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História Quase H2O - Fases da Lua Nova.


Escrita por: laia017

Notas do Autor


Dizem que o espelho é o olho que tudo vê... ou eu mesma quem digo.
Apreciem o capítulo de hoje.
Revisada.

Capítulo 48 - Fases da Lua Nova.


Fanfic / Fanfiction Quase H2O - Fases da Lua Nova.

Como em quase todas as tarde: estávamos sobre a água, estávamos sob o único lugar que nos sentíamos bem, excluindo todo o mundo que estava fora daquelas rochas vulcânicas.

Thais - A Lua já está ativa... apenas falta algumas horas até ela fica visível.

Yngrid - Visível... - Repetiu, levando suas mãos para sua cabeça. - Ah...

Lais - Você está bem? - Pergunto, me aproximando, me sentando sobre o degrau e tocar seu braço, preocupada.

Yngrid - Eu... não consigo me mover tão bem, sinto meu corpo mole...

Thais - Temos que fazer algo para isso parar.

Lais - Você mesma disse que não devemos mexer com magia, já é difícil estarmos na Piscina da Lua, no lugar onde é seguro para nós estarmos.

Thais - Eu sei... mas a cada dia, eu vejo o sofrimento no rosto dos meus pais e é uma tortura. Não aguento mais isso, Lais. - Dizia em apreensão, me olhando quase em pânico. - Sinto que vou morrer a cada falta de ar que sofro no meio da noite, ter que acordar meus pais.

Yngrid - Olhamos pra Lua...

A olhamos, confusas.

Yngrid - Pedir respostas pra ela.

Lais - Acha mesmo que ela vai responder? - Pergunto para ela, com a voz meio falha.

Yngrid - Pode mandar sinais via Nasa.

Nós todas rimos mesmo em situações como esta, nossos momentos de pequena alegria se tornavam mais especiais.

Thais - Cada coisa que fala, Yngrid...

Yngrid - Não quero mais isso... - Tirou suas mãos da cabeça e a jogou na água que respingou em mim. -, esquecer de tudo, saber que as pessoas na minha volta me acham um peso.

Lais - Você não é um peso, só acho que podemos continuar com os tratamentos.

Thais - Nossos sintomas tentem a piorar a cada sessão. Sua visão continua a escurecer, minhas dores, a falta de ar e o peso no meu peito aumentam... e a Yngrid... - Sua voz falha. - cada vez mais nos esquecesse, a cada dia, até chegar a hora que ela não vai nos reconhecer, ficar com infantilidade pra sempre, ter mais altas dores de cabeça e ficar tetraplégica. Quer mesmo continuar com isso?

Lais - Tem outra saída?

Yngrid - Seu Livro.

Nós nos entreolhamos, receosas.

Lais - Os meninos esconderam de mim.

Thais - Diga sua palavra mágica e ele vem.

Lais - Mudou de ideia fácil, Dona Thais?

Thais - Fiquei com isso o mês inteiro batendo na minha cabeça, nesse tempo podemos mudar de ideia. Podemos ter uma chance, Lais, pensa nisso.

Lais - E se estiver errada?

Thais - Ai... não sei.

Yngrid - Lutar com a magia da Lua... ela mexeu com a gente na última vez.

Lais - Vamos testar.

Retornamos para a costa, caminhando pela praia e ainda compartilhando os pensamentos de usarmos o livro.

Thais - Temos que aproveitar que os meninos não estão na sua casa e procurar o Livro.

Lais - Continuou a pensar que isso é uma má ideia.

Yngrid - Ah... - Se segurou em mim.

Lais - Yngrid...

Thais - Por isso que não pode sair assim, Yngrid precisa ficar em casa.

Yngrid - Não gosto disso... - Põe sua mão na cabeça, choramingando. - dói.

Thais - Vai passar.

Caminhamos pelas ruas até chegarmos em frente à minha casa. Prestes a entrarmos, ouvimos Layne nos gritar.

Layne - Santa Maria da Glória!

Nos viramos para ela, confusas.

Layne - Não... deveriam estar aqui! - Continuou entre suspiros de cansaço.

Thais - Nos fazer voltar pra casa?

Layne - Não... mas devia. O que estão fazendo?

Yngrid - Layne... desculpa.

Layne - T-tudo bem. - Abre seus braços e vai até Yngrid, dando um abraço na mesma. - Não esquece de mim.

Lais - Vamos procurar meu Livro.

Desfez o abraço e me olhou, me repreendendo.

Layne - Sabem o que os meninos acham disso?!

Thais - Hoje é Lua Cheia, sabemos que eles vão ficar com a gente a noite toda, mas agora não. Penso que podemos ter uma chance de nos curar com um feitiço daquele Livro.

Layne - Mexer com Magia do jeito que estão é arriscado demais.

Thais - Eu quero fazer, pelo menos uma vez, Layne.

Layne - Pois bem... Mas se piorar? - Perguntou, encarando cada uma de nós.

Thais - Só há um jeito de testar.

Layne - Escolha de vocês... mas, pra alegrar as coisas. Vocês serão convidadas para minha festa.

Lais - Festa?

Layne - Sei que esses tempos não são tão apropriados para festas... mas, eu quero fazer vocês se sentirem bem com minha festa de aniversário. Convidadas de honra.

Yngrid - Festa! - Repetiu, alegre, começando a bater suas mãos, animada. - Vou roubar muitos brigadeiros!

Layne - Vou roubar brigadeiros na sua festa.

Tae - Que festa?

Todas - Haammm!

Todas nós olhamos para ele, passando, literalmente, mal.

Thais - Meu ar.

Lais - Thais, respira! Respira! - Comecei a pular e assoprar, sentindo os minhas têmporas doerem junto dos meus olhos.

Thais - Estou melhor.

Yngrid - Achei que tinha visto você ficar roxa.

Tae - Não estão pensando em ir em alguma festa, estão?

Layne - Não estou ainda 100% certa para dar essa informação...

Tae - Então realmente pensão em ir a uma festa?

Layne - Minha festa de aniversário.

Tae - Vocês não vão!

Adam - Vamos, Layne. A senhorita tem uma entrevista para daqui duas horas em Beverly Hills.

Yngrid - Casa das três espiãs demais! - Disse em pulos. - E também das garotas mais patricinhas do mundo...

Tae - Não faça isso, vai ficar zonza.

Adam - Vamos. Tchau, jovens.

Tae - Tchau, brutos.

Layne - Depois nos vemos. - Acenou enquanto ai para o carro. - E tomem cuidado, pelo amor de Deus.

Tae - O que ela quis dizer?

Lais - Nada... Você, pode ir que nós vamos entrar em casa.

Tae - Aham... - Assentiu, nos olhando desconfiado. - Já deixei tudo pronto em casa, só vou ver se os meninos vem.

Yngrid - Não é mais fácil falar com eles pelo celular...

Levo minha mão até sua boca, a colocando por cima.

Lais - Vai com Deus.

Thais - É.

Nos viramos para minha casa e começamos a ir para a porta, onde entramos e fecho a porta atrás de nós.

Thais - Chama o Livro e você senta... - Levou Yngrid até o sofá e a colocou sentada. - aqui.

Yngrid - Por quê?

Thais - Para você não ficar com mais dores.

Yngrid - Mas e você...

Thais - No momento, eu quero vocês bem.

Lais - Flame. - Estendi minha mão fechando os meus olhos, sinto vir até mim: ouvimos objetos caindo na parte de cima da casa, logo o ver saindo do corredor de cima, voando, e vindo até minha mão. O deixo de frente para mim enquanto o observava. - Oi...

Thais - Começa a procurar, temos pouco tempo.

Lais - Aham. - Andei até o sofá, tropeçando no mesmo. - O merda!

Thais - Está bem?

Lais - Estou, só machuquei meu mindinho.

Yngrid - Sei como é.

Lais - Está bem. - Me sento, fixando meu olhar no Livro podendo assim o abrir sem maiores dificuldades. Então, começo a passar minha mão na primeira página e a sentir sua vibração. - Página... que página.

Livro - 300.

Ao suar de sua voz, o Livro começou a se folhar até parar na página, me deixando passar os meus dedos sobre a folha grossa e ouvir vozes na minha cabeça sobre o assunto.

Tae - Eu sabia!

Thais - Ah... Coff Coff!

Lais - Thais. - A chamo, assustada, por sua situação.

Thais - E-eu tô bem.

Lais - Taehyung - Viro o meu olhar quase escuro para ele. -, não chega assim do nada.

Jin - Não é só ele que está aqui.

Lais - Hmmm. - Fechei meus olhos me recusando em acreditar que estavam aqui.

Tae - Eu disse à você para não tocar nesse Livro. - Disse, entrando na sala através do corredor.

Thais - Falem baixo que a Yngrid está dormindo.

Tae - Eu disse... - Sussurrou.

Lais - Eu sei que disse, mas...

Tae - Isso pode piorar. - Veio até mim e puxou o Livro das minhas mãos.

Thais - Tae, você não pode fazer isso!

Tae - Claro que eu posso! - Fechou o Livro e o colocou em baixo do seu braço.

Thais - Estamos procurando um jeito de nos curar!

Jin - Vocês estão se tratando.

Thais - Por mais que eu acreditasse... já não acredito mais que possa nos ajudar.

Tae - E por quê?

Thais - Estamos piorando a cada dia... principalmente a Yngrid.

Tae - Isso... Meninas, vocês...

Lais - Devolva meu Livro, por favor. - Levo minha mão para sua direção, pedindo, mantendo meu olhar sobre o chão.

Tae - O que querem podem as machucar ainda mais.

Thais - Só queremos uma chance de saber se podemos... Vocês não veem que estamos com medo?

Tae - É claro que vejo, mas isso...

Lais - Por favor, Tae, uma vez. - Continuei com meu braço estendido para ele, agora, levo meu olhar esperançoso para ele.

Jin - Só uma vez.

Tae - Pode ser demais para vocês.

Thais - Tae...

A mesma segurou meu braço, fortemente.

Tae - Quando ver que está te fazendo mal, eu paro na mesma hora.

Lais - Tá bem. - Sinto a capa grossa do Livro tocar a palma da minha mão. Um certo alívio senti ao tê-lo de volta em mãos.

Jin - Há algo que possa usar.

