1. Spirit Fanfics >
  2. Quase Sem Querer >
  3. O Namorado

História Quase Sem Querer - O Namorado


Escrita por: princetri

Capítulo 10 - O Namorado


Lauren POV


 


— Desculpa por vir na sua casa é que tentei falar com você pelo telefone e não consegui. - Eu disse com o sorriso sem graça.


 


— Não tem problema, desde ontem a noite meu celular caiu debaixo da cama e eu ainda não peguei. - Ela disse sem graça. 


 


 Ela é tão mais bonita assim ao natural, sem maquiagem, cabelo amarrado… Balancei a cabeça levemente pra espantar esses pensamentos.


 


— Sua família mora em Miami, certo? - Perguntei.


 


— Certo. - Ela disse me olhando meio confusa.


 


— Hoje uma empresa de Miami me ligou, querem a sua presença durante a próxima semana pra um evento, você me disse que está com saudade deles, então pensei em unir o útil ao agradável… Se você topar é claro.


 


— Uma semana inteira em Miami? - Ela perguntou, mais pra si mesma do que pra mim, se levantou e ficou andando de um lado para o outro na sala.


 


— Uma semana inteira. - Eu disse a observando. 


 


 Depois de alguns minutos ela parou e olhou para mim.


 


— Eu vou ter que quebrar muitos contratos? Porque semana que vem eu já tenho compromissos, certo?


 


— Certo. Mas se você disser que quer, eu posso tentar remarcar eles para outras datas.


 


— Você acha que consegue? Geralmente eles não são tão maleáveis com mudança de data. - Ela disse e se sentou novamente no sofá.


 


— Eu posso tentar, eu tenho um grande poder de persuasão.


 


 Ela olhou pra mim durante alguns minutos como se pensasse.


 


— Eu topo. - Ela disse mordendo os lábios em um gesto nervoso.


 


— Você se importa se eu ligar agora? - Perguntei puxando o celular do bolso da minha jaqueta.


 


— Não, fique à vontade, até prefiro que você ligue agora mesmo.


 


Camila POV


 


 Quando Lauren pegou o celular e deu início a primeira ligação eu resolvi deixar ela a vontade. Maria estava colocando xícaras de café sobre uma bandeja, quando eu entrei na cozinha.


 


— Se for pra Lauren, esquece, ela está em uma ligação e provavelmente vai demorar, termina o almoço que vou convidar ela pra almoçar conosco.


 


— Preparei com tanto carinho, porque a bichinha tá tão gelada. - Ela disse retirando as xícaras da bandeja com uma certa tristeza.


 


— Eu percebi também quando abracei ela, mas acho que é normal, porque nos outros dias ela também estava assim. - Falei puxando uma cadeira da mesa pra sentar.


 


— Então vou caprichar no almoço. - Ela disse, voltando sua atenção para as panelas que já estão no fogão. 


 


 Fiquei sentada na mesa, torcendo pra ela conseguir adiar meus outros compromissos, Sofia vai ficar tão feliz se eu aparecer lá essa semana.


 


— Ela é tão bonita, né? - Maria cochichou, eu estava tão perdida em pensamentos que nem notei que ela se sentou também.


 


— Muito. - Falei com um sorriso de lado. — Mas ela é lésbica. - Completei com uma careta no rosto.


 


 Maria deu um tapa na minha cabeça na mesma hora.


 


— Aiii, o que foi que eu fiz? - Perguntei passando a mão no lugar atingido. 


 


— Que preconceito é esse, menina? Não foi essa a educação que eu dei pra você. - Ela disse cruzando os braços e me fuzilando com o olhar.


 


Revirei os olhos e então respondi:


 


— Não é preconceito, Maria, você sabe que não sou dessas, é que eu achei diferente, nunca conheci ninguém assim pessoalmente, sei lá.


 


— Enfim a bolha, mas espero que seja só isso mesmo. - Ela disse ainda me fuzilando com o oolhar. — Mas e o Austin, vai sair lá do quarto não?


 


— Ele tá com raiva, queria que eu dispensasse a Lauren, e disse que não quer conhecer uma empata foda.


 


— Esses jovens de hoje em dia só pensam nisso mesmo. - Maria disse balançando a cabeça em negação.


 


— Mas é bom mesmo que ele fique lá, você conhece as brincadeiras dele, e pode ser que a Lauren pense que ele tá sendo grosso.


 


— Não sei como você aguenta. - Ela disse revirando os olhos.


 


— Não fala isso Maria, é o jeito dele, e eu amo ele assim mesmo. - Justifiquei.


 


— Não tá mais aqui quem falou. - Ela disse se levantando e voltando para o fogão.


