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História Quase opostos - Odeio, mas nem tanto


Escrita por: Isfanficslove

Capítulo 8 - Odeio, mas nem tanto



Aliice*

Acordei atrasada e me arrumei correndo. Atrasada outra vez! Isso me irritava, e já não seria um dia bom. Pra não chegar atrasada resolvi ir de  bicicleta quando estava quase chegando dei de cara com Castiel.

-CASTIEL! SAI, SAI, SAI!!!

Mesmo eu gritando ele me ignorou e enfiou na frente, tentei desviar mas ele segurou no guidon me parando.

-Quer tirar suas mãos imundas daqui?

-Se você é tão perfeitinha deveria saber que é proibido entrar na escola de bike, ainda mais feito uma vadia descontrolada. 

Droga! Eu tinha esquecido completamente! Desci da bicicleta e a prendi no poste, assim que fechei o cadeado o sinal tocou e eu corri pra sala. Me sentei rápido e a professora entrou me olhando. Abaixei a cabeça, ela não parecia bem humorada, deu pra sentir.

A aula passou normal até a hora do intervalo, por que depois disso não consegui me concentrar em nada por que Castiel e Lysandre não paravam de falar. Antes se sair da sala pra ir embora disse aos dois:

-Escutem, eu só espero que façam pelo menos um pouco de silêncio nas aulas...

-E quem vai nos obrigar?

-Eu e meus punhos...

-Alice! - Nathaniel me interrompeu. 

Saí da sala e o acompanhei até o conselho.

-Eu estava resolvendo um problema.

-Tenho certeza de que dizer que vai socar outro aluno não resolveria seu problema. Já passou por sua cabeça que uma garota não devia fazer o que você faz?

-Você é machista?

-O quê? Não! Só estou dizendo. Mesmo que você seja forte ainda é uma menina, Alice.

Revirei os olhos e me sentei separando alguns papéis. Reparei em um papel sobre a competição de talentos.

-Então Nathaniel, como vai sua preparação?

Ele sorriu.

-Vai muito bem na verdade. Modéstia a parte mas você não tem chance.

Me aproximei a prendi seus papéis na mesa, nossos olhos se encontraram e eu disse:

-Veremos!

Dei as costas a Nathaniel e saí da sala sorrindo. Mesmo que ele seja bom eu preciso tentar ser melhor, ser a segunda pra sempre seria inaceitável. Virei o corredor e encontrei Kentin, ele sorriu ao me ver e disse:

-Ei. Como vai indo?

-Acho que bem, e você? Já se adaptou? Precisa de ajuda?

-Ainda estou me acostumando, só queria saber por que alguns me olham estranho...

-Ah isso é minha culpa, desculpa.

Nos sentamos na escada no fim do corredor.

-Sua culpa?

-Eu te abracei, normalmemte estão acostumados a me ver socando os garotos, ou talvez te olhem por que você é bonito ué.

Ele corou e disse dando um peteleco em minha testa:

-Você não mudou nada Alice.

-Vou levar isso como um elogio Senhor Kentin.

Devolvi o peteleco sorrindo. Faziamos aquilo quando estudavamos na outra escola. Me levantei e o puxei.

-Vou te mostrar a escola, como representante não quero que fique zanzando por aí.

-Ouvi dizer isso, você é bem severa não é 'vice-presidente'? 

O levei até o segundo andar e então ao terraço.
-Sim, eu sou. Desordem só é permitido se rolar uma briga por que aí eu quero assistir.

Ele riu e parou na grade do terraço observando o pátio.

-Daqui eles parecem tão pequenos.

Me aproximei pendurando meu corpo pra fora e disse:

-Eles não são pequenos, você que é grande.

Ele sorriu e se pendurou junto.

-Lembra que você sempre me dizia que eu sou aquilo que digo ser? E que por isso você sempre me elogiava dizendo que eu era o melhor em tudo?

-Sim, colocando assim eu parecia sua garotinha infla ego mas eu só dizia aquilo por que era verdade, você sempre foi o melhor pra mim, melhor que todos os outros.

-Então o que você é? O que você diz ser?

Nunca havia parado pra pensar em quem eu era, ou como me viam. Eu só falava o que pensava, pronto. Fiquei em silêncio tentando digerir a pergunta...

-Ei Alice!

-Hm?

-Olha aquilo! Não é um briga?

Olhei pra onde ele tinha apontado e avistei dois garotos brigando na saída, um reconheci na hora pelo cabelo de menstruação e o outro nunca tinha visto. Desci correndo as escadas pulando os degraus e corri até a rodinha. 

-EI, EI, EI! 

Empurrei os dois separando a briga. Castiel estava com os punhos machucados, e o nariz do outro garoto sangrava.

-Mas o que está acontecendo aqui?!

O garoto limpou o sangue e cuspiu, Castiel sorriu com sarcasmo disse:

-E você se importa?

-Depende, pretendo buscar a pipoca e voltar.

O garoto começou a caminhar até mim falando alto:
-Qual é mina, vai ficar tirando? Até parece! Fica achando que é fortona, te quebro num minuto!

Ele agarrou meu pulso e eu levantei a mão me preparando para revidar com um soco, quando ia dar o soco pensei e me lembrei de todos à minha volta, se eu socar o garoto vou dar um péssimo exemplo mas se eu fizer como as outras garotas delicadinhas e gritar vou parecer ridícula já que tento sempre ser severa com eles. Abaixei a mão disse:

-Então quebra. Aqui. Agora. 