Lais - De muitas curas... mas podem desgastar quem estiver fazendo.

Tae - Viu?

Lais - Isso não quer dizer que pode piorar meus olhos.

Tae - Mas podem te fazer mal.

Lais - Só quero ajudar as meninas, curar elas. Não fala isso pros outros meninos, por favor. - Peço sem desviar meus olhos do Livro.

Jin - Vai ser difícil, eles vão estar aqui a noite toda.

Thais - Mas não no quarto dela. - Sinto sua mão pousar sobre minha cabeça. - Vamos ficar no seu quarto até fazermos isso.

Lais - Vamos precisar de bastante coisas. - Entrego o Livro para ela começando a ler.

Thais - Esse não é o modo que você ajudou o Jimin?

Lais - É só um feitiço mais simples que eu esqueci de ler as anotações que a Luna escreveu. Só escolhi o jeito mais curto e fácil, por isso que desgasta o corpo como aconteceu.

Thais - Você vai precisar se preparar antes... - Dizia, lendo o Livro. - com a Luz da Lua Cheia?

Jin - Não, isso está fora de questão.

Lais - De que mal tem? Não posso ver quase nada mesmo.

Tae - Não fala assim, ainda pode...

Lais - Me curar...? Já sei que eu não tenho volta, mesmo com cirurgia. - Me encosto nas costas do sofá, fechando os meus olhos. - Ficar na Luz da Lua Cheia não vai me afetar.

Tae - Mas consegue enxergar a luz.

Lais - Sei que não vai acontecer nada.

Thais - Mas por precaução, usa o óculos.

Lais - Aham. - Assenti.

Jin - Que horas vão começar?

Lais - Quando a Lua aparecer, até a Luz dela iluminar tudo. Vocês também vão precisar ficar meio adormecidas, assim vai facilitar.

Tae - Como sabe de tudo isso?

Lais - Ouvi vozes me contando.

Jin - Vozes? - Perguntou com um medo na voz.

Lais - Não tenha medo, é só o Livro.

Thais - Precisamos estar adormecidas... é melhor levar a Yngrid para o quarto e deixar ela lá, vamos fazer isso o mais rápido.

Tae - Também vamos ter que despistar os nossos amigos.

Lais - Só falar que queremos ficar sozinhas.

Thais - Tem um problema.

Jin - Tinha que ter.

Thais - Melissa...

Lais - Bom... ela pode ficar aqui com eles.

Thais - Mas curiosa como é, vai perguntar de nós.

Tae - Eu invento alguma coisa. Jin, leva a Yngrid pro quarto da Lais.

Jin - Por que eu?

Tae - Eu estou mandando.

Jin - Aigo!

Lais - Agora é só esperar.

{ Tempo depois }

Estava no quarto, olhando para a Yngrid com a pouca visão que ainda me restava, também ouvindo as tosses da Thais vindos do banheiro, os mesmos que mais me preocupavam, ela estava tossindo demais de ontem pra hoje.

Jin - Lais. - Me chamou ao entrar no quarto.

Lais - Oi. - Viro para ele.

Jin - Thais está tossindo muito.

Lais - Ainda acha que eu não devo fazer isso?

Jin - Metade.

Lais - Elas precisam. - Ponho minha mão por cima do meu olho esquerdo. - Mesmo se acontecer algo comigo, não vou me arrepender.

Jin - Não vai acontecer nada com você. - Vem até mim e me abraça. - Você vai ficar bem, como elas. Todas vocês vão ficar bem.

Thais - Que Deus te ouça. - Disse, entrando no quarto. - Meu peito está pesado.

Jin - Vem, te ajudo. - Me soltou e foi até ela, levanto a mesma até a cama. - Fica e tenta dormir.

Thais - Com essa canseira, vou dormir mais rápido.

Lais - Eu vou ir antes que os meninos subam.

Jin - Eu te levo. Descansa, Thais.

Thais - Aham.

Saio do quarto sendo guiada pelo Jin que me levava até o banheiro, onde ele acendeu a luz antes de entrarmos.

Jin - Vai ficar na banheira?

Lais - Vou, tem que deixar a janela aberta.

Jin - Lais...

Lais - O óculos está com você?

Jin - Bem aqui. - Aponta para a camisa onde estava.

Lais - Tô vendo... ainda isso, vejo. - Levo minha mão na direção da torneira, movimentando a mesma em mínimos movimentos fazendo ela se abrir. - Pode sair, posso me virar.

Jin - Vou deixar o óculos com você.

Estendo a mão para me dar o óculos.

Lais - Valeu.

Jin - Toma cuidado. - Deu um beijo minha testa antes de se virar para a porta, mas antes de abrí-la, se virou para mim. - Caso acontecer algo, grita, não importa se os outros vão ouvir.

Lais - Aham. Quando voltar, abra a janela do meu quarto para a luz poder entrar.

Jin - Vou sim.

Lais - Tchau. - Respondo, ouvindo a porta bater e ser trancada, apertando os óculos contra as minhas mãos. - Meu pai do céu, Nossa Senhora, Jesus, Ave Maria do Cristo Retentor... Sério, agora sem brincadeiras. Nesse último mês eu enchi seus ouvidos com minhas orações por ajuda, então eu faço isso outra vez, que não me deixe fazer besteira pra machucar as meninas, não quero ver elas sofrendo, é demais pra mim... ainda mais pela situação dos nossos pais, me dói demais. Me ajuda a fazer isso.

Começo a tirar minha roupa rapidamente e ir até a janela ao lado, abrindo ela, deixando a Luz da Lua entrar.

Lais - Você precisa refletir na água, por favor. - Digo com os olhos fechados, esquecendo completamente que tenho o óculos nas mãos. Então me viro para a banheira e caminho até ela, mas paro, tendo uma outra ideia em mente. Abro meus olhos e olho para janela, podendo ver a Luz da Lua Cheia entrar...

Lais Off

Tae On

Balançava as pernas de acordo com a minha preocupação e receio quanto ao que estavam fazendo. Mordia meus lábios, tenso, e olhava para cima, esquecendo completamente de disfarçar para os meninos.

Hoseok - Tae, você está bem?

Tae - Ãnh...? Estou, é claro que estou. Por que não estaria? - Respondo, nervoso, tentando ao máximo não transparecer.

Yoongi - Fica olhando pra cima o tempo todo.

Tae - Não é nada.

Melissa - Está preocupado com as meninas?

Tae - Sim...

Melissa - Você mesmo disse que elas queriam ficar sozinhas.

Tae - Eu sei, mas não deixo de estar.

Melissa - Eu posso ficar lá com elas. - Se levantou.

Tae - Não! - Digo alto e todos me olham, confusos, principalmente o Jin que me repreendia com o olhar.

Jimin - Kim Taehyung, você está escondendo algo de nós? - Perguntou, cruzando seus braços, tendo o mesmo olhar questionador, agora, de todos.

Tae - Por que estaria escondendo algo de vocês?

Jungkook - Seu comportamento entrega.

Tae - Gente, por que estaria acontecendo algo? E do porquê que esconderia?

Namjoon - Você e a Lais são irmãos, então, um do lado do outro. Mentem para fazer algo por baixo dos nossos olhos.

Tae - Isso é totalmente uma calunia.

Jimin - Eu vou subir. - Se levantou e foi correndo até as escadas.

Jin - Não! - Pulou por cima do sofá e correu até as escadas, parando em sua frente.

Yoongi - Comprovou que elas estão fazendo algo.

Jin - Não estão.

Jimin - E por que não me deixa passar?

Jin - Bom, porque..

Melissa - Jin... fala, agora.

Jin - Elas estão...

Foi interrompido por um grito que veio de cima, nos fazendo sentir um tremor na casa que balançou todos imóveis. No mesmo instante, corremos para cima nos amontoando na escada, mas algo nos impediu; nos puxou para trás, me fazendo cair escada abaixo, apenas não me machuquei por ter me segurando do corrimão.

Ainda ouvíamos os gritos vindos de cima; esses que eram da minha irmã.

Jimin - Eu sabia! - Me olhou, sério, enquanto se levantava, como os outros, para tentar subir.

Tae - Não me olha assim, elas me pediram!

Jimin - Não deixasse!

Subimos até o alto da escada, prontos para irmos ajudá-la, mas antes de conseguir entrar no corredor e ir até lá, vimos uma onda d'água saindo por baixo da porta.

Jimin - Puta merda.

Hoseok - Está vindo pra cá! - Abraçou Jungkook fortemente.

Jungkook - Ah, Hoseok, me solta!

Damos passos para trás ao ver a água se movimentando; se chocando com as paredes e vir para nossa direção. Ficando atônitos observando aquilo, ainda mais quando a vimos se virar e entrar por baixo da porta do quarto da Lais.

Melissa - O que estão fazendo? - Perguntou, surpresa com o que viu.

Jin - Se curando...

Todos viraram seus olhares tensos e acussadores, para ele.

Jin - Que foi?

Namjoon - Curando?!

Jimin - A-a mesma coisa que ela fez em mim...? Mas isso pode piorar a situação delas!

Tae - Sabe que Lais é teimosa, como as outras duas.

Continuamos vendo aquela onda pequena d'água entrando por baixo da porta sem parar. Até ouvirmos mais um grito vindo do banheiro e a água parar de seguir caminho para o quarto, permanecendo parados no lugar.

Jimin - E agora?

Hoseok - Jungkook, vai da frente! - Emburrou ele, que quase cai para frente.

Jungkook - Eu...?! - Se virou para nós, assustado. - Por quê?

Hoseok - Você é um dos únicos daqui que não tem medo.

Jungkook - Magia é uma coisa bem diferente de demônios.

Melissa - Faça-me o favor, meninos. - Passou por nós para entrar no corredor e ir até lá, olhando atenta para a poça que estava no chão. Ergueu sua mão para a água que começou a soltar seu vapor. - Falta muito para os seus pais chegarem, Taehyung?

Tae - Só mais tarde.

Melissa - É bom. Vocês veem o quarto e eu vou pro banheiro.

Jin - Melhor não, a janela vai estar aberta. - Passou por ela, indo até o banheiro.

Melissa - Ela ficou doida?

Tae - Sempre foi. - Segui os dois até o banheiro. - Fecha os olhos.