 


 Depois do que me pareceram horas, voltei pra sala, ela ainda está no celular, então me sentei no sofá pra esperar ali mesmo. Depois de mais alguns minutos ela encerrou a ligação e olhou pra mim.


 


— E aí? - Perguntei ansiosa.


 


 Ela ficou me encarando, séria, mas ao poucos um sorriso foi nascendo em seu rosto. 


 


— Consegui remarcar todos, mas esse último foi bem difícil de convencer, quase que eu mando ele ir… porque sinceramente viu, talvez eu…


 


 Não esperei ela terminar de falar, me levantei do sofá e corri em sua direção, pulando nos seus braços e enlaçando sua cintura com minhas pernas, tamanha foi a minha felicidade, comecei a distribuir beijos pelo rosto dela enquanto soltava vários “obrigada”.


 


— Não precisa disso tudo, Camz, é o meu trabalho. - Ela disse.


 


— Camz? - Perguntei, cessando os beijos e olhando em seus olhos.


 


— Que porra é essa, Camila? - Ouvi a voz de Austin atrás de mim.


 


Lauren POV


 


 Antes que eu pudesse justificar, alguém entrou na sala com a voz um pouco alterada, imediatamente ela desceu e eu pude ver a quem pertence a voz, Austin, o namorado dela.


 


— Amor você não vai acreditar. - Ela disse indo até ele. — Eu vou pra Miami essa semana, ver a Sofi, meus pais, todo mundo, acredita?


 


— E esse é o motivo de você tá atracada com essa mulher no meio da sala? - Ele perguntou ainda irritado. 


 


—  Primeiro: eu não estava atracada. Segundo: essa mulher, é minha assessora. E por último, mas não menos importante: abaixa esse tom de voz.


 


 Ele ficou alternando o olhar entre eu e ela, mas por fim, falou com o tom de voz mais ameno:


 


— Desculpa, é que eu ainda estou irritado e… você sabe… desculpa mesmo. - Ele disse e tentou beijá-la, mas ela virou o rosto.


 


— Tudo bem Austin, só vai pro quarto. - Ela disse suspirando.


 


 Ele olhou pra mim, passou por ela e veio em minha direção, ele está vestido apenas com uma calça moletom, parou na minha frente e me olhou dos pés a cabeça, por fim estendeu a mão pra mim.


 


— Austin Butler. - Ele disse.


 


— Lauren Jauregui. - Respondi apertando sua mão com um pouco de força.


 


 Percebi o desconforto que causou, mas ele manteve a postura.


 


— Desculpa pela cena, é que quando você chegou nós estávamos transando, e isso me deixou um pouco irritado sabe, ai quando vi essa cena aqui na sala, estourei.


 


 Não tive tempo de responder nada, porque Camila saiu puxando ele pelo braço para o que eu acho que seja o quarto. Coloquei o celular no bolso e peguei a agenda em cima do sofá, pronta pra ir embora, mas a porta em que eles entraram se abriu novamente e ela saiu de lá.


 


— Desculpa. - Dissemos ao mesmo tempo.


 


— Você não precisa se desculpar, você não fez nada, aquele idiota quem fez. - Ela disse parando de pé no meio da sala. — E desculpa também por eu ter pulado em cima de você, foi impulso, quando percebi já estava ai, desculpa mesmo. - Ela disse com o rosto ganhando uma coloração avermelhada.


 


— Não tem problema. - Eu disse com um meio sorriso. — Vou indo, de noite mando uma mensagem pra você falando sobre os detalhes da viagem.


 


— Não vá, fique aqui pra almoçar com a gente, o almoço já deve estar pronto.


 


 Eu até ficaria, só pra irritar o namoradinho idiota dela, mas o que eu menos preciso no momento é ficar horas no banheiro vomitando comida humana.


 


— Não, obrigada, eu fiquei de almoçar com a Emma, ela tá me esperando. - Menti.


 


— Ahh. - Ela disse balançando a cabeça positivamente.


 


— Bom, então tchau. - Falei me virando e indo até a porta.


 


 Antes de sair, senti uma mão no meu pulso, e me virei. 


 


— Obrigada por ter me ouvido quando falei sobre minha família, e ter feito algo sobre isso na primeira oportunidade que teve. - Quando terminou de falar me encarou por alguns segundos, até que me puxou para um abraço. 


 


 Fiquei meio sem jeito, mas tentei retribuir da melhor forma possível.


 


— Já perdi as contas do tanto de vezes que você me agradeceu. - Eu disse quando nos separamos, tentando quebrar o clima tenso.


 


— Você não faz ideia do quanto isso é importante pra mim. - Ela disse com um sorriso de lado. — Sério mesmo.


