História Quântico - Chapter Eight

Prisão BreckWords;

Point Of View Alex Parrish

Ainda sentada diante a Travis, eu questionava-me mentalmente sobre suas palavras: como o FBI pode ter armado para alguém como ele? Que tipo de ligação ele poderia ter com o FBI? Até onde eu saiba, o departamento do FBI só pode armar alguma coisa para prender alguém envolvido com algo pesado.

— Pelo seu silêncio, você deve estar se questionando sobre o porquê do FBI teria armado para mim, ou que tipo de relação eu tenho com o FBI. — A voz grossa de Travis soou me tirando de meus pensamentos.

Realmente, eu estou confusa com toda essa conversa. Quero acreditar no que eu escutei, porém tenho minhas dúvidas, sua ficha não estaria em um laboratório do FBI atoa.

— Tem razão, eu estou me questionando. — respirei fundo. — Qual é a sua relação com o FBI? De que forma o FBI armou para você?

A curiosidade falou mais alto, e eu resolvi descobrir, ou pelo menos tentar saber um pouco mais desse caso, talvez esse cara sentado em minha frente seja inocente, pelo menos da morte de suas filhas.  

— Como eu vou saber se você não é um deles? — Travis questionou desconfiado.

— Se eu fosse um “deles” como você diz, eu não perderia meu tempo aqui querendo saber a possível verdade, você já estaria morto ou quase. Agora me diga qual é o mistério por traz da sua prisão. — arqueio uma sobrancelha.

Travis pareceu pensar em minhas palavras e suspirou fundo, pronto para falar:

— Anos antes de acontecer o terrível pesadelo da minha vida, eu era um dos agentes do FBI, batalhei muito para me tornar um deles, acabei me tornando um dos melhores, fui indicado para várias missões importantes, fui ferido e feri várias pessoas inocentes, tudo pelo FBI. — Travis sorriu desanimado.

Algo me dizia que isso era torturante para ele, dava para ver em seus olhos.

— Eu cresci dentro daquele lugar... Em uma de minhas missões, eu conheci a mãe das minhas filhas, nós nos casamos um ano depois, eu era novo e preferi iniciar uma família cedo, nunca se sabe o que pode acontecer. Minha mulher havia engravidado e foi à fase mais feliz da minha vida, eu tinha um motivo a mais para voltar vivo das missões. Depois da minha primogênita, tivemos outra menina e nossa família estava completa. — Travis sorriu ao se lembrar das filhas. — Até que um certo dia, eu fui designado para uma das maiores missões da minha vida; eu teria que me infiltrar em um local e descobrir algumas coisas, apenas isso, foi fácil fazer isso. Até que uma ordem vinda da chefia me fez recuar.

— Que tipo de missão? Quem era a chefia e quem seria o alvo? — franzo o cenho.

A história que ele estava me contando parecia cada vez mais interessante.

— Nunca soube quem era a chefia, apenas recebia ordens de um agente com mais poder que eu dentro daquele lugar, o alvo seria a família que eu passei meses convivendo, eu era o motorista e amigo desta família, eu teria que executar todos, incluindo as crianças o FBI não queria que eu deixasse rastros daquela família.

— Então, você esteve o tempo todo em uma missão de reconhecimento sem saber o real motivo? Eles te revelaram o motivo desta execução? Pode me dizer quem era a família? — pergunto.

— Sim, eu não sabia o verdadeiro intuito da missão. O cara que me passou as ordens apenas disse que um deles era culpado de uma coisa grande envolvendo a chefia e parte do FBI, e como eu era um dos melhores eu teria que fazer isso. A família na época eram parentes de um cara, dono de uma das maiores empresas do país.

— O que fez você mudar de ideia? Creio que não foi somente porque se apegou a família.

— Como eu disse acima, eu me casei, formei uma família e tive filhas, sei como ter uma família é algo bom para qualquer pessoa, à felicidade que isso traz é inexplicável e fazer mal a uma família que me parecia inocente estava fora de meus planos. Então, eu desisti da missão, eu fui até o FBI e neguei diante de pessoas importantes, neguei que terminaria a missão como me foi ordenado.

— E como eles reagiram?  

Mais uma vez Travis suspirou e tornou a falar:

— Me ameaçaram, óbvio que não adiantou muito, então eles me demitiram, tiraram de mim a única coisa que eu sabia fazer de melhor: ser agente. Porém, eu não me abalei por isso, segui minha vida em frente, depois de alguns anos e depois de algumas perdas eu consegui me reerguer finalmente e voltei a me dedicar somente às minhas filhas, já que infelizmente a mãe delas me deixou devido a uma doença. Até que o inferno começou, minhas filhas chegavam da escola e me contavam tudo que aconteceu no dia delas, era algo grandioso de se ouvir, até que minha filha mais velha me disse algo que me deixou desesperado. — olhou para o lado.