Melissa - Tá. - Tirou o óculos que estava preso na sua blusa e o colocou. - Pronto.

Jimin - Menos pior.

Abro a porta do banheiro, sem pressa, por mais que eu estava preocupado com ela, ainda estava com medo: o banheiro estava totalmente seco, e minha irmã estava mergulhada na banheira, apenas com a Cauda fora; arregalo os meus olhos ao perceber que a água estava com uma coloração meio avermelhada.

Tae - Não, não, não! Lais, o que você fez?! - Gritei, desesperado, ao correr até a banheira, mergulhando os meus braços na água avermelhada para tirá-la de dentro da água. Ao pôr seu rosto para fora da água, percebi que o sangue escorria pelos seus olhos. - Não, não... Lais... ei!

Jin - Tira ela da água!

Com sua ajuda, pude tirá-la da água e a pôr no chão ao lado da banheira, ainda assustado com o sangue que saia dos seus olhos.

Jin - Jimin, chama o Namjoon. E você, Melissa, seca ela.

Jimin - Namjoon! - Gritou seu nome enquanto corria para fora.

Melissa - Coloca uma toalha em cima dela, está sem roupa.

O fazemos e ela começa a secar sua Cauda, após segundos, Namjoon chegou no banheiro e vindo diretamente até ela.

Namjoon - O que ela fez? - Perguntou ao ver o escorrendo dos seus olhos.

Tae - Namjoon, não fala que é algo grave? - Pergunto, já sentindo meus olhos lagrimejarem.

Namjoon - Quando o olho começa a sangrar, é sim! Grave, se não poder fazer muita coisa, precisa ir para o hospital mais rápido possível.

Tae - Não... Não.

Movimentou sua cabeça, abrindo seus olhos e deixando mais sangue escorrer por eles.

Namjoon - Não há nada com a íris ou com a pupila, mal a esclerótica.

Jimin - Isso é bom?

Namjoon - Pode ser... ou não, é apenas um derrame que teve, nada que afetou os olhos, ainda bem. Melhor que não a seque, vou precisar por algo nos olhos dela. Eu vou precisar comprar umas coisas na farmácia, também vou comprar umas coisas para as outras.

Jimin - Eu vou com você.

Namjoon - Aham.

Os dois saíram do banheiro às pressas.

Jin - Vamos deixar ela aqui?

Tae - Levar ela para cama.

Jin - E vamos aguentar ela?

Tae - É isso ou deixamos ela aqui pros meus pais a verem quando chegar.

Jin - Tá.

No momento em que a levantamos do chão, ouvimos a porta ser batida do lado de baixo.

Jin - Pode ser os meninos.

Minhyuk - MENINOS!!

Tae - Puta merda! - Me levantei correndo para tirar a tampa do ralo. - Melissa, por favor, vai distraí-los enquanto levamos ela pro quarto.

Melissa - O que não faço por vocês? - Saiu do banheiro numa corrida.

Tae - Rápido, Jin! Pelo amor de Deus!

Levantamos ela sentindo o peso nos nossos braços; saímos do banheiro com meu olhar atendo ao corredor.

Lais  - Lais, você é tão pesada.

Jin - Já vai acabar.

Olhei de raspão para as escadas ao entrarmos no quarto.

Jin - Saiam da frente.

Hoseok - Entra logo!

Entramos e ele fechou a porta, fomos até a cama e a colocamos ao lado da Thais.

Jin - Minha coluna. - Reclamou, se esticando.

Tae - E as outras?

Jungkook - Namjoon disse que elas estão quase iguais a antes.

Tae - Então não surtiu efeito... que coisa.. legal!

Minhyuk - O que eles estão fazendo...? - Perguntou, ainda estando do outro lado da porta.

Yoongi - Fudeu.

Jin - Arrumem elas!

Apressei, desgovernado, a puxar o cobertor de baixo delas, as cobrindo com mais aperfeiçoamento, e tentar disfarçar a Cauda da Lais, mas quando fui ver, ela já estava com suas pernas.

Tae - A Cauda dela sumiu! Mas a água.

Hoseok - Nem parece que a água molhou a cama, ou melhor, nada. Apenas molhou elas que nenhuma Cauda apareceu, mas secamos as duas com o secador.

Tae - Como a Cauda não apareceu...? - Pergunto em dúvida, terminando de arrumar elas.

Yoongi - Mundo confuso!

Yura - Meninos...

Demos um pulo e nos sentamos na frente da cama, disfarçamos mexendo no celular e vendo ela abrir a porta, nos encarando, surpresa.

Yura - O que estão fazendo aí?

Hoseok - Elas não queriam ficar sozinhas então ficamos até elas dormirem.

Yura - Melhor saírem, as deixem tranquilas dormindo.

Tae - Sim, claro, omma.

Nos levantamos enquanto nos encarávamos, apreensivos.

Yura - Estão bem?

Jin - Estamos sim, Senhora. - Respondeu ao passar por ela.

Saímos do seu quarto e fechamos a porta num ar tenso. Começando a descer as escadas, vendo Namjoon e o Jimin entrando em suspiros cansados e segurando sacolas, mas logo as esconderam ao perceberem que meus pais estavam em casa.

Namjoon - O-olá... - Ainda recuperava o fôlego. - Senhor e Senhora Kim.

Yura - Vocês estão bem estranhos... O que escondem ai?

Jimin - Ãnh... nada! Só besteiras de crianças.

Minhyuk - Crianças?

Jimin - Sim, Senhor.

Namjoon - Bom. - Tomou a sacola do Jimin. - Eu vou ir lá em cima no banheiro.

Yura - Pode usar esse aqui de baixo.

Namjoon - Eu não posso usar.

Yura - Por quê?

Namjoon - Porque...

Melissa - Porque eu vou usar! Com licença. - Olhamos para ela que ia para o corredor apressada.

Namjoon - E se não se importam, tchau! - Correu pela sala para ir até as escadas e subiu, na mesma velocidade.

Minhyuk - Certeza mesmo que não beberam nada? - Encarou cada um de nós, desconfiado.

Yoongi - Até que queria.

Levo minha mão até sua cabeça, batendo nela com força.

Yoongi - Ai.

Tae - Não bebemos nada, appa!

Yura - Abrem as bocas. - Mandou ao sair do corredor.

Tae - Omma.

Yura - Desculpa, mas não acredito, minha intuição fala alto! Agora abrem a boca!

Todos - Aaah!

Ela passou por todos nós, conferindo ela mesma. Sendo que o último que examinou, foi eu.

Yura - Muito bem. - Levou sua mão até meu queixo para fechar minha boca. - Passaram, nada!

Durante o tempo que se passou, fiquei encarando o topo da escada, preocupado como os outros, até que Namjoon desce.

Namjoon - Estou aqui.

Tae - Demorou?

Namjoon - Foi mal, fiquei no celular conversando, sabem como é?

Minhyuk - Irão ficar aqui a noite toda?

Melissa - Incomodamos, Senhor?

Minhyuk - Não, imagina. Só estou desconfiando do motivo de ainda não acordamos as meninas e pedir pizzas.

Jungkook - Isso não é uma má ideia.

Ele se levantou, mas Jimin o puxou de volta para se sentar.

Jimin - Não acho que elas queiram ser acordadas. Elas foram bem especificas quanto a ficarem dormindo. - Explicou, encarando meu pai.

Yura - Conhecendo elas, não duvido disso.

Minhyuk - Irão perder a noite da Pizza.

Yoongi - É muita pena que dói a alma.

Tae - Para de ser irônico.

Minhyuk - Vou pedir o bastante para todos, e eu quero ver se elas não vão acordar pelo cheiro.

Yura - Vou deixar a porta aberta. - Diz e foi na direção da escada.

Tae - Não... deixa que eu abro! - Me levanto às pressas e pulo por cima do sofá, passando por ela e subir na rapidez, indo até seu quarto: vejo Thais se sentando, confusa, na cama. - Thais...

Thais - Aaah... - Pois sua mão no peito com sua expressão de dor. - Não resolveu.

Tae - Possivelmente aconteceu algo, pelo que vimos no corredor.

Thais - O que aconteceu... - Deu uma pausa para dar um pesado suspiro e puxar o ar com precisão. - no corredor?

Tae - A água se arrastou pelo chão como uma onda, saindo debaixo da porta do banheiro e veio pra cá, não vimos o que aconteceu.

Thais - Ah... E elas? - Encarou as amigas, sentida.

Tae - Não sei como a Yngrid está, mas a Lais... - Agora que percebo que ela estava com um pano nos olhos. - Namjoon.

Thais - Por que ela tem isso, Taehyung? - Perguntou com medo na voz falha, encarando o pano, apreensiva.

Tae - Se acalma... sabe o que acontece quando fica alterada.

Thais - Me responde... - Pois, novamente, sua mão no seu peito.

Tae - Vazou sangue dos olhos dela.

Ela franziu as sobrancelhas e sua respiração falhou.

Tae - Foi apenas uma hemorragia que não afetou os olhos dela, até onde sabemos.

Thais - Por que levaram ela pro hospital?

Tae - Meus pais ficariam mais desesperados do que já ficam. Se o Namjoon ficou tranquilo quando voltou, é porque não é grave.

Thais - Eu... não sei, Tae.

Tae - Só espera até elas acordarem, e você também deve voltar a dormir.

Thais - Não quero mais dormir... Coff Coff!

Tae - Essas tosses... Está com fome? Meu pai vai pedir pizza.

Thais - Não... - Negou. - não quero.

Tae - Você que sabe. Vai ficar aqui ou descer?

Thais - Aqui.

Tae - Se precisar chama.

Thais - Aham. - Assentiu, mantendo seu olhar abatido sobre as meninas.

Tae - Até.

Saio do quarto e fecho a porta, batendo a minha cabeça nela com meus pensamentos receosos quanto à elas.

Tae Off

Thais On

Me sentia com um peso enorme no corpo que não estava conseguindo respirar direito. Peguei minha bombinha de ar e usei, melhorando um pouco minha situação.

Thais - Não aconteceu nada, Lais... - Digo, deixando lágrimas descerem. - Mas te machucou...

Lais - T-tudo bem...

A olho, vendo lágrimas descendo do seu rosto, mesmo com o pano por cima.

