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História Quando Você Voltar - Capítulo Único


Escrita por: gsaint

Notas do Autor


Essa história é da Maxie Alexander.
Estou publicando aqui como uma forma de divulgação da mesma.

P.S.: Emilia Clarke é Alexia Adams na história.

Capítulo 1 - Capítulo Único


Owen Harper se recostou contra a parede de metal do elevador, pacientemente esperando os números dos andares mudarem a sua frente, em sua jornada até o último andar da Torre Harper. Enquanto o elevador subia ele observava as diferentes pessoas que entravam e saiam da pequena caixa de metal, rostos que haviam se tornado familiares nos últimos três anos, desde que ele havia se juntado a Incorporadora Harper & Afiliados.

    Se juntar ao seu pai no comando da empresa da família sempre foi algo esperado, e enquanto isso havia sido causa de angústia e de inúmeras batalhas entre ele e seu pai, Richard Harper, fundador e CEO da empresa, Owen sabia que havia sido a escolha certa. Por mais que ele houvesse tentado fugir da responsabilidade de ser o herdeiro de uma das maiores empresas do país durante a maior parte de sua vida, ele se encantou pela beleza de ver os projetos que seu pai criava tomarem vida.

Richard Harper fundou a empresa enquanto trabalhava em uma construtora no sul da Califórnia, suas ideias inovadoras e sua visão permitiram que ele criasse alguns dos mais belos edifícios de San Diego, e em poucos anos ele havia conseguido o capital e a clientela para montar seu próprio negócio, a Incorporadora Harper. Com os anos, o pequeno negócio de seu pai se tornou uma empresa milionária, com negócios nas áreas de Incorporação, Construção e Urbanismo. Ele era reconhecido pelas inovações tecnológicas que ele incorporava em seus projetos, sua preocupação com as questões ambientais e acima de tudo, pela beleza urbana que criava.

Ser o filho de um gênio sempre foi um grande peso para Owen, que não queria viver à sombra de uma figura paterna tão poderosa, e sim trilhar seu próprio caminho. Diferente do pai, Owen não possuía dons artísticos, os quais sua irmã caçula Amélia havia herdado, mas ele possuía a mesma paixão em ver as coisas se transformando à sua frente. Então não foi um choque que depois de se formar em Economia na Universidade de Berkeley, ele se juntou ao pai. Enquanto ele não se envolvia no projeto de criação, era ele que buscava as melhores oportunidades de incorporação de novos negócios.

Owen e seu pai encontraram o balanço perfeito, o encontro entre a mente visionária de Richard e a racional do filho, e essa dinâmica permitiu que a empresa crescesse e os negócios prosperassem nos últimos anos, fazendo com que eles tivessem projetos em diferentes partes do mundo. Owen sabia o quão orgulhoso seu pai estava do caminho que ele havia escolhido trilhar e a confiança que havia depositado nele.

A estabilidade e prosperidade da Incorporadora Harper, que agora tinha Owen como seu vice-presidente, permitiu que seu pai planejasse uma aposentadoria precoce aos sessenta anos, uma data que aconteceria nos próximos anos. Richard planejara passar o resto de sua vida aproveitando o tempo ao lado de sua família, especialmente viajando com sua esposa Laura, a qual sonhava com tardes calmas e a beleza dos jardins franceses.

Owen sorria com o pensamento de seus pais caminhando de mãos dadas em uma vinícola ao Sul da França quando o doce e familiar aroma o envolveu. Ele sabia que ela havia adentrado o elevador mesmo antes de vê-la, era quase como se ele pudesse sentir seu corpo vibrando na mesma frequência que o dela, algo que apenas ele poderia notar. Ela cheirava como chuva de verão e jasmins, e por um instante era quase como se ele pudesse tocá-la.

Ele a observou do outro lado do elevador, suas costas para ele, os longos cabelos escuros um contraste contra o vestido branco que ela usava. Ela se movia para abrigar as pessoas que continuavam a entrar e sair do elevador, lentamente movendo o corpo dela para mais próximo do dele. Tão perto mais ao mesmo tempo tão longe. Sempre intocável.

