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História Quando você chegou - Retorno


Escrita por: yasan-

Notas do Autor


Aqui está mais um capítulo procês. :D
Como as férias estão quase no fim, daqui a algumas semanas retornarei ao curso e aos estudos, então irei demorar um pouco para atualizar as fanfics, eu acho. Pois como o meu curso é de manhã e o estudo à noite, tenho a tarde livre. Mas aí dependerá muito de como eu estiver, se o sono falar mais alto, durmo a tarde inteira. :v Já estou avisando caso eu demore repentinamente para postar os capítulos. Agora vamos a leitura. ❤

Capítulo 12 - Retorno


Makino ON

Naquela noite, ao chegar em casa, encontrei Luffy e Shanks na sala, jogando vídeo game, comendo pizza e rindo um monte. Fui silenciosa o máximo que pude, porque queria poder ver o sorriso de Shanks enquanto podia; se me visse, tenho certeza de que aquela alegria sumiria de seu rosto.

— Estou quase ganhando! – Luffy grita, quase se jogando para fora do sofá com o controle em suas mãos.

Shanks caiu na gargalhada.

— Não acredito que vou perder para um menino de cinco anos!

Eu olho para a tela para encontrar os dois em um jogo animado de corrida. Enquanto que na metade da tela que indica o desempenho de Shanks os pontos não param de crescer, na tela de Luffy tudo o que posso ver é seu carrinho destruído indo de encontro aos muros, postes, pessoas e outros carros. A expressão em seu rosto, no entanto, é de alguém que não faz nem ideia de sua própria pontuação.

— Já está acabando? – meu irmãozinho pergunta, tentando manter a atenção no jogo, mas ao mesmo tempo encarando a caixa de pizza. – Estou morrendo de fome!

— Você comeu quatro fatias de pizza há dez minutos – Shanks o responde, colocando a língua para o lado ao fazer uma curva no jogo. Uma graça. – Crianças não podem comer demais. Faz mal.

— Mas você comeu sete fatias! – Luffy o acusa.

Shanks começa a rir, e eu estou rindo também, em silêncio.

— Você contou quantas fatias eu comi? – pergunta, pausando o jogo para olhar para o pequeno garoto que o observava com um olhar travesso.

E nesse momento ele me vê. E meu corpo inteiro treme quando seu olhar pousa sobre mim.

Ficar dez dias longe de minha família foi difícil, sem dúvidas, mas foi um tipo... diferente de difícil. Ficar dez dias longe de Shanks foi como ficar dias sem água; agora que a tenho em abundância bem na minha frente, tudo o que eu quero é bebê-la.

Seu rosto, como primeira reação, mostrou que estava feliz em me ver. Um sorriso genuíno estampou seus lábios por alguns momentos antes de desaparecer. Eu me forcei a sorrir também – a verdade é que meu coração batia tão aceleradamente por vê-lo, que precisei de muita força de vontade para que meus músculos obedecessem. Tudo o que eu pensava era "MEU DEUS, SORRIA MAIS UMA VEZ, POR FAVOR".

Repreendi a vontade absurda de ir abraçá-lo (vontade que agora era comum em minha vida), porque isso certamente não ajudaria em nada no clima estranho em que estávamos e, além disso, me faltava coragem. Uma vez que seu olhar parou de sustentar o meu, ele se virou para Luffy, que devorava uma fatia de pizza. Então, antes que eu desistisse (e que Shanks inventasse uma desculpa para sair da sala), eu caminhei até o sofá e me sentei ao seu lado.

Por estarmos lado a lado, nossos braços se tocavam e, eu juro que, depois que me sentei, seu corpo se inclinou um pouco mais para o meu lado, para que nossas pernas se tocassem também. Luffy, após super discretamente ter terminado de comer a pizza, finalmente notou minha presença e correu na minha direção. Eu quase o esmaguei com o meu abraço.

— Finalmente! – Lufft diz, com seus bracinhos ao redor de meu pescoço. Eu sei que parece absurdo, mas tenho a impressão de que ele está maior do que da última vez em que o vi. – Eu estava com tantas saudades, Maki.

Sorrio.

— Eu também.

Ele me aperta um pouco mais.

— O Shanks também estava, mas ele disse que vocês dois brigaram – sussurra em meu ouvido. Porém, seu sussurro fora tão alto que seria impossível Shanks não ter escutado.

Sinto meu rosto corar. Shanks, que estava tomando refrigerante, começa a tossir.

— Luffy, já está meio tarde. Vá escovar os dentes e dormir, está bem?

— Ah, Maki... – choraminga. – Eu queria ficar com você.

— Mas já está tarde. Você precisa dormir.

Ele suspira, vencido.

— Você quer ficar sozinha com o Shanks? – ele questiona, desconfiado.

Alguém manda meu irmão calar a boca, por favor!

— Não é isso. É que você precisa dormir.

— Mas se eu for dormir você e o Shanks vão ficar sozinhos, e vocês estão de mal, não quero que briguem de novo.

Eu estava tão envergonhada com a conversa que nem mesmo sabia o que falar.