Thais - Você... como está?

Lais - Ainda dói na região em volta dos meus olhos, por dentro...

Thais - Não aconteceu nada.

Lais - É... - A mesma tentou se sentar, mas pela fraqueza voltou a se deitar.

Thais - Temos que ficar... seus pais já chegaram e todos estão na sala, logo vão comer Pizza.

Lais - Pizza... - Sorriu, com seus lábios trêmulos. -, meu pai fez isso para sairmos do quarto, nos fazer se sentir melhor.

Thais - Aposto que sua mãe vai trazer para nós.

Lais - Sim... ela vai. - Com sua voz trêmula, tirou o pano dos seus olhos deixando os mesmos fechados. - Carta... ouviu alguém dizer Carta?

Thais - Não.

Lais - Eu tô ficando doida. - A mesma passou suas mãos no rosto. - Eu não quero abrir meus olhos, tenho medo de abrí-los e só ver escuridão.

Thais - Lais... - Segurei sua mão. - Não tenho palavras pra te reconfortar agora...

Parei de falar quando senti Yngrid segurando a minha mão; abriu seus olhos e sorriu para mim deixando uma lágrima cair. Seu olhar era uma despedida... parecia uma.

Thais - Para de me olhar assim, Yngrid... eu não quero mais que me olhe assim, isso me assusta.

Yngrid - Desculpa...

Lais - M-meninas... - Nos chamou com sua voz preenchida de pânico.

A olho e a vejo com seus olhos abertos, agora cheios de lágrimas.

Lais - Eu... eu não...

Thais - Não fala... - Digo, começando a chorar junto com ela.

Me sento na cama, pondo sua cabeça na minha coxa e a abraço, Yngrid faz o mesmo que eu: a abraçou com força e chorando.

Thais - Não vou te deixar sozinha, mesmo passando por tudo isso... Coff Coff.

Ficamos assim, até conseguir nos acalmar e pararmos de chorar.

Agora mais calmas, pegamos no sono, dormindo como ficamos, abraçadas. Acordamos logo cedo de manhã, com sua mãe entrando no quarto ficando surpresa pelo modo que estávamos.

Yura - Bom dia... Dormiram bem?

Thais - Aaah... minha coluna. - Me movimento na cama, sentindo a dor na mesma e nos meus músculos.

Yura - Não deveria dormir assim, sabe de suas dores musculares.

Thais - Sei, Senhora, mas na hora nem liguei. - A respondi, me sentando na cama e sentindo as dores.

Lais - Mãe... - A chamou com sua voz baixa.

Yura - Oi.

Lais - Pode preparar meu café, literalmente um Café.

Yura - E para as duas?

Yngrid - Leite... com toddy.

Yura - Toddy? Acho que tem.

Thais - Um Café com leite.

Yura - Não querem pão?

Nós três negamos.

Yura - Certo, já volto.

Ela saiu e nos continuamos no mesmo lugar, num silêncio melancólico, até que Namjoon entra no quarto junto do Taehyung.

Tae - Como estão?

Thais - Ainda pergunta?

Tae - Pergunta idiota.

Namjoon - Deveria ter procurando as bandagens para dor muscular.

Thais - Esqueci em casa, foi mal.

Namjoon - Lais, deve fazer isso diariamente.

Lais - Fazer o quê?

Namjoon - Isso. - Mostrou sua lanterna pequena em mãos, colocando na frente dos olhos dela. - Siga a lanterna.

Thais - Namjoon, para.

Namjoon - Eu tenho que fazer isso para ter certeza que enxerga... ou você não...

Lais - Podemos não falar disso... - Sussurrou, trêmula.

Tae - Como você quer que não falemos disso?

Lais - Eu não quero! Pelo menos não na minha frente, só... não tenta.

Namjoon - Não vê nada, nada mesmo?

Lais - Não. Agora para, minha mãe já vai vir com o meu Café, não quero que ela saiba assim.

Tae - Uma hora ou outra, eles vão saber.

Lais - Pode saber, mas vai ser por mim. - Disse, limpando o rosto.

Namjoon - Lais, temos que conversar depois.

Lais - Se for sobre isso, não quero. Agora podem sair.

Tae - Mas... Lais...

Namjoon - Vem, Tae. - O mesmo o puxou para fora do quarto.

Lais - Eu tô com medo. - Disse, chorando.

Thais - Para de chorar, por favor. - Peguei na sua mão. - Vamos ajudar você, e nada do que disser vai mudar minha decisão.

Yngrid - Não... não gosto disso. - Diz em voz baixa, deitada. - Parem de chorar.

Lais - Chorar faz bem, então eu vou chorar, Yngrid, até não poder mais...

Thais - Sua mãe vai subir, agora é melhor parar de chorar.

Lais - Eu quero contar. - A mesma apertou minha mão. - Quero vocês aqui.

Yura - Pronto. - Abriu a porta, segurando uma bandeja. - Fui rápida, eu sei.

Lais - Omma. - A chamou num tom baixo e trêmulo.

Yura - Filha, por que chora? Não gosto quando fica assim. - Pois a bandeja na cômoda e se sentou ao lado dela. - O que foi, filha? Está me assustando.

Thais - Eu acho que não devo ficar aqui.

Yura - Meninas..

Thais - Nós vamos sair... deixar vocês sozinhas. - Solto a mão da Lais e vou para o outro lado. - Yngrid, pode levantar?

Yngrid - Minha cabeça dói.

Thais - Vem, te ajudo. - Dou a volta na cama para chegar até seu lado, a ajudando se a levantar: segurando no seu corpo mesmo com o meu se trincando de dor, a levei a porta. - Vamos ir lá em baixo.

Abro a porta e saímos, antes de continuar, olho para a porta do Taehyung e penso na Yngrid.

Thais - Seria melhor te deixar numa cama, mal se aguenta em pé. - Digo, abrindo a porta dele. - Mas estou na mesma condição que você.

A ponho na cama calmamente e a cubro.

Yngrid - Vocês... vão ficar bem? - Perguntou, receosa.

Thais - Vamos sim... - Seguro sua mão para a tranquilizar. - Descansa, mesmo que nós tenhamos acordado praticamente agora, melhor voltar a dormir.

Yngrid - Minha cabeça dói.

Thais - Vai dormir, por favor.

A mesma assente e fecha os olhos, apertando minha mão forte que aos poucos foi se afrouxando.

Thais - Tenho que sair. Já volto.

Saio do quarto e vou até a sala, onde eles me olharam surpresos. Procuro com o olhar pelo pai dela mas não o encontro.

Thais - Meninos, onde está o pai do... Tae? - Olho para eles que estava com cara de cansados.

Hoseok - Subiu junto dele. O que aconteceu lá em cima? Estava chorando?

Thais - Não sou eu quem devo contar. - Me apoio na parede, colocando minhas mãos nos joelhos, respirando pesadamente.

Namjoon - Vem, se senta.

Veio até mim me ajudando a caminhar e a pôr sentada no sofá.

Namjoon - Está cheia de dores e ainda fica em pé. E a Yngrid?

Thais - No quarto do Tae... tínhamos que sair para deixar elas sozinhas.

Namjoon - Ela vai contar?

Jin - Contar o quê?

Tento ao máximo não os encarar, por saber que iria dessabar se o fizer.

Jin - Thais...?

Thais - Eu já disse que não cabe a mim dizer.

Minhyuk - Todos já podem ir embora, menos as meninas.

Jungkook - Como?

Minhyuk - Eu não entendo que sempre que acontecem algo com elas, vocês estão perto. Então agora devo tomar medidas fortes! - Dizia enquanto descia.

Jin - O que está dizendo, Senhor Kim?

Minhyuk - Não quero mais vocês perto da minha filha.

Jimin - O quê?! - Exclamou, acordando. - Perdi alguma coisa?

Minhyuk - Perdeu, o caminho de casa. Saíam.

Thais - S-Senhor, está confundindo as coisas.

Minhyuk - Não, não estou. Todos nós desconfiamos de vocês sete, lamento sentir isso do meu filho, mas é a verdade. Isso é muito suspeito.

Lais - Appa... - O chamou, aparecendo no alto da escada. - para com isso?

Minhyuk - Não deve sair do seu quarto, mocinha.

Lais - Não...! - Parou na ponta do último degrau. - O fato de estar acontecendo isso com a gente, não tem nada haver com os meninos, então não os culpe!

Minhyuk - Sei que mente.

Lais - Mentir...? Se isso fosse culpa deles eu mesma iria fazer justiça com as minhas mãos, vai por mim, eu faria! Mas, não é, então não os culpe! Não culpe os meus amigos que estão do meu lado me ajudando, nem ao seu próprio filho! Mas se quiser culpar alguém, me culpe por estar cega...! Meninos, devem ir, depois a-a gente se fala, tá.

Thais - Vão.

Em instantes, no silêncio incomodo, os mesmos se dirigiam até a porta sem dizer nenhuma palavra.

Minhyuk - Por que está assim, Filha?

Lais - Não sei... talvez carma, vai saber. Mas eu não vou acabar minha vida por isso, vou encontrar outra coisa para fazer, mas ainda quero frequentar a Universidade.

Minhyuk - Mas...

Lais - Não vou viver num quarto a minha vida inteira! Thais, a gente precisa ficar com a Yngrid...

Thais - T-tá... - Me levantei e fui até as escadas, a ajudando ir até o quarto do Taehyung, onde o encontro com a Yngrid. - Oi...

Tae - Eu.. ouvi a discussão.

Lais - Quem não ia ouvir? - A ajudo se sentar.

Thais - Você vai ficar bem, tá.

Lais - Tá...

Tae - Dá um tempo para os nossos pais, todos vamos precisar, até você.

Thais Off

Lais On

Thais - Nossos pais, não precisam mandar nas nossas vidas. Não vamos desistir delas por isso, pessoas bem piores que nós fazem coisas que não fazemos.

Lais - Queria que a Yngrid estivesse aqui... sinto saudade das besteiras que ela falava e fazia.

Thais - Eu também.

Senti o carro parando e tiro meu sinto.

Thais - Duas semanas se passaram... e sabe, estou começando a me sentir melhor, tenho menos dores, menos ataques de madrugada... e as tosses sumiram.

Lais - É bom... - Sorriu por ela, demonstrando a felicidade em ouvir que estava bem.