 


- Imagino. - Eu disse, e por impulso ajeitei uma mecha do seu cabelo que estava insistindo em cair no seu rosto.


 


 Percebi que ela ficou desconfortável e puxei minha mão de volta rapidamente.


 


— Tchau. - Saí pela porta aberta, e enquanto eu esperava o elevador subir até aquele andar não olhei para trás, mas sei que ela ainda está lá, a porta não foi fechada. 


 


 Quando o elevador abriu as portas, entrei rapidamente no mesmo, e enquanto ele se fechava ouvi a porta do apartamento finalmente sendo batida. Peguei meu celular pra ligar pra Emma, mas no mesmo instante ele começou a tocar, e é ela.


 


— Já estou aqui em baixo. - Ela disse assim que eu atendi.


 


— Já estou descendo. - Falei, ela finalizou a ligação sem dizer mais nada.


 


 Quando cheguei na frente do prédio vi que Emma não está mais com o meu carro, e sim com o dela, que é um Range Rover Evoque London, sim, ela é menos extravagante. 


 


— Onde você deixou o meu? - Perguntei entrando no carro.


 


— Dei pra um mendigo. - Ela disse revirando os olhos.


 


— Céus, você tá muito estressada. - Eu disse, e pelo retrovisor vi que os bancos traseiros estão cheios de sacolas. - O que é isso aí atrás?


 


— Algumas coisas que vou precisar pra faculdade, começo segunda.


 


— Eu sei que você é nova nestas coisas e tal, mas você não precisa comprar material pra universidade inteira só o seu mesmo. - Falei sem conseguir segurar o riso.


 


 Como resposta ela fez uma curva fechada em alta velocidade, em consequência meu corpo bateu contra a porta, e minha cabeça foi direto no vidro da janela.


 


— Qualquer dia desses você me mata com toda essa violência. - Eu disse passando a mão na cabeça. 


 


— Eu não teria tanta sorte. - Ela disse.


 


— Se fode, Watson. - Desviei minha atenção pra janela, ela estressada consegue ser um porre.


 


 Quando chegamos, percebi que meu carro já estava na garagem. Entrei dentro de casa e segui direto para o terraço próximo a piscina, me sentei em um dos sofás, e encostei minha cabeça no encosto, fechando os olhos. Alguns minutos depois, acredito que uns 40, a Emma se deitou no sofá onde estou e colocou a cabeça no meu colo.


 


— Essa sua bipolaridade me mata. - Eu disse abrindo os olhos para olhá-la. 


 


 Como resposta ela apenas apenas fixou os olhos nos meus, calada.


 


— Como foi lá? - Por fim perguntou. 


 


 Suspirei, levei uma das mãos até seu rosto, fazendo um leve carinho, o que fez com que ela feche os olhos.


— Em partes deu certo, ela ficou super feliz com a possibilidade de ir pra Miami e aproveitar pra ver a família. Mas digamos que ela foi muito calorosa no agradecimento, o que fez o namorado dela ter uma crise de ciúmes.


 


— Calorosa? O que aconteceu? - Perguntou, ainda com os olhos fechados. — Como agradecimento ela arrancou as roupas e abriu as pernas pra você?


 


— Por Deus, Emma! Claro que não, mas eu descobri que fui empata foda. - Falei fazendo uma careta.


 


— Não acredito! - Ela disse abrindo os olhos, quando viu que eu falei sério caiu na risada.


 


— Não vou mentir, me senti bem quando vi ele irritado por isso. - Eu disse empurrando ela pra conseguir me deitar também no sofá.


 


— Ele é tão bonito quanto nas fotos? - Ela perguntou.


 


— Bonitinho, mas ao mesmo tempo tem cara de idiota. Eu com certeza sou mais bonita do que ele. - Falei em um tom convencido.


 


— Você é mais bonita do que qualquer um. - Ela disse séria contornando meu rosto com os dedos.


 


 Não respondi nada, apenas fechei os olhos, sentindo seu carinho no meu rosto, depois de alguns minutos de silêncio ela continuou:


 


— E mais, eu acho que é só questão de tempo pra você se apaixonar por essa garota. - Ela disse, e encaixou o rosto na curva do meu pescoço.


 


— E eu acho que você tá ficando louca. - Revirei os olhos. 


 


 Ela não falou mais nada, e eu também não, apenas fiquei passando os dedos em seu braço que está envolta do meu corpo, enquanto penso se realmente existe essa possibilidade, mas não cheguei a nenhuma conclusão. Eu ia me levantar pra comprar logo as passagens, mas percebi que ela caiu no sono, e como é muito raro ela dormir, resolvi permanecer ali, pra não acorda-lá.



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...