O aroma que exalava dela era intoxicante, e Owen tinha que resistir ao impulso de mover seus dedos contra os longos cabelos, sentir a textura contra sua pele. A cada segundo que eles passavam juntos ele tinha de lutar contra a tentação, e aquilo era uma doce tortura que ele tinha de suportar.

Quando alcançaram o andar seguinte, um dos ocupantes do elevador se moveu subitamente, quase como se tivesse esquecido que aquele era o seu andar, fazendo com que o restante das pessoas no elevador se movessem para permitir a saída dele. A movimentação fez com que ela fosse empurrada na direção de Owen, pressionando suas costas contra o peito dele.

– Perdão. – Ela sussurrou imediatamente, quase que encabulada.

– Sem problemas, srta. Adams. – Owen respondeu com um pequeno sorriso, apreciando cada segundo da súbita proximidade entre eles.

Ela rapidamente se moveu para mais longe, sua pele pálida ganhando um tom avermelhado enquanto ela olhava ao seu redor, claramente desejando que ninguém notasse que seus corpos não estavam se tocando por questão de centímetros.  E por alguns segundos, Owen apenas deixou seu coração sentir aquilo que ele lutava diariamente para controlar, ele se perdeu no mistério que era Alexia Adams.

 

**

 

Na jornada dos próximos oito andares, mais pessoas adentraram e partiram, e ele e Alexia permaneceram em silêncio, até finalmente alcançarem o último andar da Torre Harper.

Alexia se moveu rapidamente, segurando firmemente um Tablet entre suas mãos e se dirigindo até a mesa da Sra. Anderson, a assistente de seu pai, que era quase como uma avó para Owen. Ele podia ver o quão tensa ela estava, claramente ela não estava confortável longe da segurança de seu escritório no departamento de criação.

Com um último olhar na direção de Alexia, Owen se moveu para entrar no escritório de seu pai, que parecia estar terminando uma ligação de negócios com o grupo australiano que eles haviam acabado de fechar um contrato milionário para a construção de um complexo de hotéis.

Richard sorriu na direção do filho, e apontou a cadeira de couro branco que estava em frente a sua mesa enquanto terminava sua ligação. Owen se sentou, sorrindo em direção ao mais novo porta retrato que descansava sobre a mesa de seu pai, uma foto da família na formatura de sua irmã Amélia.

– Owen. Como foi a reunião com Reeve? – Richard perguntou, colocando seu telefone sobre a mesa.

– Foi bem. Ele parece realmente interessado na nossa propriedade em Chicago. Acho que esse acordo pode ser mais simples do que esperávamos. – Owen disse, relembrando o quão preocupado seu pai estava sobre negociar com Kyle Reeve, um magnata industrial.

– Ótimo. A construção de uma nova subsidiária para Reeve trará novos empregos naquela região. Fora que pode abrir novas oportunidades para nós lá. – Richard disse, sua voz cansada. Havia sido um longo dia.

– Vai funcionar, pai. Eu tenho certeza.

– É o que eu espero. Inúmeros empregos dependem disso, e eu gostaria de manter todas essas famílias alimentadas e vestidas. – Seu pai sentou-se pesadamente em sua cadeira, do outro lado da mesa – Quanto mais rápido nós conseguirmos esse acordo, mas rápido poderei ficar em paz. – Richard disse, passando uma mão cansada sobre seu rosto – De qualquer forma, você está preparado para a nossa viagem para a Austrália amanhã?

– Sim, mas não tenho certeza de que aquele terreno na Austrália é o lugar certo. –  Owen admitiu, passando a mão pelo cabelo loiro. Um hábito nervoso que adquirira com o passar dos anos.

– Owen, eu sei que você não confia neles, e, para ser sincero, nem eu. Mas nós precisamos ir até lá e conferir a proposta e o local antes de fazer qualquer julgamento ou decisão. Você sabe que eu jamais concordaria com um acordo que não fosse seguir as leis ambientais. - Richard disse, sabendo o quão angustiado Owen estava desde que ele aceitara a proposta com o grupo de empreendimento australiano.