Thais - Mas eu fico mesmo preocupada com você, porque não posso ficar junto de você o tempo todo.

Lais - Eu posso me cuidar. - Levanto minha mão que segurava a bengala. - Eu tenho isso. Até que é divertido bater nos pés das pessoas.

Rimos com meu comentário.

Thais - Só você para me fazer rir numa situação dessas.

Lais - Eu sei, devo tirar uma com isso, não?

Thais - Só você.

Ouço a porta do carro abrir, indicando que ela saiu, após pus a mão ao lado para procurar a trava do carro.

Thais - Não precisa fazer isso, eu faço.

Lais - Eu devo fazer, aprender a fazer as coisas sozinha. - Me apoio no assento para me levantar e sair do carro.

Thais - Nisso podemos discutir... mas é...

Lais - Que foi?

Por dentro, me dói em perguntar isso à ela. Perguntar para saber...

Lais - Um alien?

Thais - É quase, Yngrid tá vindo sozinha!

Lais - Cadê ela que eu vou fazer purê de Yngrid!! - Levanto minha mão com a bengala.

Yngrid - Não me olha assim, Thais.

Thais - Eu te olho sim, sua Puta! Como pode vir até aqui sozinha?! Sabe como está, seu corpo não se aguenta muito em pê.

Yngrid - Eu? Mas eu estou me sentindo melhor, podem ver!!

Lais - Me fale o motivo de estar presente nesse ressinto, você tem três segundos.

Yngrid - QUEROESTUDAR! Ai... - Respondeu rápido que mal entendi direito.

Thais - Como nós duas?

Yngrid - Vocês podem vir e porquê eu não posso?

Thais - Sabe da sua situação.

Yngrid - Mas quero continuar vindo. Se ficar em casa vou ficar mais mal, é como ficar presa.

Lais - Então é assim que se sente?

Yngrid - Sim... quero ficar com vocês!

Sinto seus braços me rodearem.

Yngrid - E te ajudar!

Lais - Me ajudar?

Yngrid - Sim, não é só a Thais que pode, eu posso também. Vim sozinha.

Thais - Então porquê eu estou vendo um carro muito parecido com o da Layne bem ali?

Yngrid - Aaah...

Lais - Yngrid...?

Yngrid - Eu meio que posso ter me encontrado com ela, para dar isso!

Lais - Não posso veeeeeer!

Thais - São caixinhas.

Yngrid - Ela disse que queria entregá-los pessoalmente, mas tá ocupada com os preparativos da festa.

Lais - Ela tava no carro?

Yngrid - Não, era o Adam... acho que devemos entrar. Vou guardar pra nós vermos depois.

Thais - Está bem.

Ela segurou no meu ombro para me guiar no caminho até a entrada, até sentir as pontas da grama passarem nos meus tornozelos. Já estava no campos.

Yngrid - Senti falta desse lugar!!

Thais - Menina, para de pular.

Yngrid - Eu sei, mas gosto de pular.

Lais - Não devia, sabe que não pode, teimosa.

Yngrid - NhêNhê.

Lais - Essa vaca deu língua pra mim?

Yngrid - Me chamou de quê?! Marré só!

Começamos a rir das situações, sentindo um pouco do ar tenso se desvaindo aos poucos.

Yngrid - Os meninos tão ali... com a Melissa... - Sua voz soou mais fina.

Thais - Não gosta dela?

Yngrid - Ô... never.

Lais - Não é a única.

Thais - Vamos até eles ou vamos entrar.

Lais - Quero ficar um pouco aqui fora, vai fazer bem um ar fresco.

Yngrid - KOOOOKIIIIEEEE!!!! - Gritou, fazendo meus tímpanos explodirem.

Lais - Como dói. - Levo minha mão desocupada para a orelha.

Thais - Meu tímpano.

Jungkook - QUIIII ÉÉÉÉ!!

Yoongi - Devia deixar essa bengala aberta, Lais!!

Lais - Pra mim tacar ela na sua cara? - Forço ela para baixo, fazendo ela se abrir. - Tô pronta, só vir.

Yoongi - Precisa disso pra andar.

Lais - Tenho Thais e Yngrid do meu lado. - Me sentei do lado dele. - Posso confiar nelas.

Thais - É isso aí..! Ai... não posso levantar meus braços.

Yngrid - Thais, já disse que fica a cara daquela garota do... qual é o nome do filme? Tem estrelas no nome.

Thais - A Culpa é das Estrelas?

Yngrid - Isso.

Thais - Só o que tenho de parecido com ela, é esse Cateter no meu rosto.

Yngrid - E está com com Christian!

Thais - Hmm... isso não sei. Ele tem esfriado um pouco e se afasto de nós, não?

Lais - Totalmente.

Jin - Esquece ele. Se ele não fica do lado de vocês quando mais precisam, não é um amigo que podem confiar.

Lais - Ele sabe de nós, e o fato dele ter medo piora mais as coisas.

Jimin - Ele está lá dentro, entrou cedo.

Thais - Não estou legal pra ver ele.

Jungkook - Não gosta mais dele?

Thais - De doer o queixo.

Yoongi - Ela não disse isso?

Tae - Sim, ela disse.

Thais - Mas não demonstra o que queria que ele demonstrasse pra mim.

Hoseok - Eu nunca vou entender a cabeça de uma mulher.

Lais - Nem eu.

Namjoon - Você é uma mulher.

Lais - Nem eu mesma me entendo pra entender as outras, oshi! - Paro de falar quando ouvi o sinal. - Eu vou para a sala de costura.

Tae - Lais... se você se machucar.

Lais - Taehyung, eu disse que estou exercendo algo para me ajudar.

Thais - E esse algo ela não nos conta.

Lais - Vão saber, se eu contar! - Digo rindo.

Yoongi - Jimin!

Jimin - Não grita do meu ouvido, porra!

Yoongi - Abra bem seus olhos!

Lais - Que nem a anciã quando ela mostra ao Strang o espaço, tempo, mundos paralelos. Só falta pôr o polegar na testa e dizer: " Open Your eyes ".

Jungkook - Por falar nisso, temos que assistir o novo filme do Homem Aranha: De volta ao lar...! Ah! Desculpa, Lais!

Lais - Por que desculpa? Só por eu não consegui ver?

Jungkook - Filmes... então.

Lais - Tudo bem... posso lidar com isso, ainda ouço, não é o fim do mundo.

Thais - Isso guerreira!

Yngrid - CAROOOOOOOOOOOOOL!!!

Hoseok - Eu acho que perdi a audição de um ouvido.

Namjoon me deixou na sala de costura, por ficar no caminho da sua sala. Ao chegar lá, sabia que estava sozinha por isso podia deixar descer uma lágrima do meu rosto e me encostar na parede para chorar, deslizando sobre ela até o chão e pôr minhas mãos no rosto.

Choro bem baixo para não deixar os outros me ouvirem, isso não queria. Mas uma sensação me fez parar, e prestar atenção ao meu redor, sentindo um alguém ali comigo. Poderia ser um fantasma, espirito ou qualquer outra coisa, mas naquele momento, eu não me importava.

Tirando dos meus pensamentos, sinto duas mãos tocarem minha cabeça e beijando minha testa, seus toques me deram a percepção de ser o meu irmão.

Lais - O que faz aqui, Tae?

Tae - Acha que não ouço quando chora baixo no seu quarto?

Não digo nada, apenas seco minhas lágrimas.

Tae - Eu choro junto com você por saber que não podemos fazer nada.

Lais - Tem que ir pra sala.

Tae - Nessas semanas, não tenho confiança em te deixar sozinha.

Lais - Por que todo mundo diz isso? Eu posso me cuidar.

Tae - Sei que tem poderes, mas de que adianta tê-los se não podem te durar, nem aquele Livro te curou.

Lais - Talvez não poderia usar a magia em mim, apenas em outras pessoas... mas sinto falta de ver.

Tae - Eu tô aqui, maninha. - Põe seu braço por cima dos meus ombros para me puxar para um abraço. - Vocês três são fortes, vão superar isso.

Lais - Estou quase na metade do caminho pra isso...

Tae - Isso têm haver com aquilo que disse no campos?

Lais - Pode ser, só tenho que saber como usar.

Tae - O que é?

Lais - Percepção de coisas, pressentimentos, intuições... isso tem me acontecido nos últimos dias, se for pra ficar assim o resto da minha vida, devo saber como usar.

Tae - Isso... se tiver isso, com certeza poderá viver sem preocupações. - Beijou minha testa novamente. - Vamos fazer isso funcionar.

- Refeitório -

Jin - Bolo de chocolate.

Sinto ele se sentar ao meu lado e pôr algo na minha frente.

Jin - Peguei dois pedaços, um para mim e outro para você.

Lais - Tem... morango?

Yngrid - Ô se tem!

Tae - Está mais melhor, não?

Yngrid - Estou! Hi hi.

Melissa - Vocês estão bem?

Yngrid - Sim... como não poderíamos estar... - Respondeu, contrariada, tentando disfarsar seu incomodo.

Thais - SAÍAM DA FRENTE!!

Com seu grito, quase deixo o garfo cair e sinto um baque ao meu lado.

Thais - Ah... como dói.

Yngrid - Thais, respira. Respira! Mulher!

Hoseok - Brigou com o Christian?

Thais - O que acha? Fiquei sem ar!

Lais - Por que do motivo disso?

Thais - Só não quero... ficar perto dele! Além disso, não é nossa primeira discussão! Eu sou muito burra mesmo por acreditar nesse... INFELIZ!!

Jungkook - Eu dou um trato nele.

Escuto outro baque na mesa, também sabendo que ele se levantou.

Thais - Não precisa, Jungkook, senta aí!

Procurei o prato a minha frente e fincando o garfo no bolo macio, tirando um pedaço que logo o levo até a boca, saboriando o sabor.

Lais - Hmm...

Jin - Continue assim.

Lais - Aham.

Comendo o bolo, senti a vibração do meu celular que o tiro do meu bolço e atendo.

Lais - Alou?

Layne - Oi...

Lais - Oi, Puta, sua sumida.

Layne - Desculpa não poder tá com vocês nessas horas.

Lais - Você não precisa ficar com a gente, mas liga, né? Mas por que ligou?

