lancheira do Superman.

Eu reprimo uma risada, porque sei que ele está falando sério.

Quando chegamos em casa, papai já saiu para o trabalho, como sempre. Isso é típico dele: sai antes de chegarmos da escola e volta tarde, na maioria das vezes quando Luffy e eu já estamos dormindo.

- Vamos lá, amigão! – digo a meu irmão enquanto saio do carro. – Lave suas mãos que vou esquentar o almoço.

Ele assente e sai correndo na minha frente, jogando sua mochila, sua lancheira e seus tênis no meio da sala. Eu apenas ignoro o acontecido e vou até a cozinha. Ele com certeza terá que arrumar a bagunça depois.


Notas Finais


Eu até colocaria umas coisinhas a mais, mas deixarei para o proximo capítulo ♡ (Que não sei quando sairá pq tenho uma outra fanfic que preciso atualizar opskopskopsk :v)
Comentarios?? XD


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