– Eu sei. E prometo que tentarei manter a mente aberta. - Respondeu o filho.

Owen confiava na experiência de seu pai com os negócios, mas havia algo que o deixava inquieto sobre o assunto; era um sentimento estranho, como um arrepio que lhe percorria a coluna tão rápido que ele não tinha tempo de perceber se fora mesmo real ou apenas sua imaginação. Era um mau pressentimento, o qual ele não conseguia explicar ou sequer entender.

Uma leve batida na porta interrompeu-os e a Sra. Andrews se espreitou para dentro do escritório, um bloco de documentos em suas mãos e um sorriso gentil em seu rosto.

– Sr. Harper, com licença. Alexia Adams está aqui para vê-lo, como o senhor requisitou.

– Obrigado, Karen. Peça para ela entrar, por favor. - Richard disse enquanto Owen se virava para ver Alexia se aproximando do escritório.

– Srta. Adams. - Richard a cumprimentou enquanto Alexia adentrava a sala.

– Sr. Harper. - Alexia disse olhando para Richard e em seguida para Owen. - Sr. Harper.

– Srta. Adams. – Owen disse com um sorriso contido, observando enquanto Alexia caminhava até a mesa de seu pai.

– Sr. Harper, com o que posso ajudá-lo hoje? – Alexia perguntou segurando firmemente seu tablet, a ponta de seus dedos manchados de tons de azuis e verdes.

– Srta. Adams, preciso de sua intervenção em alguns problemas técnicos que notei em um projeto que estamos desenvolvendo. E preciso resolvê-los hoje, antes que eu parta em viagem amanhã. Esse projeto é parte de um dos principais trabalhos do complexo que estamos construindo em Seattle, e que vai nos custar muito dinheiro, então eu preciso dele inteiramente funcional antes que eu dê o sinal verde. É por isso que preciso da sua ajuda.

 

– Eu, senhor? – Perguntou ela, a expressão confusa –  Não acha que deveria pedir ao meu supervisor? – Ela respondeu rapidamente sem segurar a língua, e imediatamente se sentindo estupida por dizer isso na frente de Richard Harper.

Richard sorriu gentilmente

– Já tratei disso, srta. Adams. Tenho plena consciência de que muitas das ideias para novos projetos e concepções do Departamento de Arquitetura e Criação tem vindo de você. Também sei que foi uma das melhoras da sua turma em Cornell. Acredito que você seja competente o suficiente para me ajudar com isso, não acha?

– Sim, senhor. – respondeu rapidamente, empurrando as longas franjas de volta para o lugar, num gesto de ansiedade.

– Ótimo. – Richard disse firmemente, satisfeito com a resposta de Alexia.

No mesmo momento e telefone de Owen apitou. Era uma mensagem de Denny pedindo para encontrá-lo para um café e que estava esperando por ele em seu escritório.

– Tenho que ir, pai. – Owen disse, levantando-se da cadeira, interrompendo a discussão de Richard e Alexia sobre as atualizações e medidas necessárias em relação ao novo projeto de Nova York.

– Certo filho, te vejo hoje à noite? - Richard perguntou, observando um sorriso largo se espalhar pelo rosto do filho. – Ah sim, entendi, creio que tenha outros planos?

Owen pareceu desconfortável com o assunto, mas seu olhar era de divertimento.

– Pai, vou ficar fora por duas semanas. Tenho negócios para resolver antes de deixar San Francisco.

– Te vejo amanhã, então. Não se atrase. O avião para a Austrália parte as 10 da manhã em ponto. – o relembrou, olhando de volta para o projeto à sua frente. Não notando como os olhos de Owen pareciam vagar para a srta. Adams mais uma vez.

 

**

 

Owen entrou em seu escritório apenas para encontrar Denny sentado em sua cadeira, uma xícara de café já nas suas mãos e com seus pés no topo da mesa de vidro à sua frente.