Layne - É que estou escolhendo meu vestido.

Lais - E precisa me ligar?

Layne - Sei que tá assim, mas isso não tira sua criatividade.

Lais - De que adiante criatividade se não consigo ver?

Layne - Muita coisa, apenas queria que você estivesse bem pra fazer o que queria que fizesse.

Lais - E o que você queria que eu fizesse?

Layne - Uns vestidos pra mim, pagaria tudo pra você fazer... - Seu tom era tristonho. - Mas já que não pode fazer um, quero me oriente em escolher um.

Lais - Hmm. - Sorriu. - E se eu pudesse fazer um, você confiaria em mim?

Layne - Lais, que conversa é essa?

Lais - Apenas diga que sim.

Layne - Eu não te entendo, mas sim.

Lais - Valeu, eu precisava e algo para me ajudar a treinar uma coisa.

Thais - Pois saiba que eu estou do seu lado e ouvindo! Que coisa é essa?

Layne - É a Thais?

Lais - Não, é só uma miragem falante dela. Eu vou fazer essa coisa e te ligo qualquer... coisa.

Layne - Está bem... Tchau.

Desligo a ligação sentindo o olhar intendo dela vindo do meu lado.

Lais - Não me olha assim.

Thais - Como sabe que eu estou te olhando feio agora?

Lais - Intuição.

Thais - Por que você disse que está treinando algo? Eu estou desconfiada que seja pela sua situação de agora.

Lais - Layne ligou pra ajudar com o vestido.

Yoongi - Não sei para que essa frescura.

Lais - Yoongi, as mulheres se importam com o que vão vestir. Um dia. Tenho certeza! - Disse, batendo minha mão sobre a mesa. - Um dia! Você vai ter uma namorada fixa, e quando essa namorada se arrumar, meu querido, pode ter certeza que você vai ficar um tanto sem paciência esperando ela ficar se arrumada.

Yoongi - Nunca.

Thais - Voltando para a conversa.

Lais - Melhor esquecermos disso. Eu vou voltar para a sala de costura. - Me levantei.

Tae - Eu..

Jimin - EU LEVO!!

Hoseok - Que isso, Jimin! Passa por cima.

Yngrid - Ele literalmente pulou!

Lais - Sério? - Logo sinto suas mãos me segurarem na cintura.

Jimin - Pode vim.

Yoongi - Confia nele não, porque eu não confiaria.

Ouvi risadas vindas de todos.

Jimin - Vocês podem zoar com minha cara depois que eu for.

Lais - Eu também não confio muito.

Jimin - Como?! - Me soltou. - Então acha a saída sozinha.

Lais - Tá. - Fechei meus olhos e me viro, me deixando com a visão da minha mente.

Namjoon - Lais, não faça isso, eu a proíbo.

Lais - Quem é você para me proibir de algo?

Namjoon - Meninas?

Thais - Confio nela, vocês também deveriam, por mais que eu não queira!

Namjoon - Então eu vou.

Sabia que o mesmo se levantou; me viro para ele e ponho minha mão aberta na sua direção.

Lais - Sentadinho, Joon!

Yngrid - Ah...

Jimin - Menina...

Namjoon - Tá bom, me sento... prontinho.

Lais - Valeu.

Começo a andar com a mais completa convicção de que estava indo na saída, sem a ajuda da bengala fechada na minha mão. Com os passos, sinto uma brisa correr pelo lugar me dando a certeza de que estava no corredor.

Lais - SAÍ!!

Jimin - Sério? - Ouço o mesmo ao meu lado. - Você pode saber dessa coisas?

Lais - Ãnh... - Paro de andar e me virei para ele. - Sim.

Jimin - Você... você...

Lais - Eu o que...? - Perguntei, sorrindo.

Jimin - Vejo que não precisa da minha ajuda, garotinha.

Lais - Não, pelo amor de Deus, Jimin! - Seguro no seu braço o puxando para mim. - Eu ainda não sei controlar isso.

Jimin - Não faz isso comigo, garota...

Lais - Me leva, hmm? - O balancei.

Jimin - Quem sou eu pra recusar. - Pegou na minha mão para começar a me guiar pelo corredor, mas logo parou.

Melissa - Olá, para os dois.

Lais - Oi, Melissa. - A cumprimento sem jeito.

Jimin - Vou levar ela para sala e depois te encontro.

Melissa - Eu espero no campos.

Sinto um puxão no braço do Jimin e uns sons estranhos... de algo molhado.

Lais - Não me falam que estão se beijando na minha frente? - Pergunto, tentando não demonstrar nada, mas por dentro, sentia perfurarem meu coração e o deixar em trincos.

Berla - Sim, estão.

Lais - Eca! - Solto sua mão e dou um passo para o lado.

Jimin - Está bem, já chega! - O mesmo voltou a segurar meu braço. - Nos vemos depois!

Melissa - Até!

Fomos caminhando pelo corredor até chegar as escadas.

Jimin - Um passo de cada vez. - Sua mão estava segurando firme minha cintura, assim estremecendo meu corpo. - Relaxa.

Lais - Obrigada por me ajudar, mesmo todos vocês me ajudando, ainda me sinto mal. - Digo com os meus passos lentos e calmos.

Jimin - Não se sinta assim, não fico incomodado em te ajudar. Assim fico mais perto de você. - Sussurrou com sua voz rouca que fazia um estrago dentro de mim.

Lais - Para com isso, Jimin.

Jimin - É impossível.

Ao que entramos na sala, ouço a porta se fechar numa batida forte, e ele me puxar juntando nossos corpos para juntar sua boca na minha. De primeira, não queria corresponder seu beijo que sempre me desestabilizada, mas com sua insistência, acabei cedendo, com o coração batendo à mil no meu peito.

Jimin - Beijar você... - Me deu mais um selinho. - minha vontade é tanta que nunca consigo resistir à você.

Lais - Isso é bem errado, Jimin. Você namora a Melissa! - Disse, batendo minhas mãos sobre seu abdômen para me afastar. - Para, por favor.

Jimin - Lais...

Lais - Menino safado... não quero fazer isso com ela! Então para.

Jimin - Se não queria, porquê correspondeu?

Lais - E-eu...

Jimin - Ainda não esqueci a conversa que tivemos no dia do evento... não posso deixar de pensar em você, mesmo namorando com outra. É errado, sim, é, e muito, mas se terminasse com ela... Eu teria você só pra mim.

Lais - Nem pense em fazer isso... Ela gosta de você, percebia isso quando ela te olhava.

Jimin - Também percebia quando olhava pra mim.

Lais - Olhava... agora não olho mais. Então eu peço que pare, Jimin, não quero ser a outra, a amiga traíra. - Dei as costas para ele e indo na direção da máquina de costura. - É melhor sair, ela tá te esperando.

Jimin - Se não me olha, eu te olho. Se não me quer, eu te quero...  - Ouço o mesmo abrir a porta. - Mesmo que seja errado.

Então fechou a porta me deixando respirar mais calmamente.

Lais - Você é um idiota, cabra safado! - Bati minha testa na mesa, ainda resmungando. - Burra.

Lais Off

Thais On

Thais - Não precisa ficar assim por mim, Yngrid.

Yngrid - Eu fico. - Levou suas mãos até meu rosto, apertando as minhas. - Você tá triste!

Carol - É tão bom ter vocês bem... quero dizer... Bem! - Dizia, pegando um livro na estante.

Thais - Que sorte. - Respondo, pegando um Livro.

Yngrid - Fico mal com isso.

Carol - Não estão sozinha... Tá.

A encarei e sorri.

Carol - Você ficaram do meu lado quando precisei, e agora, sou eu que estou ficando. Agora vamos estudar! Tem um testa à caminho para nós três daqui uma hora. E cadê a Lais? - Olhou em volta.

Yngrid - Vai por mim, ela pode estar executando um plano maligno para acabar com todos.

Thais - Meninas, não for agora vamos ter menos tempo para escudar. Aproveita que o Balvin está ali e se senta com ele. Pode pedir ajuda caso precisar, está estudar a mesma matéria que você.

Yngrid - Tá. Até, Thata. - Acenou, com um bico trisco, se virou para nós e foi andando calmamente até a mesa.

Thais - Fica bem, Yngrid.

Carol - E você, como está?

Thais - Bom... - Volto com a atenção para ela. - não tão bem quanto queria. A situação da Lais é o que mais me preocupa, mas está lidando com a situação tão bem.

Carol - Com vocês do lado, quem não estaria.

Fábio - Carol, eu preciso de você para uma revisão... - Disse ao aparecer no correr com uma pasta lotada de folhas em mãos. - Eu estou todo embolado.

Carol - Até agora, eu não sei como Lais dava conta disso tudo. - Deixou um livro na prateleira e foi até ele. - Sorte para seu teste, Thata!

Thais - Você também! - Encaro suas costas enquanto vão embora, depois continuou a procurar o Livro. Instantes se passaram até sentir um alguém atrás de mim que me faz parar na hora. - Christian?

Christian - Ainda não entendi o motivo da nossa discussão?

Thais - Quer uma lista? - Retruco, passando meus dedos pelas capaz dos livros enfileirados. - Se quiser eu faço uma, e deixo as meninas fazerem os delas.

Christian - Pequena. - O mesmo toca na minha cabeça, e com dificuldade, levo minha mão até a sua e a tiro do lugar.

Passo por ele para continuar a andar.

Christian - Vai mesmo continuar a me tratar desta forma?

Thais - De que forma devo tratar? - Me viro para ele, o encarando, séria. - Christian, eu não queria discutir com você por me lembrar o que aconteceu na última vez... mas você... nossa... é bem mais diferente do que eu pensava!

Christian - Não sou... sabe disso.

Thais - Eu sei? Sei mesmo...? - Pergunto em dúvida, fixando meu olhar sobre o seu que parecia estar mais confuso do que eu. - Você disse tudo aquilo pra mim... e depois de semanas, praticamente, você se torna frio, grosso, e se afasta! Agora, desconfio demais que você só disse aquilo pra mim pela minha fragilidade! E foi por isso, nossa, Christian! Eu nunca mais vou querer olhar na sua cara!

Christian - Eu não menti quando disse aquilo à você.

Mesmo eu me negando, eu enxergava um pouco de verdade em seus olhos.