Ele arregalou os olhos e ouvi todos sussurrarem, ao menos não vou passar o exemplo errado, não que enfrentar um garoto que quer te bater seja o certo. Ele soltou e eu me afastei dizendo:

-Tudo bem, agora que você desencarnou o babuíno vamos civilizadamente discutir sobre o problema. E vocês aqui podem ir pra casa; não é festa não, anda, vamos, vamos!

Dispensei todos e voltei a encarar o garoto, Castiel se aproximou dele dizendo:

-Esse babaca estava aí azarando as meninas.

Me virei pra Castiel e disse baixo:

-Peraí, você não faria isso só por que ele cantou uma garota, entāo por que?

-Cala a boca Alice! Se não vai ajudar pode ir embora.

Me virei rápido e notei os olhos do garoto.

-Você olhou pra minha bunda?

O garoto levantou as mãos em modo de rendição e disse:

-Se você mostrou eu tive que olhar! Não se vê uma garota de gênio difícil feito você todo dia, imagina na cama.

Perdi toda a calma. Agarrei a gola de sua camisa e gritei:

-QUE PORRA VOCÊ TEM NA CABEÇA?

Castiel me puxou e disse:

-Não pode querer brigar com ele, nunca sairia inteira. Viu, ele não só fica olhando, ele fala coisas ofensivas.

-Fica aqui com ele!

Corri até a diretoria e expliquei à ela, no fim ela me deixou chamar a polícia e fizemos queixa contra assédio. Naquele momento eu me senti mal por ser notada, senti insegurança. Fiquei desligada do mundo e com a cabeça a mil.

Castiel*

Depois de resolver aquilo a diretora me obrigou a acompanhar Alice até em casa, só aceitei por que somos vizinhos senão eu tinha saído correndo e ignorado a velha como sempre faço. Deu pra ver que Alice estava alterada depois do ocorrido, coçava os pulsos sem parar, não entendi se ela estava com nojo por que o garoto tinha lhe tocado ali ou se só era retardada.

-O que tem no seu pulso?

-Hm?...Ah, nada. Faço isso quando estou nervosa...

-Não vai me xingar como sempre faz quando pergunto algo sobre você?

-Não.

-Você surtou sério quando ele olhou pra sua bunda, quer dizer, surtou mais do que o normal.

Ela levantou a cabeça e disse baixo:

-Não gosto que reparem em mim daquele jeito.

-Achei que estivesse acostumada.

-O quê? Por quê eu deveria me acostumar a ser assediada?

-Não isso, acostumada a ser notada.

-Notarem meu jeito é diferente de notarem meu corpo.

-Bem, você não surtou quando Lysandre notou...

Percebi o que tinha falado, ele não disse pra manter segredo e também não disse que eu não podia contar pra ela. Alice levantou a cabeça rápido e mordeu os lábios de raiva.

-Desgraçado! Ele disse que tinha ficado de olhos fechados! Vou arrancar cada fio de cabelo dele amanhã!

Chegamos à sua casa e eu disse:

-Lembra da promessa, me deve e vai fazer meu jantar hoje.

Ela fechou os olhos se lembrando e bufou.

-Tudo bem, mas só porque não gosto de dever nada à meus inimigos.

Ela se negou a me deixar entrar então a levei pra minha casa pra que ela cozinhasse. Entramos e me sentei no sofá enquanto ela examinava os armários.

-Você sequer come aqui? Não tem nada aqui, muito menos coisas saudáveis.

-Você vai me fazer comida ou bancar minha mãe?

Ela parou quando abriu uma das portas e encontrou macarrão.

-Pode ser macarrão com queijo?

Concordei e ela começou a preparar. Pensei em ligar pra Lys para ensaiarmos a apresentação de amanhã mas nem eu nem Alice pareciamos bem pra fazer aquilo. Toquei minhas mãos que estavam doloridas depois do soco.

-Por que não cuida do machucado?

-Cuidar?

Ela bufou e tirou uma caixa de medicamentos do armário.

-Não sabe nem fazer isso? Você é mais inútil do que pensei. Me dá sua mão.

Segurando minha mão ela despejou o remédio.

-Vai devagar! Isso arde! 

-Olha só, amanhã é a apresentação e você precisa se esfroçar, entendeu? Sei que não nos damos bem mas eu preciso de me dar bem nesse trabalho então tente não ferrar tudo.

-Pode deixar né...

Era estranho quando não estavamos brigando.
Alice*

Me aproximei de Castiel pra enfaixar sua mão e ele levantou a cabeça quase encostando nossos narizes. Parei por um minuto encarando seus olhos, ele desviou o olhar pra minha boca e então pra meus olhos novamente. Me afastei rápido e limpei a garganta dizendo:

-Não me entenda mal, só estou fazendo isso por que te devo favores, e isso reduz minha pena pra apenas cinco dias.

Voltei a misturar os ingredientes na panela, ele não disse nada depois daquilo, normalmente ele me xinga, me ofende, as vezes quase me agride mas nunca nos comportamos como pessoas normais. Terminei de preparar e coloquei a mesa. Assim que ele se sentou eu disse já saindo:

-Bom apetite.

-Alice, espera. 

Nos encaramos e ele disse meio cabisbaixo:

-Obrigado.

Assenti e saí. Mesmo que eu o odiasse não consegui deixar de sorrir quando ele agradeceu. Tomei rumo a minha casa e assim que cheguei tomei um banho e me deitei pra dormir. Será um longo dia amanhã.
 


Notas Finais


Eaí??


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