Daniel ‘Denny’ Thomas era o seu melhor amigo desde os 6 anos de idade. Eles haviam se conhecido na primeira série, quando ambos haviam sido enviados para a sala da direção após aprontarem uma brincadeira com uma professora que não terminou nada bem. Assim como Owen, Denny era o herdeiro de uma empresa multibilionária, só que ao contrário dele, o amigo não tinha a menor vontade de assumir os negócios da família.

– Por que demorou tanto? Eu estava morrendo de tédio. Graças a Deus Louise estava aqui para me entreter. – Denny disse, dando um sorriso charmoso para Louise, a secretária de cinquenta anos de Owen.

– Denny. – Owen disse, sorrindo para o seu melhor amigo e se aproximando para lhe dar um rápido abraço. Fazia semanas que eles não se viam.

– Então, quem é ela? – perguntou quando eles se separaram. Afinal ele conhecia Owen bem o suficiente para saber que havia alguma mulher em sua vida. Seu melhor amigo não era o tipo de cara que simplesmente sumia sem motivos. Além disso, o mundo todo pensava que Owen Harper não era o tipo de homem que passaria tantas noites sozinho.

– Eu não tenho ideia sobre o que você está falando. – Owen respondeu com um sorriso, sentando-se em sua própria cadeira enquanto Denny se movia para o outro lado da mesa.

– Vamos lá, Owen! Voltei de Nova York há alguns meses e não te vi saindo na noite nenhuma vez. E não, jantar comigo não conta. Você não está farreando. Sem prisões. Sem fotos dos paparazzi. É como se você fosse um monge. – o provocou, fazendo Owen rir alto.

– Certo, você está me confundindo com a versão “Owen na época da faculdade”. Você sabe que eu não faço mais essas coisas. Estou muito ocupado ajudando meu pai na empresa. – disse, sabendo que Denny não estava acreditando. Afinal, ele o conhecia melhor do que ninguém.

Denny lhe deu um olhar antes de sorrir afetuosamente e dizer:

– Ela realmente deve ser alguém muito especial então.

Owen nunca fora de guardar segredos. Até agora.

Harper sorriu, ele conhecia seu melhor amigo bem o suficiente para saber que ele podia se abrir com ele, mesmo que o resto do mundo ainda não pudesse saber.

– Acredite em mim. Quando chegar a hora você vai conhecê-la. – Denny olhava para Owen, via uma fagulha brilhando nos olhos dele, coisa que ele nunca havia visto antes.

– Caramba! Você está apaixonado por essa mulher! – constatou chocado. Afinal, seu amigo, Owen havia saído com muitas mulheres, mas amar uma era uma novidade.

– Denny, eu realmente não posso falar sobre isso agora. – Owen disse, olhando para a gigantesca pilha de papéis e documentos que Louise havia deixado para que ele assinasse antes de partir no dia seguinte.

– Ah, entendi. Você está pegando uma funcionária. Owen Harper, seu cafajeste! – comentou com uma risada, fazendo-o se irritar.

– Não é nada disso. E é exatamente por isso que estou mantendo o meu relacionamento privado. – respondeu, frustado.

Estava cansado de viver esse segredo, o sufocava a cada dia.

– Se acalme, cara. Não está mais aqui quem falou, ok? – brincou antes de erguer suas mãos em defesa. – Certo, certo. Me desculpe pelas palavras rudes. Você sabe como sou... Mas preciso conhecer essa garota. Não é todo dia que o meu melhor amigo, o ex-playboy Owen Harper, se apaixona.

– Eu prometo que você vai ser o primeiro a saber, certo? Agora me deixe em paz. Preciso terminar essa papelada entes de ir pra Austrália amanhã. – pegou uma caneta e abriu a primeira página do documento que precisava da sua assinatura.

– Amanhã? Oh, bem, então há algo que eu preciso te pedir. Não pedir exatamente, mais como te informar. É por isso que eu perguntei se você poderia descer para tomarmos um café. Mas, considerando todas as coisas que você me disse, não acho que isso vá ser um problema. – falou nervosamente, coçando a sua nuca com um olhar preocupado no rosto.