Thais - Pode ser que sim, pode ser que não... Eu nem sei se você sente algo por mim ou é... eu sei lá o que você sente! - Desvio meu olhar dos seus olhos para os livros que nos rodeavam. - Nem sei porquê ainda estamos discutindo isso.

Christian - Porque você quer. E eu não sei o que fazer...

Volto a encará-lo, ficando ainda mais irada, transmitindo ela através do meu olhar que o estremeceu.

Thais - Você sabe o que tem que fazer... sabe muito bem o que precisa fazer.

Christian - Quer mesmo continuar essa conversa?

Thais - Quero o meu Christian de volta, aquele que se abria pra mim, que conversava abertamente sobre tudo, o que era sábio, sem me olhar tão friamente como agora. Que era meu amigo... - Desabafei, controlando a minha respiração e meu batimento cardíaco. - Mas hoje... o agora, eu não vou mais me cobrar ou te cobrar por algo que... nunca vai acontecer. Não vou chorar, a minha cota de choro já se limitou! E se você ainda quiser alguma amizade comigo ou com as meninas, você é bem vindo... mas... entre mim e você... esquece.

Christian - Não... - Negou, incessantemente, me olhando com desespero, começando a dar passos na minha direção. - Não me deixa.

Começo a dar passos para trás, procurando me afastar dele por receio pela sua reação: ele para, continuando a me olhar num olhar desconhecido por mim.

Christian - Eu não sei o que eu faço, Thais...

Thais - Pense... Pensar é bom às vezes.

Christian - O que eu...

Thais - Eu preciso ir... Tenho que estudar para o teste e terminar minha apresentação, e você também precisa terminar. - Dou as costas para ele e caminho pelo corredor, num misto de receio que o mesmo colocou dentro de mim por ver como reagiu.

Thais Off

Yngrid On

Yngrid - Isso é chato! - Digo, apoiando minha cabeça na minha mão e olho para ele.

Balvin - Eu sei, mas devemos nos concentrar para nossa apresentação, diferente dos outros, nós vamos ter que apresentar. - Levantou seu olhar para mim. - Com você doente, não devia estar estudando mas se tratando.

Yngrid - Eu estou melhor, não vê?! - Levanto minhas mãos e as balanço, com ele ainda me olhando num tédio.

Balvin - Sinceramente... não.

Abaixo minhas mãos, desanimada.

Balvin - Disse de manhã que sua cabeça dói, e agora?

Yngrid - Ainda dói.

Balvin - Então... hoje temos um teste e apresentação e se quiser passar, tem que estudar. Acaso queira continuar estudando...

Yngrid - Eu vou ficar bem... tô melhorando aos poucos.

Balvin - Não tem convicção na sua voz.

Yngrid - Eu vou melhorar, Caralho! - Grito, me levantando da cadeira, mas logo sentei pela tontura brusca que senti.

Balvin - Viu? Por isso. - Pois sua mão no meu ombro. - A professora disse que pode te dar mais tempo se não se sentir bem.

Yngrid - Balvin, não vou parar de estudar por isso.

Balvin - Me preocupo com você.

Yngrid - Eu vejo... - Olho para frente vendo Christian saindo da biblioteca, apressado e agitado. - Mas tem outra pessoa que eu queria que também se preocupasse...

Balvin - Quem?

Yngrid - Agora... ninguém de grande importância. - Peguei o Livro e o bato na mesa. - Vamos continuar.

Balvin - Como quiser, mas não se esforce muito.

Yngrid - Agora se preocupe com seu livro e eu no meu.

{ Quebra de tempo }

Aguardei do lado de fora da sala pela minha nota, já que todos estavam saindo da sala com as provas na mão.

Yngrid - Meu Deus! - Bato minhas mãos. - Me helpa!

Leandra - Yngrid.

Yngrid - Oi?! - Saí detrás da máquina e a olhei, apreensiva.

Leandra - Entre aqui.

Yngrid - T-tá. - Andei até a porta e entrei com ela atrás de mim que fechou a porta.

Leandra - Sua nota foi uma surpresa para mim, não que você não era boa antes. Sei que dava tudo de si para esse curso, via suas dificuldades nos estudos e por isso você chamou minha atenção. Agora... - Explicou, passando por mim e indo até sua mesa, se sentou nela continuamente me olhando. - com suas condições, achava difícil você continuar seus estudos.

Yngrid - Não é só você Senhora que acha isso. - Respondo em tom baixo.

Leandra - Então deve ter orgulho, menina. - Pegou uma folha que estava em sua mesa e o estendeu para mim que logo o peguei. - Tirou 90%.

Yngrid - E-eu... tirei 90%!! - Balancei minha cabeça pela tontura repentina. - Se minha cabeça não tivesse doendo, ia pular feito uma retardada.

Leandra - Espero que tire 100% na próxima vez. 

Yngrid - Relaxa, têm mais cinco anos pela frente.

Leandra - E com a questão da sua apresentação, eu adiei ela para quando estiver recuperada... Agora deve ir, e se cuide.

Yngrid - Valeu, Leandra. - Agradeci e saí da sala com um sorriso no rosto, vendo Balvin me esperando no corredor.

Balvin - Então...? - Curioso, correu até mim e se preocupou com meu estado. - Yngrid...

Yngrid - Eu tirei 90%. - Disse mais calmamente possível.

Balvin - Uou... Parabéns.

Yngrid - Valeu pela ajudar, Balvin. - Estendi meus braços para dar um abraço nele. - Valeu por pegar no meu pé.

Balvin - De nada, Yngrid.

Yngrid - Agora... - Desfiz o abraço e me afasto. - tenho que mostrar isso para as meninas! Só não sei se devo atrapalhar a Thais, ela também tem apresentação hoje.

Balvin - Todos tem.

Yngrid - A Lais deve estar na sala de costura. Até, Balvin - Dou um beijo na sua bochecha e passo por ele quase correndo.

Balvin - Não deve correr!

Yngrid - Eu sei!

Tener - Oi, amiga! - Passou por mim com uns amigos, mas parou e me abraçou. - Você tá melhor.

Yngrid - Menino, a gente conversou na biblioteca.

Tener - Eu sei. - Soltou do abraço e me olhou, preocupado. - Certeza?

Yngrid - Claro.

Belinda - Oi, Yngrid.

Yngrid - E ai, Belinda! Por acaso você sabe onde a Lais está?

Belinda - Na sala de costuras. Tener, nós temos que ir.

Tener - Garota, se cuida.

Yngrid - Você também.

Vejo ele saindo com seus amigos e me viro para as escadas. Paro em frente à ela, para subir calmamente.

Yngrid - Quando estiver melhor, a academia me espere.

Subo as escadas para chegar no corredor, onde levava para a sala de costura.

Yngrid - Onde é...? - Digo para mim mesma olhando para dentro das salas onde estavam com as portas abertas. Passo por uma e vejo Lais costurando. Franzi e caminho lentamente para dentro da sala para confirmar isso. - JESUS!

Lais - AI!

Nós duas quase pulamos de susto, quase fazendo ela derrubar a máquina de costura.

Lais - Yngrid, não faça mais isso! Ai... - Pois seus mãos na cabeça.

Yngrid - É que... - Aponto para ela. - v-vocêêêêê, tá costuRANdo!

Lais - É... estou.

Yngrid - Pode se levantar daí, menina teimosa!

Lais - Não posso parar. Tenho que mostrar isso pro Fabio depois pra Layne.

Yngrid - Você tá fazendo esse vestido? - Pergunto, olhando para o vestido que estava ao lado dela num manequim. - Aquele vestido?

Lais - Tá incompleto, só tenho que terminar esses retoques.

Yngrid - Mas isso tá lindo... com esse vermelho... - Me sentei numa mesa ao lado. - Como fez isso... sem.. sabe?

Lais - Percepções... eu acho que vejo ao redor, mas não com meus olhos.

Yngrid - Explica na minha língua?

Lais - Eu me guio pela intuição. Quando algo está prestes a acontecer: me machucar por exemplo. Eu paro na mesma hora, é como uma trava no meu corpo que me faz parar. É isso.

Yngrid - Isso é bom, eu acho, pode se virar sozinha com essas coisas... você não precisa parar de cursar.

Lais - Mas meus pais acham que sim. Fabio também acha. Vocês também!

Yngrid - Depois disso, não acho mais.

Lais - Agora tenho que terminar. E por que veio?

Yngrid - Tirei 90%! Só queria contar pra vocês. - Contei, alegre, deixando o teste em cima da mesa.

Lais - Fico feliz por você. Ainda vou pegar a minha nota com o Fábio quando terminar aqui.

Yngrid - Queria que pudesse ver. - Estendo meu braço para a colocar por cima dos ombros dela e a puxar para dar um abraço que foi retribuído. - Espero que não aconteça um acidente, minha filha.

Lais - Até.

Yngrid - Mas...

Lais - Pode saindo, Yngrid, posso me cuidar. - Saiu do meu abraço para voltar a costurar. - Quando bater o sinal, eu já vou ter acabado. Se cuida.

Yngrid - Aff. Cuidado, viu!

Lais - Você também.

Saí da sala com sensação de tristeza em mim. Caminhava pelos corredor, sentindo cada fez meu corpo amolecendo por todo o esforço que estava colocando em mim, e fui para o chão sentindo minha cabeça pulsar de dor, procurando um jeito de fazer essa dor parar.

Christian - Yngrid...

Yngrid - Chris... - Tento olhar para ele, mas minha cabeça estava doendo demais que nem consegui levantá-la.

Christian - Ainda com suas dores. - Se abaixou para ficar na minha frente, colocando sua mão sobre minha cabeça. - Não vou poder te perguntar o que quero.

Yngrid - Aham. - Ainda com os olhos fechos, pus minhas mãos na cabeça.

Christian - Respira, bem calmamente. Levanta sua cabeça, assim vai passar mais depressa. - Pegou minha cabeça entre suas mãos e a levantou com cuidado e a encostou na parede.

Yngrid - O que quer perguntar? - Pergunto, com os olhos fechados.

Christian - Esquece...

Yngrid - Pode começar a falar, Christian... - Abro meus olhos e encaro se sentando do meu lado, meio estático. - Comece, menino.