— Eu cuido dela por você, cara – a voz rouca de Shanks soou alta e agradável em meus ouvidos, por causa da proximidade. Desejei que ele estivesse um pouco mais perto.

— Combinado – Luffy diz, se jogando em nosso meio, com um braço em meu pescoço e o outro no de Shanks, trazendo-nos ainda mais perto um do outro.

Quando meu irmão se afastou um pouco de nós, ele olhou para Shanks e sussurrou daquele jeito discreto:

— Cuida bem dela.

E então saiu correndo para o andar de cima.

Meu primeiro pensamento: finalmente estamos sozinhos. Meu segundo pensamento: Luffy, volte aqui!; quero dizer, o que acontecia agora? Nós iríamos apenas fingir que nada aconteceu? Que seus lábios não passearam por meu pescoço? Que o canto de seus lábios não roçou os meus? Vamos fingir que não estávamos nesse mesmo sofá, quase nos beijando?

Ah, droga, foi nesse sofá. Será que ele também está pensando sobre isso? Não há como saber, visto que o silêncio entre nós é tão ensurdecedor que sinto vontade de gritar apenas para aliviar um pouco da angústia.

— Sinto muito pela mãe de Toby – diz, baixinho, sem virar a cabeça para me olhar.

— Obrigada.

Eu o escuto respirar fundo, e então ele começa a se levantar. Ele vai sair dali? Sem nem pensar, eu coloco minha mão sobre a sua e ele paralisa. Bem, não importa se me sinto envergonhada com meu gesto impulsivo, pelo menos Shanks ainda estava ali.

— Eu sei que você quer conversar sobre aquilo, Makino, mas eu realmente não estou com vontade – diz, seco, sem olhar para mim.

Ele se referia ao nosso quase-beijo.

Tiro minha mão da sua... Se ele quisesse ir embora, eu não o impediria mais. Como se tivesse entendido minha atitude por trás do gesto, ele volta a sentar como estava antes, mas dessa vez, apoia seu cotovelo no encosto do sofá e fica virado para mim, me encarando.

Seus olhos, como sempre, tem uma intensidade capaz de me deixar constrangida. Porém, de repente, eu estava confortável com a atenção, hipnotizada com o som suave de sua respiração. Sem desviar seu olhar, apenas para ter certeza de que ele não me afastaria, eu me inclinei um pouco para o lado, e coloquei minha cabeça em seu peito. Shanks estava imóvel, tenso. E foi apenas algum tempo depois que eu senti braços fortes me cercando, e ele apoiando seu queixo levemente no topo de minha cabeça.

Eu estava no céu; a pele quente de seus braços nos meus me trouxeram conforto e ouvir seu coração batendo fez com que eu me sentisse em casa novamente. Senti tanta a falta dele...

— Vamos conversar sobre outra coisa, então – digo, esperando que ele concorde e que nós possamos ficar naquela posição o resto do dia.

— Tudo bem – responde. Sua boca está próxima de meu ouvido agora, e o arrepio que sinto com o som de sua voz não ajuda em nada para me manter tranquila. – Sobre o que você quer conversar?

Eu fico em silêncio por um momento, pensando.

— Quando os meninos vão ir embora? – pergunto. – Não sei porque querem voltar para Londres... Gosto deles aqui.

— Eles vão amanhã, porque precisam. Precisam voltar a divulgar a banda na cidade, entrar em contato com casas noturnas e bares para fazer mais shows. Eles já ficaram aqui por muito tempo... Eles tinham vindo porque acharam que eu estava abalado com o que tinha acontecido, mas quando viram que eu estava bem, aqui, ficaram porque Garp gostou deles e insistiu para que passassem algum tempo – explica, calmo. – Seu pai disse que eles trazem alegria para a casa.

Sorrio.

— Papai gostou mesmo muito deles.

— E eu já estou aqui há muito tempo, então eles estão se esforçando para conseguir fazer com que a banda volte a ser o que era antes do escândalo com as drogas. É muito trabalho para três, mas infelizmente de longe eu não posso ajudar em muita coisa.

— Entendo.

— E, além disso, sua casa não é hotel. Não podemos simplesmente ficar aqui por quanto tempo quisermos.

— Você pode – eu respondo rapidamente.

O pensamento de que Shanks talvez não fique ali por muito mais tempo finalmente me atinge. Nesses meses, nem uma única vez eu pensei que ele teria de ir embora. Parece óbvio que teria, certo? Mas para mim, que teve tantas mudanças boas com a sua chegada, não era.

A realidade de que, uma vez que os envolvidos no crime fossem presos, Shanks voltaria para Londres, era demasiadamente ruim para mim. Acho que em todo o tempo em que ele esteve aqui, eu preferi acreditar que estaria presente sempre; preferi acreditar que ele não teria de partir.

— Eu também não posso, Makino. Vou ter que voltar em breve.

Fecho os olhos com força e me afasto um pouco dele, encostando minha cabeça contra o sofá. Não consigo entender a avalanche de sentimentos que me invade nesse instante.