— O que ela lhe disse?

— Ela contou que parecia ter pessoas às seguindo, pessoas às observando, como se quisessem saber onde elas moravam ou algo pior. Então, eu passei a levá-las na escola e depois buscar, afinal nós havíamos nos mudado há pouco tempo e o bairro parecia perigoso para novos moradores. Certo dia, eu percebi que estávamos sendo seguidos e deixei as meninas em uma lanchonete e segui um caminho diferente e pronto, peguei a pessoa que estava nos seguindo. — Travis fechou a mão apertando-a com força. – Era um agente do FBI, que foi designado para me observar, perguntei diversas vezes quem havia o mandado, mas ele era duro na queda e não disse nada, por fim eu o ameacei e liberei o mesmo, voltei à lanchonete peguei minhas filhas e voltamos para casa.

— O FBI não ficou satisfeito com isso, certo?

— Exato, eles voltaram a me ameaçar, alegando que o país estava correndo risco por minha causa, eu apenas ignorava essas ameaças. Afinal, fazia anos que eu estava fora disso e não voltaria a me envolver com tal coisa. Foi aí que o inferno na minha vida aconteceu, um mês depois eu comecei a trabalhar em uma oficina mecânica, então minha rotina era: deixar minhas filhas na escola, seguir para a oficina e depois voltar para casa somente quando terminasse meu serviço. Porém, naquele maldito dia eu fui dispensado mais cedo, então quando cheguei em casa me sentei em frente ao meu portão num banco que minhas filhas e eu fizemos e comecei a fumar meu habitual cigarro, fumava fora de casa, pois minha filha mais nova tinha pavor do cheiro do cigarro, então eu fazia isso por ela, na verdade por elas. Quando de repente minha casa explodiu, minha primeira reação foi me jogar no chão para me proteger, quando tudo pareceu calmo eu me levantei e olhei para minha casa em chamas, foi então que meu pesadelo começou de verdade.

Travis já estava com lágrimas nos olhos e eu estava me sentindo uma pessoa horrível naquele momento, não sabia que sua história mexeria comigo daquele jeito.

— Travis, você não precisa continuar se não quiser, eu vou entender. — disse, calma após observar o homem em minha frente.

Se sua história for mesmo verdadeira, eu vou fazer questão de ajudar ele a descobrir quem fez tal coisa com ele e vou tirá-lo daqui ou eu não me chamo Alex Parrish.

— Eu preciso, você é a primeira pessoa que vem aqui depois de anos. — Travis respirou fundo e tornou a falar. — Foi então, que eu comecei a ouvir pedidos de socorro, pedido de socorro das minhas filhas, minha única família, minhas preciosidades... Eu juro que tentei correr até a casa, mas escombros que foram lançados no pequeno quintal, dificultava minha passagem, eu gritava pelas minhas filhas e elas por mim, mas minha vida acabou quando eu parei de as ouvir, a única coisa que eu escutava era o fogo consumindo a madeira da casa, minhas filhas morreram carbonizadas, por culpa do FBI, por minha culpa, por culpa daquela maldita missão.

Eu não sabia mesmo o que dizer, via a minha frente um cara que apenas pensou em sua família para salvar outra e que teve suas duas filhas tiradas dele de uma forma bruta e que levou a culpa por algo que não é culpa dele, céus a que ponto o FBI chegou.

— Travis eu sinto muito pela sua perda, eu realmente não sabia que tudo isso aconteceu. Eu prometo a você que darei um jeito de descobrir a verdade e ainda vou te tirar daqui, claro que isso não vai trazer suas filhas de volta, mas eu prometo que iremos fazer justiça por elas.

— Acha mesmo que você vai conseguir descobrir alguma coisa? Você nem tem nomes para começar uma investigação, como fará isso sozinha?

— Acredite, eu irei descobrir tudo, pelo seu nome eu posso descobrir qual era sua turma, quem se formou com você, quem era a “chefia” na sua época, como era sua carreira e outras coisas da época que você era agente. Ser filha de uma ex-chefe de quântico tem suas vantagens. — sorri.

Travis ficou boquiaberto com minhas palavras e eu apenas sorri chamando o carcereiro para leva-lo de volta a sua cela e eu seguir meu caminho assim que as portas foram abertas, tenho muita coisa para descobrir e saber se Travis é realmente inocente.