– Cara, você está divagando. O que foi? – perguntou, curioso sobre o que poderia deixar Daniel Thomas tão nervoso. Afinal, ele era o cara mais calmo e sossegado que Owen já conhecera.

– Como você sabe eu voltei de Nova York há alguns meses. E eu meio que estou saindo com essa garota. Uma garota que você possivelmente tenha namorado num passado muito distante. – tentava amaciar o que quer que fosse que ele estava tentando dizer.

Owen se recostou na sua cadeira e olhou curiosamente para Denny.

– Namorei? Ou fiquei? Você vai precisar ser mais específico que isso. Além disso, você sabe que eu não namorei ninguém desde que eu fui para a faculdade. Ninguém sério, eu digo. Além da mulher com quem eu estou saindo.

– Eu sei. – seu tom era claramente de culpado. E de repente, Owen entendeu o porque do olhar temeroso nos olhos de seu melhor amigo.

– Espere um minuto. Você está dizendo que está namorando a Evy? – Owen se divertia vendo o quão nervoso o seu amigo parecia estar sobre isso.

– Sim. Nós meio que nos encontramos por acaso uns meses atrás. Saímos para tomar um café e para conversamos sobre os velhos tempos, e de repente um café acabou virando um jantar. E antes que eu pudesse perceber já tinha uma gaveta para as minhas coisas na casa dela. – finalmente confessou de uma maneira culpada por não ter contado sobre ele e Evy antes, mas não disposto a desistir dela; nem mesmo por Owen.

Os ombros de Owen relaxaram enquanto ele dava um sorriso ao seu amigo.

– Denny, Evy e eu namoramos no colegial. Nós terminamos a mais de sete anos atrás. Acredite em mim quando digo que não resta mais nada entre nós. Estou feliz por vocês. Vocês dois merecem ser felizes.

– Ah, ótimo. Quem sabe, talvez nós pudéssemos ir num encontro duplo quando você voltar da sua viagem? – se sentia aliviado por ter contado a Owen, mas ainda assim buscando mais informação. Afinal, quem era aquela mulher misteriosa?

– É, eu acho que eu gostaria disso. – Owen falou com um grande sorriso.

– Então, você não vai sequer me dizer o nome dela? – Denny se levantou da cadeira e colocou de volta o seu paletó.

Ele sorria amavelmente, claramente pensando na mulher com quem estava envolvido.

– Ann. O nome dela é Ann.

 

**

 

Owen estacionou sua Ducati vermelha em frente ao familiar prédio de sete andares e tijolos aparentes. Removeu seu capacete e usou suas chaves para adentrar a porta principal do prédio. Rapidamente subiu os degraus da escada, até chegar a seu destino no quinto andar: apartamento 21B. Estava prestes a colocar sua chave na fechadura quando de repente a porta foi aberta por dentro.

– Por que você demorou tanto? – Uma voz feminina perguntou, o puxando pela mão para dentro do apartamento, fechando a porta atrás deles.

Sem hesitar, ela o empurrou contra a parede de cor lavanda, suas mãos empurrando a jaqueta de seu terno acinzentado em direção ao chão, enquanto sua boca fora ao encontro da sua. Seus lábios dançaram juntos, em um ritmo familiar, movendo-se suavemente um contra o outro, línguas e dentes batalhando por dominância. As mãos dele foram direto para os cabelos dela, movendo seus dedos pelos fios macios.

– Senti sua falta – suspirou, pressionando seus lábios contra os dela.

– Eu também senti sua falta – ela disse, removendo a camisa social de dentro da calça dele.

– Denny esteve no meu escritório – falava contra os lábios rosados, enquanto as mãos dela se moviam contra seus ombros largos.

– O que ele queria? – ele a provocava beijando e mordiscando seu pescoço, enquanto ela pressionava seu pequeno corpo contra o dele.

– Ele queria saber quem era a mulher que não sai da minha cabeça – respondeu suspirando contra a orelha dela, beijando suavemente o lóbulo.