Christian - Acha que mudei?

Yngrid - Ainda pergunta?

Christian - Por quê? Eu sei que me afastei, mas...

Yngrid - E porquê desse afastamento? E nem pense em colocar a culpa no seu trabalho.

Christian - Ah... Não é culpa do trabalho, mas tem coisas que... me confundem demais. - Passou suas mãos no seu rosto, perdido. - Nem mesmo me dou conta das coisas que eu faço.

Yngrid - Por que eu acho que tá sendo sincero? Porque... a Thais sempre teve um bom lado de rastrear mentiras, e eu nunca duvidei dela... mesmo se for você, cara.

Christian - É a pura verdade quando eu falo que estou perdido... como agora... Estou com tanto ódio de mim mesmo. - Virou seu olhar para mim, me deixando ver seus olhos ficando vermelhos pelas lágrimas que começavam a se formar. - Eu só... não sei. Eu juro que tento...

Yngrid - Quer um concelho, Chris... - Me apoiei na parede para me virar mais pra ele.

Christian - Quero.

Yngrid - Pensa em tudo que viveu... até o dia que nos conheceu na praia... na sua venda. E pensa... pensa muuuuito, mar muuuuito. E quando você descobrir o que é que está fazendo você se sentir tão perdido, dá um jeito pra acabar com isso.

Christian - Esse é o problema... Eu não consigo.

Yngrid - Mentiras, Chris... Esse momento pra nós três é delicado demais, não queremos confusões, por mais que eu goste de tretas mas... - Suspiro e toco seu braço. - Você que escolhe, não somos nós.

Christian - Ainda quer que eu seja seu amigo? - Perguntou, deixando uma lágrima cair.

Yngrid - Quero... muito, seu filho da puta! Só não continua frio, nem se afaste ou soma, a gente também sente sua falta. Agora eu tenho que ir, ver se a Thais tá bem. Adiós.

Christian - Claro.

Ele me ajudou a levantar e me deixou ir, sem dizer mais nada. Posso dizer que agora não sinto mais um peso sobre essa questão... mas ainda continuava uma dúvida. Ele estava dizendo a verdade?

Yngrid Off

Lais On

Havia acabado de terminar o vestido e o pôr sobre manequim já pronto, mas por dentro triste por não poder vê-lo, mas ainda sim, havia uma certa felicidade por ainda conseguir fazê-lo sem dificuldade.

Lais - A Layne vai adorar.

Voz - A carta.

Fechei os meus olhos, confusa e assustada, já não era a primeira vez que ouvia essa voz para procurar essa carta.

Lais - O quê...? - Perguntei para mim mesma antes de ouvir alguém abrir a porta. - Quem...?

Christian - Eu... 

Lais - Christian...? - Andei de volta para a cadeira e me sentei. - O que faz aqui? Nessa hora você sai mais cedo ou fica sozinho... e qualquer lugar, menos comigo ou com as outras.

Christian - Não fala assim comigo... por favor. Já é duro ouvir as palavras das outras que me dão tantos conselhos.

Lais - Então, já teve uma conversa com as outras...? Parabéns, de amigos vamos para animigos.

Christian - Lais.

Lais - O que quer aqui também, ver a desgraça acontecendo com essa pessoa? - Aponto para mim mesma.

Christian - Não... como pode achar isso de mim?

Lais - Suas atitudes, suas ações, algumas das suas palavras com as de Thais. Mesmo ela não dizendo eu sei que está magoa. Quando encontrei você pela primeira vez, tinha uma plena convicção que seria um cara legal, que vocês iriam dar certo, mas agora... - Ajeito os tecido em cima da mesa - impressões podem parecer falsas.

Christian - Gosto dela, gosto de vocês... 

Lais - Eu entendo que acontecem coisas na vida que nos deixam querer nos afastar das outras pessoas... e no seu caso, pode ser pelo simples fato de sermos... você sabe. Mas agora, não acho que seja por isso. - Suspiro e levanto meu rosto para cima, tentando diminuir a dor que sentia na região ao redor dos meus olhos. - Eu sei que passou por coisas na vida, Christian, mas se uma vez você contou isso pra Thais... e depois pra gente, confiou em nós. E agora? Confia ou não?

Christian - E-eu... confio... muito. Fizeram tanto por mim.

Lais - Por isso que não entendo seu comportamento. - Fico em silêncio apenas pensativa, mas logo um pensamento me vem à mente. - Ou... pode ter outra, como há tempos atrás Thais te viu com uma garota.

Christian - Ela é apenas uma amiga do trabalho...

Sua voz falhou.

Lais - Sai daqui, Christian! Não tenho paciência para mais uma de suas mentiras.

Ficamos, mais uma vez, rodeados por um silêncio, que não me incomodava mas creio à ele sim.

Christian - Não é exatamente um problema... 

Paro de fazer o que fazia para prestar atenção nos seus pensamentos altos.

Christian - Só não compreendo os meus comportamentos em ambos os lados.

Lais - Christian, eu ainda estou aqui, sabe...

Voz - A carta...

Lais - Hmm... - Pus minha mão sobre a testa, a balançando.

Christian - O que foi?

Lais - Só um zumbido... de novo.

Fomos interrompidos pelo sinal que tocou.

Lais - Eu preciso entregar isso pra Layne. - Me levantei pensando do que fazer. - Uma caixa... uma caixa.

Christian - Posso pegar para você, ali em cima tem.

Lais - Eu agradecia... mas...

Voz - A CARTA!!!

Com o susto, tremi todo o meu corpo após ouvindo coisas caindo ao meu redor.

Lais - Que carta? - Pergunto a essa voz. - Ei...

Christian - Com quem está falando?

Lais - Você não iria entender.

Thais - Lais! Nós vamos sair! - Ouvi sua voz gritando ao entrar na sala, mas logo parou. - Christian...?

Yngrid - Ainda tá aqui?

Christian - Bom... sim. Aqui a caixa, caiu no chão. - O mesmo levantou minha mão, colocando a caixa por ali. - Depois quero conversar com você com mais calma.

Lais - Para quê?

Christian - Vai ver. Só diz que aceita.

Lais - Tá... aceito.

Suas mãos me soltaram, e, possivelmente, para ir embora.

Thais - O que ele fazia aqui?

Lais - Desabafar... eu acho. - Abro a caixa e a deixo em cima da mesa, depois viro para o manequim.

Thais - Que vestido lindo...

Yngrid - Lais quem fez?

Thais - Você...?! Como?

Yngrid - Era aquilo que ia falar, mas num deu, você viu o Christian primeiro.

Lais - Ele tá no chão? - Pergunto por não sentir o manequim no lugar que estava.

Thais - Já levantei.

Lais - Valeu. - O sinto entre minhas mãos e me agilizo para para tirar a roupa. - Vou guardar isso rápido até...

Yngrid - Lais...

Lais - Oi. - Andei de volta para a mesa dobrando o vestido.

Yngrid - Sua bolça é viva?

Thais - Como ela pode ser viva?

Yngrid - Por que tô vendo ela se mexendo.

Lais - Como? - Paro de me movimentar.

Thais - Pode ser uma coisa que começa com a letra L.

Yngrid - Não fala que ele vai ficar voando de novo.

Lais - Isso de novo não. - Sigo caminhando apalpando minhas mãos sobre a mesa, dando passos lentos para frente. No alcance do meu pé, bati em algo que era minha bolça na qual deixei no chão e me abaixei. Passei minhas mãos sobre ela procurando o zíper, quando encontro, abro e o Livro saltou para fora. - Onde vai agora?

Ouço um estrondo forte vir a minha frente e me afasto, dando nos braços da Yngrid.

Yngrid - Te peguei.

Lais - Brigada.

Thais - Ele tá tentando sair.

Lais - Pra onde quer ir agora? 

Yngrid - Como se o Livro falasse pra você... AAH!!

Mais um estrondo, agora vindo do nosso lado que o mesmo fez um vento, fazendo as mesas se mexerem.

Lais - Não me falam que é o Livro?

Yngrid - Não é o Livro!

Thais - É o Livro!

Yngrid - Ela disse pra não disser que é o Livro!

Me viro para a mesa e estendo minha mão para frente sentindo a folha do Livro logo abaixo.

Voz - Carta...

Lais - Hmm... {- Portal para o passado, necessita... -}; - Na minha mente, surgiu a sua imagem de uma janela circular: dentro dela pude ver  as imagens sendo passadas. - {- Despertar Do Espelho... -}.

Thais - Lais?

Ainda com os olhos fechados, ouvia as tais vozes que vinham diretamente do Livro, me falando o que deveria fazer para fazer aquele feitiço.

Thais - Lais?

Lais - Devo tentar...

Yngrid - É o que você quer ver?

Lais - Uma Carta... ouço uma voz para saber de uma Carta, mas não sei que Carta é essa. Pode ser do Christian que escreveu pra Luna quando desapareceu... não sei.

Thais - E isso que você quer ver? Mas como?

Lais - Não sei. - Ponho minha mão sobre o Livro.

Quase todos os feitiços que aqui contém, possuem um elo com a Lua. -

Thais - Sabe a última vez que mexemos com Magia desse Livro.

Lais - O que mais pode acontecer? Já perdi minha visão.

Thais - Nós sofremos danos severos causados pela Lua, e usar a magia dela...

Lais - Antes queria usá-la para se curar.

Yngrid - É, e olha o que isso custou? - Sinto suas mãos passarem nos meus ombros. - Não faz isso, pode te machucar ainda mais.

Lais - Não ficar sem fazer o que quero com medo de me machucar, tenho que ver o que essa voz quer. - Puxei o Livro. - Vou continuar.

Thais - Eu me arrependi de pedir aquilo pra você. Se quiser faça, mas não quero participar. - Fecho os meus olhos ouvindo a porta abrir.

Yngrid - Lais... sabe que não queremos que se machuque.

Lais - Eu sei, mas não vou, acredita. Vai ficar com ela.

Yngrid - É que... vocês duas...

Lais - Vai com ela, depois encontro as duas.

Yngrid - Tá... - Soltou meus ombro para sair. - Tô de olho em você, mesmo estando longe!

Lais - Agora sou só eu e você. - Digo para o Livro. - Me mostra.

(Continua...)


Notas Finais


Obrigada por lerem.


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