— Agora é minha vez de escolher um assunto sobre o qual não vamos conversar – anuncio. – Não vamos mais falar sobre você ir embora.

Abro os olhos para encontra-lo me observando. Em seu olhar não vejo mais culpa; ao invés disso, ele está me analisando, pensativo.

— Certo, assunto encerrado – concorda, abrindo um leve sorriso.

Sua cabeça está um pouco inclinada, apoiada em sua mão, o que nos deixa bem mais próximos do que pessoas geralmente ficam quando conversam. No entanto, não era algo forçado; era natural. Ele nem mesmo parecia estar percebendo que estava invadindo um pouco o meu espaço. Se alguém de fora nos visse naquele instante, pensaria que fazíamos aquilo o tempo inteiro.

Por dentro, eu estava, na verdade, tentando não jogar meus braços ao redor de seu pescoço e puxá-lo para mim. Preciso confessar que foi realmente difícil me concentrar com seus lábios assim, a dez centímetros dos meus.

— Você não está mais furioso comigo? – pergunto, segurando seu olhar, novamente tentando voltar ao tópico do quase-beijo.

Ele expira o ar devagar.

— Eu não estava furioso com você – responde. – E pensei que esse assunto estava proibido.

— Mas você me deixou sozinha na sala e parecia estar com raiva quando bateu a porta.

— Eu estava com raiva de mim, não de você – diz, desviando o olhar. – Assunto encerrado agora.

Decido não pressioná-lo, porque não quero que se afaste de mim.

— Posso falar uma última coisa sobre isso?

 — O que eu faço para você calar a boca? – pergunta, deixando um sorriso escapar.

Quer mesmo saber o que você faz?

— Contei ao Toby o que aconteceu entre nós dois – digo rapidamente, ignorando seu comentário e meu pensamento nada comportado.

Shanks arregala os olhos e se afasta um pouco.

— O quê? Como assim? – sua voz sai mais alta que o normal. – Não precisava ter feito isso, Makino. Não aconteceu nada entre nós dois, e nem vai acontecer. Toby não precisava ter uma coisa a mais para se preocupar.

Eu estava prestes a contar que tínhamos terminado e que achei que Toby tinha o direito de saber, quando ele disse "não aconteceu nada entre nós dois, e nem vai acontecer ". Sério, a maneira com a qual ele falou foi tão indiferente, tão fria, que parecia que nem mesmo se importava.

— Ele entendeu.

Shanks franze o cenho, parecendo realmente incomodado com o que eu acabara de dizer.

— Ah, Makino... Você realmente não deveria ter falado – diz, voltando a me observar. – Eu juro que não vai acontecer de novo.

Alguém manda ele calar a boca, por favor?

— Não jure que não vai acontecer de novo – digo, sem conseguir olhá-lo. – Não é isso o que eu quero.

Eu o escuto respirar fundo e sua mão toca de leve meu braço, com insegurança.

— Você não deveria dizer essas coisas para mim – fala, sua voz baixa e rouca.

Quando penso que minha pele vai entrar em chamas, um barulho atrapalha nosso momento e Shanks e eu nos afastamos, rapidamente.

— Olha só quem finalmente resolveu voltar para casa! – Yassop diz, sorrindo, ao abrir a porta da frente. Felipe e Benn estão logo atrás dele. – Eu não aguentava mais ficar aqui e ver homem para todos os lados!

Quando os garotos se aproximaram, eu me levantei para dar um beijo e um abraço em cada um deles. Nós havíamos conversado por telefone diariamente, mas tê-los assim, tão pertinho, era ótimo.

Durante os dias em que fiquei fora, eles se mostraram ótimos amigos, me apoiando e me ajudando a lidar com as dificuldades, como se esse fosse o objetivo de vida deles. Foi bom sentir que eu tenho pessoas que se importam comigo, além de papai, Luffy e Olívia (que eu não via há algum tempo).

— Se eu tivesse um carro, teria ido até lá para te forçar a voltar – Benn dando um beijo estalado em minha bochecha.

— Que bom que voltou – Felipe, sempre o mais sério de todos, fala ao me abraçar.

— Nós compramos cerveja – Yassop ergue os braços, mostrando as duas sacolas que carregava. – E ingredientes para fazer panquecas. Quer jantar com a gente?

Eu rio da animação dele.

— O que ele realmente está perguntando é: você sabe como se faz panquecas? – Benn ri e dá uma cotovelada em Yassop.

— Sei – respondo. – Eu vou ajudá-los, mas primeiro quero tomar um banho. Cheguei há pouco tempo.

— Quer companhia? – Yassop pergunta.

Felipe dá um tapa na cabeça dele, e eu apenas reviro os olhos, rindo. Quando passo por Shanks, que não tirou seus olhos de mim nem por um segundo nos últimos minutos, ele segura meu braço e chega mais perto de mim.

— Nós vamos conversar mais tarde sobre o que você me disse antes – sussurra, com sua boca colada em minha orelha.


Notas Finais


Até a próxima, people! ~chu


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