– Owen, eu não quero mais falar sobre o Denny – suspirou ela, sentindo ele mover suas mãos pelo seu quadril, suavemente pressionando ambos os quadris.

Ele os moveu para longe da parede e para a superfície mais próxima, o qual era um sofá moderno, de cor turquesa que estava na sala de estar. Caíram sobre o sofá macio enquanto ela terminava de desabotoar a camisa branca dele.

Owen finalmente encontrou o zíper do vestido que ela usava, o abaixando. Bruscamente empurrou o tecido para baixo dos braços e quadris dela, até que encontrou pura renda negra e transparente cobrindo a pele macia.

– Um dia desses você ainda vai acabar me matado. – gemeu, seus olhos se moviam pela pele pálida, levemente avermelhada; e ele mal podia acreditar o quão perfeita ela se contrastava contra a renda escura.

– Mas que forma mais incrível de partir, você não acha? – ela provocava, movendo seus quadris contra os dele, a fricção enlouquecendo ambos.

Ele empurrou o vestido para o chão, deixando-a em nada além de renda preta e saltos altos. Beijou a pele de seu pescoço, e então sua clavícula, sugando a cútis pálida na base de seu pescoço, até que tinha certeza de que a pele macia iria ficar roxa. Ele gostava de marcá-la. Era primal e até mesmo uma tendência chauvinista, mas não podia suportar a ideia de ficar longe dela por duas semanas e não deixar algo para trás para lembrá-la dele. Além disso, ela havia confessado que adorava a sensação de sentir os lábios dele sugando a sua tenra pele.

– Você vai pagar por isso – ela prometeu com um gemido, sentindo a ponta dos dentes dele raspando a sua pele, a provocando.

– Ah é? O que você pretende fazer? – a provocou.

Suas grandes mãos agarraram a parte de trás das coxas dela e aproximando seus corpos um do outro, perto o suficiente para que ela pudesse sentir seu desejo pulsando contra ela.

Se perderam entre lábios, peles e suor. Moveram seus corpos em uma sincronia perfeita, mostrando com cada toque, que o que sentiam um pelo outro era muito mais que desejo. Eles ardiam um pelo outro, não só em seus centros, era mais do que carne, sexo; ardiam por dentro, como duas peças que só fazem sentido quando se encontram. Existiam apenas para estarem juntos.

Os corpos moveram-se até tudo explodir em luz e cor. Juntos encontraram seu nirvana, perdidos em seu desejo e seu amor. Era intoxicante e real. E por um único instante, tudo era perfeito. E nada mais importava.

– Oh, Lexia! - Ele murmurou, os olhos fechados e a boca entreaberta, enquanto o prazer se movia sobre ele. Inclinou-se para mover seu rosto no pescoço dela, enquanto as delicadas mãos dela moveram-se ao redor de seu pescoço para segurá-lo perto de seu corpo.

– Bem vindo ao lar, meu amor - Alexia disse baixinho contra seus lábios. Ele estava em casa.

 

**

 

Mais tarde naquela mesma noite, Owen e Alexia estavam deitados juntos. A cabeça dele estava descansando no peito dela, traçando lentamente a pequena tatuagem que havia sob a sua costela esquerda; um pequeno e simples grupo de pássaros que pareciam voar sob a pele pálida.

Owen amou aquela tatuagem desde a primeira vez que a vira. Estava fascinado por ela, um símbolo tão simples e ao mesmo tempo tão poderoso marcando a macia pele pálida. Mas era isso que Alexia era para ele, uma surpresa do momento que a encontrou pela primeira vez, até quando percebeu que tinha se apaixonado completamente por essa mulher incrível.

– Sobre o que está pensando? – Ela corria as mãos pelo cabelo loiro dele.

– Sobre como eu sou sortudo em ter te encontrado. – Owen sussurrava, beijando suavemente as pequenas tatuagens.

– Oh, conte-me mais sobre isso. – Ela sorria sentindo as mãos dele se movendo sobre a sua pele.

– Talvez eu não devesse, nunca se sabe o que o seu ego pode fazer com você. – provocou, traçando suavemente padrões invisíveis na pele dela com a ponta dos dedos.

– Diz o rei dos maiores egos que eu já vi. – gracejou de volta, relembrando o quão arrogante Owen parecia ser quando a via pela Incorporações Harper. Demorou para ela conhecer o verdadeiro Owen.

– Não, esse era eu na minha época ‘Pré-Alexia’, minha Era das Trevas pessoal. Acho que podemos dizer que progredi bastante desde então. – Owen disse, a fazendo rir.

– ‘Pré-Alexia’, hum? Certo, acho que posso viver com isso. – Ela soltou uma pequena risada fazendo o corpo dele sentir o dela tremer levemente em divertimento.

– Você sabe que é verdade. Eu simplesmente não consigo imaginar a minha vida sem você nela. Não seria uma vida, seria simplesmente existir. – suspirou com um grande sorriso, seus olhos azuis cheios de verdade e amor. Os olhos dele sempre diziam exatamente o que ele sentia. Era uma das coisas que ela mais amava nele.

– Então é por isso que me pediu em casamento! Você não pode viver sem mim! Tudo se tornou tão incrivelmente claro agora. – Ela sorria, enquanto ele ria do tom dramático que ela gostava de usar.

– E eu aqui pensando que eu tinha lhe pedido em casamento porque você é o amor da minha vida. A mulher que amo. A futura mãe dos meus filhos. – respondeu com um sorriso sarcástico, fazendo-a bater nele com um dos travesseiros.

– Owen Harper, o eterno romântico. Ah, se todas as suas conquistas passadas pudessem te ver agora.

Ele se moveu rapidamente na cama, a empurrando contra o colchão, com ele sobre ela. Ela riu enquanto ele tentava mantê-la no lugar.

– Lexia. Lexia. Lexia. – Owen beliscava a pele do ombro dela a cada sílaba dita. Adorava quando ele a chamava de Lexia, era algo só deles, um segredo que ela não queria compartilhar com o mundo. Ele era tudo o que ela poderia querer em um parceiro. Ele era tudo.

– Certo, certo. – Ela implorou, lágrimas de felicidade se formando no canto dos seus olhos, enquanto os dedos dele se moviam para fazer cócegas em suas costelas.

– Como você pode rir sobre eu estar loucamente apaixonado por você? – Ele brincou.

– Porque eu te amo do mesmo jeito. O que provavelmente é a razão de eu estar usando essa belezinha aqui. – Ela apontava para a sua aliança de diamante da Tiffany; era um diamante de corte quadrado de quatro quilates, em um anel de platina, cercado de pequenos diamantes. Tudo o que importava para Alexia, é que era um sinal do amor de Owen e que ele queria passar o resto da vida com ela. Podia ser um anel de plástico até onde ela se importava, contanto que eles pudessem passar a eternidade juntos.

Ele beijou suavemente o anel em sua mão esquerda, e ela não pôde resistir a provocá-lo.

– Isso e o seu tanquinho incrível. – disse, movendo as mãos pelo abdômen dele.

– Engraçadinha – ele suspirou, dançando seus dedos contra os dela – Eu adoro ver esse anel no seu dedo. – aproveitava a visão do anel no dedo da mulher que ele amava, algo que não costumava acontecer sempre.

– Eu também. – Ela olhava para sua mão admirando o quão perfeito o anel de noivado parecia estar em sua mão direita.

– Então talvez seja a hora de usá-lo com mais frequência aí – ele apontou com um olhar para a mão dela –  e não em uma corrente de prata entre os seus seios. – Os dedos dele trilharam a pele dela, até o ponto onde o anel costumava ficar.

– Owen. Por favor, nós já falamos sobre isso. – Alexia disse frustrada e não querendo entrar na mesma e velha discussão que eles tinham desde quando começaram a namorar.

– Não. Dessa vez eu falo, e você escuta. Nós estamos juntos há um ano, Alexia, noivos por quase um mês. E ainda assim ninguém sabe sobre nós. E francamente estou cansado de tentar esconder isso. Eu estou orgulhoso de ser o seu noivo e não posso esperar para o mundo todo saber disso.

– É fácil para você dizer. Você é o futuro CEO de uma companhia multimilionária, nascido em um berço de ouro. Eu sou uma garota de uma família simples, filha de um policial e uma professora. Uma mera assistente de criação do departamento de Arquitetura. Você sabe como as pessoas verão isso. Qualquer progresso que eu tenha feito na empresa da sua família será considerado como algo que aconteceu pelo meu envolvimento com você e não porque eu sou competente.

– Então você espera que permaneçamos escondidos para sempre? Como você espera seguir com as nossas vidas, construir uma família juntos? Eu te amo Alexia e para mim é só isso que importa. – Ele explicou.

Ela o puxou para mais perto.

– Owen, eu estou lutando por uma promoção no Departamento de Criação. Acho que esse projeto em que seu pai me quer trabalhando vai ser a chave para realmente conseguir. Preciso disso. Preciso ser eu mesma, como mulher e profissional, antes de ser vista apenas como a sua noiva.

Ele colocou a mão em seu rosto antes de lhe dar um beijo doce.

– Eu sei. Me desculpe. – suspirou – Sei o quão duro você tem trabalhado por isso. Só estou cansando de nos esconder. De viver em segredo, sem que ninguém saiba de nada.

– Eles vão saber. Eu prometo, me dê um mês. É tudo o que eu preciso. Então nós podemos contar ao universo todo que estamos noivos. – Ela disse, beijando suavemente a palma de mão dele.

– Eu te amo, Alexia. – Owen disse com um sorriso largo, a beijando outra vez.

– Eu também te amo. – Ela respondeu contra seus lábios.

Ele soltou um grunhido irritado e pressionou seu rosto no pescoço dela.

– Como eu vou sobreviver sem você por duas semanas?

– Do mesmo jeito que fazia na sua fase ‘Pré-Alexia’. Digo, sem o sexo casual com infinitas mulheres, bebedeiras excessivas, brigar e agir como um pirralho mimado. – ela sorria, o acariciando.

– Eu estou certo de que essas técnicas não funcionam depois de uma certa idade, especialmente quando você está comprometido com uma mulher incrível, inteligente e linda.

– Boa resposta. – ela lhe beijou de novo, suas mãos se perdendo em seu cabelo macio. – Ah, espere. Eu tenho algo para você. – parou de repente o beijo e o empurrou de cima dela pulando para fora da cama antes de andar nua até a cômoda branca. Os olhos dele a seguiram.

– Sabe, não acho que eu quero isso. Fez você sair da cama e provavelmente está dando ao seu vizinho, uma ótima vista. O cara é muito velho para ver você andando por aí nua. – Owen reclamou enquanto se movia para repousar sobre os travesseiros da cama.

– Não seja estraga prazeres. – Alexia bufou antes de voltar para a cama carregando uma caixinha preta em suas mãos.

– O que é? – Ele perguntou, vendo os dedos dela se moverem suavemente sobre a caixa.

– Abra. – respondeu ela, entregando-lhe a caixinha.

Owen abriu lentamente a caixa. Olhou o que havia dentro, chocado em encontrar um pingente vintage em formato de um único pássaro de platina e uma corrente de prata, longa o suficiente para repousar na parte de baixo de seu peito. O pingente era quase uma réplica exata da tatuagem de Alexia.

– Um pássaro. – Owen disse, olhando o rosto sorridente de Alexia.

– Sim, assim até quando estivermos separados você pode se sentir próximo a mim . – ela pegou a corrente das mãos dele e colocou no pescoço dele. – Além do mais, os pássaros sempre voltam para o seu lar. E você é o meu lar, Owen. Eu sempre estarei esperando por você. Sempre.

 


Notas Finais


Caso desejem acompanhar a história, ela se encontra no Wattpad: http://goo.gl/POuUkW


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